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Teorias da verdade

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Teorias da verdade
Certeza e Evidência
Conhecimento indireto = representação de algo.
Como explicar o acordo entre nossas representações das coisas e as próprias coisas?
Como saber se nossas crenças, opiniões, teorias, hipóteses, conjecturas, etc., (ou os enunciados que as comunicam) são verdadeiras?
A verdade de uma crença ou enunciado é algo diferente da certeza e das convicções que uma pessoa possa ter sobre algum assunto.
Certeza e verdade coincidem somente nos casos de conhecimento direto e incorrigível.
Nos casos de conhecimento indireto (entidades inferidas ou objetos construídos), certeza e verdade se distinguem claramente.
Certeza e Evidência
Precisamos, portanto, apresentar evidências a favor de uma hipótese, crença ou opinião.
Evidências podem ser parciais ou completas, conclusivas ou não.
A certeza pessoal ou convicção que alguém possa ter sobre algo não é suficiente nem para ela mesma, muito menos para os outros.
P.ex.: A certeza de estar vendo um gato não conduz à verdade de que existe um gato fora da mente de quem o está representando.
Conclui-se que certeza é uma evidência fraca até mesmo para o próprio indivíduo, e limita-se ao conhecimento direto.
Mesmo admitindo a existência de objetos físicos, outras mentes, etc., restam muitas outras questões sobre o mundo que carecem de evidências para que suas respostas sejam aceitas como aquilo que é o caso, ou seja, para que consideremos nossas hipóteses e crenças sobre elas verdadeiras.
Definição e critério de verdade
Concepção tradicional: o que torna uma crença verdadeira é um estado de coisas.
Deve existir, de fato (e não supostamente), um acordo entre a crença e um estado de coisas;
Uma crença pode ser verdadeira sem que saibamos que ela o é.
Aceitando essa definição de verdade como correspondência, resta então a questão de apontar os meios em que se dá esse acordo, i.e., precisamos apontar um critério de verdade.
Portadores de verdade
Um definição de verdade implica a necessidade de especificar que tipo de coisas podem ser consideradas verdadeiras (ou falsas), i.e., identificar os portadores de verdade.
A princípio, temos dois tipos de coisas que podem ser verdadeiras ou falsas:
Nossas representações mentais (pensamentos, crenças, opiniões, hipóteses, etc.);
Os objetos linguísticos que podem estar com elas associados ou que podem comunica-las (Enunciados, Sentenças, Proposições).
Enunciado = evento público que envolve uso de linguagem verbal (oral ou escrita);
Sentença = entidade linguística – sequência de símbolos corretamente formada;
Proposição = aquilo à que remetem nossas orações e sentenças (significado)
Teorias da correspondência
As principais teorias correspondencionalistas são:
 Atomismo lógico (Bertrand Russell, Ludwig Wittgenstein): correspondência = congruência entre uma proposição e um fato;
Correlação (John Austin): correspondência = correlação entre dois tipos de convenções linguísticas.
Aristóteles:
Dizer daquilo que é que ele não é, ou do que não é que ele é, é falso, enquanto que dizer daquilo que é que ele é, e daquilo que não é que ele não é, é verdadeiro. (Livro Γ, 7, 27)
Teorias da correspondência
Congruência – pressupõe a comparação entre proposições e estados de coisas, que serão congruentes se apresentarem a mesma forma lógica.
Ex.: Leo está ao lado de Pingo.
O fato não é nenhuma representação possível do evento (imaginação, desenho, foto, etc.), mas a relação espacial entre eles.
A aplicabilidade dessa teoria depende em uma teoria lógica e, além disso, ela nos garante apenas um dos lados, o da proposição, e não diz nada sobre o outro lado, o estado de coisas que a torna verdadeira.
Isso revela um caráter metafísico dessa teoria e, portanto, uma desvantagem com relação a outras teorias que apelam a noções linguísticas mais fáceis de manipular.
Teorias da correspondência
Correlação:
Possui a vantagem de não fazer nenhum apelo a concepções da realidade. Recorre apenas à determinada concepção do funcionamento da linguagem.
A correlação deve ser traçada entre:
Convenções descritivas: aquelas que correlacionam sentenças com tipos de situações, eventos, etc., no mundo;
Convenções demonstrativas: correlacionam enunciados com situações ocorridas.
Um enunciado é verdadeiro quando um estado de coisas efetivo com o qual tal enunciado é correlacionado pelas convenções demonstrativas é de um tipo com o qual a sentença utilizada (para fazer o enunciado) está correlacionada pelas convenções descritivas.
A verdade depende mais da competência do falante de empregar uma sentença para fazer um enunciado na situação apropriada.
Teorias epistêmicas
São aquelas que violam a exigência de acordo externo:
Teoria coerentista (Hegel, Neurath): Uma crença ou enunciado pertencente a um sistema é declarado verdadeiro se está de acordo com a totalidade de outras crenças ou enunciados do sistema a que pertence.
Teoria pragmática (C.S. Peirce, William James, John Dewey): a verdade é um tipo de acordo à longo prazo entre nossas crenças e a experiência; é aquilo que prevalece se nossas investigações forem feitas por um tempo suficientemente longo e se conseguirmos construir sistemas de crenças de grande estabilidade- estariam o tempo todo sendo testados e aperfeiçoados pela experiência.
Ainda estão fundamentadas na ideia de acordo, mas o acordo agora é de opiniões e crenças entre si.
Teoria semântica
Alfred Tarski – foi criada para definir a expressão ‘sentença verdadeira’ em linguagens formalizadas.
Paradoxo do mentiroso: Se um mentiroso diz “Eu estou mentindo”, isso é verdadeiro ou falso?
A forma de resolver esse paradoxo (e outros de auto-referência) consiste em fazer uma distinção entre:
Linguagem-objeto: aquela de que falamos, alvo de nossa análise)
Metalinguagem: aquela que utilizamos para falar da primeira (deve ser sempre mais rica que a linguagem objeto e os termos como ‘verdadeiro’ e ‘falso’ devem pertencer a ela)
Convenção T (estabelece as condições de um acordo):
X é uma sentença verdadeira se e somente se p.

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