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APOSTILA ADMINISTRACAO FINANCEIRA E ORCAMENTARIA - Marcos Serpa

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Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 2 de 129 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Esta é uma obra simples, dirigida principalmente a estudantes de economia, 
administração de empresas e ciências contábeis, que objetiva dar um roteiro para o estudo 
da administração financeira. 
Sua elaboração foi calcada nas obras de diversos autores, cujo conteúdo serve de 
base e estímulo para estudantes do mundo inteiro. 
Na medida em que se teve que adaptá-las à realidade brasileira, assim o fez-se, 
incluindo alguns assuntos e excluindo outros, sempre acreditando estar selecionando o 
necessário para a carga horária de graduação na matéria dentro dos padrões de ensino da 
educação universitária brasileira. 
Desculpamos-nos antecipadamente por qualquer erro que esta obra possa conter, 
solicitando dos leitores que ao perceberem algum, nos informem através do e-mail 
marcos_serpa@yahoo.com.br, pelo que desde já agradecemos. 
 
O autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 3 de 129 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
1.1. CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 06 
1.2. O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 07 
1.3. MERCADOS 09 
1.4. SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL 10 
1.5. ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS 15 
1.6. TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 16 
1.6.1. Sociedades Anônimas 16 
1.6.2. Sociedades por Cotas de Participação Limitada 22 
1.6.3. Firmas Individuais 22 
1.7. CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE X LIQUIDEZ 23 
1.8. AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS 24 
1.9. DIAGRAMA DOS FLUXOS FINANCEIROS 26 
1.10. CICLOS FINANCEIROS 27 
 
2. ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA DE CURTO PRAZO 
 
2.1. ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE 29 
2.2. CAPITAL DE GIRO 31 
2.3. ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO 34 
2.4. ANÁLISE DA EVOLUÇÃO DO CAPITAL DE GIRO 37 
 2.5. O PROCESSO DE PLANEJAMENTO FINANCEIRO 39 
 
3. ORÇAMENTOS 
 
3.1. INTRODUÇÃO 43 
3.2. ORÇAMENTO EMPRESARIAL 45 
3.3. ELABORAÇÃO DE ORÇAMENTO EMPRESARIAL 48 
3.4. ORÇAMENTO DE VENDAS 49 
3.5. ORÇAMENTO DE PRODUÇÃO 50 
3.6. ORÇAMENTO DE CONSUMO DE MATÉRIAS PRIMAS 50 
3.7. ORÇAMENTO DE COMPRAS 51 
3.8. OAMENTO DE MÃO-DE-OBRA DIRETA 52 
3.9. ORÇAMENTO DE CUSTOS INDIRETOS DE FABRICAÇÃO 53 
3.10. ORÇAMENTO DOS ESTOQUES FINAIS 54 
3.11. ORÇAMENTO DAS DESPESAS OPERACIONAIS 55 
3.12. ORÇAMENTO DAS DESPESAS DE CAPITAL 55 
3.13. ORÇAMENTO DOS CUSTOS DOS PRODUTOS VENDIDOS 56 
3.14. ORÇAMENTO DE CAIXA 56 
3.15. CONTROLE ORÇAMENTÁRIO 57 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 4 de 129 
 
4. PROJEÇÕES FINANCEIRAS 
 
4.1.PROJEÇÃO DO RESULTADO DO EXERCÍCIO 58 
4.2.PROJEÇÃO DO BALANÇO PATRIMONIAL 58 
 
5. ADMINISTRAÇÃO DE CAIXA 
 
5.1.INTRODUÇÃO 58 
5.2.ESTRATÉGIAS DE CAIXA 60 
5.3.SALDO MÍNIMO DE CAIXA 62 
5.4.MONTAGEM DO FLUXO DE CAIXA... 62 
5.5.COMPARATIVO ENTRE O RESULTADO... 64 
5.6.MODELO FINANCEIRO DE PROJEÇÃO DAS NECESSIDADES... 65 
5.7.FONTES DE CAIXA 67 
5.7.1. Operações com Desconto de Duplicatas 68 
5.7.2. Taxas do Mercado Aberto 70 
5.7.3. Operações “Hot Money” 71 
5.7.4. “Floating” Bancário 72 
5.7.5. Crédito Rotativo 73 
5.7.6. Leasing 73 
 
6. ADMINISTRAÇÃO DO CONTAS A RECEBER 
 
6.1.CONCESSÃO DE CRÉDITO 75 
6.2.SELEÇÃO DE CRÉDITO 77 
6.3.EFEITO DAS POLÍTICAS DE CRÉDITO 78 
6.4.ESTUDOS SOBRE A FLEXIBILIZAÇÃO DO CRÉDITO 79 
 
7. ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 
 
7.1.INTRODUÇÃO 82 
7.2.DIFERENTES ENFOQUES SOBRE ESTOQUES 83 
7.3.ESTOQUE COMO INVESTIMENTO 83 
7.4.CUSTO DE ESTOQUES 84 
7.5.RELAÇÃO ESTOQUES X DUPLICATAS A RECEBER 85 
7.6.SISTEMAS DE ADMINISTRAÇÃO DE ESTOQUES 85 
7.7.SELEÇÃO DE COMPRAS 90 
7.8.CÁLCULO DA TAXA DE EQUILÍBRIO PARA COMERCIALIZAÇÃO 92 
 
8. PONTO DE EQUILÍBRIO E ALAVANCAGEM 
 
8.1.PONTO DE EQUILÍBRIO – CONCEITUAÇÃO E CÁLCULO 95 
8.2.ALAVANCAGEM 98 
8.2.1. ALAVANCAGEM OPERACIONAL 99 
8.2.2. GRAU DE ALAVANCAGEM OPERACIONAL 100 
8.2.3. ALAVANCAGEM FINANCEIRA 101 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 5 de 129 
8.2.4. GRAU DE ALAVANCAGEM FINANCEIRA 102 
8.2.5. ALAVANCAGEM TOTAL 102 
8.2.6. GRAU DE ALAVANCAGEM TOTAL 103 
 
9. BIBLIOGRAFIA 105 
 
10. EXERCÍCIOS DE FIXAÇÃO 107 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 6 de 129 
 
 
 
1.1 CONCEITOS E PAPEL DA ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
Quando se pretende administrar financeiramente uma empresa, tem-se que ter em 
mente todo um conjunto de decisões que norteará seu rumo. Estas decisões são calcadas no 
estudo da movimentação de fundos, e pressupõem-se duas rotas básicas: as decisões de 
financiamento e as de investimento. As primeiras estão correlacionadas com as atividades 
de captação de recursos e as segundas com as atividades de aplicação de recursos. Ambas 
as atividades podem ser estudadas no curto e no longo prazo, dependendo de suas 
características. Os recursos captados, por sua vez, podem ser próprios ou de terceiros, o que 
implica num estudo mais aprofundado para determinar qual o mais viável. 
Assim sendo, podemos definir FINANÇAS, como a arte e a ciência de administrar 
fundos, ou a ciência que estuda a movimentação financeira entre os agentes econômicos. 
Estes agentes podem ser instituições, mercados ou instrumentos envolvidos na transferência 
de fundos entre pessoas, empresas e governos. 
A ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA, por sua vez, é a ciência cuja finalidade é 
maximizar a riqueza dos proprietários, gerindo com competência seus recursos. A empresa 
deverá proporcionar aos seus donos o maior retorno possível sobre seus investimentos. 1 
 A administração financeira, assim como a maioria das ciências, é fruto do 
aprofundamento natural dos estudos no processo de desenvolvimento da humanidade. 
Nasceu com as teorias econômicas para após, com as teorias de Taylor, Fayol e Ford, 
caminhar para sua independência, com forte ascensão após a grande depressão americana 
dos anos 1929/30. Estudos de fluxos de caixa, investimentos e retornos, foram 
transformando a teoria da administração financeira em uma ciência independente. A 
dissociação total está ligada aos estudos de Modigliani e Miller aos quais se convencionou 
chamar de Moderna Teoria de Finanças. Por fim, os estudos de risco que se desenvolveram 
a partir da Teoriado Portfólio, patrocinada principalmente por Markowitz e Sharpe, e 
permitiram fechar o esboço no qual trafega a moderna administração financeira.Esta ciência 
atua em colaboração estreita com outras ciências tais como2: 
• Contabilidade – Ciência que subsidia as decisões financeiras com os dados de seus 
demonstrativos e relatórios. 
• Matemática Financeira – Ciência que situa os números das finanças no tempo e 
facilita seu entendimento. 
• Estatística – Ciência que colabora com seus dados e previsões às decisões de cunho 
administrativo/financeiro. 
 
1
 Ver mais em Assaf Neto, 2002 pp 46 -47. 
2
 Ver mais em Silva, 2001 pp 30-31. 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 7 de 129 
• Economia – Ciência que ensina como a empresa deve se colocar dentro das 
variáveis econômicas e das leis que a regem. 
• Direito – Ciência que orienta o disciplinamento legal dos procedimentos 
administrativo/financeiros. 
• Informática – Ciência recente, mas de grande utilidade para o administrador 
financeiro pela rapidez e confiança no ordenamento de dados e elaboração de 
relatórios. 
 
