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Aumentando a Eficiência Energética

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78 capítulo 7
AUMENTANDO A 
EFIcIÊNcIa ENERGÉtIca
AUMENTANDO A 
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA
Um universo de possibilidades
7
PArA EsTAbilizAr As EMissõEs MUNDiAis 
DE CO2 EM 50% EM rElAçãO AOs NívEis 
DE 1990 E MANTEr O AUMENTO DA 
TEMPErATUrA glObAl AbAixO DE 
2º CElsiUs, é PrECisO iNvEsTir EM 
fONTEs DE ENErgiA rENOvávEis E 
rEAlizAr EsfOrçOs sigNifiCATivOs – 
EM iNOvAçãO E COMPOrTAMENTOs – 
PArA AUMENTAr A EfiCiêNCiA ENErgéTiCA. 
A META é EviTAr qUE A DEMANDA 
MUNDiAl DE ENErgiA PriMáriA CrEsçA, 
sENDO CAPAz DE MANTEr PADrõEs DE 
DEsENvOlviMENTO hUMANO. 
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CADErNO DO 
pRoFEssoR
. prêmio jovem cientista
80 capítulo 7
AUMENTANDO A 
EFIcIÊNcIa ENERGÉtIca
DEPOis DE DEsCrEvEr As CAUsAs E POssívEis CENáriOs DE UM MUNDO sob os efeitos do aquecimento global, os 
cientistas do Painel intergovernamental de Mudanças Climáticas (iPCC) dedicaram-se a apontar 
caminhos para reduzir as emissões de CO2. Aumentar a eficiência energética foi um dos consensos en-
tre os 2.500 cientistas de 190 países. A proposta foi criticada por sua simplicidade, mas é cada vez 
mais aceita por governantes e empresas privadas que buscam trilhar o caminho da sustentabilidade.
A ideia é mudar as práticas de geração e consumo de energia, garantindo o acesso das sociedades aos 
serviços energéticos de qualidade, sem precisar expandir substancialmente a geração de energia. Nesse 
processo, os consumidores têm um papel crucial, por meio do uso racional da energia e da escolha de 
equipamentos (aparelhos eletroeletrônicos, meios de transporte, dentre outros) mais eficientes. Essas 
medidas ajudariam a estabilizar o aumento médio da temperatura global em 2º Celsius acima dos níveis 
pré-industriais, limite necessário para garantir cenários com impactos ambientais gerenciáveis. 
O custo dessas mudanças foi calculado em 3% do Pib global (a riqueza gerada por todas as nações 
do mundo) até 2030. E este caminho deve começar a ser traçado já. A falta de ações para reduzir as 
emissões de gases de efeito estufa pode custar até 10% do PIB global, segundo cálculos de Nicolas 
Stern, ex-economista chefe do Banco Mundial e consultor do governo britânico. Tais gastos serviri-
am para minimizar impactos ambientais em larga escala, como furacões, inundações, secas e au-
mento do nível dos oceanos.
O que diz o relatório: “Ganhos de eficiência têm um efeito positivo na segurança energética, redução 
da poluição atmosférica regional e local e geração de empregos. Considerando os custos de outras 
opções de oferta, a geração elétrica renovável, que responde por 18% da oferta de eletricidade em 
2005, deve contribuir com 30 a 35% da matriz elétrica em 2030.”
As recomendações feitas pelo IPCC são 
diretamente endereçadas aos tomadores 
de decisões – em todos os níveis da socie-
dade. A sugestão dos cientistas para ga-
rantir a estabilidade do clima do planeta é 
o investimento em eficiência energética, 
energia renovável, cogeração, transporte 
com combustíveis eficientes, transporte 
público coletivo, iluminação e gerencia-
mento agrícola eficiente e redução do 
desmatamento nas florestas tropicais.
O uso de lâmpadas fluorescentes pode 
ajudar a salvar o planeta.
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CADErNO DO 
pRoFEssoR
. prêmio jovem cientista
Um estudo da organização não governamental WWF sugere que a eficiência energética pode gerar uma 
economia de 38% na demanda projetada de energia até 2050. Para isso, as nações devem rever seu 
sistema de geração, eliminando plataformas ultrapassadas e investindo em sistemas mais eficientes e com 
base em fontes limpas. Essas mudanças também precisam atingir os setores industriais e de construção. O 
sistema de transporte das cidades tem que se empenhar em reduzir o uso de veículos particulares e me-
lhorar os motores, bem como investir em transportes públicos pouco poluentes, como os trens. +
abordagens
A eficiência energética pode ser entendida segundo duas diferentes abordagens:
Restrita – Aquela aplicada apenas aos equipamentos de uso ou transformação de energia. Trata-se de 
melhorar as tecnologias que convertem as fontes energéticas em serviços energéticos. A simples tro-
ca de lâmpadas incandescentes por fluorescentes em uma residência é exemplo desse tipo de eficiên-
cia e poderia reduzir o uso mundial de eletricidade em 12%. Em uma lâmpada incandescente comum, 
8% da energia elétrica são transformados em luz, o restante aquece o meio ambiente. A eficiência de 
uma lâmpada fluorescente, com a mesma capacidade de iluminação, é de 32%. 
