Buscar

processo_civil_03

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

DIREITO PROCESSUAL CIVIL
Aula 3
Princípios Processuais
Prof. Luiz Dellore
1. Acesso à Justiça / Inafastabilidade da Jurisdição
a) conceito: “a lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito”. São indevidas quaisquer limitações à possibilidade de se acionar o Judiciário.
b) exemplo: dificuldades financeiras não podem impedir acesso à justiça (JG e Defensoria).
c) discussão: a arbitragem, ao impedir a discussão da decisão arbitral, viola o princípio?
STF: não.
2. Devido Processo Legal
a) conceito: “ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal ”. O Judiciário não deve agir de qualquer forma, mas sim mediante regras previamente estabelecidas.
b) exemplo: citação realizada no irmão do réu não pode ser admitida.
c) atenção: ainda que a forma prevista em lei não tenha sido observada, “o juiz considerará válido o ato se, realizado de outro modo, lhe alcançar a finalidade”. Este é o princípio da instrumentalidade.
3. Ampla defesa e contraditório
a) conceito: “aos litigantes (...) são assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes ”. 
O réu tem de ter condições de se defender no processo.
O contraditório significa necessidade de informação + possibilidade de manifestação (aplicável ao autor e réu).
b) exemplo: se os autos do processo não estão em cartório no momento do prazo de contestação do réu, violados os dois princípios em questão (solução: devolução de prazo para contestar).
c) discussão: a concessão de uma medida liminar sem ouvir a parte contrária não violaria o princípio?
Não, visto que DEPOIS será ouvida a parte contrária.
4. Juiz natural
a) conceito: “não haverá juízo ou tribunal de exceção”. O juiz natural é o juiz competente previsto em lei (Constituição e Códigos) para julgar a lide, antes mesmo de sua ocorrência.
b) exemplo: não pode existir a escolha da vara ou magistrado que irá julgar uma causa após a ocorrência do fato. O objetivo é garantir a imparcialidade do magistrado.
c) discussão: a existência de varas especializadas violaria o princípio? Turmas de Tribunais compostas por juízes convocados violaria o princípio?
Não, exatamente porque há previsão em lei.
5. Proibição de provas ilícitas
a) conceito: “são inadmissíveis, no processo, as provas obtidas por meios ilícitos”. O valor que se busca proteger é a intimidade.
b) exemplo: uma gravação de uma conversa do vizinho (sem autorização judicial) não pode ser considerada como prova em processo judicial.
c) discussão: se, a partir de uma prova ilícita, for obtida uma prova lícita, esta prova será válida ou viola o princípio?
Teoria do fruto da árvore envenenada.
6. Publicidade e motivação
a) conceito: “todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões”, sob pena de nulidade.
b) exemplo: não podem existir julgamentos secretos ou decisões não publicadas. E não cabe o magistrado simplesmente afirmar “acolho o pedido pois estão presentes os requisitos” – há necessidade de se fundamentar a decisão judicial.
c) discussão: sempre haverá a publicidade?
Por certo que não: diante da intimidade e interesse social, é possível a decretação do segredo de justiça (CPC, 155).
7. Princípio dispositivo / da inércia
a) conceito: “nenhum juiz prestará a tutela jurisdicional senão quando a parte a requerer ”. O juiz é inerte, precisa ser provocado pela parte.
b) exemplo: existindo a lide e o autor não apresentando sua petição inicial, nada poderá ser feito pelo Judiciário. 
Decorre da inércia o princípio da congruência – o juiz só concede o que foi pedido pela parte (decisão extra ou ultra petita)
c) discussão: em alguns momentos, a lei entende que é conveniente uma atuação mais firme do magistrado. Nessas situações, o CPC aponta que o juiz poderá agir “de ofício”.
8. Princípio do livre convencimento motivado
a) conceito: “O juiz apreciará livremente a prova; mas deverá indicar, na sentença, os motivos que Ihe formaram o convencimento ”. Ou seja, não há hierarquia entre as provas.
b) exemplo: o próprio CPC aponta que o juiz não está vinculado ao laudo pericial (CPC, 436)
c) discussão: mas e se o laudo for uma prova técnica de alta confiabilidade (DNA), ainda assim o juiz poderá decidir contra o laudo?
9. Princípio da oralidade
a) conceito: estimular a realização de atos verbais no processo – ou seja, em audiência.
b) finalidade: é fazer com o que o juiz se aproxime da causa, e isso pode ser obtido pelos sub-princípios:
- imediatidade: contato do juiz com as partes e as provas (CPC, 446, II)
- concentração: reduzir a instrução ao mínimo de atos, inclusive limitando a recorribilidade das interlocutórias (CPC, 455 e 456)
- identidade física do juiz: o juiz que realizou a audiência é o que prefere a sentença (CPC, 132)
É princípio informativo do processo civil o princípio
(A) da inércia, significando que o processo se origina por impulso oficial, mas se desenvolve por iniciativa da parte.
(B) da congruência, significando que o juiz deve ser coerente na exposição de suas razões de decidir.
(C) da eventualidade, significando que as partes devem comparecer em todos os atos do processo, manifestando-se eventualmente.
(D) da instrumentalidade das formas, significando que o ato deve ser considerado em si mesmo, sem preocupações teleológicas.
(E) dispositivo, significando que o juiz não pode conhecer de matéria a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
É princípio informativo do processo civil o princípio
(E) dispositivo, significando que o juiz não pode conhecer de matéria a cujo respeito a lei exige a iniciativa da parte.
= todos os princípios existem, mas apenas este esta DEFINIDO corretamente (CPC, art. 262)
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*
*

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando