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NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL PROFESSOR (A): COORDENAÇÃO PEDAGÓGICA INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 0 SUMÁRIO 1. NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE .................................................. 02 1.1. Meio ambiente e seus elementos naturais .............................................. 03 1.1.1 Paisagem rural e urbana ............................................................................ 04 1.1.2 Fatores físicos e sociais ............................................................................. 05 1.1.3 Proteção ambiental ..................................................................................... 05 1.1.3.1Preservação .............................................................................................. 07 1.1.3.2 Conservação ............................................................................................ 07 1.1.3.3 Recuperação ............................................................................................ 07 1.1.3.4 Degradação.............................................................................................. 08 2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL......................................................... 10 2.1 Sustentabilidade .......................................................................................... 10 2.2. Desenvolvimento sustentável – quando tudo começou ....................... 14 2.3 Diversidade ................................................................................................... 17 3. GESTÃO AMBIENTAL.................................................................................... 22 3.1. Breve histórico ............................................................................................ 23 3.2. Objetivos e finalidades da Gestão Ambiental ......................................... 24 3.3. Fundamentos da Gestão Ambiental ......................................................... 25 3.4. O sistema de gestão ambiental nas empresas ....................................... 27 4. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ....................................... 34 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1 5. ANEXOS .......................................................................................................... 37 INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 1 1. NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE O termo gestão ambiental é bastante abrangente. Ele é frequentemente usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos, como por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas, gestão ambiental de parques e reservas florestais, gestão de áreas de proteção ambiental, gestão ambiental de reservas de biosfera e outras tantas modalidades de gestão que incluam aspectos ambientais. A gestão ambiental empresarial está essencialmente voltada para organizações, ou seja, companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições e pode ser definida como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente através da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto. Para entendermos claramente o funcionamento e a importância da gestão ambiental será preciso passar por conceitos básicos como meio ambiente, seus elementos e o desenvolvimento sustentável, assuntos dessa apostila. O conceito de meio ambiente tem sido definido de várias maneiras dependendo do especialista de determinada ciência. Na verdade acreditamos que o título “meio ambiente” não é rígido nem definitivo. É na realidade uma representação social, ou seja, uma visão que evolui no tempo e que depende do grupo social em que é utilizada. Segundo Brasil (1997) são essas representações, bem como suas modificações ao longo do tempo, que importam: é nelas que se busca intervir quando se trabalha com o tema Meio Ambiente. De fato, quando se trata de decidir e agir com relação à qualidade de vida das pessoas, é fundamental trabalhar a partir da visão que cada grupo social tem do significado do termo “meio ambiente” e, principalmente, de como cada grupo percebe o seu ambiente e os ambientes mais abrangentes em que está inserido. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 2 São fundamentais, na formação de opiniões e no estabelecimento de atitudes individuais, as representações coletivas dos grupos sociais aos quais os indivíduos pertencem. E essas representações sociais são dinâmicas, evoluindo rapidamente (BRASIL, 1997). De qualquer forma, o termo “meio ambiente” tem sido utilizado para indicar um “espaço” (com seus componentes bióticos e abióticos1 e suas interações) em que um ser vive e se desenvolve, trocando energia e interagindo com ele, sendo transformado e transformando-o. No caso do ser humano, ao espaço físico e biológico soma-se o “espaço” sociocultural. Interagindo com os elementos do seu ambiente, a humanidade provoca tipos de modificação que se transformam com o passar da história. E, ao transformar o ambiente, o homem também muda sua própria visão a respeito da natureza e do meio em que vive. Uma estratégia didática para melhor se estudar o meio ambiente consiste em se identificar elementos que constituem seus subsistemas ou partes deles. Assim se distinguem, por exemplo, os elementos naturais e construídos, urbanos e rurais ou físicos e sociais do meio ambiente. No entanto, a própria abordagem ambiental implica em ver que não existem tais categorias como realidades estanques, mas que há gradações (BRASIL, 1997). 1.1. Meio Ambiente E Seus Elementos Naturais De um lado, distinguem-se aqueles elementos que são “como a natureza os fez”, sem a intervenção direta do homem: desde cada recurso natural presente num sistema, até conjuntos de plantas e animais nativos, silvestres; paisagens mantidas quase sem nenhuma intervenção humana; nascentes, rios e lagos não atingidos pela ação humana; etc. Esses elementos são predominantes nas matas, nas praias afastadas, nas cavernas não descaracterizadas. Mas, de fato, não 1 Componentes bióticos e abióticos são os componentes de um ecossistema. Componentes bióticos são os seres vivos: animais (inclusive o homem), vegetais, fungos, protozoários e bactérias, bem como as substâncias que os compõem ou são geradas por eles. Componentes abióticos são aqueles não-vivos: água, gases atmosféricos, sais minerais e todos os tipos de radiação (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 1992). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 3 existe uma natureza intocada pelo homem, uma vez que a espécie humana faz parte da trama toda da vida no planeta e vem habitando e interagindo com os mais diferentes ecossistemas há milhões de anos. Por isso, a maior parte dos elementosconsiderados naturais ou são produto de uma interação direta com a cultura humana (uma cenoura ou uma alface, por exemplo, são na realidade produtos de manejo genético por centenas de anos), ou provêm de ambientes em que a atuação do homem não parece evidente porque foi conservativa e não destrutiva, ou ainda consistem em sistemas nos quais já houve regeneração, após um tempo suficiente (BRASIL, 1997). De outro lado, consideram-se os elementos produzidos ou transformados pela ação humana, que se pode chamar de elementos construídos do meio ambiente: desde matérias-primas processadas, até objetos de uso, construções ou cultivos. Em determinados sistemas prevalecem os elementos adaptados pela sociedade humana, como cidades e áreas industriais, praias urbanizadas, plantações, pastos, jardins, praças e bosques plantados, etc. Esse tipo de diferenciação é útil principalmente para chamar a atenção sobre a forma como se realiza a ação do homem na natureza e sobre como se constrói um patrimônio cultural. Permite discutir a necessidade, de um lado, de se preservar e cuidar do patrimônio natural para garantir a sobrevivência das espécies, a biodiversidade, conservarem de maneira saudável os recursos naturais como a água, o ar e o solo; e, de outro lado, preservar e cuidar do patrimônio cultural, construído pelas sociedades em diferentes lugares e épocas. Tudo isso é importante para garantir a qualidade de vida da população. 