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Direito aplicado à Informática

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Universidade do Estado do Pará 
Centro de Ciências Naturais e Tecnologia 
Curso de Engenharia de Produção 
 
Disciplina: Direito aplicado à Informática Profª. MSc. Josilene F. Mendes 
 
 AULA 1 
Conteúdo Programático 
 
Introdução ao direito, à ciência jurídica e seus conceitos básicos: hierarquia de 
normas, ordenamento jurídico e jurisprudência. 
 
UNIDADE I: Legislação sobre informática no ordenamento jurídico brasileiro 
1.1– Direito de Informática: definições; 
1.2 – Lei do Software: benefícios, concessão e obrigações; 
1.3 – Legislação correlata: decretos e portarias 
1.4 – Competência institucional: Ministério de Ciência e Tecnologia 
 
UNIDADE II: Direito de Propriedade Intelectual 
2.1 – Propriedade Intelectual: direito do autor, direito de propriedade industrial 
e repressão ao abuso do poder econômico (antitruste); 
2.2 – Proteção constitucional e legislações; 
2.3 – O processo administrativo para obtenção da patente e a extensão dos 
direitos de patente; 
2.4 – A interação das criações no âmbito da informática com a Propriedade 
Intelectual; 
2.5 – Fundamentos e proteção do Direito Autoral no Brasil e a Gestão coletiva 
de direitos autorais (Lei nº 12.853/13); 
2.5 – A proteção jurídica dos programas de computador e de software no Brasil; 
2.6 – Direito comparado: o tratamento jurídico do software em outros países; 
2.7 – A tutela jurídica da propriedade intelectual na esfera civil e penal; 
2.8 – A propriedade intelectual à luz do Código de Processo Civil. 
 
UNIDADE III: Validade jurídica dos documentos eletrônicos 
3.1 – Documentos eletrônicos como instrumento probatório: legislação e 
aspectos controversos ; 
3.2 – Marco legal, instrumentos e serviços no ordenamento jurídico brasileiro: 
projetos de lei, assinatura digital e comprova.com; 
3.3 – Fluxo de dados transfronteiras e liberdade informática. 
 
UNIDADE IV: A transferência de tecnologia e suas regras básicas 
4.1 – Conceito, objetivos e características; 
4.2 – Relação entre transferência de tecnologia, desenvolvimento e propriedade 
intelectual; 
4.3 – Organizações Internacionais Multilaterais e suas regras de transferência de 
tecnologia. 
 
UNIDADE V: Os principais contratos na área de informática e de prestação de 
serviços 
5.1 – Legislação brasileira sobre comércio eletrônico; 
5.2 – Código Civil: princípios e regras aplicáveis; 
5.3 – Código de Defesa do Consumidor: princípios e regras aplicáveis; 
5.4 – Modalidades de contratos: nacionais e internacionais. 
 
UNIDADE VI: As telecomunicações e sua regulamentação jurídica 
6.1 – Legislação e fundamento constitucional 
6.2 – Competência institucional 
6.3 – Novas tecnologias nas telecomunicações no Brasil. 
 
UNIDADE VII: O fenômeno da "internet" e sua relação tanto no âmbito 
empresarial como particular. 
7.1 – Legislação e fundamentação constitucional 
7.2 – Segurança jurídica na internet 
7.3 – O direito à privacidade e o controle das empresas aos seus funcionários 
7.4 – O fenômeno da “Cibercultura”. 
 
 
Referências bibliográficas: 
 
ALMEIDA FILHO, J. C. de A.; CASTRO, A. A. Manual de informática e direito 
da informática. Rio de Janeiro: Forense, 2005. 
 
ANDRADE, R. A. de. Contrato eletrônico no novo código civil e no código do 
consumidor. Barueri: Manole, 2004. 
 
HAMMES, B. J. O direito de Propriedade Intelectual. 3ª ed. São Leopoldo, RS: 
Editora UNISINOS, 2002. 
 
MACHADO, A. A. Ensino jurídico e mudança social. 2ª ed. São Paulo: 
Expressão Popular. 
 