Ampla – Esta abordagem abrange as políticas energéticas, não apenas em relação aos equipamen-
tos que convertem energia, mas também ao padrão de consumo de energia pela sociedade. No Bra-
sil, no que concerne à energia elétrica, esse estímulo à eficiência tem sido aplicado de maneira 
sistemática desde 1985, quando o Ministério de Minas e Energia (MME) criou o Procel (Programa Na-
cional de Conservação de Energia Elétrica). Além disso, a legislação também determina que as dis-
tribuidoras de eletricidade destinem pelo menos 0,5% de sua receita operacional líquida a progra-
mas e ações que se caracterizem pela eficiência energética. Para serem implementados, estes pro-
gramas devem ser aprovados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). Em abril de 2008, a 
Aneel havia aprovado 279 deles, apresentados por 61 distribuidoras. Com isso, a redução total do 
consumo obtida com esses programas desde 1998 é de mais de 5.000 GWh por ano, segundo infor-
mações divulgadas em setembro de 2008 pela Aneel.
 
Para saber mais: Programa Nacional de Conservação de Energia Elétrica (Procel)
 www.eletrobras.com/elb/procel +
Número 4 – Energia e Cidadania / Eficiência energética: a energia 
mais limpa do mundo
Nela você encontrará sugestões para abordar este tópico 
e desenvolver atividades com seus alunos. 
coNsultE a FIcha
82 capítulo 7
AUMENTANDO A 
EFIcIÊNcIa ENERGÉtIca
Como ser mais eficiente
Nossas casas e escritórios consomem 40% da energia gerada no mundo. grande parte dessa ener-
gia é empregada no aquecimento de ambientes e da água. Aplicar os princípios da eficiência ener-
gética em nosso dia a dia é um caminho para mitigar as mudanças climáticas. Muitas dessas trans-
formações são simples, como:
1. Trocar as lâmpadas incandescentes por fluorescentes, de baixo consumo energético.
2. Evitar deixar lâmpadas acesas sem necessidade.
3. Usar técnicas de edificações sustentáveis, que aproveitam ao máximo a iluminação natural e 
o isolamento térmico para evitar os gastos com aquecimento ou resfriamento dos ambientes.
4. Trocar o chuveiro elétrico por aquecedores solares ou a gás. No Brasil, o chuveiro elétrico é 
responsável por 47% da demanda de eletricidade em horários de pico. Ele é o grande vilão 
do consumo residencial e representa até 30% do valor total da conta de luz de uma casa.
5. reduzir o tempo no banho.
6. Deixar os eletrônicos fora da tomada, evitando o modo stand-by, que consome energia.
7. Optar por deixar o carro na garagem e usar o transporte coletivo sempre que possível.
8. Comprar menos produtos descartáveis, pois eles demandam energia do setor industrial, 
e evitar trocar eletrônicos com muita frequência, como celulares e computadores.
9. Optar por eletrodomésticos de baixo consumo energético. O ideal é escolher pelo selo do 
Procel, no caso dos nacionais. O selo foi criado pelo governo federal para indicar os produtos 
que apresentam os melhores níveis de eficiência energética dentro de cada categoria, 
proporcionando assim economia na conta de energia elétrica. 
10. Repensar o uso do avião. Em uma viagem do Brasil à Europa, o avião emite uma 
quantidade de carbono na atmosfera equivalente a dois anos de um carro percorrendo 
30 km por dia. As videoconferências já são uma alternativa ao trabalho em equipe e à 
aprendizagem colaborativa, mesmo a grandes distâncias.Os ambientes organizacionais também podem investir em eficiência energética. Em muitos países, exis-
tem leilões de eficiência energética. As empresas podem vender a energia que economizam adotando 
medidas efetivas para gastar menos eletricidade. No Brasil, o Ministério das Minas e Energia planeja 
aplicar este tipo de estímulo às práticas de eficiência energética. A proposta ainda está em estudo e 
deve entrar em vigor nos próximos anos. Com os leilões vai ser possível reduzir o uso de energia em cer-
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. prêmio jovem cientista
ca de 30% nas indústrias mais pesadas. Esta já é uma es-
tratégia adotada por países como a Holanda, no qual mais 
de 1.200 fábricas, que representam cerca de 90% do con-
sumo industrial de energia daquele país, reduziram sua 
intensidade energética em 20% entre 1989 e 2000, com 
base em acordos voluntários com o governo holandês.
O Brasil tem uma lei de eficiência energética, a Lei 10.295, 
de outubro de 2001, que dispõe que “o Poder Executivo 
estabelecerá níveis máximos de consumo específico de 
energia, ou mínimos de eficiência energética, de máquinas 
e aparelhos consumidores de energia fabricados ou comer-
cializados no País, com base em indicadores técnicos perti-
nentes.” Também prevê que “o Poder Executivo desenvol-
verá mecanismos que promovam a eficiência energética 
nas edificações construídas no País”. 
A Lei ainda está em fase de regulamentação e deve reger 
motores elétricos trifásicos (regulamento e plano de me-
tas), lâmpadas fluorescentes compactas, refrigeradores e 
congêneres, condicionadores de ar e fogões e fornos a 
gás. Existe também uma portaria em trâmite para aquece-
dores de água a gás. +
Normas para edificações públicas, comerciais e de serviços devem ser publicadas como portaria do 
Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial). As regras para 
construções residenciais estão em fase de testes e simulações. Em paralelo, nascem organizações 
como o Green Building Council Brasil com a missão de desenvolver a indústria da construção sus-
tentável no país, utilizando as forças de mercado para conduzir a adoção de práticas de edificações 
sustentáveis em um processo integrado de concepção, implantação, construção e operação de edi-
ficações e espaços construídos. 
INMETRO
Energia (Elétrica)
Fabricante
Marca
Tipo de degelo
Modelo/tensão (v)
REFRIGERADOR
ABCDEF
XYZ logo
ABC/Automático
IPQR/220
000
000
-18
Xxxxx xxxxx x xx xxxxxx xxxxxxxx xxxxxxx 
xxxx xxxx xxx.