1.2 O ADMINISTRADOR FINANCEIRO 
 
A administração financeira pressupõe pessoas qualificadas que administrem as 
decisões necessárias ao seu funcionamento. Estas decisões, via de regra, estão ligadas a 
atividades que envolvem recursos financeiros direta ou indiretamente. Podemos catalogá-
las em três atribuições principais: 
• Planejamento, análise e controle. 
• Decisões de investimento. 
• Decisões de financiamento. 
As atribuições de PLANEJAMENTO, ANÁLISE E CONTROLE consistem em 
visualizar no futuro as conseqüências financeiras dos atos presentes, analisar os resultados 
apresentados e fazer com que o planejamento seja aplicado de maneira adequada, 
monitorando sua aplicação. A consulta aos demonstrativos contábeis, permite estudar os 
dados registrados e suas projeções. O orçamento empresarial, uma ferramenta de grande 
importância, ajuda também ao administrador financeiro orientar financeiramente a empresa. 
A análise dos relatórios contábeis e gerenciais denuncia possíveis desvios de roteiro do 
planejamento, que devem ser corrigidos nas proporções e tempo requeridos. 
A atribuição de selecionar INVESTIMENTO existe em decorrência das decisões 
político-administrativas da empresa, e delimitam o montante de recursos a serem aplicados 
em decorrência daquelas decisões. Esta atribuição administra os ativos tangíveis e 
intangíveis que são uma constante preocupação na administração financeira. A aquisição, a 
depreciação, o risco, o retorno, todos estes itens devem ser questionados, como forma de 
manter a melhor produtividade e os menores custos. 
A atribuição de buscar FINANCIAMENTO executa a seleção do menor custo para 
viabilização da função anterior. Os financiamentos a longo e a curto prazo devem ser 
pesquisados para se evitar custos desnecessários em épocas desnecessárias. O equilíbrio do 
Balanço Patrimonial deve ser sempre perseguido como forma de se ter uma interação entre 
fontes e aplicação de recursos. 
 
O administrador financeiro utiliza basicamente duas funções financeiras: As funções 
de tesouraria e as funções de controladoria. Dentre as principais funções de 
TESOURARIA destacam-se: 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 8 de 129 
• Orçamento de caixa 
• Cadastro 
• Câmbio 
• Financiamento 
• Investimento 
• Crédito e Cobrança 
• Relacionamento com instituições financeiras 
 
Dentre as principais funções de CONTROLADORIA (O termo vem do inglês 
controller), destacam-se: 
• Administração de custos e preços 
• Auditoria interna 
• Contabilidade 
• Orçamento Geral 
• Controle Patrimonial 
• Planejamento tributário 
• Relatórios gerenciais 
 
Estas funções variam em função do porte da empresa. Em empresas pequenas, os sócios 
se incumbem de muitas destas funções, e a contabilidade geralmente é terceirizada. Nas 
grandes empresas, as funções se subdividem, na maioria das vezes, conforme organograma 
a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Conselho de Administração 
 
Diretor de Vendas 
Diretor 
Administrativo-
Financeiro 
Diretor de 
Produção 
Tesoureiro Controller 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 9 de 129 
1.3 MERCADOS3 
 
A Administração Financeira está inclusa em complexos mecanismos de 
funcionamento que se denominam mercados. Os mercados financeiros podem ser 
distribuídos da seguinte maneira: 
• MERCADO MONETÁRIO – É o mercado de curto e curtíssimo prazo. Caracteriza-
se pelas políticas de controle da oferta da moeda e das taxas de juros que garantem 
sua liquidez. Quem executa e controla estas políticas é o Banco Central através dos 
seguintes instrumentos: 
o Depósito compulsório 
o Redesconto ou empréstimo de liquidez 
o Mercado Aberto (Open Market) 
o Controle e seleção de crédito 
O depósito compulsório regula o multiplicador bancário através de reserva 
obrigatória de recolhimento de depósitos e recursos de terceiros determinado pelo 
CMN através de percentuais. 
O redesconto ou empréstimo de liquidez é o socorro que o Banco Central fornece 
à rede bancária para atender às necessidades de caixa. 
As operações de mercado aberto é um ágil instrumento de política monetária pelo 
qual o BC pode regular o fluxo de recursos de mercado através de operações 
overnight. 
O controle e a seleção de crédito se dá através do controle de volume e destino do 
crédito, controle das taxas de juros, fixação de limites e condições de crédito. 
 
• MERCADO DE CRÉDITO – É o mercado que tem como objetivo suprir as 
necessidades de recursos da economia através dos agentes econômicos que 
interligam poupadores e tomadores. Neste mercado se destacam os bancos 
comerciais e múltiplos. 
 
• MERCADO DE CAPITAIS – É um mercado predominantemente de longo prazo. 
Seu principal ambiente é a Bolsa de Valores. Divide-se em primário, quando as 
operações são realizadas ali pela primeira vez e secundário, quando são realizadas 
nas demais oportunidades. As operações também podem ser realizadas por 
instituições financeiras e seus recursos podem ser destinados para giro ou para o 
permanente das empresas. 
 
• MERCADO CAMBIAL – É o mercado que envolve a contrapartida do mercado 
internacional. Inclui agentes econômicos variados como importadores e 
exportadores, investidores e instituições financeiras. 
 
 
 
 
 
3
 Ver mais em Gitman, 1997 pp 4 – 24; Cherubim et al, 2002 pp 4 – 26; Fortuna, 2002 pp 45-60. 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 10 de 129 
 
1.4 SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL4 
 
Até 1964 o Sistema Financeiro Nacional carecia de uma estruturação racional para 
administrar suas necessidades. A partir de então foi montado um organograma funcional 
para disciplinar e entender as entidades participantes que é distribuído da maneira a seguir: 
 
A. SISTEMA NORMATIVO 
• ConselhoMonetário Nacional* - CMN 
• Banco Central do Brasil - BACEN 
• Comissão de Valores Mobiliários - CVM 
• Superintendência de Seguros Privados - SUSEP 
• Banco do Brasil - BB 
• Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social - BNDES 
• Caixa Econômica Federal - CEF 
 
Apenas como adendo, informa-se que O CMN é órgão de natureza política e 
altamente mutável em virtude dos governos eleitos, e teve nos últimos anos a seguinte 
formação: 
 
Presidente Número de membros 
Castelo Branco 6 
Costa e Silva 4 
Garrastazu Médici 10 
Ernesto Geisel 8 
Figueiredo 8 
José Sarney 15 
Fernando Collor 11 
Itamar Franco 13 
Fernando Henrique Cardoso 3 
Luís Inácio Lula da Silva 3 
 
Os atuais membros são: 
• Presidente: Ministro da Fazenda 
• Membro: Ministro de Planejamento, Orçamento e Gestão 
• Membro: Presidente do Banco Central 
 
 
 
4
 Ler mais em Hoji, 2001, pp 34-41 e Fortuna, 2002, pp 11-43. 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 11 de 129 
B. SISTEMA DE INTERMEDIAÇÃO 
 
• BANCOS 
o Comerciais 
o Múltiplos 
o Caixas Econômicas 
o De Desenvolvimento 
o De Investimento 
 
• INSTITUIÇÕES FINANCEIRAS NÃO BANCÁRIAS 
o Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos 
o Sociedades de Arrendamento Mercantil (Leasing) 
o Cooperativas de Crédito 
 
• POUPANÇA E EMPRÉSTIMO 
o Sociedade de Crédito Imobiliário 
o Associação de Poupança e Empréstimo 
 
• MERCADO DE CAPITAIS 
o Bolsa de Valores 
o Bolsa de Mercadorias e de Futuros 
o Sociedade Corretora 
o Sociedade Distribuidora 
o Agentes Autônomos de Investimento 
 
• INSTITUIÇÕES NÃO FINANCEIRAS 
o Sociedade de Fomento Comercial (Factoring) 
o Seguradoras 
o Sociedades de Capitalização 
o Agências de fomento ou desenvolvimento 
o Fundos mútuos de investimento 
o Entidades abertas ou fechadas de previdência complementar 
o Administradora de Cartão 
o Consórcios 
 