MARCACINI, A. T. R. Direito e Informática: uma abordagem jurídica sobre 
criptografia. Rio de Janeiro, RJ: Forense, 2002. 
 
MENKE, F. Assinatura eletrônica no direito brasileiro. São Paulo: Revista dos 
Tribunais, 2005. 
 
ORRICO JUNIOR, H. Pirataria de software. São Paulo: MM Livros, 2004. 
 
PAESANI, L. M. Direito de informática: comercialização e desenvolvimento 
internacional do software. 8ª ed. São Paulo: Atlas, 2012. 
 
PINHEIRO, P. P. Direito digital. 5ª ed. São Paulo: Saraiva, 2013. 
REALE, Miguel. Lições preliminares de Direito. 27ª ed. São Paulo: Saraiva, 
2003. 
 
VENTURA, L. H. Comércio e contratos eletrônicos: aspectos jurídicos. 2ª ed. 
São Paulo: EDIPRO, 2010. 
 
Bibliografia complementar: 
 
COLEMAN, E. Gabriela. Revoluções silenciosas: o irônico surgimento do 
software livre e de código aberto e a constituição de uma consciência legal 
hacker. In: LEAL, Ondina F.; SOUZA, Rebeca H. V. de. (orgs.) Do regime de 
propriedade intelectual: estudos antropológicos. Porto Alegre/RS: Tomo 
Editorial, 2010. 
 
 KEMMELMEIER, Carolina S.; SAKAMOTO, Priscila Y. Transferência de 
tecnologia e as organizações multilaterais. In: WELBER BARRAL, Luiz O. 
(Org.). Propriedade Intelectual e Desenvolvimento. Florianópolis/SC: 
Fundação Boiteux, 2007. 
 
 MURILLO, Luís F. R. Tecnologia, política e cultura na comunidade brasileira 
de software livre e de código aberto. In: LEAL, Ondina F.; SOUZA, Rebeca H. 
V. de. (orgs.) Do regime de propriedade intelectual: estudos antropológicos. 
Porto Alegre/RS: Tomo Editorial, 2010. 
 
Introdução ao direito, à ciência jurídica e seus conceitos básicos: hierarquia 
de normas, ordenamento jurídico e jurisprudência. 
 
O que é o direito? 
Concepção do fenômeno jurídico por Antônio Machado (2009) e Lyra Filho 
(2006) 
“(...) o conteúdo ou essência mesma do fenômeno jurídico: se é um fenômeno 
estático e reduzido à sua expressão meramente normativa, que parece ser o 
pensamento dominante; ou se, ao contrário, um fenômeno dinâmico e 
multifacetado, com dimensões normativas, mas também política, econômica, 
social e cultural, etc.” (MACHADO, 2009, p. 43). 
Paradigma normativista-positivista  crise do Direito  Perspectiva dialética 
do direito 
 
 Direito versus direito 
 
 Ciência jurídica e suas ramificações: Direito de Informática, Direito 
Civil, Direito Processual Civil, Direito de Propriedade Industrial. 
 
 Hierarquia de normas: A Constituição da República Federativa do Brasil 
 
(CF/88) é a norma geral que orienta as demais normas em nosso país. 
Constituição Federal  Leis Comp. e Ordinárias  Leis delegadas  MP  etc. 
 
 Ordenamento jurídico: 
“É o sistema de normas jurídicas in acto (no ato), compreendendo as fontes de 
direito e todo os seus conteúdos e projeções: é, pois o sistema das normas em 
sua concreta realização (...) pode ser visto como um macromodelo cujo âmbito 
de validade é traçado em razão do modelo constitucional, ao qual devem 
imperativamente se adequar todos modelos jurídicos” (REALE, 2003, p. 
190/197 ). 
 Jurisprudência: 
Conjunto de decisões judiciais sobre as temáticas de competência dos tribunais 
que servem como fundamento para novas demandas/lides, representando o 
entendimento dos juízes, desembargadores, ministros sobre os conflitos que 
lhes são apresentados como base para preencher as lacunas das normas. 
 