1.1.1. Paisagem Rural E Urbana Em geral se usa essa diferenciação para distinguir a área das concentrações urbanas, em que o ambiente é mais fortemente modificado pela ação antrópica2, da área rural, fora dos “limites” da cidade, onde se localizam desde intervenções muito fortes como as monoculturas, até as áreas mais intocadas como as Unidades de Conservação (parques, reservas, estações 2 Ação do homem sobre a natureza. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 4 ecológicas, etc.). Esse tipo de classificação é útil especialmente quando se pensa em intervir em decisões relativas a políticas públicas: determinadas questões ambientais são consideradas de caráter urbano, como saneamento, trânsito, áreas verdes, patrimônio histórico; e outras são consideradas questões rurais, como as relacionadas aos recursos hídricos, conservação de áreas com vegetação nativa, erosão, uso de agrotóxicos. Pelas regras da legislação no Brasil, muitas decisões podem ser tomadas localmente quando dizem respeito ao município, especialmente à área urbana. As consequências da ação antrópica, como geradora de impacto ambiental, incluem fatores como a dinâmica populacional (aglomerações, crescimento populacional, deslocamentos, fluxos migratórios), o uso e a ocupação do solo (expansão urbana, paisagismo, instalações de infraestrutura, rede viária, etc.). São definições importantes para aqueles que pretendem, por exemplo, elaborar projetos que irão impactar o meio ambiente. Em relação especificamente ao município, é importante conhecer os limites definidos pela prefeitura para a área urbana. E também conhecer minimamente as leis, as restrições, as regras que deveriam ser obedecidas em cada parte do município, especialmente na comunidade com a qual interage diretamente. 1.1.2. Fatores Físicos E Sociais Nesse caso estará em evidência, ao se identificarem os elementos, o espaço das relações estabelecidas: de um lado, destacam-se os fatores físicos do ambiente, quando se vai tratar das relações de trocas de energia e do uso dos recursos minerais, vegetais ou animais entre os elementos naturais ou construídos; e, de outro, destacam-se os fatores sociais do ambiente quando se quer tratar das relações econômicas, culturais, políticas — de respeito ou dominação, de destruição ou preservação, de consumismo ou conservação, por exemplo — que podem abranger os níveis local, regional e internacional. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 5 1.1.3 Proteção ambiental Significa o ato de proteger. É a dedicação pessoal àquele ou àquilo que dela precisa; é a defesa daquele ou daquilo que é ameaçado. O termo “proteção” tem sido utilizado por vários especialistas para englobar os demais: preservação, conservação, recuperação, etc. Para eles, essas são formas de proteção. No Brasil há várias leis estabelecendo Áreas de Proteção Ambiental (APAs), que são espaços do território brasileiro, assim definidos e delimitados pelo poder público (União, Estado ou Município), cuja proteção se faz necessária para garantir o bem estar das populações presentes e futuras e o meio ambiente ecologicamente equilibrado. Nas APAs declaradas pelos Estados e Municípios poderão ser estabelecidos critérios e normas complementares (de restrição ao uso de seus recursos naturais), levando-se em consideração a realidade local, em especial a situação das comunidades tradicionais que porventura habitem tais regiões. O uso dos recursos naturais nas APAs só pode se dar desde que “não comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção” (Constituição Federal, art. 225, § 1º, III). Muitas vezes, nos estudos, nas ações e mesmo nas leis ambientais, empregam-se termos que indicam formas cuidadosas de se lidar com o meio ambiente como proteção, conservação, preservação, recuperação e reabilitação. Em oposição a estes, emprega-se especialmente o termo “degradação ambiental” que engloba uma ou várias formas de destruição, poluição ou contaminação do meio ambiente. O que querem dizer? Qual a diferença entre eles? Conhecer o significado mais preciso desses termos e as leis de proteção ambiental que incidem sobre a região onde se pretende intervir é muito importante para qualquer que seja o profissional que ali vai trabalhar (Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo, 1992). Abaixo estão definidos os termos citados anteriormente e para os que são empregados pela legislação ambiental, procurou-se manter, aqui, a definição INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 6 dada pela lei ou por órgãos nacionais e internacionais de Meio Ambiente e de Saúde3. 1.1.3.1Preservação Preservação é a ação de proteger contra a destruição e qualquer forma de dano ou degradação um ecossistema, uma área geográfica ou espécies animais e vegetais ameaçadas de extinção, adotando-se as medidas preventivas legalmente necessárias e as medidas de vigilância adequadas. O Código Florestal estabelece áreas de preservação permanente, ao longo dos cursos d’água (margens de rios, lagos, nascentes e mananciais em geral), que ficam impedidas de qualquer uso. Essas áreas se destinam, em princípio, à vegetação ou mata ciliar4 especialmente importante para garantir a qualidade e a quantidade das águas, prevenindo assoreamento e contaminação. A Constituição brasileira impõe, também, a preservação do meio ambiente da Serra do Mar, da Floresta Amazônica, da Mata Atlântica, do Pantanal Mato-Grossense e da Zona Costeira (Constituição Federal, art. 225, § 4º). 1.1.3.2. Conservação Conservação é a utilização racional de um recurso qualquer, de modo a se obter um rendimento considerado bom, garantindo-se, entretanto, sua renovação ou sua auto sustentação. Analogamente, conservação ambiental quer dizer o uso apropriadodo meio ambiente dentro dos limites capazes de manter sua qualidade e seu equilíbrio em níveis aceitáveis. Para a legislação brasileira, “conservar” 3 Todas as definições foram extraídas de: Organização Mundial da Saúde (OMS) (ver TEIXEIRA, P., 1996); Secretaria do Meio Ambiente do Estado de São Paulo; Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente (Feema, RJ); Código Florestal, Lei n. 4.771 de 15/09/1965; Resoluções do Conama (Conselho Nacional de Meio Ambiente) e Constituição Federal, artigo 225. 4 Mata ciliar é a faixa de vegetação nativa às margens de rios, lagos, nascentes e mananciais em geral, especialmente importante para garantir a qualidade e a quantidade das águas, prevenindo assoreamento e contaminação. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 7 implica manejar, usar com cuidado, manter; enquanto “preservar” é mais restritivo: significa não usar ou não permitir qualquer intervenção humana significativa. 1.1.3.3. Recuperação Recuperação, no vocabulário comum, é o ato de recobrar o perdido, de adquiri-lo novamente. O termo “recuperação ambiental” aplicado a uma área degradada pressupõe que nela se restabeleçam as características do ambiente original. Nem sempre isso é viável e às vezes pode não ser necessário, recomendando-se então uma reabilitação. Uma área degradada pode ser reabilitada (tornar-se novamente habilitada) para diversas funções como a cobertura por vegetação nativa local ou destinada a novos usos, semelhantes ou diferentes do uso anterior à degradação. A lei prevê, na maioria dos casos, que o investimento necessário à recuperação ou reabilitação seja assumido pelo agente degradador. Além disso, o agente responsável pelo dano ambiental deve reparar esse dano. Reparação é o ressarcimento, para efeito de consertar ou atenuar dano causado a pessoa ou patrimônio, e, no caso de dano ambiental, além de provável pagamento de multa, pode envolver a obrigação de recuperar ou reabilitar a área degradada. 