Xxxxx xxxxx x xx xxxxxx xxxxxxxx xxxxxxx xxxx xxxx xxxx 
xxxxx xxxxx.
IMPORTANTE: A REMOÇÃO DESTA ETIQUETA ANTES DA VENDA ESTÁ EM 
DESACORDO COM O CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR.
A A
B
C
D
E
F
G
Mais eficiente
Menos eficiente
(xxxxxx xxx xxx - xxxxxxx xx)
CONSUMO DE ENERGIA (kWh/mês) XY,Z
Volume do compartimento refrigerado (/) 
Volume do compartimento do congelador (/) 
Temperatura do congelador (/) 
PROGRAMA NACIONAL DE
CONSERVAÇÃO DE ENERGIA ELÉTRICA
indica o tipo 
de equipamento
indicam o nome do 
fabricante e a logomarca
indica o modelo
indica o consumo de 
energia em KWh/mês
a letra indica 
a eficiência 
energética do 
equipamento/ 
veja a tabela 
correspondente na 
coluna ao lado
Etiqueta Nacional 
de conservação de Energia 
Para saber mais: Instituto Nacional de Eficiência Energética: www.inee.org.br
 green building Council brasil: www.gbcbrasil.org.br 
 Canal da Energia – o portal da eficiência energética da CPFL: 
 www.cpfl.com.br/canaldaenergia 
+
Número 8 – Energia e Cidadania / Desperdício de Energia 
e Aquecimento Global
Nela você encontrará sugestões para abordar este tópico 
e desenvolver atividades com seus alunos. . 
coNsultE a FIcha
84 capítulo 7
AUMENTANDO A 
EFIcIÊNcIa ENERGÉtIca
Geração eficiente de energia elétrica 
A geração de eletricidade é outro ponto importante para reduzir os gastos de energia. No Brasil, es-
tima-se que possamos ganhar até 32 GW com a modernização de instalações elétricas com mais de 
20 anos de uso. A modernização de linhas de transmissão e a redução dos gastos com o transporte 
da energia podem representar 15% do total gerado. Essa eficiência também pode ser feita pela re-
potencialização, ou modernização, de usinas de geração de energia em operação. Se 70 usinas com 
mais de 20 anos de construção forem repotencializadas, haverá um acréscimo de 8 GW à capaci-
dade atual de geração de energia. 
O governo é um agente a estimular a eficiência energética. Para isso ele pode, dentre outras ações:
	 Fixar preços da eletricidade de forma a refletir a real capacidade de pagamento 
do consumidor. isso elevaria o preço pago pelos consumidores com maior nível 
de renda. Como o desperdício de eletricidade tende a ser maior entre esses 
consumidores visto que eles têm custos financeiros mais baixos na aquisição de 
novos aparelhos eletroeletrônicos, tal medida ajudaria a estimular a conservação 
de eletricidade no setor residencial. 
	 Oferecer empréstimos a juros baixos para programas de conservação de energia e 
substituição de equipamentos, junto a instituições financeiras governamentais, como o 
banco do brasil e o banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e social (bNDEs).
	 Conceder descontos na tarifa de eletricidade para consumidores que instalem 
equipamentos mais eficientes.
	 Criar empresas de economia de energia dedicadas a fazer auditorias, instalar novos 
equipamentos e conduzir programas de conservação em outras empresas.
	 Expandir os padrões de eficiência para aparelhos elétricos, em conjunto com 
programas de rotulagem. 
	 Criar incentivos à substituição de chuveiros elétricos por aquecedores a gás ou por 
painéis solares. Em muitos casos, a implementação direta de painéis solares em 
comunidades de baixa renda pelas próprias concessionárias pode ser vantajosa 
tanto para as empresas de distribuição de eletricidade, como para os consumidores.
	 O apoio à troca de equipamentos de ar-condicionado e melhores arranjos para 
a iluminação e o condicionamento de ar em hospitais pequenos, com até 1.250 
leitos, o que levaria a uma economia de 1.157 GWh por ano. Como os hospitais 
desse porte representam 28% do total existente no país, a economia de 
eletricidade seria substancial. 
	 Projetar obras públicas visando ao melhor uso da iluminação e ventilação naturais.
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CADErNO DO 
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. prêmio jovem cientista
Eficiência energética nos transportes
Além da necessidade de estabilizar os níveis de CO2 na atmosfera, há muitas outras razões para os 
países reestruturarem seus sistemas de transporte. isso vai desde a busca de um combustível al-
ternativo ao petróleo até a redução dos congestionamentos e da poluição do ar. 
Os sistemas de transporte do futuro devem, segundo vários estrategistas, mudar o papel do carro 
de passeio. Estamos vivendo uma importante transição demográfica. Recentemente, a população 
mundial tornou-se predominantemente urbana e, até 2020, espera-se que 55% de nós vivam em 
cidades, onde o papel dos carros está diminuindo, mesmo que devagar. Em países como os Estados 
Unidos, ainda 88% dos 133 milhões de trabalhadores 
se deslocam de carro. O vaivém dos preços e as crises 
do petróleo colocam o transporte do cidadão em situa-
ção de grande vulnerabilidade.
Desde 1980, os países industrializados estabeleceram 
programas ou políticas de incentivo para aumentar a 
eficiência da sua frota de veículos de passeio, com 
destaque para o diesel da frota europeia e para o pro-
grama de padrão de eficiência Corporate Average Fuel 
Economy (ou seja, Economia Média Corporativa de 
Combustíveis), nos Estados Unidos. Esses programas 
aumentaram a eficiência dos motores dos veículos 
leves. Contudo, o projeto norte-americano não atingiu 
completamente seus objetivos.