O Conselho Monetário Nacional – CMN é o órgão máximo do Sistema Financeiro 
Nacional. Sua missão é definir as diretrizes de funcionamento do Sistema Financeiro 
Nacional e formular toda a política da moeda e crédito da economia, visando atender a seus 
interesses econômicos e sociais. 
O Banco Central é o principal órgão executivo do CMN funcionando como sua 
secretaria executiva. É órgão fiscalizador do mercado financeiro e executor da política 
monetária do governo. 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 12 de 129 
A Comissão de Valores Mobiliários – CVM controla e fomenta o mercado de 
valores mobiliários, atingindo as instituições financeiras, as companhias de capital aberto e 
os investidores. 
A Superintendência de Seguros Privados – SUSEP é o órgão responsável pelo 
controle e fiscalização do mercado de seguros, previdência privada aberta e capitalização. 
O Banco do Brasil até janeiro de 1986 assemelhava-se a uma autoridade monetária 
mediante ajustamentos da conta movimento do BACEN e do Tesouro Nacional. Hoje, é um 
banco comercial comum, embora responsável pela Câmara de Compensação. 
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social – BNDES é 
responsável pela política de investimentos de longo prazo do Governo e também pela 
gestão do processo de privatização. É a principal instituição financeira de fomento do Brasil 
por impulsionar o desenvolvimento econômico, atenuar desequilíbrios regionais, promover 
o crescimento das exportações, dentre outras funções. 
A Caixa Econômica Federal - CEF caracteriza-se por estar voltada ao 
financiamento habitacional e ao saneamento básico, além de controlar as loterias. É um 
instrumento governamental de financiamento social. 
Os bancos comerciais e múltiplos são intermediários financeiros que transferem 
recursos dos agentes superavitários para os deficitários, mecanismo esse que acaba por criar 
moeda através do efeito multiplicador. Eles podem descontar títulos, realizar operações de 
abertura de crédito simples ou em conta corrente, realizar operações especiais de crédito 
rural, de câmbio e comércio internacional, captar depósitos à vista e a prazo fixo, obter 
recursos junto às instituições oficiais para repasse aos clientes, etc. 
As Caixas Econômicas Estaduais têm, em círculo mais restrito, as atribuições da 
Caixa Econômica Federal. São agentes econômicos que estão desaparecendo do mercado. 
Os Bancos de Desenvolvimento, cujo principal agente é o já citado BNDES, são os 
principais agentes de financiamento do governo federal. Destacam-se os bancos regionais 
de desenvolvimento como, por exemplo, o Banco do Nordeste do Brasil (BNB), o Banco da 
Amazônia (BASA), e o Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDES). 
Os Bancos de Investimento captam recursos através de emissão de CDB e RDB. 
Esses recursos são direcionados a empréstimos e financiamentos específicos à aquisição de 
bens de capital pelas empresas ou subscrição de ações e debêntures. Os Bancos de 
Investimento não podem destinar recursos a empreendimentos mobiliários e têm limites 
para investimentos no setor estatal. 
As Sociedades de Crédito Financeiro e Investimentos, as “financeiras” captam 
recursos através de letras de câmbio e sua função é financiar bens de consumo duráveis aos 
consumidores finais (crediário). Tratando-se de uma atividade de alto risco, seu passivo é 
limitado a 12 vezes seu capital mais reservas. 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 13 de 129 
As Sociedades de Arrendamento Mercantil trabalham com operações de 
“leasing”, que se trata de locação de bens de forma que, no final do contrato, o locatário 
pode renová-lo, adquirir o bem por um valor residencial ou devolver o bem locado à 
sociedade. Atualmente, tem sido comum operação de leasing em que o valor residual é 
pago de forma diluída ao longo do período contratual ou de forma antecipada, no início do 
período. As Sociedades de Arrendamento Mercantil captam recursos através da emissão de 
debêntures, com características de longo prazo. 
As Cooperativas de Crédito equiparam-se às instituições financeiras. As 
cooperativas normalmente atuam em setores primários da economia ou são formadas entre 
os funcionários das empresas. No setor primário, permitem uma melhor comercialização 
dos produtos rurais e criam facilidades para o escoamento das safras agrícolas para os 
consumidores. No interior das empresas em geral, as cooperativas oferecem possibilidades 
de crédito aos funcionários, os quais contribuem mensalmente para a sobrevivência e 
crescimento da mesma. Todas as operações facultadas às cooperativas são exclusivas aos 
cooperados. 
As Sociedades de Crédito Imobiliário, ao contrário das Caixas Econômicas, essas 
sociedades são voltadas ao público de maior renda. A captação ocorre através de Letras 
Imobiliárias, depósitos de poupança e repasses de CEF. Esses recursos são destinados, 
principalmente, ao financiamento imobiliário direto ou indireto. 
As Associações de Poupança e Empréstimo são sociedades civis onde os 
associados têm direito à participação nos resultados. A captação de recursos ocorre através 
de caderneta de poupança e seu objetivo é principalmente financiamento imobiliário. 
As Bolsas de Valores são entidades físicas, constituídassob a forma de associações 
civis sem fins lucrativos, com responsabilidades e funções de interesse público. As bolsas 
operam em três tipos preferenciais de mercado: 
• Mercado à vista – Onde a entrega dos títulos do vendedor ao comprador é 
efetuada no segundo dia útil após o fechamento do negócio na Bolsa. O 
pagamento da ação pelo comprador deve ocorrer no 3º dia útil após a 
negociação. 
• Mercado a termo – Onde a liquidação das operações ocorre em prazos 
diferidos, em geral 30, 60 ou 90 dias. Para operar neste mercado é exigido, 
tanto do comprador quanto do vendedor, um depósito de valores como 
margem de garantia da operação. 
• Mercado de opções – Onde se negocia os direitos de compra ou venda futura 
de ações a um preço pré-estabelecido. O comprador de uma opção de 
compra de ações, por exemplo, adquire até a data limite de vencimento da 
operação o direito de comprar o lote objeto de ações. O comprador de uma 
opção de venda, por outro lado, poderá exercer o seu direito de vender os 
papéis objetos na data de vencimento da opção. A principal contribuição 
deste mercado é a proteção contra o risco (hedge). 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 14 de 129 
A Bolsa de Mercadorias e de Futuros é a bolsa cujo objetivo é organizar 
operacionalizar e desenvolver um mercado de futuros (commodities, taxas de juros, taxas 
de câmbio, metais, índice de ações e de conjuntura) livre e transparente. Mantém as 
seguintes modalidades de operação: Futuro, opções sobre o disponível, opções sobre futuro, 
termo e disponível ou à vista (spot). 
As Sociedades Corretoras são instituições membros das Bolsas de Valores 
habilitadas para operar em seus pregões por conta própria e determinadas por seus clientes, 
por meio de negociações com títulos e valores mobiliários. 
As Sociedades Distribuidoras têm uma faixa operacional mais restrita do que as 
corretoras e não têm acesso às Bolsas de Valores e de Mercadorias. 
Os Agentes Autônomos de Investimento são pessoas físicas, credenciadas por 
Bancos de Investimentos, Sociedades de Crédito, Financiamento e Investimento, 
Sociedades de Crédito Imobiliário, Sociedades Corretoras e Distribuidoras que exercem 
atividades por conta e ordem de quem os credenciou. 
As Sociedades de Fomento Comercial são conhecidas como “factoring”, e operam 
na venda de um direito de crédito, feita diretamente pelo detentor deste crédito (o sacador) 
a uma instituição compradora (o factor). Esta fornece os recursos ao sacador, mediante um 
deságio sobre o valor de face deste direito de crédito, que pode ser, por exemplo, uma 
duplicata ou cheque. 
As Seguradoras operam o sistema de seguros do país e são regidas pelo Decreto-
Lei nº. 73 de 21/11/66 e suas alterações posteriores. Não estão sujeitas à falência nem 
podem impetrar concordata além de não poderem explorar qualquer outro ramo de 
comércio ou indústria. 
As Sociedades de Capitalização são sociedades mercantis cujo objetivo é fornecer 
ao público, de acordo com planos aprovados pelo Governo Federal, a constituição de um 
capital mínimo perfeitamente determinado em cada plano. Este capital é pago em moeda 
corrente num prazo máximo indicado no mesmo plano, à pessoa que possuir um título, 
segundo cláusulas e regras aprovadas e mencionadas nos próprios títulos. DL 261, de 
28.2.1967. 
As Agências de Fomento ou Desenvolvimento são constituídas e funcionam sob as 
regras da Resolução nº. 2.828 de 30/03/2001. Realizam operações de financiamento de 
capital fixo e de giro associados a projetos na unidade da federação onde tenha sede. 
Prestam garantias e serviço de consultoria e ainda administram fundos de desenvolvimento, 
observando o disposto no Art. 35 da LC 101 de 04/05/2000. 
As Administradoras de Cartão não são empresas financeiras, e sim empresas 
prestadoras de serviços, que fazem a intermediação entre os portadores de cartões, os 
estabelecimentos afiliados, as bandeiras (Visa, Mastercard, etc.) e as instituições 
financeiras. 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 15 de 129 
Os Consórcios. A atividade de consórcio é uma invenção brasileira, hoje difundida 
no mundo inteiro. Diversos são os instrumentos legais de regulamentação da atividade. A 
Circular nº. 3.070 e seus regulamentos estabelecem as regras e condições para a concessão 
de autorização para administrar grupos de consórcios e outros aspectos societários 
relacionados ao assunto. 
Os Fundos Mútuos de Investimentos são constituídos sob a forma de condomínio 
aberto ou fechado e representam a reunião de recursos de poupança, destinados à aplicação 
em carteira diversificada de títulos e/ou valores mobiliários, com o objetivo de propiciar 
aos seus condôminos a valorização de cotas, a um custo global mais baixo, ao mesmo 
tempo em que tais recursos se constituem em fonte de recursos para investimento em 
capital permanente das empresas. 
As Empresas Abertas ou Fechadas de Previdência Complementar são 
instituições restritas a determinado grupo contribuintes ou não, com o objetivo de 
valorização de seu patrimônio, para garantir a complementação da aposentadoria e, por esta 
razão, orientadas a aplicar parte de suas reservas técnicas no mercado financeiro e de 
capitais. 
1.5 ORDENAMENTO JURÍDICO DAS EMPRESAS 
De acordo com o novo Código Civil, as empresas, denominadas pessoas jurídicas, 
estão divididas em Pessoas Jurídicas de Direito Privado e de Direito Público Interno ou 
Externo. Pertence ao Direito Público Interno: a União, Estados, Distrito Federal, 
Territórios, Municípios, Autarquias e demais entidades públicas criadas por lei. São pessoas 
de direito público externo os estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo 
direito internacional público. As Pessoas Jurídicas de Direito Privado dividem-se em 
associações, sociedades e fundações. As sociedades, por sua vez, subdividem-se em 
personificadas e não personificadas. Ao segundo grupo pertence a Sociedade em Conta de 
Participação. Ao primeiro grupo pertencem as Sociedades Simples, Em Nome Coletivo, 
Comandita Simples, Limitada, Anônima, Comandita por Ações e Cooperativas. 
Segundo o Novo Código Civil (Lei nº. 10.406/02) Sociedade Simples é a sociedade 
constituída por pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir com bens e serviços, 
para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados, não tendo por 
objeto o exercício de atividade própria de empresário (Art. 981 e 982). 
Sociedade Empresária (Art.983) tem por objeto o exercício de atividade própria de 
empresário sujeita a registro, inclusive a sociedade por ações, independentemente de seu 
objeto, devendo inscrever-se na Junta Comercial do respectivo Estado. Isto é, Sociedade 
Empresária é aquela que exerce profissionalmente atividade econômica organizada para a 
produção ou circulação de bens ou de serviços, constituindo elemento de empresa. Divide-
se em: Comandita Simples, Em Comandita por Ações, De Capital e Indústria, em Nome 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 16 de 129 
Coletivo, Limitada, Anônima e Cooperativa. O presente estudo será desenvolvido no 
ambiente das Sociedades Anônimas. 5 
 