1.1.3.4. Degradação Degradação ambiental consiste em alterações e desequilíbrios provocados no meio ambiente que prejudicam os seres vivos ou impedem os processos vitais ali existentes antes dessas alterações. Embora possa ser causada por efeitos naturais, a forma de degradação que mais preocupa governos e sociedades é aquela causada pela ação antrópica, que pode e deve ser regulamentada. A atividade humana gera impactos ambientais que repercutem nos meios físico-biológicos e socioeconômicos, afetando os recursos naturais e a saúde humana, podendo causar desequilíbrios ambientais no ar, nas águas, no solo e no meio sociocultural. Algumas das formas mais conhecidas de degradação INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 8 ambiental são: a desestruturação física (erosão, no caso de solos), a poluição e a contaminação. Para a Fundação Estadual de Engenharia do Meio Ambiente, poluição é a “introdução, no meio, de elementos tais como organismos patogênicos, substâncias tóxicas ou radioativas, em concentrações nocivas à saúde humana”. Fala-se também em contaminação, “muitas vezes como sinônimo de poluição, porém quase sempre em relação direta sobre a saúde humana”. De fato, para a Organização Mundial da Saúde, “poluição ou contaminação ambiental é uma alteração do meio ambiente que pode afetar a saúde e a integridade dos seres vivos”. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 9 2. DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL A partir dos anos 1980 começamos a ouvir o termo “sustentabilidade”. Aplicado à causa ambiental surgiu como um conceito tangível na década de 1980 por Lester Brown, que foi o fundador do Wordwatch Institute. A definição que acabou se tornando um padrão seguido mundialmente com algumas pequenas variações representa o seguinte: diz-se que uma comunidade é sustentável quando satisfaz plenamente suas necessidades de forma a preservar as condições para que as gerações futuras também o façam. Da mesma forma, as atividades processadas por agrupamentos humanos não podem interferir prejudicialmente nos ciclos de renovação da natureza e nem destruir esses recursos de forma a privar as gerações futuras de sua assistência (ABREU, 2008). Segundo Dias (2009) foi na última década do século XX que consolidou-se essa nova visão de desenvolvimento que não somente envolve o meio ambiente natural, mas também inclui os aspectos socioculturais numa posição de destaque, revelando que a qualidade de vida dos seres humanos passa a ser a condição para o progresso. As propostas de desenvolvimento sustentável estão baseadas na perspectiva de utilização atual dos recursos naturais desde que sejam preservados para as gerações futuras (em anexo quadro com o resumo dos principais acontecimentos relacionados com o desenvolvimento sustentável). 2.1. Sustentabilidade Para falarmos do desenvolvimento sustentável vamos a alguns conceitos e discussões sobre o termo sustentabilidade, pois segundo Sachs (1993) há um amplo consenso de que a sustentabilidade edifica-se em diferentes dimensões que podem ser analisadas individual ou coletivamente: Sustentabilidade social – busca o estabelecimento de um padrão de desenvolvimento que conduza à distribuição mais equitativa da renda, INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 10 assegurando a melhoria dos direitos das grandes massas da população e a redução das atuais desigualdades sociais. Sustentabilidade econômica – é possível através de inversões públicas e privadas e da alocação e do manejo eficiente dos recursos naturais para redução dos custos sociais e ambientais. Sustentabilidade ecológica – entendida como o aumento ou a manutenção da capacidade de suporte do planeta, mediante intensificação do uso do potencial de recursos disponíveis, compatível com um nível mínimo de deterioração deste potencial; e a limitação do uso dos recursos não- renováveis pela substituição por recursos renováveis e, ou, abundantes e inofensivos. Sustentabilidade espacial - busca uma configuração urbano-rural mais equilibrada, evitando-se a concentração da população em áreas metropolitanas ou em assentamentos humanos em ecossistemas frágeis. Sustentabilidade cultural – garantia da continuidade das tradições e continuidade da pluralidade dos povos. De acordo com o economista Welford (1997 apud Gomes, 2005), a sustentabilidade está mais relacionada a processos do que a resultados tangíveis, sendo os elementos-chave da sustentabilidade: a equidade (estímulo à participação dos interessados, proporcionando-lhes poder de decisão); a futuridade (precaução e uso consciente dos recursos); a preservação da biodiversidade; o respeito aos direitos humanos; e a incorporação do conceito de ciclo de vida e responsabilidade sobre os produtos. Marinho (2001 citando O’Riordan e Voisey, 1998) afirma que a transição para a sustentabilidade é um processo permanente, uma vez que a “sustentabilidade pura” nunca será, de fato, alcançada. Dentro dessa perspectiva, os autores identificam os vários estágios da sustentabilidade, variandoem uma escala que vai de sustentabilidade muito fraca, implicando pequenas mudanças de práticas ambientais, até sustentabilidade muito forte, mais inclusiva, auto- sustentada e que se preocupa em envolver as pessoas afetadas pelos processos INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 11 produtivos nas decisões. A sustentabilidade envolve, portanto, educação, mudança cultural e consideração dos interesses coletivos nas decisões. Os esforços no sentido de identificar as implicações operacionais da sustentabilidade só atingirão seus objetivos com a integração dos pontos de vista econômico, ecológico e social. Isto porque todas as atividades comerciais e econômicas estão inseridas em sistemas ecológicos e sociais mais amplos e deles dependem fundamentalmente, devendo ser ressaltado que se um aspecto for comprometido a estabilidade dos outros elementos inter-relacionados estará ameaçada (SERAGELDIN, 1993 apud WAAGE, 2004). Ressalta-se que a sustentabilidade está também associada ao tipo de negócio e à sua relação com os recursos naturais e com o contexto social. As empresas que, pela sua natureza, são consumidoras intensivas de recursos naturais, energia ou água e aquelas atividades que implicam altos riscos para as populações ou geram grandes impactos ambientais ou sociais (ex. usinas nucleares, indústria de cigarro), sem uma profunda transformação na sua forma de produzir ou das características dos seus produtos, teriam maiores dificuldades de se enquadrar no conceito de sustentabilidade (MARINHO, 2001). Gomes (2005) ressalta que as definições de sustentabilidade no contexto de desenvolvimento sustentável são muito amplas, comportando diversas interpretações, de acordo com a perspectiva e os interesses envolvidos na análise. Dentre as diferentes abordagens identificam-se os seguintes modelos conceituais que servem como base para as estratégias de gerenciamento em busca da sustentabilidade das organizações: Tripé da sustentabilidade (The Triple Botton Line); Modelo dos capitais; The Natural Step (TNS) e Capitalismo natural. Mediante o conceito de tripé da sustentabilidade, as empresas não são focadas apenas no valor econômico que produzem, mas também nos valores ambientais e sociais que produzem ou destroem. Neste sentido, muitas empresas falham em não reconhecer que o sucesso financeiro não é igual ao sucesso econômico, e que as suas escolhas econômicas são críticas para a realização de resultados social e ambiental, uma vez que, por INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 12 natureza, o pilar econômico é intrinsecamente ligado aos pilares sociais e ambientais (MONAGHAN et al., 2003 apud GOMES, 2005). A dimensão econômica da sustentabilidade refere-se aos impactos da organização sobre as circunstâncias econômicas de seus stakeholders e os sistemas econômicos nos níveis local e global. Assim, o desempenho econômico engloba todos os aspectos das interações econômicas da organização, incluindo as medidas tradicionais usadas na contabilidade financeira e os valores intangíveis que não aparecem sistematicamente nas citações financeiras (GRI, 2003 apud GOMES, 2005). Essencialmente, a ideia do tripé da sustentabilidade é que as empresas obtenham sua licença para operar não somente satisfazendo os seus acionistas através de lucros e dividendos (tripé econômico), mas pela satisfação simultânea de outros stakeholders da sociedade (empregados, comunidades, clientes e outros), através do melhor desempenho nos tripés ambiental e social (SIGMA PROJECT, 2002 apud GOMES, 