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Ligação Química e Estrutura Molecular em Moléculas Orgânicas Compostos Orgânicos e Vida Ligação química • Para entender a química orgânica, primeiramente precisamos entender como os compostos são formados, como os elementos são mantidos unidos: ligação química • 3 tipos de ligações químicas: covalente, iônica e metálica • Todos os átomos tendem a se combinar (ganhar, perder ou compartilhar e-) de forma a ficarem com 8 elétrons na camada de valência, adquirindo a configuração de um gás nobre g maior estabilidade Ligação química • Para entender a química orgânica, primeiramente precisamos entender como os compostos são formados, como os elementos são mantidos unidos: ligação química • 3 tipos de ligações químicas: covalente, iônica e metálica • Todos os átomos tendem a se combinar (ganhar, perder ou compartilhar e-) de forma a ficarem com 8 elétrons na camada de valência, adquirindo a configuração de um gás nobre g maior estabilidade Ligação covalente • Ocorre através do compartilhamento de um par de elétrons entre átomos que possuem pequena ou nenhuma diferença de eletronegatividade. • Classificação das ligações covalentes: Apolar: formadas por átomos de eletronegatividades iguais, os átomos possuem mesma eletronegatividade e atraem o par eletrônico compartilhado com a mesma intensidade. (C-H) Polar: formadas por átomos de eletronegatividade diferentes, o átomo que possui maior eletronegatividade atrai o par eletrônico compartilhado com maior intensidade.(C=O) • Quanto maior a diferença de eletronegatividade entre os átomos maior a polarização da ligação. • Polaridade em moléculas: • Cada ligação covalente polar corresponde um dipolo elétrico. Em uma molécula, serão tantos dipolos, quantas forem as ligações polares. • A polaridade das moléculas será determinada pela soma dos dipolos de suas ligações polares • Quando os dipolos das ligações se anularem, a molécula será apolar • Quando houver um momento de dipolo resultante, a molécula será polar Como explicar a formação das ligações? • TLV g Teoria da Ligação de Valência • TOM g Teoria dos Orbitais Moleculares • Teoria dos orbitais híbridos Teoria da Ligação de Valência • Ligação ocorre pela sobreposição dos orbitais atômicos dos elementos • Para compreender melhor a TLV devemos relembrar alguns conceitos de da estrutura atômica e molecular Estrutura atômica • Átomos são formados por prótons, nêutrons e elétrons • Prótons e nêutrons se localizam no núcleo do átomo • Os elétrons são melhor descritos como ondas • Os elétrons são agrupados em níveis de energia cuja energia é universalmente proporcional ao inverso do quadrado do número quântico principal (n) • Os números quânticos (4) vêm da resolução da equação de Schrödinger • A Solução da Equação de Schrödinger é uma série de funções de onda com níveis de energia associados. Estas funções de onda descrevem os orbitais atômicos. • Orbitais atômicos: região no espaço onde há a maior probabilidade de se encontrar um elétron 2 2 2 2 ( ) ( ) 8 h V x E x m x • Cada número quântico têm um significado • Número quântico principal (n): descreve a energia e o tamanho do orbital. Tem valores inteiros 1,2,3,4... • À medida que n aumenta, o elétron se afasta do núcleo. Consequentemente, o elétron tem maior energia e está mais fracamente ligado ao núcleo • Número quântico secundário (l): descreve a forma do orbital. é uma medida da velocidade com que o elétron circula ao redor do núcleo • Os valores permitidos de l são limitados pelo valor de n e pode ser qualquer valor inteiro na faixa de 0 a n-1. • Número quântico magnético (ml): descreve a orientação do orbital • Pelo princípio de exclusão de Pauli: 2 elétrons em um mesmo átomo não podem ter os 4 números quânticos iguais g um orbital pode comportar no máximo 2 elétrons • Daí vem o quarto número quântico: Número quântico de spin (ms) • Determina a direção de rotação do elétron dentro do orbital • Princípio da incerteza de Heisenberg: não se pode prever a posição exata, a direção e a velocidade de um elétron