UNIDADE I: Legislação sobre informática no ordenamento jurídico 
brasileiro 
1.1– Direito de Informática: definições e diferenças 
“A informação automatizada é vista como um bem negociável que em suas 
distintas manifestações reporta para a necessidade de se legislar a seu respeito, 
reconhecendo-se definitivamente a existência do Direito de Informática” 
(PAESANI, 2012, p. 2). 
“No Direito Digital prevalecem princípios em relação às regras, pois o ritmo de 
evolução tecnológica será sempre mais veloz que o da atividade legislativa(...) 
As características do Direito Digital portanto, são as seguintes: celeridade, 
dinamismo, autorregulamentação, poucas leis, base legal na prática costumeira, 
o uso da analogia e solução por arbitragem (PINHEIRO, 2013,p. 76/80)”. 
 
Informática jurídica: “é o processamento e armazenamento eletrônico das 
informações jurídicas, com caráter complementar ao do operador do Direito; é o 
estudo da aplicação da informática como instrumento (...)” (KAMINSKI, 2002, 
p.1). 
 ≠ 
Direito da informática (Direito Eletrônico, Direito da internet, Direito do 
ciberespaço, Ciberdireito, Dieito online): estuda os valores éticos e as relações 
jurídicas derivadas da informatização latu sensu” (KAMINSKI, 2002, p.1). 
 
1.2 – Lei do Software: benefícios, concessão e obrigações 
Lei 9609/98 – dispõe sobre a proteção da propriedade intelectual de programa 
de computador, sua comercialização no país. 
 
Definição de programa de computador: 
“Art. 1º (...) é a expressão do conjunto organizado de instruções em linguagem 
natural e codificada, contida em suporte físico de qualquer natureza, de 
emprego necessário em máquinas automáticas de tratamento da informação, 
dispositivos, instrumentos ou equipamentos periféricos, baseados em técnica 
digital ou análoga para fazê-los funcionar de modo e para fins determinados”. 
 
Da proteção aos direitos de autor e registro 
 Proteção do direito de propriedade intelectual é pelo direito do autor e 
conexos (art. 2º), independente de registro a proteção é assegurada (art. 
2º, § 3º). 
 Não se aplicam os direitos morais (Art. 22, Lei nº 9610/98). 
 Em qualquer momento, o autor pode reivindicar a paternidade do 
programa e de alterações não autorizadas que resultem em prejuízo ao 
programa ou à sua honra e reputação (art. 2º, § 1º ). 
 Tutela dos direitos: 50 anos contados de 1º de janeiro do ano posterior a 
publicação do registro ou da criação (art. 2º, § 2º ). 
 Direito exclusivo de autorizar ou proibir o aluguel comercial que não se 
esgota com a venda, licença ou outra forma de transferência de cópia do 
programa (art. 2º, § 5º ). 
 Todos esses direitos são aplicados aos estrangeiros domiciliados no 
exterior, desde que o país de origem conceda direitos semelhantes aos 
brasileiros e aos estrangeiros domiciliados no Brasil (art. 2º, § 4º ). 
 Autor do programa ≠ Titular do programa 
 A critério do titular do programa, poderá ser registrado no INPI de 
acordo com o Decreto nº 2556 de 1998. Deve conter, no mínimo, para o 
registro: 
 
“I - os dados referentes ao autor do programa de computador e ao titular, se 
distinto do autor, sejam pessoas físicas ou jurídicas; 
II - a identificação e descrição funcional do programa de computador; e 
III - os trechos do programa e outros dados que se considerar suficientes para 
identificá-lo e caracterizar sua originalidade, ressalvando-se os direitos de 
terceiros e a responsabilidade do Governo (caráter sigiloso)” (art. 3º, § 1º). 
 