2005). Em termos estratégicos, esse modelo propõe que através de um bom gerenciamento do seu desempenho e dos seus impactos econômicos, ambientais e sociais, as empresas aumentam o seu valor a curto e a longo prazos, bem como criam maiores oportunidades e reduzem riscos. Os pontos a seguir representam o comportamento e as atitudes essenciais que são evidenciados nas empresas que buscam gerenciar e reportar de acordo com a linha do tripé da sustentabilidade (Suggett e Goodsir, 2002 apud Gomes, 2005): Aceitação de responsabilidade: o modelo é baseado na concepção de que as empresas são responsáveis não somente pela geração de valor para os acionistas ou proprietários, mas também para os stakeholders. Transparência: as empresas têm a obrigação, dentro dos limites comerciais, de ser transparentes em relação às suas atividades e aos seus impactos, além do desempenho financeiro. Operações e planejamento integrados: para a empresa contribuir para a prosperidade econômica (incluindo o retorno aos acionistas), a qualidade INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 13 ambiental e o bem-estar social, é necessário que essas dimensões sejam refletidas no planejamento estratégico. Comprometimento com o engajamento dos stakeholders: a interação com os stakeholders internos e externos é um processo que informa os objetivos do negócio e é desenvolvido com base em rigorosa pesquisa e diálogo. Avaliação e relatório multidimensional: a análise sistemática e a verificação do desempenho econômico, ambiental e social, em conjunto com uma comunicação estruturada dos resultados, são os mecanismos mais frequentes para tornar concreto o que a empresa sustenta, como age e como assume os seus compromissos. O conceito do tripé da sustentabilidade tornou-se amplamente conhecido entre as empresas e os pesquisadores, sendo uma ferramenta conceitual útil para interpretar as interações extra empresariais e especialmente para ilustrar a importância de uma visão da sustentabilidade mais ampla, além de uma mera sustentabilidade econômica. 2.2. Desenvolvimento Sustentável – Quando Tudo Começou Segundo Dias (2009) com o confronto inevitável entre o modelo de desenvolvimento econômico vigente — que valoriza o aumento de riqueza em detrimento da conservação dos recursos naturais — e a necessidade vital de conservação do meio ambiente, surge a discussão sobre como promover o desenvolvimento das nações de forma a gerar o crescimento econômico, mas explorando os recursos naturais de forma racional e não predatória. Estabelece- se, então, uma discussão que está longe de chegar a um fim, a um consenso geral. Será necessário impor limites ao crescimento? Será possível o desenvolvimento sem aumentar a destruição? De que tipo de desenvolvimento se fala? INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 14 De qualquer forma, nas discussões de Dias (2009) encontramos que é fundamental a sociedade impor regras ao crescimento, à exploração e à distribuição dos recursos de modo a garantir as condições da vida no planeta. Nos documentos assinados pela grande maioria dos países do mundo, incluindo- se o Brasil, fala-se em garantir o acesso de todos aos bens econômicos e culturais necessários ao seu desenvolvimento pessoal e a uma boa qualidade de vida, relacionando-o com os conceitos de desenvolvimento e sociedade sustentáveis. Desenvolvimento sustentável foi definido pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento como o “desenvolvimento que satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades”. Muitosconsideram essa ideia ambígua, permitindo interpretações contraditórias, porque desenvolvimento pode ser entendido como crescimento, e crescimento sustentável é uma contradição: nenhum elemento físico pode crescer indefinidamente. Nas propostas apresentadas pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), emprega-se o termo “desenvolvimento sustentável” significando “melhorar a qualidade da vida humana dentro dos limites da capacidade de suporte dos ecossistemas”. Isso implica, entre outros requisitos, o uso sustentável dos recursos renováveis — ou seja, de forma qualitativamente adequada e em quantidades compatíveis com sua capacidade de renovação (DIAS, 2009). O Pnuma, com o apoio da ONU e de diversas organizações não governamentais, propôs, em 1991, princípios, ações e estratégias para a construção de uma sociedade sustentável (ONU, 1991). Na formulação dessa proposta emprega-se a palavra “sustentável” em diversas expressões: desenvolvimento sustentável, economia sustentável, sociedade sustentável e uso sustentável. Parte-se do princípio que “se uma atividade é sustentável, para todos os fins práticos ela pode continuar indefinidamente. Contudo, não pode haver garantia de sustentabilidade a longo prazo porque muitos fatores são desconhecidos ou imprevisíveis”. Diante disso, propõe-se que as ações humanas ocorram dentro das técnicas e princípios conhecidos de conservação, estudando seus efeitos para que se aprenda rapidamente com os erros. Esse processo exige INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 15 monitorização das decisões, avaliação e redirecionamento da ação (BRASIL, 1997). Uma sociedade sustentável, segundo o Pnuma, é aquela que vive em harmonia com nove princípios interligados apresentados a seguir. 1. Respeitar e cuidar da comunidade dos seres vivos (princípio fundamental). Trata-se de um princípio ético que “reflete o dever de nos preocuparmos com as outras pessoas e outras formas de vida, agora e no futuro”. 2. Melhorar a qualidade da vida humana (critério de sustentabilidade). Esse é o verdadeiro objetivo do desenvolvimento, ao qual o crescimento econômico deve estar sujeito: permitir aos seres humanos “perceber o seu potencial, obter autoconfiança e uma vida plena de dignidade e satisfação”. 3. Conservar a vitalidade e a diversidade do Planeta Terra (critério de sustentabilidade). O desenvolvimento deve ser tal que garanta a proteção “da estrutura, das funções e da diversidade dos sistemas naturais do Planeta, dos quais temos absoluta dependência”. 4. Minimizar o esgotamento de recursos não-renováveis (critério de sustentabilidade). São recursos como os minérios, petróleo, gás, carvão mineral. Não podem ser usados de maneira “sustentável” porque não são renováveis. Mas podem ser retirados de modo a reduzir perdas e principalmente a minimizar o impacto ambiental. Devem ser usados de modo a “ter sua vida prolongada como, por exemplo, através de reciclagem, pela utilização de menor quantidade na obtenção de produtos, ou pela substituição por recursos renováveis, quando possível”. 5. Permanecer nos limites de capacidade de suporte do Planeta Terra (critério de sustentabilidade). Não se pode ter uma definição exata, por enquanto, mas sem dúvida há limites para os impactos que os ecossistemas e a biosfera como um todo podem suportar sem provocar uma destruição arriscada. Isso varia de região para região. Poucas pessoas consumindo muito podem causar tanta destruição quanto muitas pessoas consumindo pouco. Devem-se adotar políticas que desenvolvam INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 16 técnicas adequadas e tragam equilíbrio entre a capacidade da natureza e as necessidades de uso pelas pessoas. 6. Modificar atitudes e práticas pessoais (meio para se chegar à sustentabilidade). “Para adotar a ética de se viver sustentavelmente, as pessoas devem reexaminar os seus valores e alterar o seu comportamento. A sociedade deve promover atitudes que apoiem a nova ética e desfavoreçam aqueles que não se coadunem com o modo de vida sustentável.” 7. Permitir que as comunidades cuidem de seu próprio ambiente (meio para se chegar à sustentabilidade). É nas comunidades que os indivíduos desenvolvem a maioria das atividades produtivas e criativas. E constituem o meio mais acessível para a manifestação de opiniões e tomada de decisões sobre iniciativas e situações que as afetam. 