 
Na época, eis osprincipais problemas apontados:
		 Por um lado, houve uma redução do consumo de energia por unidade 
de potência nos motores, mas, por outro, ocorreu um aumento da 
potência dos motores (maior cilindrada) dos carros, o que levou a um 
consumo maior por quilômetro rodado.
		 Os carros de passeio incorporaram mais equipamentos auxiliares, 
como direção hidráulica, sistemas de controle, ar-condicionado, o que 
também aumentou o consumo de combustível.
		 O aumento da frota e o maior uso do transporte rodoviário levaram 
a uma deterioração da infraestrutura existente – ou seja, piorou a 
qualidade das estradas.
		 O aumento da frota de veículos provocou congestionamentos 
mais frequentes, o que causou maior consumo de energia por 
quilômetro rodado.
Espaço utilizado por carros e ônibus para transportar 
as mesmas 70 pessoas na cidade de Munique, Alemanha
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AUMENTANDO A 
EFIcIÊNcIa ENERGÉtIca
Um obstáculo para implementar ações efetivas para o uso eficiente de energia na questão do trans-
porte são as barreiras de mercado. A despeito dos programas de educação para a eficiência energé-
tica empreendidos pelo governo e as concessionárias de energia elétrica, os consumidores, de for-
ma geral, desconhecem as alternativas de aumento de eficiência energética disponíveis na pratelei-
ra. Frequentemente, um produto ou tecnologia de inovação não dispõe da mesma verba de divulga-
ção que um produto consagrado, tornando-se mais difícil a concorrência no mercado. 
A falta de crédito direcionado para produtos com mais 
eficiência energética é um segundo problema, assim 
como a baixa participação nos debates sobre as políti-
cas públicas de geração de energia. No caso do setor de 
transporte, é possível reduzir em 15% o consumo de 
diesel projetado para 2030. As medidas devem incluir 
o aumento da frequência de vistorias nos veículos, a 
regulação do transporte de cargas, com a retirada de 
circulação dos caminhões mais antigos, e a adoção de 
políticas de integração rodovia-ferrovia. 
Outra forma de garantir mais eficiência neste setor é a 
implementação de políticas para estimular o transporte 
ferroviário e a integração trem-caminhão. Isso reduziria 
o uso de diesel em serviços de entrega porta a porta. Os 
investimentos em infraestrutura viária também podem 
trazer bons resultados. 
No Brasil, uma das oportunidades mais evidentes é a melhoria das condições das rodovias. De acor-
do com um estudo da Confederação Nacional dos Transportes (CNT), quase 30% das rodovias brasi-
leiras podem ser classificadas com “ruins” ou “muito ruins”, no que se refere às condições de pavi-
mentação e sinalização. A degradação da infraestrutura viária afeta a eficiência energética dos 
veículos. Isso faz com que a velocidade média em rodovias esburacadas seja inferior à registrada 
nas rodovias em perfeitas condições. Velocidades menores resultam em uso menos eficiente de 
combustível, especialmente nos motores a gasolina. 
A ausência de um transporte público de qualidade nas cidades também corrobora para o quadro de 
ineficiência energética. Um exemplo desta situação são os engarrafamentos na cidade de São Pau-
lo, que conta apenas com 61,2 km de linhas de metrô e previsão de mais 20 km nos próximos anos. 
É um número insuficiente diante dos dois milhões de passageiros diários. O metrô de São Paulo é o 
terceiro mais lotado do mundo. Perde apenas para o de Tóquio, no Japão, e o de Hong Kong, na Chi-
na. Paris, capital da frança, tem 213 km, com 16 linhas e 300 estações de metrô. Essa rede transpor-
ta seis milhões de pessoas por dia e é completada pelos trens RER (Réseau Express Regional, ou se-
ja, Rede Expressa Regional), ligando Paris às cidades da região metropolitana. Boa parte de seu per-
curso é subterrâneo.
O aumento de ciclovias pode ser uma das 
alternativas para os problemas do trânsito 
e emissões de gases do efeito estufa.
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. prêmio jovem cientista
A frota de ônibus das capitais brasileiras também é insuficiente para atender seus usuários diários. 
Isso gera um aumento da frota individual de carros, que, além de aumentar as emissões de gases de 
efeito estufa, contribui para os engarrafamentos e a perda de qualidade de vida nas cidades. inves-
tir em transporte público e aumentar as ciclovias é fundamental para gerar um ambiente de eficiên-
cia energética no transporte. 
Os híbridos
Os meios de transporte coletivos são fundamentais para 
um futuro de eficiência energética. Há, contudo, também, 
demanda para que sejam construídos veículos de passeio 
que sejam não somente menos poluentes, mas também 
esteticamente desejáveis. Esses automóveis são chama-
dos ‘carros ecologicamente corretos’, ou ‘híbridos’. Os 
híbridos trabalham capturando a energia criada quando 
os freios do carro são ativados. Aquela energia é arma-
zenada em baterias e usada sempre que possível, no lu-
gar do combustível. Os híbridos podem fazer mais de 20 
km/litro de combustível. A indústria também fez mudan-
ças na estrutura e na parte elétrica desses automóveis, 
para que eles sejam mais leves e apresentem sistemas 
elétrico e mecânico simplificados. Mudanças estruturais nos motores também são fundamentais para 
gerar um ganho de eficiência. A maioria dos carros híbridos de hoje usa gasolina e eletricidade. Mas no-
vas tecnologias são lançadas a cada ano, o que talvez permita a combinação de outros combustíveis 
com a eletricidade. Já existem vários modelos de híbridos no mercado mundial. Também existem ôni-
bus coletivos híbridos; eles emitem 90% menos poluição do que os ônibus tradicionais.