 Apresentação da documentação formal do pedido (Dados e 
autorizações), documentação técnica (listagem integral ou parcial do 
código-fonte ou objeto do programa e todas suas especificações) e 
apresentação do pedido no INPI no Estado ou envio para sede no Rio de 
Janeiro. 
 Pedido de registro com até 5 invólucros custa R$590,00 sendo de 
R$235,00 para pessoas naturais, cooperativas, microempresas e empresas 
de pequenos porte. 
 Preços: consultar “Tabela retribuição software” do INPI. 
 Salvo quando outra lei dispuser o contrário, os direitos referentes ao 
programa pertencem exclusivamente ao empregador, órgão público ou 
contratante de serviços durante a vigência do contrato de trabalho, 
vínculo estatutário ou empregatício desde que expressamente destinado 
à pesquisa e desenvolvimento ou ainda que atividade laboral preveja tal 
atividade ou decorra da natureza laborativa (art.4º, caput). 
 
“Art.4º, §2º. Pertencerão, com exclusividade, ao empregado, contratado de 
serviço ou servidor os direitos concernentes a programa de computador gerado 
sem relação com o contrato de trabalho, prestação de serviços ou vínculo 
estatutário, e sem a utilização de recursos, informações tecnológicas, segredos 
industriais e de negócios, materiais, instalações ou equipamentos do 
empregador, da empresa ou entidade com a qual o empregador mantenha 
contrato de prestação de serviços ou assemelhados, do contratante de serviços 
ou órgão público. 
OBS: Esse artigo se aplica aos programas de computador desenvolvidos por 
bolsistas, estagiários e assemelhados (Art. 4º, §3º). 
 
 Salvo estipulação contratual, os direitos sobre as derivações autorizadas 
pelo titular dos direitos de programa de computador, inclusive sua 
exploração econômica, pertencerão à pessoa autorizada que as fizer (Art. 
5º). 
 Art. 6º: Não se configura como ofensa aos direitos do titular do 
programa. 
 
Das garantias aos usuários de programa de computador 
 Todo produto deverá mostrar de forma fácil e legível ao 
usuário/consumidor o prazo de validade técnica da versão do programa 
comercializada (art. 7º); 
 Usuários/consumidores tem direito a prestação de serviços técnicos 
complementares referentes ao adequado funcionamento do programa de 
acordo com suas especificações durante a vigência do prazo de validade 
técnica da versão do programa dentro do território nacional. 
 Quem deve prestar esse serviço?  quem comercializa seja titular dos 
direitos do programa ou só dos direitos de comercialização (art. 8º, 
caput). 
 Caso seja retirada de circulação comercial a versão do programa dentro 
do seu prazo de validade técnica a obrigação de prestação de serviço 
técnico complementar persistirá, salvo se conceder justa indenização por 
prejuízos eventuais a terceiros (art. 8º, § único). 
 
Dos contratos de licença de uso, de comercialização e de transferência de 
tecnologia 
 Uso dos programas de computador no Brasil será realizado mediante 
contrato de licença ou quando não tiver, comprova-se com a 
regularidade do uso com documento fiscal de compra ou licenciamento 
de cópia (art. 9 e § único); 
 Os programas de computador de origem externa deverão fixar nos 
contratos de licença de direitos de comercialização a responsabilidade 
pelos pagamentos de tributos e encargos, assim como a remuneração do 
titular dos direitos do programa (art. 10). Nulidade de cláusulas em 
contratos. 
 Nulidade de cláusulas em contratos (art.10, § 1º). 
 O contratante no Brasil deverá conservar até 5 anos todos os 
comprovantes de pagamentos de tributos, remunerações em moeda 
estrangeira, que comprovará a licitude da comercialização. (art.10, § 1º). 
 No caso de transferência de tecnologia, o INPI fará o registro dos 
contratos para divulgação perante terceiros e no ato da transferência 
fornecer os documentos tecnologia, código-fonte comentado, memorial 
descritivo, especificações funcionais, etc. (art. 11). 
 