8. Gerar uma estrutura nacional para a integração de desenvolvimento e conservação (meio para se chegar à sustentabilidade). A estrutura deve garantir “uma base de informação e de conhecimento, leis e instituições, políticas econômicas e sociais coerentes”. A estrutura deve ser flexível e regionalizável, considerando cada região de modo integrado, centrado nas pessoas e nos fatores sociais, econômicos, técnicos e políticos que influem na sustentabilidade dos processos de geração e distribuição de riqueza e bem-estar. 9. Constituir uma aliança global (meio para se chegar à sustentabilidade). Hoje, mais do que antes, a sustentabilidade do planeta depende da confluência das ações de todos os países, de todos os povos. As grandes desigualdades entre ricos e pobres são prejudiciais a todos. “A ética do cuidado com a Terra aplica-se em todos os níveis, internacional, nacional e individual. Todas as nações só têm a ganhar com a sustentabilidade mundial e todas estão ameaçadas caso não consigamos essa sustentabilidade.” INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 17 2.3. Diversidade Um dos valores que passa a ser reconhecido como essencial para a sustentabilidade da vida na Terra é o da conservação da diversidade biológica (biodiversidade). E para a sustentabilidade social, reconhece-se a importância da diversidade dos tipos de sociedades, de culturas (sociodiversidade) (BRASIL, 1997). Os seres vivos evoluíram por milhões de anos, chegando o mundo à forma como está hoje, num equilíbrio químico e climático que permitiu o aparecimento das espécies atuais, entre elas a espécie humana. A diversidade biológica ou biodiversidade consiste no conjunto total de disponibilidade genética de diferentes espécies e variedades, de diferentes ecossistemas. Por lentos processos evolutivos, surgem novas variedades, novas espécies, constituem-se novos sistemas. E por mudanças nas condições ecológicas, outras variedades, espécies e ecossistemas desaparecem. Mas as atividades humanas estão agora acelerando muito as mudanças nas condições ecológicas, levando a rápidas mudanças climáticas e à extinção de espécies e variedades, o que tem uma gravidade considerável. Pouco se sabe ainda do papel relativo de cada espécie e de cada ecossistema na manutenção desse equilíbrio em condições viáveis para a sobrevivência. Mas sabe-se que todas as espécies são componentes do sistema de sustentação da vida, que a conservação da biodiversidade é estratégica para a qualidade de vida. Cada vez mais se descobrem substâncias de grande valor para a saúde, alimentação, obtenção de tinturas, fibras e outros usos, no grande laboratório representado pelas diferentes espécies de plantas e animais, muitas até pouco tempo desconhecidas ou desprezadas pela cultura oficial. A diversidade biológica deve ser conservada não só por sua importância conhecidae presumível para a humanidade, mas por uma questão de princípio: todas as espécies merecem respeito, pertencemos todos à mesma e única trama da vida neste planeta (BRASIL, 1997). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 18 Quanto à diversidade das formas de sociedade e cultura, em poucas palavras, é importante reconhecer a imensa variedade de modos de vida, de relações sociais, de construções culturais que a humanidade chegou a desenvolver. Historicamente, em 1987, a Comissão Mundial de Meio Ambiente e Desenvolvimento (Comissão Brundtland) publicou o relatório intitulado “Nosso Futuro Comum”, que passou a constituir a referência central para o desenvolvimento futuro, propagando o conceito de desenvolvimento sustentável: “desenvolvimento que atende as necessidades e aspirações do presente, sem comprometer a capacidade de atendimento das futuras gerações” (CONFERÊNCIA DAS NAÇÕES UNIDAS SOBRE O MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO, 1998). A partir da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada em 1992 no Rio de Janeiro, os conceitos de desenvolvimento sustentável e sustentabilidade transformaram-se em um importante referencial para as estratégias de desenvolvimento social e ambiental para as organizações privadas (GOMES, 2005; DIAS, 2009). Entretanto, não há um consenso sobre o significado preciso ou operacional desses conceitos. Souza (1998) relatou que a proposta de desenvolvimento sustentável, como uma forma alternativa de desenvolvimento, possui todos os ingredientes de uma proposta utópica, já que busca a conciliação de interesses contraditórios, sem que a ordem estabelecida em nível da economia mundial atual seja, sequer, mexida. Contudo, alguns autores afirmam que o desenvolvimento sustentável pode ser visto como um novo paradigma cultural e científico, pois anseiam pela construção de novos valores, percepções, conceitos e pensamentos que determinarão como a sociedade irá enxergar a realidade vivida e como a ciência irá se organizar, diante desse novo campo de atuação disciplinar ou interdisciplinar (MOREIRA, 1994). De forma mais operacional, o desenvolvimento sustentável pode ser conceituado como o processo de mudança social e de elevação das INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 19 oportunidades da sociedade, compatibilizando, no tempo e no espaço, o crescimento e a eficiência econômica, a conservação ambiental, a qualidade de vida e a equidade social, partindo de um claro compromisso com o futuro e a solidariedade entre gerações (BUARQUE, 1996). Em consonância com esse conceito, o Forum for the Future relatou que o desenvolvimento sustentável é um processo dinâmico que permite que todas as pessoas realizem seu potencial e melhorem sua qualidade de vida de maneira que, simultaneamente, protejam e melhorem os sistemas de suporte de vida da Terra (GOMES, 2005). Assim sendo, o desenvolvimento compreende as seguintes condições: Social, no sentido de acesso a educação, moradia, serviços de saúde, alimentação, uso racional e sustentável dos recursos e respeito da cultura e tradições no seu entorno social; Econômico, em relação às oportunidades de emprego, satisfação das necessidades básicas e uma boa distribuição da riqueza; e, Político, a respeito da legitimidade não só em termos legais, mas também em termos de prover a maioria da população de benefícios sociais (REYES, 2004 apud Gomes, 2005). Esses conceitos evidenciam a integração dos propósitos sociais, econômicos e ambientais, orientados para a qualidade de vida, estando em sintonia com a tese de Sem (2000), na qual o desenvolvimento pode ser visto como um processo de expansão das liberdades reais que as pessoas desfrutam. Nesse sentido, o desenvolvimento requer que se removam as principais fontes de privação da liberdade: pobreza e tirania, carência de oportunidades econômicas e destituição social sistemática, negligência dos serviços públicos e intolerância ou interferência excessiva de Estados repressivos (SEN, 2000). A aplicação do conceito de desenvolvimento sustentável evidencia a necessidade de avaliar os impactos da execução de projetos industriais e de seus papéis sociais como elementos importantes na implementação de políticas públicas de inclusão social e de proteção e uso racional dos recursos naturais. O INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 20 elemento essencial dessa avaliação está na potencialização dos impactos positivos e na minimização dos negativos e seus controles no momento das decisões econômicas. A agricultura e a utilização dos recursos florestais são temas centrais para o desenvolvimento sustentável, devido à grande quantidade de empregos gerados, ao valor econômico da produção e aos impactos extensos e diretos que ambas têm sobre os recursos renováveis e o meio ambiente (SCHMIDHEINY, 1992) e sobre as relações sociais. Podemos tomar como exemplo, as plantações de eucalipto as quais têm sido vistas apenas como uma “unidade de produção de madeira”, sendo ignorado o contexto ambiental, social e cultural da região onde se instalam. Segundo Guerra (1997), somente um modelo responsável e consequente de administração dos recursos florestais, dentro dos princípios do desenvolvimento sustentável, poderia trazer o progresso e a modernização para as regiões onde os empreendimentos estão instalados, além de garantir a sustentabilidade e a qualidade de vida razoável para os trabalhadores e suas famílias. Assim, de acordo com Schettino et al (2000), o estabelecimento de modelos de desenvolvimento com base em planos de gestão sustentável é a melhor forma de aproveitamento das potencialidades oferecidas pelas florestas, o que pode contribuir para o desenvolvimento socioeconômico de regiões que tenham vocação florestal. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 21 3. GESTÃO AMBIENTAL Do ponto de vista empresarial, gestão ambiental é a expressão utilizada para se denominar a gestão empresarial que se orienta para evitar, na medida do possível, problemas para o meio ambiente. Em outros termos, é a gestão cujo o objetivo é conseguir que os efeitos ambientais não ultrapassem a capacidade de carga do meio onde se encontra a organização, ou seja, obter-se um desenvolvimento sustentável (DIAS, 2009). Como se observa pelo discurso do autor acima, falar em gestão ambiental quase que automaticamente estaremos nos reportando às empresas, uma vez que elas constituem hoje um dos principais agentes responsáveis pela obtenção de um desenvolvimento sustentável. A questão na realidade envolve primeiramente o ambiente interno das empresas, pois não há condições de atuação responsável de uma organização na sociedade mais geral, se internamente os seus quadros não estão convencidos da importância da adoção de práticas ambientalmente corretas. Daí decorre a importância da adoção de Sistemas de Gestão Ambiental Integrados numa perspectiva mais ampla que envolva sempre a mudança da cultura organizacional da empresa, introduzindo o componente ambiental entre as preocupações da população interna (DIAS, 2009). O portal Ambienta Brasil (2010) reportaassim à Gestão Ambiental: “termo bastante abrangente, frequentemente usado para designar ações ambientais em determinados espaços geográficos, como por exemplo: gestão ambiental de bacias hidrográficas, gestão ambiental de parques e reservas florestais, gestão de áreas de proteção ambiental, gestão ambiental de reservas de biosfera e outras tantas modalidades de gestão que incluam aspectos ambientais” e coloca a gestão ambiental empresarial em outro patamar, mas corroborando com Dias. Essencialmente voltada para organizações, ou seja, companhias, corporações, firmas, empresas ou instituições, podem ser definidas como sendo um conjunto de políticas, programas e práticas administrativas e operacionais que levam em conta a saúde e a segurança das pessoas e a proteção do meio ambiente através INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 22 da eliminação ou minimização de impactos e danos ambientais decorrentes do planejamento, implantação, operação, ampliação, realocação ou desativação de empreendimentos ou atividades, incluindo-se todas as fases do ciclo de vida de um produto. 3.1. Breve Histórico O Brasil, principalmente a partir de 1960, passou por um intenso ritmo de industrialização, com o consequente aumento da população nas áreas urbanas, o que provocou intensificação dos impactos no meio ambiente. Principalmente em áreas industrializadas como Cubatão (SP), Volta Redonda (RJ), ABC Paulista, é que a questão ambiental começou a ser sentida com mais intensidade, entre outros motivos, em razão do fenômeno de concentração de atividades urbanas e industriais (ANDRADE; TACHIZAWA; CARVALHO, 2000, p. 2 apud DIAS, 2009, p. 84). Como reflexo da Conferência de Estocolmo (1972), o governo brasileiro criou, em 30 de outubro de 1973, a Secretaria do Meio Ambiente (SEMA). Nesse mesmo ano, já havia sido criada a Companhia de Tecnologia de Saneamento Ambiental (CETESB) em São Paulo (Lei n. 118/73) e, em outubro de 1973, foi criado o Conselho Estadual de Proteção Ambiental na Bahia (CEPRAM). A partir daí, foram criados vários órgãos ambientais tendo como objetivo o controle ambiental, e como eixo central de sua atuação a poluição industrial (DIAS, 2009). Na década de 1980, foi lançado no Canadá o Programa de atuação responsável sob o nome de Responsible Care Program, considerado um programa que traz grandes contribuições para a solução dos problemas ambientais, entre as quais “enfoque proativo, busca de melhoria contínua, antecipando-se à própria legislação, e visão sistêmica que abarca, em um mesmo programa, as preocupações com segurança, saúde ocupacional e meio ambiente”. No Brasil, o Programa de Atuação Responsável é promovido pela Associação Brasileira da Indústria Química (ABIQUIM) e conta com a adesão de uma centena de empresas brasileiras. O programa está baseado em seis áreas: INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 23 princípios diretivos; códigos de práticas gerenciais; comissões de lideranças executivas; conselhos comunitários consultivos; avaliação de progresso; e difusão na cadeia produtiva (BARBIERI, 1997 apud DIAS, 2009). Uma medida que contribuiu para o incremento de ações mais responsáveis em relação ao meio ambiente foi a obrigatoriedade, a partir de 1986, dos estudos de impactos ambientais (EIA) quando da instalação de novas unidades industriais e outros empreendimentos de vulto, como represas, construção de estradas,etc. O relatório da Comissão Brundtland (falado anteriormente) destacou a responsabilidade e o impacto das atividades industriais no desenvolvimento sustentável. Ofereceu uma visão de crescimento econômico sustentável e da elevada qualidade ambiental que poderia ser alcançada através de boas práticas industriais e produzindo mais com menos (DIAS, 2009). 3.2. Objetivos E Finalidades Da Gestão Ambiental O objetivo maior da gestão ambiental deve ser a busca permanente de melhoria da qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer organização pública ou privada. A busca permanente da qualidade ambiental é, portanto, um processo de aprimoramento constante do sistema de gestão ambiental global de acordo com a política ambiental estabelecida pela organização. Há também objetivos específicos da gestão ambiental, claramente definidos segundo a própria norma NBR-ISO 14.001 que destaca alguns pontos básicos. Além dos objetivos oriundos da norma ISO, em complemento, na prática, observam-se outros objetivos que também podem ser alcançados através da gestão ambiental, a saber: Gerir as tarefas da empresa no que diz respeito a políticas, diretrizes e programas relacionados ao meio ambiente e externo da companhia; Manter, em geral, em conjunto com a área de segurança do trabalho, a saúde dos trabalhadores; INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 24 Produzir, com a colaboração de toda a cúpula dirigente e os trabalhadores, produtos ou serviços ambientalmente compatíveis; Colaborar com setores econômicos, a comunidade e com os órgãos ambientais para que sejam desenvolvidos e adotados processos produtivos que evitem ou minimizem agressões ao meio ambiente. Objetivos da gestão ambiental segundo a norma NBR-ISO 14.001: Implementar, manter e aprimorar um sistema de gestão ambiental; Assegurar-se de sua conformidade com sua política ambiental definida; Demonstrar tal conformidade a terceiros; Buscar certificação/registro do seu sistema de gestão ambiental por uma organização externa; Realizar uma auto avaliação e emitir auto declaração de conformidade com esta Norma. 