simultaneamente. • Como consequência do princípio da incerteza de Heisenberg, se sabemos a energia do orbital, sua posição exata é incerta e por isso temos uma região no espaço onde provavelmente encontramos um elétron (orbital) • Pela resolução da equação de Schrödinger, conseguimos plotar um gráfico de densidade que mostra a forma dos orbitais • Por meio do gráfico podemos perceber que os orbitais s têm forma esférica, os orbitais p possuem forma de halter e os orbitais d e f têm outras formas mais complexas • Os orbitais podem existir mesmo sem elétrons: orbitais vazios • Todos os orbitais de um átomo estão sobrepostos uns aos outros: muito complexo TLV • Ligação se dá pela sobreposição dos orbitais • À medida em que os núcleos se aproximam seus orbitais se sobrepõem • Quanto maior a sobreposição menor a energia de interação • À uma certa distância atinge-se a energia mínima = distância ou comprimento de ligação • Após atingida esse distância ideal, se os núcleos continuarem a se aproximar, a energia aumentará pois os núcleos começarão a se repelir. Orbitais moleculares • A sobreposição dos orbitais atômicos leva à formação de orbitais moleculares • Funções de onda se combinam de 2 formas: • Orbital ligante: repulsão entre os núcleos é compensada pela densidade eletrônica, o que ajuda a manter os átomos unidos • Orbital antiligante: densidade eletrônica não se encontra entre os dois núcleos, aumentando a repulsão. • 2 orbitais atômicos se combinam para gerar sempre 2 orbitais moleculares, um ligante e outro antiligante. • Cada orbital molecular comporta apenas 2 elétrons emparelhados • Quando há a combinação de 2 orbitais atômicos há a liberação de energia, já que os orbitais moleculares ligantes formados sempre possuem menor energia que os orbitais atômicos • Se desejamos quebrar a ligação é necessário fornecer energia • Dependendo da forma da sobreposição dos orbitais há a formação de 2 tipos de orbitais moleculares: σ e π • Orbitais σ : sobreposição frontal dos orbitais, simetria ao longo do eixo • Orbitais π: formados pela sobreposição lateral dos orbitais • Orbitais moleculares σ geram ligações σ e orbitais moleculares π geram ligações π • Como a sobreposição frontal é maior que a lateral, os orbitais σ são menos energéticos que os orbitais π • Ligações heteronucleares: OAs possuem energias diferentes • Quanto maior a eletronegatividade do elemento, menor será a energia do OA. • Quando temos dois átomos diferentes combinando para formar um orbital molecular podemos ter 2 situações diferentes: diferença muito grande de energia e pequena diferença de energia • Quando a diferença de eletronegatividade é muito grande há a transferência do elétron do orbital atômico mais energético para o menos, formando uma ligação iônica • Quando a diferença de eletronegatividade é pequena os orbitais atômicos se combinam para gerar orbitais moleculares. • O átomo mais eletronegativo contribui mais para a formação do orbital ligante e o átomo menos eletronegativo contribui mais para a formação do orbital antiligante • Essa diferença na contribuição na formação dos orbitais moleculares explica muito a reatividade dos compostos Fatores que afetam a interação dosorbitais • Ter a energia próxima não é o único fator que determina a interação entre os orbitais • A maneira como os orbitais se sobrepõem também é importante • Na ligação σ há uma maior sobreposição entre os orbitais do que na ligação π. A sobreposição frontal dos orbitais é mais eficiente que a sobreposição lateral. • Outro fator importante é o tamanho do orbital • Para a melhor sobreposição os orbitais devem ter o mesmo tamanho, i. e., um orbital 2p se sobrepõem melhor a um orbital 2p que a um orbital 3p ou 4p • A simetria do orbital também contribui • 2 orbitais devem ter a simetria apropriada para se sobrepor • Um orbital 2px não pode se combinar a um orbital 2py ou 2pz, por que não têm a simetria correta Hibridização de orbitais atômicos • Se o C só tem 2 elétrons em sua camada de valência, como explicar a formação do metano? • Outra forma