Das infrações e das penalidades 
 ”Art. 12. Violar direitos de autor de programa de computador: 
 Pena - Detenção de seis meses a dois anos ou multa. 
 § 1º Se a violação consistir na reprodução, por qualquer meio, de programa 
de computador, no todo ou em parte, para fins de comércio, sem autorização 
expressa do autor ou de quem o represente: 
 Pena - Reclusão de um a quatro anos e multa. 
 § 2º Na mesma pena do parágrafo anterior incorre quem vende, expõe à 
venda, introduz no País, adquire, oculta ou tem em depósito, para fins de 
comércio, original ou cópia de programa de computador, produzido com 
violação de direito autoral. 
 § 3º Nos crimes previstos neste artigo, somente se procede mediante 
queixa, salvo: 
 I - quando praticados em prejuízo de entidade de direito público, 
autarquia, empresa pública, sociedade de economia mista ou fundação 
instituída pelo poder público;II - quando, em decorrência de ato delituoso, resultar sonegação fiscal, 
perda de arrecadação tributária ou prática de quaisquer dos crimes contra a 
ordem tributária ou contra as relações de consumo. 
 § 4º No caso do inciso II do parágrafo anterior, a exigibilidade do tributo, 
ou contribuição social e qualquer acessório, processar-se-á independentemente 
de representação.” 
 
“Art. 13. A ação penal e as diligências preliminares de busca e apreensão, nos 
casos de violação de direito de autor de programa de computador, serão 
precedidas de vistoria, podendo o juiz ordenar a apreensão das cópias 
produzidas ou comercializadas com violação de direito de autor, suas versões e 
derivações, em poder do infrator ou de quem as esteja expondo, mantendo em 
depósito, reproduzindo ou comercializando”. 
 
”Art. 14. Independentemente da ação penal, o prejudicado poderá intentar ação 
para proibir ao infrator a prática do ato incriminado, com cominação de pena 
pecuniária para o caso de transgressão do preceito. 
 § 1º A ação de abstenção de prática de ato poderá ser cumulada com a de 
perdas e danos pelos prejuízos decorrentes da infração. 
 § 2º Independentemente de ação cautelar preparatória, o juiz poderá 
conceder medida liminar proibindo ao infrator a prática do ato incriminado, 
nos termos deste artigo. 
 § 3º Nos procedimentos cíveis, as medidas cautelares de busca e apreensão 
observarão o disposto no artigo anterior. 
 § 4º Na hipótese de serem apresentadas, em juízo, para a defesa dos 
interesses de qualquer das partes, informações que se caracterizem como 
confidenciais, deverá o juiz determinar que o processo prossiga em segredo de 
justiça, vedado o uso de tais informações também à outra parte para outras 
finalidades. 
 § 5º Será responsabilizado por perdas e danos aquele que requerer e 
promover as medidas previstas neste e nos arts. 12 e 13, agindo de má-fé ou por 
espírito de emulação, capricho ou erro grosseiro, nos termos dos arts. 16, 17 e 18 
do Código de Processo Civil.”. 
 
1.3 – Legislação correlata: decretos e portarias 
 
 Lei nº 7.232 de 29/10/84: dispõe sobre a Política Nacional de Informática 
 
- Protecionismo de mercado nacional da informática: medidas contra 
monopólio no setor, reserva de mercado com a definição de “empresas 
nacionais”  A Administração Pública tem que dar preferência aos bens e 
serviços de informática produzidos por empresas nacionais. 
- Regime especial de concessão de incentivos tributários e financeiros para as 
empresas nacionais (art. 4º, VI); 
- Descrição das atividades de informática a serem protegidas pela política: art. 
3º e incisos. 
- Cria o CONIN (Conselho Nacional de Informática e Automação): assessorar a 
Presidência da República quanto à política; propor o Plano Nacional de 
Informática e Automação (triênio); pronunciar-se sobre os currículos mínimos 
da formação profissional e de carreiras; opinar sobre as condições básicas dos 
atos e contratos na área de informática, entre outras; 
- Fundo Especial de Informática e Automação: para investir nas atividades de 
pesquisa e empregar na política; 
- Proteção ao direito do consumidor  Garantia da qualidade técnica de bens e 
serviços, inclusive arcando com o ônus da prova dessa qualidade; fornecimento 
de partes e peças, prestação de serviço técnico até 5 anos depois da fabricação 
do produto (art. 23). 
 