3.3. Fundamentos da Gestão Ambiental Os fundamentos, ou seja, a base de razões que levam as empresas a adotar e praticar a gestão ambiental são vários. Pode perpassar desde procedimentos obrigatórios de atendimento da legislação ambiental até a fixação de políticas ambientais que visem a conscientização de todo o pessoal da organização. A busca de procedimentos gerenciais ambientalmente corretos, incluindo- se aí a adoção de um Sistema Ambiental (SGA), na verdade, encontra inúmeras razões que justificam a sua adoção. Os fundamentos predominantes podem variar de uma organização para outra. No entanto, eles podem ser resumidos nos seguintes básicos: Os recursos naturais (matérias-primas) são limitados e estão sendo fortemente afetados pelos processos de utilização, exaustão e degradação decorrentes de atividades públicas ou privadas, portanto estão cada vez INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 25 mais escassos, relativamente mais caros ou se encontram legalmente mais protegidos. Os bens naturais (água, ar) já não são mais bens livres/grátis. Por exemplo, a água possui valor econômico, ou seja, paga-se, e cada vez se pagará mais por esse recurso natural. Determinadas indústrias, principalmente com tecnologias avançadas, necessitam de áreas com relativa pureza atmosférica. Ao mesmo tempo, uma residência num bairro com ar puro custa bem mais do que uma casa em região poluída. O crescimento da população humana, principalmente em grandes regiões metropolitanas e nos países menos desenvolvidos, exerce forte consequência sobreo meio ambiente em geral e os recursos naturais em particular. A legislação ambiental exige cada vez mais respeito e cuidado com o meio ambiente, exigência essa que conduz coercitivamente a uma maior preocupação ambiental. Pressões públicas de cunho local, nacional e mesmo internacional exigem cada vez mais responsabilidades ambientais das empresas. Bancos, financiadores e seguradoras dão privilégios a empresas ambientalmente sadias ou exigem taxas financeiras e valores de apólices mais elevadas de firmas poluidoras. A sociedade em geral e a vizinhança em particular está cada vez mais exigente e crítica no que diz respeito a danos ambientais e à poluição provenientes de empresas e atividades. Organizações não governamentais estão sempre mais vigilantes, exigindo o cumprimento da legislação ambiental, a minimização de impactos, a reparação de danos ambientais ou impedem a implantação de novos empreendimentos ou atividades. Compradores de produtos intermediários estão exigindo cada vez mais produtos que sejam produzidos em condições ambientais favoráveis. A imagem de empresas ambientalmente saudáveis é mais bem aceita por acionistas, consumidores, fornecedores e autoridades públicas. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 26 Acionistas conscientes da responsabilidade ambiental preferem investir em empresas lucrativas sim, mas ambientalmente responsáveis. A gestão ambiental empresarial está na ordem do dia, principalmente nos países ditos industrializados e também já nos países considerados em vias de desenvolvimento. A demanda por produtos cultivados ou fabricados de forma ambientalmente compatível cresce mundialmente, em especial nos países industrializados. Os consumidores tendem a dispensar produtos e serviços que agridem o meio ambiente (AMBIENTE BRASIL, 2010). Cada vez mais compradores, principalmente importadores, estão exigindo a certificação ambiental, nos moldes da ISO 14.000, ou mesmo certificados ambientais específicos como, por exemplo, para produtos têxteis, madeiras, cereais, frutas, etc. Tais exigências são voltadas para a concessão do “Selo Verde”, mediante a rotulagem ambiental. Acordos internacionais, tratados de comércio e mesmo tarifas alfandegárias incluem questões ambientais na pauta de negociações culminando com exigências não tarifárias que em geral afetam produtores de países exportadores. Esse conjunto de fundamentos não é conclusivo, pois os quesitos apontados continuam em discussão e tendem a se ampliar. Essa é uma tendência indiscutível, até pelo fato de que apenas as normas ambientais da família ISO 14.000 que tratam do Sistema de Gestão Ambiental e de Auditoria Ambiental encontram-se em vigor (AMBIENTE BRASIL, 2010). 3.4. O Sistema De Gestão Ambiental Nas Empresas Nas empresas o sistema e processo de gestão ambiental está profundamente vinculado a normas que são elaboradas pelas instituições públicas (prefeituras, governos estaduais e federal) sobre o meio ambiente. Estas normas fixam os limites aceitáveis de emissão de substâncias poluentes, definem em que condições serão despojados os resíduos, proíbem a utilização de substâncias INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 27 tóxicas, definem a quantidade de água que pode ser utilizada, volume de esgoto que pode ser lançado, etc. As normas legais serão vistas em maiores detalhes em outra apostila, mas podemos adiantar que elas são referências obrigatórias para as empresas que pretendem implantar um sistema de Gestão Ambiental5 (SGA). A violação dessas normas legais ou seu desconhecimento afetam de forma significativa os investimentos das empresas, além de afetar sua capacidade de intervenção no mercado (DIAS, 2009). A resposta das empresas ao grande número de normas legais que foram sendo implantadas ao longo dos últimos anos e às críticas que a sociedade lhes tem feito devido ao impacto negativo de suas atividades tem sido, tradicionalmente, de reagir conforme vão surgindo. Deste modo predominaram nos últimos anos, os métodos corretivos para a solução dos problemas ambientais causados pelas atividades das empresas, buscando-se eliminar ou reduzir os impactos que foram gerados. Esta política ambiental seguida pela maioria das empresas tem caráter reativo, e está ligada aos métodos corretivos (DIAS, 2009). Por outro lado uma política proativa implica um planejamento prévio em cima dos possíveis efeitos ambientais e uma atuação antecipada para evitar esses impactos, reestruturando os produtos e processos envolvidos. Uma política desse tipo está ligada à aplicação de métodos preventivos que estuda a eliminação dos impactos na origem, mas também para os que são produzidos ao longo de toda a vida do produto (DIAS, 2009). POLITICA AMBIENTAL REATIVA MÉTODOS CORRETIVOS 5 Conjunto de responsabilidades organizacionais, procedimentos, processos e meios que se adotam para a implantação de uma política ambiental em determinada empresa ou unidade produtiva. Um SGA é a sistematização da gestão ambiental por uma organização determinada. É o método empregado para levar uma organização a atingir e manter-se em funcionamento de acordo com as normas estabelecidas, bem como alcançar os objetivos definidos em sua política ambiental. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 28 POLITICA AMBIENTAL PROATIVA MÉTODOS PREVENTIVOS Dentre as finalidades da Gestão ambiental e empresarial temos: 1. Servir de instrumentos de gestão com vistas a obter ou assegurar a economia e o uso racional de matérias-primas e insumos, destacando-se a responsabilidade ambiental da empresa; 2. Orientar consumidores quanto à compatibilidade ambiental dos processos produtivos e dos seus produtos ou serviços; 3. Subsidiar campanhas institucionais da empresa com destaque para a conservação e a preservação da natureza; 4. Servir de material informativo a acionistas, fornecedores e consumidores para demonstrar o desempenho empresarial na área ambiental; 5. Orientar novos investimentos privilegiando setores com oportunidades em áreas correlatas; 6. Subsidiar procedimentos para a obtenção da certificação ambiental nos moldes da série de normas ISO 14.000; 7. Subsidiar a obtenção da rotulagem ambiental de produtos (DIAS, 2009). Os objetivos e as finalidades inerentes a um gerenciamento ambiental nas empresas evidentemente devem estar em consonância com o conjunto das atividades empresariais. Portanto, eles não podem e nem devem ser vistos como elementos isolados, por mais importantes que possam parecer num primeiro momento. Vale aqui relembrar o trinômio das responsabilidades empresariais: Responsabilidade ambiental; Responsabilidade econômica; Responsabilidade social (AMBIENTE BRASIL, 2010). INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 29 A gestão ambiental é aplicável em empresas de qualquer tamanho e setor. Qualquer uma pode reduzir o consumo de energia, de água ou pode incentivar o uso de produtos recicláveis, adotando vasilhames adequados para seu recolhimento. É bem verdade que as empresaspequenas enfrentam problemas na implantação de um SGA devido à necessidade de dedicar uma parte dos recursos humanos e financeiros à sua implantação de acordo com as normas da ISO 14000, mas se estiverem vinculadas a grandes clientes que exigem de seus fornecedores um SGA, provavelmente será necessário se adequar, portanto, terão que levar em consideração as vantagens e desvantagens do investimento, mas a bem da verdade, é preciso perceber que cada vez mais há exigências de SGA, por parte dos consumidores, das instituições públicas e do mercado internacional. A adoção de um SGA implica uma mudança de mentalidade de toda a organização, desde os altos escalões até os níveis inferiores. Implica mudança de cultura organizacional com a incorporação da variável ambiental no dia-a-dia das pessoas que integram a empresa. Também implica mudanças de atitude com respeito ao ambiente externo da organização. Finalizando... Algumas considerações que não são finais, mas que devem nos levar a refletir e posicionar claramente em relação ao futuro que desejamos se não para nós, para os nossos herdeiros. Desenvolvimento e sustentabilidade são questões ambientais que requerem uma visão holística e sistêmica (Capra, 1996). Faz-se necessária a percepção do todo, uma mudança linear de causa-efeito, para enxergar as causas, suas relações e inter-relações cíclicas. Historicamente, os recursos naturais estiveram a serviço do ser humano para satisfazer suas necessidades, que, por sua vez, geraram um aumento na produção, no sentido de atendimento e criação de novas necessidades. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 30 Os recursos eram considerados à disposição das pessoas, sem que as mesmas se preocupassem com o papel que exerciam no equilíbrio da natureza e os danos causados, ao retirá-los e ao despejá-los de volta em forma de lixo. Bastava que fossem economicamente viáveis sua exploração e extração, em curto prazo. Vimos pelo Relatório Brundtland, o apontamento da pobreza como uma das principais causas e um dos principais efeitos dos problemas ambientais do mundo. O relatório criticou o modelo adotado pelos países desenvolvidos, por ser insustentável e impossível de ser copiado pelos países em desenvolvimento, sob pena de se esgotarem rapidamente os recursos naturais. Emerge, desta forma, o conceito de desenvolvimento sustentável, ou seja, “o atendimento das necessidades do presente sem comprometer a possibilidade de as gerações futuras atenderem as suas próprias necessidades” (NOSSO FUTURO COMUM, 1991, p.46 apud DIAS, 2009). Neste conceito estão embutidos pelo menos dois importantes princípios: o de necessidades e o da noção de limitação. O primeiro trata da equidade (necessidades essenciais dos pobres) e o outro refere-se às limitações que o estágio da tecnologia e da organização social determinam ao meio ambiente. Portanto, o desenvolvimento sustentável preconiza que as sociedades atendam às necessidades humanas em dois sentidos: aumentando o potencial de produção e assegurando a todos as mesmas oportunidades (gerações presentes e vindouras). A questão não é simplesmente referente ao tamanho da população, mas sim a distribuição equânime dos recursos. Em essência, o desenvolvimento sustentável é um processo de transformação no qual a exploração dos recursos, a direção dos investimentos, a orientação do desenvolvimento tecnológico e a mudança institucional se harmonizam e reforçam o potencial presente e futuro, a fim de atender às necessidades e aspirações humanas (NOSSO FUTURO COMUM, 1991 apud DIAS, 2009). É importante lembrar que muitos obstáculos deverão ser vencidos para que se possa atingir, de forma satisfatória, o desenvolvimento sustentável de uma INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 31 determinada região, ou melhor ainda, do planeta como um todo. Brügger (1994, p.25) atenta para o seguinte: “A economia não está isolada dos demais processos sociais e, assim, será preciso uma profunda revisão dos valores que compõem a nossa sociedade industrial. Do contrário, surgirão falsas alternativas como um Livre Comércio ‘maquiado de verde’ que continuará a reproduzir o sistema econômico que degradou a qualidade de vida no planeta.” Capra (1996, p. 26-27) menciona que “a mudança de paradigmas requer uma expansão não apenas de nossas percepções e maneiras de pensar, mas também de nossos valores”, e que é preciso questionar os aspectos do velho paradigma, pois não precisaremos nos desfazer de tudo, mas antes de sabermos isso, devemos estar dispostos a questionar tudo, a respeito dos próprios fundamentos da nossa visão de mundo e do nosso modo de vida modernos, científicos, industriais, orientados para o crescimento e materialistas. Enquanto o velho paradigma está baseado em valores antropocêntricos, a ecologia profunda está alicerçada em valores ecocêntricos. É uma visão de mundo que reconhece o valor da vida não humana. Todos os seres vivos são membros de comunidades ecológicas ligadas umas às outras numa rede de interdependências. Quando essa percepção ecológica torna-se parte da consciência cotidiana, emerge um sistema de ética totalmente novo. Um bom exemplo é reciclar resíduos, transformá-los em produtos com valor agregado. O processo de refino da cana-de-açúcar é bastante ilustrativo, pode ser aproveitado para a geração de energia, na produção de papel e ainda como ração animal, quando hidrolisado. O vinhoto, além de excelente adubo, transforma-se em energia se utilizado em biodigestor. A informação e o acesso às tecnologias através de uma base conceitual abrangente são capazes de permitir a superação dos obstáculos à utilização sustentada do meio, a consciência em nível planetário para criar bases de compreensão holística da realidade, não pode perder a ótica local, regional e nacional. O suporte para a vida humana e para a sociedade é complexa, varia de INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOÇÕES BÁSICAS DE MEIO AMBIENTE E DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 32 acordo com a forma à qual o homem maneja os seus recursos ambientais onde o desenvolvimento econômico e o bem estar do homem dependem dos recursos da Terra. De acordo com Lerípio (1999, p.43): “(...) a degradação ambiental é, consequência de um modelo de organização político-social e de desenvolvimento econômico, que estabelece prioridades e define o que a sociedade deve produzir, como produzir e como será distribuído o produto social. Isto implica no estabelecimento de um determinado padrão tecnológico e de uso dos recursos naturais, associados a uma forma específica de organização do trabalho e de apropriação das riquezas socialmente produzidas.” Portanto o desenvolvimento sustentado não é centrado exclusivamente na produção, a chave está nas pessoas, na participação, na organização, na educação e no fortalecimento cultural e na distribuição equitativa de rendas. Ideias de sociedades sustentáveis baseiam-se na necessidade de se pensar em diversidade, com opções econômicas e tecnologias diferenciadas, voltadas principalmente para o desenvolvimento harmonioso das pessoas e de suas relações com o conjunto do mundo natural, um processo que permita buscar a sustentabilidade ambiental, social e política, princípio ético normativo que segundo Guevara (1998 apud Dias, 2009), está centrada em princípios ecológicos,que refere ao manejo cuidadoso dos recursos naturais e conservação da biodiversidade e princípios político-sociais que diz respeito à liberdade democrática, satisfação às necessidades básicas e distribuição equitativa da riqueza gerada. A necessidade de se responder de forma responsável ao meio ambiente não é passageira, segundo Kinlaw (1997) embora os ecossistemas da Terra tenham se demonstrado extremamente resistentes até o momento, é evidente que nós, humanos, pressionamos tanto esses sistemas que sua capacidade de se autoregular já está prejudicada. Para que uma sociedade possa se desenvolver, precisa ser capaz de controlar suas próprias atividades dentro de suas comunidades, participar não apenas do trabalho físico envolvido no desenvolvimento econômico, mas agir como pessoas que têm ideias próprias. INE EAD – INSTITUTO NACIONAL DE ENSINO NOME DA DISCIPLINA AQUI WWW.INEEAD.COM.BR – (31) 3272-9521 33 4. REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS ABREU, Carlos. Conceito de Sustentabilidade em Empreendimentos da Construção Civil (2008). Disponível em: <http://www.atitudessustentaveis.com.br/sustentabilidade/conceito- sustentabilidade-empreendimentos-construcao-civil/> Acesso em: 05 mai. 2010. 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ANEXOS ANO ACONTECIMENTO OBSERVAÇÃO 1962 Publicação do livro Primavera Silenciosa (Silent Spring) Livro de Rachel Carson que teve grande repercussão na opinião pública e expunha os perigos do inseticida DDT 1968 Criação do Clube de Roma Organização informal cujo objetivo era promover o entendimento dos componentes variados,
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