de considerar a ligação entre dois átomos é a formação de orbitais híbridos • A combinação de orbitais atômicos para a formação de orbitais híbridos é chamada hibridização • Essa combinação ocorre para alcançar estados de menor energia no momento de formar ligações químicas. • Para a formação da molécula de metano temos a combinação de 4 orbitais atômicos do carbono (1 s e 3 p) para a formação de 4 orbitais híbridos sp3 • Os quatro orbitais sp3 do átomo de carbono apontam para as quinas de um tetraedro • O metano é formado pela sobreposição dos orbitais híbridos com os orbitais s dos átomos de hidrogênio • Cada sobreposição leva à formação de um orbital molecular σ com 2 elétrons e um orbital molecular σ* vazio • Da mesma forma o etano é formado • Para a construção da molécula de etileno, todos os orbitais necessários para a formação das ligações σ são hibridizados • 3 ligações para cada átomo de carbono (2 C-H e 1 C-C) • 1 orbital 2s e 2 orbitais 2p são hibridizados para a formação de 3 orbitais sp2 • Com a formação dos orbitais híbridos sobra um orbital 2p sem hibridizar (puro) • Os 3 orbitais híbridos se sobrepõem a outros orbitais ( 2 orbitais 1s dos H e 1 orbital sp2 de outro carbono) para formar 3 orbitais moleculares σ e 3 σ* • Os orbitais 2p que sobraram em cada carbono se combinam para formar o orbital molecular π e π* • O esqueleto da molécula tem 5 ligações σ no plano e 1 ligação π acima e abaixo do plano • As ligações σ podem ser formadas por orbitais híbridos, enquanto que as ligações π são formadas por orbitais p puros • Isso ocorre porque os orbitais híbridos não podem se sobrepor lateralmente • O acetileno tem uma tripla ligação • Cada átomo de carbono faz apenas 2 ligações σ • Então são necessários apenas 2 orbitais híbrido para fazerem essas ligações • São hibridizados 1 obital 2s e 1 orbital 2p, deixando o carbono com dois orbitais 2p puros para que as ligações π possam ser feitas • Os orbitais formados formam um esqueleto linear • Cada orbital atômico híbrido se sobrepõe a um orbital atômico 1s do hidrogênio e a um orbital híprido sp de outro carbono para formar 2 orbitais moleculares σ e 2 σ* • Os orbitais 2p puros se sobrepõem lateralmente para formar 2 orbitais moleculares π e 2 π* • As cadeias carbônicas são formadas por átomos de carbonos hibridizados tetraédricos (sp3), trigonais planares (sp2) e lineares (sp) • Para definir a forma e geometria da molécula basta apenas observar a hibridização dos átomos de carbono que a constituem • Se o carbono faz 4 ligações σ, ele é tetraédrico, se faz 3, trigonal plano e se faz 2, linear. Ligações duplas com outros elementos • A ligação C=O é o grupo funcional mais importante da química orgânica • Por isso é importante entender sua estrutura eletrônica • Como no etileno os dois átomos que compõem a ligação são hibridizados sp2 • O carbono usa todos os orbitais sp2 para fazer ligações σ, enquanto o oxigênio utiliza apenas 1 • Os 2 pares de elétrons não ligante ocupam os 2 outros orbitais sp2 do O e o orbital 2p puro faz a ligação π com o orbital 2p puro do carbono • Ligações triplas também podem ser formadas entre carbonos e outros elementos • A mais importante é a ligação tripla CN presente em nitrilas • Tanto o carbono quanto o nitrogênio têm hibridização sp • Um orbital sp do carbono se liga ao do nitrogênio e o outro se liga ao substituinte • O outro orbital sp do nitrogênio é preenchido pelo par de elétrons não ligante • A ligação tripla é formada pela sobreposição dos dois orbitais sp, formando uma ligação σ, e pela sobreposição lateral dos dois orbitais p, formando 2 ligações π • A formação de todas as ligações químicas podem ser explicadas usando a teoria da ligação de valência, a teoria dos orbitais moleculares e os orbitais híbridos. • Para resolver as estruturas de moléculas pequenas e entender a reatividade dos grupos funcionais devemos usar os orbitais atômicos e moleculares Exercícios 1. Qual a geometria e a hibridização de cada carbono nas seguintes moléculas:
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