 
A maior barreira aos híbridos é o preço – eles chegam a custar até 40% mais do que um veículo co-
mum. Mas, com o aumento da demanda e as novas regras de controle de emissões de gases de 
efeito estufa, tudo indica que vão se tornar mais populares. A tecnologia que criou estes carros tam-
bém é um exemplo da aplicação direta dos princípios da eficiência energética como forma de en-
contrar alternativas de controle do aquecimento global
Honda Insight, um dos modelos híbridos movido a gasolina e 
eletricidade. A tecnologia pode ser uma saída para reduzir 
as emissões de gases do efeito estufa. 
Número 1 – Energia e Cidadania / Consumo energético no nosso dia a dia
Nela você encontrará sugestões para abordar este tópico 
e desenvolver atividades com seus alunos. 
coNsultE a FIcha
Número 6 – Energia e Desenvolvimento Sustentável
Nele você encontrará questões para a discussão sobre esse assunto e 
sugestões de atividades para desenvolver com seus alunos. 
coNsultE o RotEIRo 
dE tRabalho
88
bIblIoGRaFIa
Caderno do Professor
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93
CADErNO DO 
pRoFEssoR
. prêmio jovem cientista
ANEEl – Agência Nacional de Energia Elétrica. A missão da Aneel é proporcionar condições fa-
voráveis para que o mercado de energia elétrica se desenvolva com equilíbrio entre os agentes e 
em benefício da sociedade.
árTiCO – Região no extremo Norte do planeta onde a temperatura média do mês de julho, o mais 
quente, é inferior a 10º Celsius. Na região ártica estão o oceano Ártico e o Polo Norte.
áTOMO – A partícula de que toda matéria é composta. É formado por um núcleo de prótons e 
nêutrons e uma nuvem circundante de elétrons. O número de prótons determina qual o elemento 
químico do átomo. O oxigênio, por exemplo, é um átomo que tem oito prótons no núcleo.
bEN - Balanço Energético Nacional.
biOMAssA – Do ponto de vista dageração de energia, biomassa é toda matéria orgânica renovável 
utilizada na produção de energia. Apesar de ser uma matéria orgânica, os combustíveis fósseis co-
mo o carvão e o petróleo não são considerados biomassa, pois não são renováveis na natureza na 
escala humana de tempo e sim fruto de uma transformação de milhões de anos. Do ponto de vista 
ecológico, a biomassa é a quantidade de matéria viva encontrada em um ecossistema.
biOCOMbUsTívEl – Combustível de origem biológica e não fóssil. A maioria pode ser obtida por 
meio de plantas como a cana-de-açúcar, mamona, soja, cânhamo, canola e babaçu. O lixo orgânico 
também emite gases que podem ser queimados como um biocombustível.
biODiEsEl – Combustível obtido por meio da reação, com um álcool, de óleos e gorduras de origem 
animal ou vegetal. O biodiesel não é de origem fóssil como o petróleo, por isso, em seu crescimen-
to, fixa o carbono que emite ao ser queimado. Na realidade, como se gasta combustível fóssil na 
produção de óleos vegetais – por exemplo, o óleo diesel consumido nos tratores e o petróleo em-
butido na fabricação de fertilizantes –, não é possível afirmar que é nula a emissão de CO2 do ciclo 
de vida do biodiesel. Ainda assim, é bem inferior à do derivado de petróleo que ele substitui.
GlossáRIo
Caderno do Professor
xxiv PJC
94 GlossáRIo
biOETANOl (ou etanol) – O álcool etílico que tem como matéria-prima a cana-de-açúcar, o milho, a 
beterraba, e outros materiais lenhosos (lignocelulósicos) convertidos por micro-organismos em um 
processo de fermentação. 
CAMPO EléTriCO – Trata-se de uma região espacial na qual se manifesta a ação das cargas elétricas. 
Esta ação se verifica à distância, sem contato entre as cargas Uma carga elétrica que se encontre 
num campo elétrico fica sujeita a uma força. Há cargas elétricas positivas e negativas. Se a carga for 
positiva, a força que age sobre ela tem o sentido do campo elétrico. Se for negativa, dá-se o inverso. 
O campo elétrico é originado em cargas positivas e termina em cargas negativas. 
CAMPO ElETrOMAgNéTiCO – Um campo composto pela conjugação do campo elétrico e do campo 
magnético. Este último é produzido por um ímã ou por cargas elétricas em movimento. O campo 
eletromagnético da Terra é fundamental para a proteção da vida.
CArrO híbriDO – Veículo que possui mais de um dispositivo propulsor, arranjado em série ou em 
paralelo. Em geral, é um carro alimentado por um motor a explosão (queima de combustível) e um 
motor elétrico (cuja corrente elétrica é gerada tanto pelo motor a explosão quanto pela frenagem 
do veículo).
CArvãO MiNErAl – Substância de coloração negra e consistência firme. O carvão tem origem se-
melhante à do petróleo; provém da decomposição de matéria orgânica (em geral, vegetal), em pân-
tanos e alagadiços, sob condições anaeróbicas (massa submersa que se decompõe na ausência de 
oxigênio). O carvão é encontrado em maior abundância no Período Pensilvânio (250-300 milhões 
de anos), embora ele também ocorra em estratos de outros períodos geológicos. No referido perío-
do, grandes áreas do globo eram cobertas com densas florestas que cresciam em lagoas e pântanos. 