 União 
 De Direito Interno Estados 
 Público Municípios 
 Autarquias e demais entidades criadas por leiExterno – Estados estrangeiros e pessoas regidas pelo dir. pub. internacional 
Pessoas Associações 
Jurídicas Fundações 
 Simples 
 Em Nome Coletivo 
 Em Comandita Simples 
 De Direito Personificadas Limitada 
 Privado Sociedades Anônima 
 Em Comandita por Ações 
 Cooperativas 
 De Capital e Indústria 
 Não 
 Personificadas Sociedades em Conta de Participação 
 
 
1.6 TIPOS DE SOCIEDADES MAIS CONSTITUÍDAS NO BRASIL 
 
1.6.1 Sociedades Anônimas 
 
 Estas sociedades têm seu capital dividido em ações. Ações são títulos negociáveis e 
corresponde à menor fração em que se divide o capital da companhia. Tem natureza 
jurídica de título de crédito, ou seja, é o título que dá direito de propriedade sobre parte de 
uma companhia. 
As ações são representadas fisicamente pelo Certificado de Ação, que só pode ser 
emitido após a companhia adquirir personalidade jurídica. Para que os acionistas 
confirmem a propriedade de suas ações, elas devem estar inscritas no Livro de Ações 
Nominativas. 
O estatuto da companhia fixará o número de ações em que se divide o capital social 
e será estabelecido se esses títulos terão valor nominal. Se tiver, corresponderá à quantidade 
expressa em dinheiro que o subscritor pagará pela ação. Se o estatuto fixar o valor nominal, 
este servirá para todas as ações da companhia. Em se tratando de companhias abertas, o 
valor nominal das ações não poderá ser inferior ao mínimo fixado pela Comissão de 
Valores Mobiliários. 
As ações sem valor nominal são aquelas que não expressam em dinheiro o valor que 
representam. 
 
5
 Ver mais no Novo Código Civil, Lei nº 10.406/02, Art 996 a 1.195. 
 
 
 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 17 de 129 
As ações sempre serão nominativas e podem ser classificadas conforme sua 
natureza em: 
• Ordinárias – São as que concedem a seus detentores o poder de voto nas 
assembléias deliberativas da companhia. 
• Preferenciais – São aquelas que oferecem aos seus detentores a preferência na 
distribuição de resultados da empresa, assim como no reembolso do capital em caso 
de liquidação da companhia, mas não concede direito a voto. As ações preferenciais 
não poderão ultrapassar 50% do total das ações. 
• Fruição – São as que podem ser distribuídas aos acionistas em substituição à ação 
que foi amortizada pela companhia. Este tipo de ação, mesmo não sendo negociável 
assegurará aos seus detentores o direito de receber a parte do patrimônio da 
sociedade que ainda lhe couber em caso de liquidação. 
Conforme sua forma em: 
• Nominativas registradas – Quando há um registro de controle de propriedade feito 
pela empresa ou por terceiros, podendo ou não haver emissão de certificado. 
• Escriturais nominativas – Quando há a designação de uma instituição financeira 
credenciada pela CVM, que atua como fiel depositária dos títulos, administrando-os 
via conta corrente de ações. 
 As ações podem ser classificadas em diferentes classes, como A, B ou C, por 
exemplo, conforme a importância estabelecida no Estatuto Social. Quanto a liquidez, as 
ações podem ser classificadas em: 
• “Blue Chips” ou de 1ª linha – Ações de empresas de grande porte, com elevado 
conceito de liquidez e de tradição. 
• De 2ª linha – Ações de boa liquidez, porem com maior risco. 
• De 3ª linha – Ações de empresas de médio e pequeno porte, com pequena liquidez. 
• De privatização – São ações de companhias colocadas no mercado através de 
leilões do Programa Nacional de Desestatização – PND. 
As ações rendem dividendos, que são a parcela de lucro líquido distribuída aos 
acionistas, na proporção da quantidade de ações detidas, ao fim de cada exercício social. A 
companhia deve distribuir, no mínimo, 25% do seu lucro líquido ajustado. 
A distribuição de novas ações para os atuais acionistas chama-se bonificação, e 
acontece pela incorporação de reservas ao capital social em deliberação na Assembléia 
Geral dos acionistas. Excepcionalmente pode acontecer distribuição de bonificação em 
dinheiro. 
Subscrição é o ato de adquirir novas ações emitidas em decorrência de aumento de 
capital da companhia. Os direitos de subscrição conferem aos seus detentores a 
possibilidade de exercer o direito de compra de novas ações e podem ser negociados no 
mercado, isoladamente das ações. 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 18 de 129 
As ações são negociadas no mercado de bolsa ou no mercado de balcão. O mercado de 
balcão é um mercado de títulos sem lugar físico determinado, onde são negociadas ações e 
outros valores mobiliários, em geral, de empresas não registradas em Bolsa de Valores. 
Ações podem ser resgatadas com redução ou não do capital social. Resgate é o 
pagamento de ações para retirá-las de circulação. Já a amortização consiste na distribuição 
aos acionistas a título de antecipação e sem redução do capital social, de quantias que lhes 
poderiam tocar em caso de liquidação da companhia. O estatuto da empresa disciplina a 
matéria. 
Por fim, reembolso é a operação pela qual a companhia paga aos acionistas dissidentes 
de deliberação da assembléia geral o valor de suas ações, nos casos previstos na legislação 
societária. Normalmente o reembolso é feito com base no valor patrimonial da ação. 
Para constituição de uma sociedade anônima, exige a lei um mínimo de duas 
pessoas, que subscrevam todas as ações que constituem o capital social, muito embora o 
Art. 251 da Lei das Sociedades Anônimas admita excepcionalmente a figura da companhia 
com um só acionista. É a chamada subsidiária integral, que é a companhia constituída 
mediante escritura pública, tendo como único acionista uma sociedade brasileira. As 
sociedades anônimas são regulamentadas pela Lei nº. 6.404 de 15/12/76 e suas alterações 
posteriores. 
A responsabilidade dos sócios ou acionistas é limitada ao preço de emissão das 
ações subscritas ou adquiridas. 
A sociedade anônima será designada por denominação acompanhada das expressões 
companhia ou sociedade anônima, por extenso ou abreviadamente, mas vedada a utilização 
da expressão companhia no final. O nome do fundador, acionista, ou pessoa que, por 
qualquer outro modo, tenha concorrido para o êxito da empresa, poderá figurar na 
denominação. 
Dando proteção ao nome comercial estabelece a lei que se a denominação da 
sociedade for idêntica a de companhia já existente, assistirá à prejudicada o direito de 
requerer a modificação, por via administrativa, ou em juízo, e demandar as perdas e danos 
resultantes. Exemplos de denominação de Sociedades Anônimas: 
• Cia Nordestina de Alimentos 
• Tecidos Paulista S.A. 
• S. A. Araraquara de Ferragens 
A sociedade anônima, qualquer que seja seu objeto, será sempre empresária e se 
regerá pelas leis e usos do comércio. Isto significa dizer que seus atos constitutivos e 
estatutos serão arquivados no Registro do Comércio, o que não ocorrerá com uma 
sociedade simples, cujos atos constitutivos e contrato social devem ser arquivados em 
Cartório. Têm competência legal para emitir outros valores mobiliários como partes 
beneficiárias, debêntures e bônus de subscrição. 
Partes Beneficiárias são títulos de renda variável, sem valor nominal e estranhos ao 
capital social da empresa emitente, os quais conferirão aos seus possuidores direito de 
crédito eventual contra a sociedade. Este direito consiste na participação noslucros líquidos 
anuais da companhia. Só poderão ser emitidos por Sociedades Anônimas de capital 
fechado. 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 19 de 129 
As partes beneficiárias emitidas ou atribuídas aos fundadores e acionistas serão 
criadas no momento da constituição da empresa como forma de pagamento dos serviços 
prestados, em vez de honorários. Quando criadas gratuitamente para fundadores e 
acionistas não existe registro contábil dessas partes beneficiárias, mas sim a menção em 
nota explicativa de sua quantidade, direitos e valor de resgate, se houver. A companhia 
fechada poderá alienar as partes beneficiárias emitidas ou atribuí-las a fundadores, 
acionistas ou terceiros, como remuneração de serviços prestados à empresa. 
Depois de constituída a sociedade a criação de novas partes beneficiárias só poderão 
ser criadas em favor de acionistas ou terceiros. A criação desses novos valores mobiliários, 
em geral, será para atender: 
• Obtenção de recursos financeiros com terceiros, 
• Aquisição de bens de acionistas que interessam à companhia, quando houver 
falta de recursos para adquiri-los no mercado, 
• Para sanar obrigações com terceiros. Etc. 
Devem constar na criação das partes beneficiárias: 
• A remuneração dos serviços, 
• A cessão de direitos, 
• O número em que estão divididas, 
• Os percentuais sobre o lucro líquido anual, o qual não poderá ultrapassar 
10%. 
• A conversibilidade ou não em ações. 
O prazo de duração das partes beneficiárias atribuídas gratuitamente não poderá 
ultrapassar 10 anos, com exceção das destinadas a sociedades ou fundações beneficentes 
dos empregados da companhia onde não há restrições legais, quanto ao prazo de duração, 
conforme disposição do art. 48 § 1º da Lei das S/A. Sempre que estipular o prazo para 
resgate, deverá criar reserva especial para esse fim. 
O artigo 190 da Lei das S/A preconiza que serão conferidos aos titulares direito de 
crédito por conta de lucros anuais, obedecendo a ordem de preferência de participantes nos 
lucros em que as participações estatutárias de empregados, administradores e partes 
beneficiárias serão determinados, sucessivamente e nessa ordem com base nos lucros, já 
deduzidos os prejuízos acumulados e a provisão para Imposto de Renda, que vão 
remanescendo a cada dedução de participação anteriormente calculada. 
Fixado o preço de emissão das partes beneficiárias, seu pagamento, pode ser feito 
das seguintes maneiras: 
• Em dinheiro, 
• Trocas ou compensação de direitos 
• Dação em pagamento, etc. 
Debêntures São valores mobiliários emitidos por Sociedades Anônimas com prazo 
e remuneração previamente definida, podendo ser pública ou particular, que conferem a 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 20 de 129 
seus titulares diretos de créditos contra a empresa emitente, nas condições constantes dos 
certificados ou escrituras de emissão dos títulos. 
Sua finalidade é captar recursos financeiros de médio e longo prazo, para suprir as 
necessidades de novos investimentos ou falta de capital de giro, sem que haja a necessidade 
da organização recorrer a empréstimos em instituições financeiras com altas taxas de juros. 
As debêntures possuem as seguintes vantagens: 
• Os juros pagos são deduzidos como despesas financeiras, 
• Capitalizam a empresa sem a necessidade de alteração do quadro acionário, 
a menos que haja cláusula de conversão em ações, 
• Flexibilidade nos prazos, garantias e condições de pagamento, 
• A emissão pode ser dividida em séries a serem integralizadas nos períodos 
desejados pela empresa emissora. 
• Apresenta custos menores (títulos de longo prazo). 
Uma empresa pode efetuar várias emissões de debêntures, de acordo com suas 
necessidades. Cada emissão pode ainda ser dividida em séries, de forma a adequar o 
montante de recursos às necessidades da empresa ou à demanda do mercado. De acordo 
com a lei, a emissão de debêntures não poderá ultrapassar o capital social da companhia. As 
debêntures deverão ter um valor nominal, o qual poderá ser diferente da sua emissão, e 
quando isso acontece os títulos poderão ser colocados com ágio ou deságio. 
As debêntures poderão ser conversíveis ou não em ações. Podem ter garantias reais, 
quando garantidas por bens integrantes do ativo da emissora, bens que ficam indisponíveis 
para negociação, e não poderá ultrapassar 80% dos bens gravados da empresa. As garantias 
flutuantes asseguram privilégios sobre o ativo da emissora, não impedindo, entretanto, a 
negociação dos bens que compõem o ativo. Estas garantias são limitadas a 70% do valor 
contábil do ativo da emissora, líquido das dívidas garantidas por direitos reais, quando o 
valor da emissão ultrapassar o do capital social. 
As debêntures podem ser: 
• Nominativas – Quando são representadas por certificados emitidos em 
nome do titular e registrados em livro próprio mantido pela emissora, 
• Escriturais – Quando não possuem certificados representativos, sendo 
mantidas em nome do titular em conta de depósito em instituição financeira 
depositária designada pela emissora. 
As debêntures poderão ser amortizadas pelo pagamento parcelado, periódico e 
progressivo, e resgatadas quando retiradas de circulação de forma parcial ou total, 
independente da vontade do investidor, desde que previsto na escritura de emissão. 
Bônus de subscrição são títulos negociáveis emitidos dentro do limite de aumento 
do capital autorizado no estatuto. As sociedades anônimas podem ser abertas ou fechadas, 
conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não admitidos à negociação em 
bolsa ou mercado de balcão. 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 21 de 129 
A sociedade anônima possui quatro órgãos sociais, a saber: A Assembléia Geral, o 
Conselho de Administração, a Diretoria e o Conselho Fiscal. 
O Conselho de Administração é órgão facultativo, obrigatório apenas nos casos 
estabelecidos pela Lei. 
As Assembléias Gerais, convocadas e instaladas de acordo com a Lei e o estatuto, 
tem poderes para decidir todos os negócios relativos ao objeto da companhia e tomar as 
resoluções que julgar convenientes à sua defesa e desenvolvimento. 
A administração da companhia compete ao Conselho de Administração. As 
companhias abertas, as de capital autorizado e as sociedades de economia mista terão 
obrigatoriamente Conselho de Administração. Este conselho é quem nomeia a Diretoria. 
O Conselho Fiscal verifica a gestão patrimonial da sociedade, podendo não ter 
funcionamento permanente, hipótese em que será instalado pela assembléia geral, a pedido 
de seus acionistas, que representem no mínimo 10% das ações com direito a voto, ou 5% 
das ações sem direito a voto. 
As Assembléias poderão ser ordinárias ou extraordinárias. Nas ordinárias, que se 
realizam uma vez por ano, com primeira convocação com 25% dos acionistas com direito a 
voto e em segunda convocação com qualquer quorum, se debaterão as contas da diretoria. 
Nas extraordinárias, que se realizarão quando necessário, a primeira convocação exigirá 2/3 
dos acionistas com direito a voto, e a segunda convocação qualquer quorum. Nelas, os 
demais assuntos que mereçam a convocação dos acionistas serão tratados. 6 
 Vantagens das Sociedades Anônimas 
 
• Responsabilidadelimitada: cada acionista é um sócio com responsabilidade 
limitada, não podendo perder além do que investiu no negocio. 
• Dimensão do negócio: o capital pode ser obtido a partir de muitos investidores, pela 
facilidade com que as ações podem ser negociadas. A sociedade pode ser 
pulverizada entre uma infinidade de acionistas, pequenos, médios ou grandes. 
• Transferência de propriedade: a propriedade é comprovada pelos certificados de 
ações, que podem ser facilmente transferidos a outras pessoas. As bolsas de valores 
facilitam enormemente a venda e compra de ações. 
• Vida ilimitada: a S/A não se dissolve com a morte ou retirada de um proprietário e 
pode perdurar indefinidamente no tempo. 
• Crescimento: A S/A pode expandir-se através de aumento de capital devido ao 
rápido acesso aos mercados de capitais. 
• Administração profissional: a direção da empresa passa para administradores 
profissionais contratados e que podem ser promovidos ou substituídos. 
 
 
 
 
 
6
 Ver mais em Iudícibus et al, Manual de Contabilidade das Sociedades por Ações, 1995, no Novo Código 
Civil e na Lei das S.A. e suas alterações posteriores. 
 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 22 de 129 
Desvantagens: 
 
• Regulamentação governamental: como a S/A é uma entidade legalmente 
estabelecida, ela está submetida a regulamentações federais, estaduais e municipais, 
tornando necessários alguns órgãos para prestar serviços burocráticos e atender a 
todas essas regulamentações. 
• Falta de sigilo: como os acionistas devem conhecer o desempenho e a situação 
financeira da S/A através das demonstrações financeiras, a empresa torna-se muito 
transparente. O Novo Código Civil (2002) estabelece algumas normas visando uma 
maior transparência das sociedades anônimas. 
 
1.6.2 Sociedade em Cota de Participação Limitada (ltda.) 
 
São sociedades de pessoas, constituídas de dois ou mais proprietários que se 
associam no mesmo negócio, com o objetivo de obter lucro. Embora quase sempre maiores 
do que as firmas individuais, geralmente não chegam a assumir grandes proporções. A 
sociedade limitada é constituída através de um contrato social firmado entre os sócios e 
registrado na Junta Comercial. A responsabilidade de cada sócio é restrita ao valor de suas 
quotas, mas todos respondem solidariamente pela integralização do capital social. Nas 
sociedades limitadas, os bens pessoais dos sócios respondem pelas dívidas assumidas no 
negócio. 
 
Principais vantagens: 
 
• Economias fiscais: é semelhante à firma individual quanto aos custos 
organizacionais e certos tributos. 
• Capital social: Geralmente maior que as firmas individuais, pois são sociedades com 
participação de mais de uma pessoa. 
• Facilidade de crédito: Os bens pessoais dos sócios garantem os valores 
emprestados. 
• Administração: cooperação e habilidades administrativas de vários sócios 
envolvidos no negócio são somadas. 
 
Principais desvantagens: 
 
• Responsabilidade solidária dos sócios: os sócios respondem conjunta e 
solidariamente pelo negócio. No caso de liquidação do negócio os bens pessoais de 
um dos sócios podem ser levados a garantir o prejuízo, caso os demais sócios não o 
possa fazê-lo. 
• Vida limitada: do ponto de vista técnico, quando um dos sócios se afasta ou morre, 
a sociedade é dissolvida. 
 
1.6.2 Firma Individual 
 
A firma individual é constituída por um único empresário ou proprietário que 
responde pelos seus negócios. É a empresa cujo proprietário é uma pessoa que opera em 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 23 de 129 
seu próprio benefício. A firma individual é geralmente uma pequena empresa, registrada 
em Junta Comercial, onde o proprietário toma todas as decisões e opera a propriedade 
juntamente com alguns poucos empregados. O capital da firma individual advém de 
recursos próprios ou de empréstimos a curto prazo. É grande a quantidade de firmas 
individuais, porém sua participação é pequena no volume de faturamento de todas as 
empresas. 
 
Principais vantagens: 
 
• O proprietário é o seu próprio patrão. 
• O proprietário assume todo o lucro e todo o resto do negócio. 
• Baixos custos operacionais. 
• Economias fiscais. 
 
Principais desvantagens: 
 
• Responsabilidade ilimitada em relação aos credores. A riqueza total do proprietário 
– e não o capital investido – responde pelas dívidas do negócio. 
• Limitação de capital: a capacidade financeira do proprietário é limitada e pode 
restringir operações maiores. 
• O proprietário deve jogar em todas as posições do negócio, isto é, deve conhecer e 
dominar todos os aspectos técnicos, comerciais e financeiros da sua empresa. 
 
 
1.7 CONSIDERAÇÕES SOBRE RENTABILIDADE E LIQUIDEZ 
 
 
Como já se viu, o principal objetivo do administrador financeiro é o aumento da 
riqueza dos proprietários. Para isso ele pondera as alternativas de investimento e 
financiamento, planeja e administra, além de analisar demonstrativos e propor soluções. 
Para alcançar seu objetivo, é necessário atentar para dois fatores importantes que afetam as 
finanças: a rentabilidade e a liquidez. 
Ao contrário do que se pensa, nem sempre uma empresa rentável está livre de um 
processo falimentar. Para ilustrar o que estamos afirmando, transcrevemos o exemplo a 
seguir: 
Exemplo: 
A empresa ALFA S.A. vendia por R$ 10,00 com prazo de 30dd o artigo que produzia a R$ 
7,50 e pagava seus insumos à vista. Como era nova, não tinha crédito na praça para levantar 
empréstimos, ou fundos de qualquer espécie. 
 
Em dezembro de determinado ano, tinha os seguintes saldos no circulante: 
Caixa 7.500,00 
Estoques 11.250,00 
Contas a receber 15.000,00 
 
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Animada pela margem de contribuição (10,00 – 7,50), em janeiro vendeu 2.000 
unidades e produziu 2.500. Em fevereiro vendeu 2.500 unidades e produziu 3.000. Em 
março vendeu 3.000 unidades e produziu 3.500. De repente se viu em dificuldades 
financeiras. 
 
Caixa Estoques Contas a Receber 
 7.500 18.750 11.250 15.000 15.000 15.000 
15.000 18.750 20.000 
 3.750 22.500 15.000 18.750 20.000 20.000 
20.000 22.500 25.000 
1.250 26.250 18.750 22.500 25.000 25.000 
25.000 26.250 30.000 
 0 22.500 30.000 
 
 
 
 
 
Vendas Custo das vendas Resultado 
 20.000 15.000 5.000 
 25.000 18.750 6.250 
 30.000 22.500 7.500 
 
 
Muito embora a empresa fosse lucrativa, teve que encerrar suas atividades por 
insolvência, pois não tinha mais dinheiro em caixa para comprar insumos de produção. 7 
 
1.8 AMBIENTE FISCAL DAS EMPRESAS 
Com a alta carga tributária atual do Brasil é imprescindível que tenhamos um canal 
de discussão permanente nas empresas sobre economia de tributos. 
A globalização, o mercado competitivo e o pesado ônus tributário que sufoca as 
empresas brasileiras requer do administrador e do contador práticas de gerenciamento 
eficazes para preservar a continuidade do empreendimento. Frente à realidade tributária 
brasileira, a principal preocupação dos contribuintes é aredução da carga tributária. 
Portanto, o contribuinte pode e deve estudar opções de economia de tributos, ou seja, 
praticar quaisquer condutas objetivando eliminar, reduzir ou retardar o pagamento de 
tributos, desde que se mantendo no campo jurídico da licitude. 
Procurar alternativas de formas lícitas para reduzir a carga tributária das empresas e 
estar atento às mudanças da legislação, bem como controle e emissão de relatórios 
 
7
 Exemplo extraído de Gitman, Administração Financeira, 1978 p 6. 
 
insolvência 
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contábeis confiáveis, torna-se imprescindível para maximização dos lucros das empresas 
para manutenção dos negócios e contribuição para combater o nível de desemprego. 
No Brasil, compete à União tributar sobre: 
• Importação de produtos estrangeiros 
• Exportação de produtos nacionais ou nacionalizados 
• Rendas e proventos de qualquer natureza 
• Produtos industrializados 
• Operações de crédito, câmbio e seguro, ou relativas a títulos ou valores mobiliários 
• Propriedade territorial rural 
• Grandes fortunas, nos termos de lei complementar 
A União poderá instituir mediante lei complementar, impostos não previstos nesta 
relação, desde que não cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios 
dos já discriminados. Na iminência ou no caso de guerra externa, poderá instituir impostos 
extraordinários, compreendidos ou não na sua competência tributária, os quais serão 
suprimidos, gradativamente, cessadas as causas de sua criação. 
Compete aos Estados e ao Distrito Federal instituírem impostos sobre: 
• Transmissão causa mortis ou doação, de quaisquer bens ou direitos 
• Operações relativas à circulação de mercadorias e sobre a prestação de serviços de 
transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação, ainda que as operações 
e as prestações se iniciem no exterior 
• Propriedade de veículos automotores 
Compete aos Municípios instituirem impostos sobre: 
• Propriedade predial e territorial urbana 
• Transmissão inter vivos, a qualquer título, por ato oneroso, de bens imóveis, por 
natureza ou acessão física, e de direitos reais sobre imóveis, excetos os de garantia, 
bem como cessão de direitos a sua aquisição 
• Serviços de qualquer natureza, definidos em lei complementar 
 
 
 
 
 
 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 26 de 129 
1.9 DIAGRAMA DOS FLUXOS FINANCEIROS 
 
 
 Compra venda 
 pgto 
 
 
 pgto. Compra venda 
 
 
 
 pgto. 
 
 depreciação 
 
 
 
 
 
 pagamento 
 
 restituição 
 
 Recebimento 
 venda de ações 
 
 Recebimento quitação 
 
 
 
 Pagamento de dividendos 
 
 
 
 Recompra de ações 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Mão-de-Obra 
Matéria-Prima 
Despesa Indireta 
Imobilizado 
Investimentos 
Produtos em processo 
Produtos Acabados 
Despesas Operacionais 
Imposto de Renda 
Vendas 
Empréstimos 
Financiamentos 
Patrimônio Líquido 
 
 
Disponibilidades 
Fluxo Operacional 
Fluxo de Investimentos 
Fluxo de Financiamentos 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 27 de 129 
1.10 CICLOS FINANCEIROS 
 
Pelo que pudemos observar, os recursos financeiros movimentam-se sempre dentro 
de uma determinada seqüência e repetidas vezes, constituindo-se em ciclos 
Graficamente, os ciclos financeiros de uma empresa podem ser assim representados: 
 