 Lei de Informática (nº 8248 de 23/10/1991) 
- Altera significativamente a Lei anterior, a Lei n. 7.232/84 e dispõe sobre a 
capacitação e competitividade do setor de informática e automação; 
- Administração Pública Direta e Indireta, fundações e organizações de controle 
direito ou indireto da União darão preferência nas aquisições de bens e serviços 
de informática e automação por empresas nacionais; 
 - Revoga diversos artigos (9º e 22) da Lei anterior, pressupõe-se a indicação 
formal de extinguir a reserva de mercado e as medidas protecionistas 
(PAESANI, 2012); 
- Concessão de benefícios  para o CNPQ e demais entidades sem fins 
lucrativos de fomento, coordenação e execução de pesquisa científica concede 
isenção de IPI nas compras de equipamentos, máquinas, aparelhos, 
instrumentos, peças e acessórios produzidos no Brasil; 
- Para se beneficiar das isenções e incentivos fiscais (Geral)  investimento 
anual de 5% do faturamento bruto no mercado interno (da comercialização de 
bens e serviços de informática) em atividades de pesquisa e desenvolvimento 
de tecnologia da informação no Brasil; 
- Aplicação do percentual mínimo de 2,3% em convênios com instituições de 
pesquisa e ensino brasileiras; preferencialmente nas áreas da SUDAM, SUDENE 
e região Centro-Oeste; recursos para a Fundação (FNDCT); e projetos 
estratégicas na área de segurança da informação. 
- Definição de bens e serviços de informática e automação  art. 16-A; 
 - Esta Lei não se aplica às mercadorias dos segmentos de áudio; áudio e vídeo; 
lazer e entretenimento, de acordo com a lista exposta no art. 16-A, § 1º, I a XVI. 
Aspecto inovadores da Lei: 
 a política de informática no Brasil incentiva a parceria entre indústria, 
universidade, governo e sociedade no desenvolvimento tecnológico do país 
(PAESANI, 2012). 
  com a extinção das regras de reserva de mercado possibilita a abertura para 
importação, transferência de tecnologia, da atuação das „joint ventures’ 
tecnológicas, só não foi eliminada a barreira fiscal (alíquota de 45% IPImp) 
(PAESANI, 2012). 
 
 Lei 10.176 de 2001 (altera a Lei 8248/91) 
- Concessão de benefícios fiscais para as empresas que investirem em projetos 
de expansão na área de informática; 
- Prevê medidas para redução da importação e estímulo aos projetos de 
desenvolvimento tecnológico no país; 
- A Lei é acompanhada de 194 Portarias com concessão de incentivos fiscais 
para indústria nacional; 
- A concessão dos incentivos fiscais é condicionada existência de processo 
produtivo básico (PPB)a ser aprovado pelo Poder Executivo, de sistemas de 
qualidade (proteção do consumidor) e programas de participação dos 
trabalhadores nos lucros e nos resultados (PAESANI, 2012, p. 36). 
 
“Processo Produtivo Básico - PPB é o conjunto mínimo de operações, no 
estabelecimento fabril, que caracteriza a efetiva industrialização de 
determinado produto” (Art. 16 do Decreto 5906/06). 
Obs: Grupo Técnico Interministerial, GT-PPB. 
 
Redução progressiva dos incentivos fiscais: 
A redução do IPI no período de 2006 a 2009 era de 70% do imposto devido; 
Nas regiões abrangidas pela SUDAM, SUDENE e do Centro-Oeste a redução do 
IPI foi até 2003; 
Redução de 95% até 2004 para projetos aprovados após a promulgação desta lei; 
de 85% em 2009 quando foi extinta; 
Crédito de IPI quanto às matérias-primas, produtos intermediários e de 
embalagem. 
Para os bens de informática produzidos na região Centro-Oeste e nas áreas de 
abrangência da ADA (Agência de Desenvolvimento da Amazônia) e da ADENE 
(Agência de Desenvolvimento do Nordeste), a redução do IPI será de: 95% do 
imposto devido de 01/01/04 a 31/12/14; 
90% de 01/01 a 31/12/15 e, 
de 85% 01/01/16 a 31/12/19. 
 