O crescimento da vegetação se dava com rapidez, e a matéria orgânica nos pântanos era lentamente 
submersa pela água e coberta por lama e areia. Este processo se repetia várias vezes. Pouco a pou-
co, as camadas de vegetação soterradas se converteram em carvão por efeito do calor da terra, da 
decomposição da matéria vegetal e da pressão causada pela massa estratificada.
CArvãO vEgETAl – Substância de cor negra obtida pela pirólise (degradação térmica na ausência 
de ar) da madeira.
CélUlA fOTOvOlTAiCA (fv) – Diodo semicondutor de grande área, dotado com elementos positivos 
e negativos. Em um pedaço de semicondutor não homogêneo (ou seja, contendo em seu interior 
uma diferença de potencial eletrostático), a incidência de radiação luminosa pode gerar pares elé-
trons-buracos que serão separados pelo campo elétrico. Os módulos fotovoltaicos são compostos 
de células semicondutoras de eletricidade. O material mais comum utilizado em sua fabricação é o 
silício. Um módulo FV é um conjunto de células conectadas em série que formam uma unidade com 
suficiente tensão para poder carregar, por exemplo, uma bateria de 12 volts de tensão nominal. Por 
exemplo, para conseguir esta tensão, precisa-se de, no mínimo, 30 células de silício monocristalino 
conectadas em série.
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CADErNO DO 
pRoFEssoR
. prêmio jovem cientista
CfCs – São os gases clorofluorcarbonetos, que contêm carbono (C), cloro (Cl) e flúor (F), muito uti-
lizados nos sistemas de refrigeração e em solventes, espumas plásticas e aerossóis. Os CFCs destroem 
a camada de ozônio (O3), responsável pela proteção natural do planeta contra os raios ultravioletas 
emitidos pelo Sol. Se esse tipo de reação for agravado, corremos o risco de ver destruída a vida co-
mo a conhecemos.
COMbUsTãO – É a queima de uma substância (chamada combustível) que reage com um oxidante 
(chamado comburente), em geral, o gás oxigênio. A reação libera calor.
 
COMbUsTívEis – Quaisquer substâncias que reagem com o oxigênio e produzem calor. 
COMbUsTívEis DE OrigEM fÓssil – Aqueles formados pela decomposição de matéria orgânica, por 
meio de um processo que leva milhares e milhares de anos. Por esse motivo, são consideradas não 
renováveis, levando em conta a escala de tempo da humanidade. O carvão mineral, o petróleo e o 
gás natural são exemplos de combustíveis fósseis.
CONvErsOr fOTOvOlTAiCO – Equipamento que transforma a luz solar em energia.
DigEsTãO ANAErÓbiCA – Processo de decomposição da matéria por meio de bactérias e sem a pre-
sença de oxigênio. O biogás é fruto da digestão anaeróbica.
EfiCiêNCiA ENErgéTiCA – Trata-se da redução da energia requerida para atender um serviço ener-
gético (geração de calor, frio, mobilidade, iluminação, etc.), o que pode ser feito tanto por meio de 
equipamentos mais eficientes, quanto pela substituição de equipamentos, processos e produtos, e 
pela mudança dos padrões de consumo de energia.
EqUilíbriO CliMáTiCO – Estabilidade das diversas temperaturas da superfície da Terra, mantendo 
uma média global de 16º Celsius, necessária para que o meio ambiente, os animais e plantas dêem 
continuidade aos seus ciclos reprodutivos.
EléTrON – Partícula subatômica que circunda o núcleo atômico. Foi identificado em 1897 pelo in-
glês John Joseph Thomson. Sua carga negativa é responsável pela criação de campos magnéticos e 
elétricos.
ElETrObrás – Centrais Elétricas Brasileiras S.A. Empresa de capital aberto, controlada pelo governo 
brasileiro, que atua nas áreas de geração, transmissão e distribuição de energia elétrica. A compa nhia 
lidera um sistema composto de 12 subsidiárias, uma empresa de participações (Eletropar), um centro 
de pesquisas (Cepel) e metade do capital de itaipu binacional.
96
EQUIVALÊNCIA MASSA-ENERGIA – A equação E = mc2, obtida por Albert Einstein em 1905, permite 
entender e estudar uma vasta gama de fenômenos, tais como processos atômicos e a produção de 
energia nas estrelas por meio da fusão nuclear. A equivalência entre massa e energia, retratada na 
equação, constitui-se no fundamento da geração de energia nas usinas nucleares (pelo processo de 
fissão nuclear). O ponto crucial dessa equação é que, mesmo em repouso, a partícula possui energia 
E = mc2, a qual está associada à massa. 