 
 
 
Suponhamos que uma empresa disponha dos seguintes dados de Balanço, em Reais: 
 
 Ano x Ano x+1 
Estoques = 100 600 
Duplicatas a receber = 200 300 
Compras a prazo = 1.500 
Duplicatas a pagar = 100 150 
Vendas a prazo = 2.000 
 
Calcular: 
• Ciclo Operacional 
• Ciclo de caixa 
• Prazo Médio de Recebimento 
• Prazo Médio de Pagamento 
• Prazo Médio de Estoques 
 
PMRPMECO += 
 
36023602 ×
+
+×
+
=
vendas
DRfDRi
CPV
EfEi
CO 
 
 
Ciclo de caixa 
PMP PMR 
PME 
Ciclo Operacional 
compra venda Recbto da venda Pgto da compra 
Prazo Médio de 
Estoque 
Prazo Médio de 
Recebimento 
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dias
EfCEiCO 171360000.2
250360
600500.1100
350360
000.2
2
300200
3602
600100
=×+×
−+
=×
+
+×
−+
+
=
 
 
PMPCOCC −= 
 
 
dias
compras
DPfDPi
CC 141360
500.1
2
150100
1713602171 =×
+
−=×
+
−= 
 
 
 
 
 
LEGENDA 
 
CO = Ciclo Operacional 
CC = Ciclo de Caixa 
PMP = Período Médio de Pagamento 
PME = Período Médio de Estoque 
PMR = Período Médio de Recebimento 
Ei = Estoques Iniciais Ef = Estoques Finais 
DRi = Duplicatas a Receber Inicial 
DRf = Duplicatas a Receber Final 
DPi = Duplicatas a Pagar Inicial 
DPf = Duplicatas a Pagar Final 
CMV = Custo das Mercadorias Vendidas 
C = Compras 
 
 
 
 
 
 
 
Prazo Médio de 
Pagamento 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 29 de 129 
8
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2.1 ADMINISTRAÇÃO DO CIRCULANTE 
 
 O objetivo da administração financeira de curto prazo é gerir cada um dos ativos 
circulantes tais como caixa, duplicatas a receber, estoques, etc., e dos passivos circulantes 
tais como duplicatas a pagar, contas a pagar, impostos a recolher, etc. a fim de encontrar 
um equilíbrio entre lucratividade e risco que contribua positivamente para o valor da 
empresa. Um investimento alto demais em ativos circulantes reduz a lucratividade, 
enquanto um investimento baixo demais aumenta o risco de a empresa não poder honrar 
suas obrigações nos prazos estipulados. Ambas as situações levam à redução do valor da 
empresa. 
 Os ativos circulantes, normalmente chamados de capital de giro ou capital 
circulante representam a parcela do investimento que circula transitando de conta, durante a 
condução normal dos negócios. Essa idéia compreende a transição periódica de caixa para 
estoques e destes para duplicatas a receber e de volta para caixa que compõe o ciclo 
operacional da empresa. Na condição de substitutos de caixa, as aplicações financeiras são 
consideradas como parte do capital de giro. Da mesma forma, as despesas pagas 
antecipadamente estão incluídas no capital de giro porque representam serviços devidos à 
 
8
 Ver mais em Gitman, 1997, pp 588-590; Braga, 1989, pp 227-246; Melo, pp 140-142 
FLUXO 
OPERACIONAL 
FLUXO DE 
INVESTIMENTOS FLUXO DE 
FINANCIAMENTOS 
DISPONIBILIDADESAdministração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 30 de 129 
empresa e que são usados na realização de suas atividades, eliminando a necessidade de 
desembolsos posteriores. 
 Os passivos circulantes representam os financiamentos a curto prazo das empresas 
pois incluem todas as dívidas que terão vencimento em um ano ou menos. Tais dívidas 
incluem normalmente os valores a pagar a fornecedores, bancos, empregados e governo, 
dentre outros. 
 O Capital Circulante Líquido é usualmente definido como a diferença entre os 
ativos circulantes e os passivos circulantes da empresa. Quando os ativos circulantes 
superam os passivos circulantes a empresa tem capital circulante líquido positivo. Nessa 
situação mais comum, o capital circulante líquido é a parcela dos ativos circulantes da 
empresa financiada com recursos de longo prazo, os quais excedem as necessidades de 
financiamentos dos ativos permanentes. Visto que os passivos circulantes representam 
fontes de recursos a curto prazo, quando os ativos circulantes superam os passivos 
circulantes, a diferença precisa ser financiada com fundos a longo prazo. 
 Quando os ativos circulantes são menores que os passivos circulantes, a empresa 
tem capital circulante líquido negativo. Nesta situação menos usual, o capital circulante 
líquido é a parcela dos ativos permanentes da empresa que está sendo financiada com 
passivos circulantes. De uma forma geral, quanto maior a margem pela qual os ativos 
circulantes de uma empresa cobrem suas obrigações a curto prazo, tanto mais apta ela 
estará para pagar suas contas nos vencimentos. 
 O investimento total de uma empresa engloba os ativos circulantes e os ativos 
permanentes, sendo que sua lucratividade e risco são afetados pela relação entre essas duas 
categorias. O nível de ativos permanentes de uma empresa é determinado pela escala de 
produção e pela intensidade de uso do fator capital. Por sua vez, o nível de ativos 
circulantes guarda estreita reação com o nível de produção, acompanhando de forma direta 
os aumento e reduções desta. 
 A lucratividade, neste contexto, é a relação entre receitas e custos gerados pelo uso 
dos ativos da empresa nas suas atividades produtivas. O lucro de uma empresa pode ser 
aumentado de três maneiras: 
1. Aumentando as receitas 
2. Reduzindo-se custos 
3. Pela combinação dos itens 1 e 2. 
 
 
 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 31 de 129 
2.2 CAPITAL DE GIRO 
 
CAPITAL DE GIRO: São os recursos necessários para subsidiar o fluxo operacional. 
Através dele são elaboradas as políticas de estoques, compras de materiais, produção, 
vendas e política de crédito, etc. 
CAPITAL DE GIRO = CAPITAL CIRCULANTE 
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO – É a diferença entre o Ativo Circulante e o Passivo 
Circulante. Pode também ser entendido como a diferença da soma entre Exigível a Longo 
Prazo e Patrimônio Líquido e Realizável a Longo Prazo e Permanente. 
CAPITAL DE GIRO LÍQUIDO = CAPITAL CIRCULANTE LÍQUIDO 
CAPITAL DE GIRO PRÓPRIO – É a diferença entre o Patrimônio Líquido e o 
Permanente. 
 Toda empresa, durante sua gestão corre riscos. O risco operacional é o risco de não 
se poder cobrir os custos operacionais. Já o risco financeiro refere-se à impossibilidade de 
efetuar os pagamentos fixos programados decorrentes de empréstimos, leasing e dividendos 
preferenciais. Uma empresa que não consegue saldar suas dívidas nos vencimentos é 
considerada tecnicamente insolvente. Um aumento nos ativos circulantes eleva o CCL e, 
portanto, reduz o risco de insolvência técnica. Ademais, as contas dos ativos são 
apresentadas no balanço em ordem crescente de risco. Assim, os investimentos em caixa e 
aplicações financeiras são menos arriscados que as duplicatas a receber, os estoques e os 
ativos permanentes. O investimento em duplicatas a receber apresenta o menor risco do que 
em estoques e ativos permanentes. Finalmente o investimento em estoque representa risco 
menor que o investimento em ativos permanentes. Em outros termos, quanto mais um ativo 
se aproxima da conta caixa no balanço, tanto menos arriscado ele será. Geralmente é mais 
fácil transformar duplicatas a receber em caixa do que fazê-lo com estoques. Como 
exemplo adicional, os investimentos em ativos permanentes têm maturação a longo prazo e 
o surgimento de maquinários e instalações novos e mais eficientes pode tornar os ativos 
permanentes de uma empresa relativamente ineficientes ou obsoletos. 
 Uma das decisões mais importantes que precisa ser tomada com respeito aos itens 
circulantes da empresa é como usar os passivos circulantes para financiar os ativos 
circulantes. Os credores concedem empréstimos a curto prazo para permitir que a empresa 
financie aumentos sazonais de estoque ou duplicatas a receber. Esses recursos não devem 
servir para aplicações a longo prazo. 
 As necessidades de financiamento da empresa podem ser subdivididas em 
permanentes e sazonais. A necessidade permanente, que consiste dos ativos permanente 
mais a parcela permanente dos ativos circulantes da empresa permanece inalterada ao longo 
do ano. Já a necessidade sazonal, que se pode atribuir à existência de certos ativos 
circulantes temporários, varia ao longo do ano conforme podemos ver no diagrama abaixo: 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 32 de 129 
 : 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A administração de capital de giro envolve um processo contínuo de tomada de 
decisões voltadas principalmente para a preservação da liquidez da empresa, mas que 
também afetam a sua rentabilidade. As concordatas e falências geralmente constituem o 
desfecho natural para as soluções inadequadas dos problemas de gestão do capital de giro. 
Muitas vezes ouvimos dizer que determinada empresa tornou-se insolvente devido ao 
excesso de imobilizações. Em geral isto significa que foram desviados para outra finalidade 
recursos que deveriam estar financiando o capital de giro ou, então que os planos de 
expansão não levaram na devida conta as necessidades adicionais de recursos para financiar 
o giro das operações. 
Enquanto os ativos fixos geram produtos, cujas vendas propiciam a recuperação dos 
custos e despesas e o suprimento dos lucros, os ativos circulantes constituem aplicações de 
recursos de baixa rentabilidade, mas necessárias à sustentação das atividades operacionais 
da empresa. Alguns dizem que os ativos fixos criam riqueza e que os ativos circulantes 
são um mal necessário. 
Dependendo do tipo de negócio e da qualidade da sua gestão, cada ciclo do capital 
de giro será repetido mais ou menos vezes em determinado período. Assim, é de se supor 
que quanto mais os ciclos se completarem em cada período, mais eficientemente estarão 
sendo geridos os recursos aplicados no ativo circulante, ocasionando maior rentabilidade. 
 
INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO 
 
 
 
ABORDAGEM AGRESSIVA - Mais lucro, mais risco. 
 
ABORDAGEM CONSERVADORA – Menos lucro, menos risco. 
 
 
Necessidade permanente 
Necessidade sazonal 
Abordagem 
Agressiva 
Abordagem 
Conserva- 
dora 
Abordagem 
Média 
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Apostila 1 – AFO I (autoriado Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 33 de 129 
A necessidade permanente de fundos é a parcela de recursos necessária para 
financiar necessidades constantes da empresa. Esse valor é calculado, tomando-se por base 
o valor anual necessário para manter o imobilizado da empresa no nível de produção 
pretendida adicionado a alguns itens do ativo circulante, que, sob a ótica financeira, têm 
características de permanente, como os estoques mínimos e o fluxo de caixa mínimo, por 
exemplo. 
A necessidade complementar de fundos é a parcela que é acrescida à necessidade 
mínima citada acima. Esta necessidade é calculada, tomando-se por base as operações da 
empresa que são representadas no ativo circulante em função da flutuação do mercado ou 
sazonalidade dos insumos, conhecidas como as necessidades eventuais ou sazonais. 
A necessidade mínima permanente de fundos é o valor encontrado na menor 
soma mensal das necessidades permanente com a complementar. 
Para um melhor entendimento, vejamos o seguinte exemplo9: 
 
 Necessidade 
 Ativo Ativo Ativo Mínima Necessidade 
Mês Circulante Permanente Total Permanente Complementar 
Janeiro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200 
Fevereiro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200 
Março 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200 
Abril 1.000 13.000 14.000 13.800 200 
Maio 800 13.000 13.800 13.800 0 
Junho 1.500 13.000 14.500 13.800 700 
Julho 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200 
Agosto 3.700 13.000 16.700 13.800 2.900 
Setembro 4.000 13.000 17.000 13.800 3.200 
Outubro 5.000 13.000 18.000 13.800 4.200 
Novembro 3.000 13.000 16.000 13.800 2.200 
Dezembro 2.000 13.000 15.000 13.800 1.200 
Média Mensal 13.800 1.950 
 
 
 
 
 
Esta tabela subsidia o gráfico a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
9
 Tabela extraída de Gitman, opus cit p 623 
Administração Financeira e Orçamentária I (Prof Ronaldo LP Amaral) . 
 
Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 34 de 129 
 
 
 
Necessidade 
17.000 sazonal 
 Necessidade 
13.800 Mínima do Circulante 
13.000 Necessidade 
 Permanente 
 Necessidade total 
 
 
 
 
 
 0 j f m a m j j a s o n d 
 
As empresas podem enfrentar estas necessidades de três modos: 
• Caso sejam conservadoras, podem manter em caixa um volume de dinheiro 
suficiente para cobrir todas as necessidades por todo o ano. Em outras palavras, 
manter em caixa, no mínimo, R$ 18.000,00 (valor de outubro). Isto dá tranqüilidade 
ao administrador, porém onera a empresa, posto que os juros de longo prazo são 
maiores que os de curto prazo. 
• Caso sejam agressivas, manterão o nível mínimo de R$ 13.800,00. Isto minimizará 
os custos, porém qualquer imprevisto poderá causar sérios transtornos financeiros. 
• Se ficarem na média, R$ 15.750,00, onerarão menos que a conservadora e ficarão 
com menos riscos de sobressaltos que a agressiva. 
1.2.3 ESTRATÉGIAS DE INVESTIMENTO EM CAPITAL DE GIRO 
 Vamos supor que uma empresa tenha as opções de financiamento de seu Ativo 
Circulante conforme quadro abaixo: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 BALANÇO PATRIMONIAL 
 
 AGRESSIVO MÉDIO CONSERVADOR 
 
Ativo Circulante 800 1.100 1.400 
Ativo Permanente 1.200 1.200 1.200 
 
Total 2.000 2.300 2.600 Custos 
 
Passivo Circulante (20%) 400 460 520 15% aa 
Exigível a Longo Prazo (30%) 600 690 780 20% aa 
Patrimônio Líquido (50%) 1.000 1.150 1.300 
 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 35 de 129 
 
 
Esta suposição fará que a Demonstração de Resultado das três opções, partindo de um 
mesmo Lucro Operacional, sejam as representadas a seguir: 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Vê-se então que a abordagem agressiva é a que traz maior retorno sobre o 
Patrimônio Líquido, embora também seja a que tem maior risco. 
A seguir, vê-se como se pode analisar a necessidade de investimento em capital de 
giro, partindo-se das demonstrações financeiras publicadas. 
Como se estuda a seguir, é necessário um maior aprofundamento para diagnosticar 
as necessidades de financiamento, pois a simples análise dos índices de liquidez não 
demonstra necessariamente a situação financeira da empresa. 
Suponha-se uma empresa que apresente a seguinte demonstração financeira: 
ATIVO CIRCULANTE 20 PASSIVO CIRCULANTE 10 
Caixa 2 EXIGÍVEL A LP 20 
Valores a Receber 10 PAATRIMÔNIO LÍQUIDO 20 
Estoques 8 
ATIVO PERMANENTE 30 
TOTAL 50 50 
 
CCL = AC – PC 
CCL = 20 – 10 = 10 
 
 Isto significa que R$ 10,00 do PL + ELP estão financiando as atividades do AC. 
Num primeiro instante, isto pareceria uma posição confortável, pois alie-se a isto um 
índice de liquidez corrente igual a 2. 
 
 
 
 
 
 
 DEMONSTRAÇÃO DE RESULTADOS 
 
Lucro Operacional 1.000 1.000 1.000 
Despesas financeiras 180 207 234 
 Circulante (0,15x400) 60 69 78 
 Exigível LP(0,20x600) 120 138 156 
Lucro antes do IR 820 793 766 
Imposto de Renda (40%) 328 317,20 306,40 
Lucro Líquido 492 475,80 459,60 
Retorno sobre o PL 49,2% 41,4% 35,4% 
 
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Apostila 1 – AFO I (autoria do Prof. Marcos Antonio Serpa Coelho) Página 36 de 129 
 Entretanto, se esta demonstração pertencesse à empresa que tem as seguintes 
informações: 
• Volume de vendas = R$ 40,00 por mês 
• Vendas a vista = 75% 
• Vendas a prazo = 25% 
• Prazo médio de recebimento = 18 dias 
• Prazo médio de estoque = 15 dias 
• Custo / Receitas = 40% 
• Caixa mínimo = 10 dias de desembolso, correspondente a R$ 1,50. 
Poder-se-ia então redimensionar as necessidades. 
1. Se o caixa apresentado no Balanço é R$ 2,00 e a necessidade mínima é R$ 1,50, então 
R$ 0,50 é a necessidade sazonal. 
2. Os valores a receber são iguais às vendas a prazo multiplicado pelo período de 
crédito, ou seja: 
6
30
1810 =× ou DRm/V x 30 = 18 DRm/10x30=18 DRm = R$ 6,00 
 Dessa forma, R$ 6,00 é a necessidade constante. Como o Balanço apresenta saldo de 
R$ 10,00 então R$ 4,00 é a necessidade sazonal. 
3. Os estoques representam 40% das receitas por 15 dias, ou seja: 
8
30
15404,0 =×× ou Em/CMV x 30 = 15 (Em/0,4 x 40)30=15 Em=R$ 8,00 
 Como o valor é igual ao do Balanço, não há necessidade sazonal. 
 Assim, poder-se-ia compor o seguinte quadro: 
 
ATIVO CIRCULANTE 
 
Necessidade Constante Sazonal Total 
Caixa 1,50 0,50 2,00 
Valores a Receber 6,00 4,00 10,00 
Estoques 8,00 0,00 8,00 
TOTAL 15,50 4,50 20,00 
 
 Agora se tem um quadro mais real. Os R$ 10,00 do ELP + PL estão financiando 
necessidades constantes do Circulante (que têm as mesmas características do Permanente), 
no valor de R$ 15,50. Se o ELP + PL financiasse os R$ 15,50 ou fosse superior a este valor, 
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o risco de inadimplência

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