Outras normas jurídicas: 
 Lei nº 8741 de 1993: dispõe sobre a composição e estrutura do CONIN, o 
Conselho Nacional de Informática e Automação; 
 O Decreto 96036 de 1988: regulamenta matérias já contempladas pela Lei 
do Software; 
 Decreto nº 84067 de 1979: cria a Secretaria Especial de Informática (SEI) 
como órgão complementar do Conselho de Segurança Nacional. 
OBS: Para acesso a toda legislação brasileira sobre tecnologia da 
informação/automação  Portaldo MCTI  Tecnologia da Informação e 
Comunicação  Legislação selecionada 
 
1.4 – Competência institucional: Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação 
 
MCTI  SEPIN  CGPC 
 Ministério da Ciência, Tecnologia e Informação (MCTI): criado em 1985 com a 
competência sobre política nacional de pesquisa científica, tecnológica e 
inovação; planejamento, coordenação, supervisão e controle das atividades da 
ciência e tecnologia; política de desenvolvimento de informática e automação; 
política nacional de biossegurança; política espacial; política nuclear e controle 
da exportação de bens e serviços sensíveis. 
 
 Secretaria de Política de Informática: 
Compete à SEPIN, entre outras atribuições, propor e implementar ações de 
políticas públicas e projetos nacionais e internacionais para o setor de 
Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs), coordenando e 
acompanhando as medidas necessárias à execução da Política Nacional de 
Informática e Automação e o desenvolvimento do setor de Software. 
 Coordenação-Geral de Serviços de Programas de Computador (CGPC): 
propõe, implementa, coordena e avalia políticas de incentivos fiscais, 
fortalecimento e consolidação de micros, pequenas e médias empresas, software 
livre, programas de qualidade e de avaliação de conformidade, de capacitação 
tecnológica, de acesso a internet e de desenvolvimento social, cultural e 
econômico que visem ao desenvolvimento dos setores de serviços intensivos em 
tecnologia da informação e de programas de computador no País. 
 
Exemplos: 
Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade de Software 
tem objetivo de estimular a adoção de normas, técnicas , métodos e ferramentas 
de qualidade e de Engenharia de Software para melhorar a qualidade de 
produtos, processos e serviços de software no país aumentando a 
competitividade no mercado nacional no âmbito internacional. 
Composto por setores privado, academia, voluntários, setores do governo e 
Administração Pública indireta (CEF, ECT, etc.), Eletronorte, entre outros. 
Na região Norte  ALTSoluções, DrTECH, FabriQ, QUALITY, SOLTIN, 
ATECH, BenQ, ICON STI, SB Software. 
 
Programa para Promoção da Excelência do Software Brasileiro 
 
A SOFTEX (Associação para Promoção da Excelência do Software Brasileiro) é 
uma OSCIP, cujo objetivo é de executar, promover, fomentar e apoiar 
atividades de inovação e desenvolvimento científico e tecnológico, de geração e 
transferência de tecnologias e de promoção do capital humano, através da 
educação, cultura e treinamento, de natureza técnica e mercadológica, com foco 
no setor de software e serviços de TI, visando o desenvolvimento deste setor no 
Brasil e a inserção do setor e do país na economia mundial. 
Criada em 1996, foi considerada pelo MCTI como gestora do Programa para 
promoção de exportação do software brasileiro. Além de promover projetos na 
área de empreendedorismo, associativismo e qualidade, inteligência estratégica 
para o setor de software e TI., se sustenta a partir de recursos do CNPq, BNDES, 
SEBRAE, BID. 
Site: http://www.softex.br/

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