EsPElhOs PArAbÓliCOs – Espelhos com curvaturas que dirigem a luz solar para determinado pon-
to específico gerando calor de boa qualidade.
fissãO – quebra do núcleo de um átomo instável em pedaços menores e de massas comparáveis, 
após a colisão de um nêutron. Esse processo é responsável pela geração de energia em usinas nu-
cleares e pela explosão de bombas atômicas de fissão.
fUsãO NUClEAr – Acontece quando há a junção de dois ou mais núcleos atômicos. A fusão nuclearrequer muita energia e também libera muita energia. É o processo presente no interior do Sol.
gAsEs DO EfEiTO EsTUfA – Conhecidos pela sigla GEE, são substâncias presentes na atmosfera da 
Terra e que absorvem parte da radiação infravermelha emitida por nosso planeta. Os GEEs dificul-
tam o escape desse calor para o espaço e mantêm a Terra aquecida. Esse é o fenômeno conhecido 
como aquecimento global. Os principais GEEs são o dióxido de carbono (CO2), o metano (Ch4), o 
óxido nitroso (N2O), os perfluocarbonetos (PFCs ) e o vapor d’água (H2O).
gAsEifiCAçãO – Transformação de um combustível sólido ou líquido em gasoso.
gElEirAs (OU glACiArEs) – grandes e espessas massas de gelo formadas por neve compactada e 
cristalizada em regiões em que o gelo permanece constante e não há degelo mesmo durante os 
períodos quentes de verão. As geleiras se movimentam em função da gravidade e podem provocar 
erosão. O gelo das geleiras é o maior reservatório de água doce do planeta.
GIGAWATT (GW) – Unidade de medida da energia elétrica, equivalente a 1 bilhão de Watts – 1 watt 
é a quantidade de energia em Joule por 1 segundo.
hábiTAT – Espaço físico que possui característica específica de clima, temperatura e solo, capaz de 
condicionar a distribuição das populações de determinados animais.
hEliOsTATOs – superfícies cobertas por espelhos planos que, acionadas por um mecanismo de cor-
da ou elétrico, se movem para captar a luz do Sol e refleti-la. Os heliostatos produzem energia elé-
trica por meio do aquecimento de fluidos.
GlossáRIo
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CADErNO DO 
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. prêmio jovem cientista
iNPE – instituto Nacional de Pesquisas Espaciais. foi fundado em 1971, com o objetivo de produzir 
ciência e tecnologia nas áreas espacial e do ambiente terrestre. O Inpe é a instituição responsável 
por fazer o estudo do clima e desenvolvimento de tecnologias espaciais no país.
iNPA – instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia. foi fundado em 1952, com o objetivo de estu-
dar a região amazônica. O Inpa é referência mundial em biologia tropical.
iPCC – Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC, em inglês), órgão das Nações Uni-
das (ONU) responsável por produzir informações científicas sobre mudanças climáticas e o aqueci-
mento global. O IPCC foi fundado em 1988 e produz relatórios divulgados periodicamente. Cerca 
de 2.500 cientistas contribuem com o Painel.
KW – quilowatt. Unidade de potência da energia que corresponde a 1.000 watts.
MAb – Movimento dos Atingidos por Barragens. Foi fundado em 1989, depois que a construção de 
várias usinas hidrelétricas nas décadas de 1970 e 1980 desalojou milhares de famílias. O movimen-
to reivindica o direito das famílias que são deslocadas quando da construção de uma usina hidrelé-
trica.
MAré – Oscilação na altura dos mares e oceanos por interferência exercida sobre a Terra pelos cam-
pos gravitacionais da lua e do sol.
MDl – Mecanismo de Desenvolvimento limpo. O MDl baseia-se nas disposições do artigo 12 do 
Protocolo de Kyoto, que possibilitam a redução de emissões de gases de efeito estufa por meio da 
cooperação entre os países desenvolvidos (Partes no Anexo I da Convenção-Quadro das Nações 
Unidas sobre Mudança do Clima), os quais assumiram determinadas metas de redução de emissões 
de gases de efeito estufa no âmbito do Protocolo de Kyoto, e os países em desenvolvimento (Partes 
não-Anexo I), os quais não têm compromissos de redução de emissões de gases de efeito estufa. O 
objetivo do MDL é auxiliar os países desenvolvidos a atingirem suas metas de redução de emissões 
no âmbito do Protocolo de Kyoto, bem como contribuir para o desenvolvimento sustentável dos 
países anfitriões. 
MATériA OrgÂNiCA – Toda matéria de origem animal ou vegetal.
MATériA iNOrgÂNiCA – Toda matéria de origem mineral, como os metais, com exceção dos compos-
tos de carbono.
MATriz ENErgéTiCA – Representa a projeção do balanço entre oferta e demanda de energia em um 
determinado espaço físico delimitado, como uma cidade, um estado, um país, um continente.
98
MOTOr DE ExPlOsãO – Também chamado ‘motor de combustão interna’, devido ao fato de o pro-
cesso químico ocorrer no interior de câmaras de combustão – quando há uma explosão controlada. 
baseia-se na queima de combustível para movimentar automóveis, ônibus e caminhões.
NAsA – Agência Espacial Americana (National Aeronautics and space Administration, em inglês). foi 
fundada em 1958, e é responsável pelo programa de exploração espacial dos Estados Unidos. A 
Nasa desenvolveu a tecnologia que permitiu que homem fosse à lua em 1969.
NêUTrON – Uma das partículas que forma o núcleo atômico, com carga elétrica neutra.
NÚClEO ATÔMiCO – Parte central do átomo, constituído por prótons de carga elétrica positiva e 
nêutrons, que são neutros.
OPEP – Organização dos Países Exportadores de Petróleo. Representa o grupo de países que detêm 
algumas das maiores reservas de petróleo do mundo, como a Arábia saudita.
ONU – Organização das Nações Unidas. Foi fundada em 1945 nos Estados Unidos, por 51 países, 
após a Segunda Guerra Mundial. Sua missão é promover o respeito aos direitos humanos, o desen-
volvimento econômico e social das nações; estimular a autonomia dos povos dependentes; reforçar 
os laços entre todos os estados soberanos e promover a paz mundial.
OTEC – Conversão de Energia Térmica do Oceano (Ocean Thermal Energy Convertion, em inglês), é 
uma forma de gerar eletricidade explorando as diferenças de temperatura entre a superfície e o 
fundo do mar.
PirÓlisE – A “carbonização” de matéria (degradação térmica na ausência de ar), que produz energia 
e produtos sólidos como o carvão vegetal, líquidos, o alcatrão e gases.
PlÂNCTON – Conjunto de organismos microscópios com pouco poder de locomoção e que vivem 
livremente na água, arrastados pelas correntes oceânicas.
PrOTOCOlO DE MONTrEAl – Tratado para a eliminação de gases que destroem a camada de ozônio 
que protege o planeta dos raios ultravioletas emitidos pelo sol. O protocolo entrou em vigor em 
1989, e é considerado um dos acordos internacionais mais bem sucedidos de todos os tempos, pois 
contou com grande adesão dos países de todo o mundo. Hoje, a emissão dos gases que comprome-
tem a camada de ozônio está sob controle.
PArTíCUlAs sUbATÔMiCAs – As partes da matéria que formam o átomo. São as menores porções de 
matéria-energia conhecidas. Pesquisas comprovaram a existência de 200 desses corpúsculos. Um 
exemplo são os quarks, que formam os prótons e nêutrons.
GlossáRIo
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. prêmio jovem cientista
PilhA EléTriCA – Pilha comum utilizada em aparelhos eletrônicos. Criada por Alessandro volta em 
1800, é um gerador químico, que usa a reação de substâncias químicas como o zinco, cobre e o áci-
do sulfúrico para transformar energia química em energia elétrica.
Pis – Produtores Independentes de energia. São investidores privados de pequeno e médio porte, 
que, a partir de empreendimentos próprios, como pequenas barragens e parques eólicos, dispõem 
de eletricidade para vender aos sistemas de transmissão ou distribuição de eletricidade. No Brasil, 
as indústrias de álcool estão se tornando importantes PIs, pois geram energia a partir da queima de 
bagaço da cana-de-açúcar.
POTêNCiA EléTriCA – Razão entre a energia elétrica transformada e o intervalo de tempo dessa transfor-
mação. Um watt é a potência de uma corrente de 1 ampère, quando a diferença de potencial é 1 volt.
PRÉ-SAL – Termo que vem sendo empregado para classificar o petróleo que foi descoberto no Brasil 
em áreas inferiores a espessas camadas de sal. As novas descobertas de reservatórios de hidrocar-
bonetos estão abaixo da camada de evaporitos (pré-sal), que corresponde à fase transicional das 
bacias sedimentares do leste do Brasil. Rigorosamente, o pré-sal abrange todas as unidades rocho-
sas, imediatamente abaixo dos pacotesevaporíticos dos sistemas petrolíferos. De fato, o sal é uma 
rocha evaporítica formada, portanto, pela evaporação da água do mar, e consequente precipitação 
do cloreto de sódio nela contido; é capaz de conter a migração de petróleo e formar reservatórios.
PETrÓlEO – Substância oleosa e inflamável, formada por moléculas de carbono e hidrogênio. Origi-
nou-se da decomposição, ao longo de milhões de anos, de organismos microscópicos que formam 
o plâncton e se acumularam no fundo dos mares e de lagos.
PrÓTON – Partícula subatômica que forma o átomo e faz parte do núcleo de todos os elementos. O 
próton tem carga elétrica positiva.
PrOCEl – Programa Nacional de Conservação de Energia. O objetivo do Procel é estimular a produção 
e o uso racional de energia elétrica.
PPMPv – Medida de concentração que significa arte por milhão por volume. Nos cenários mais otimistas 
previstos por cientistas para o aquecimento global até 2100, se o CO2 ficar estável em 500 PPMPV, have-
rá um aumento de temperatura de cerca de 1,5°C e um aumento do nível médio dos mares de 0,1 m.
rADiOATiviDADE – Partículas alfa, beta e raios gamas (raio-x) emitidas pelos elementos radioativos. 
A radioatividade pode ser natural, emitida por elementos químicos que estão na natureza, como o 
urânio, e artificial, quando criada por manipulação humana, como no caso dos aparelhos de raio-X 
usados na medicina para fotografar os ossos do corpo humano.
rECiClAgEM – Reaproveitamento de materiais beneficiados como matéria-prima para um novo produto. 
Muitos materiais podem ser reciclados. Os exemplos mais comuns são o papel, o vidro, o metal e o plástico.
fiChA TéCNiCA
COOrDENAçãO
Andrea Margit
Melissa Martins
CONCEPçãO PEDAgÓgiCA
Gloria tuxen
Simone Dottori
EDiçãO
Juliana arine
COlAbOrAçãO EDiTOriAl
Marcia Panno
CONsUlTOriA EsPECiAlizADA
Programa de Planejamento Energético da Coppe/UFRJ 
alexandre szklo
instituto de florestas – Universidade federal rural do rio de Janeiro 
Rodrigo Medeiros
Fundação Planetário do Rio de Janeiro
Gilson Gomes Vieira
PrOJETO gráfiCO
Inventum Design
rEvisãO OrTOgráfiCA
sonia cardoso
CréDiTO DAs iMAgENs
Todas as fotografias: Latin Stock Brasil, exceto fotografia de abertura do capítulo 5: Jeff Hunter/Getty Images e 
fotografia de abertura do capítulo 2: José Caldas
 Este caderno faz parte do kit do Prêmio Jovem Cientista, desenvolvido em parceria pela Fundação 
Roberto Marinho, Grupo Gerdau e CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvido Científico e Tecnológico).
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foi impresso pela Ediouro Gráfica 
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