7ª Aula_1S 2012_110412

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Profa.Raissa
Fontelas R. 
Gambi
CIÊNCIA E SOCIEDADE
11/04/12
 Importância decisiva de conhecimentos científicos para 
sustentar e guiar o desenvolvimento tecnológico após 1850
 Ascenção histórica do Ocidente estritamente relacionada com a 
superioridade tecnológica
 Relação íntima entre ciência e tecnologia
 caráter proposital e intencional da utilização da ciência
 ciência como mercadoria e como propriedade privada
 Crescente equiparação do desenvolvimento da Europa 
continental à Inglaterra
 países “atrasados” saltaram determinados estágios
 Mudança da liderança – da Inglaterra para a Alemanha
RETOMANDO...
 Conceito de desenvolvimento atrelado ao de industrialização 
e urbanização
 Nítida sensação de progresso: aumento da produção material 
e das comunicações
 Tecnologia Moderna: extremamente visível, inegável e 
triunfante
 maiores e mais potentes motores eram também os mais visíveis –
locomotivas
 ferrovias: inovação de maior impacto no século XIX
 grande emprego de mão de obra e matéria-prima
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
 Mundo demograficamente maior e geograficamente menor
 interligação pelas ferrovias e navegação a vapor
 desenvolvimento da transmissão rápida de informação
 Revolução Industrial
 aprofundamento das diferenças entre os países
 aumento das defasagens sobretudo pelo desenvolvimento da ciência 
e da tecnologia
 renda per capita dos países desenvolvidos se acentuou ao longo do 
tempo
 1880: renda era o dobro do período anterior
 1913: mais que triplo
 1950: 1 a 5 vezes
 1970: 1 a 7 vezes
SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL
 Meados do século XIX: período de grande confiança da 
sociedade burguesa no avanço da ciência
 predomínio do Positivismo Francês (Augusto Comte) e do Empirismo 
Inglês (Stuart Mill)
 solidez dos paradigmas científicos
 certeza de que a humanidade caminhava em direção ao progresso 
(era linear, contínuo e inexorável)
 ciências naturais e humanas – grande confiança em si mesmas 
sobretudo pela utilização do método científico, objetivo e preciso
CIÊNCIA
 Desenvolvimento das ciências humanas
 associado às ciências naturais 
 não possuíam o estímulo do progresso tecnológico
 análises muito marcadas pelo conservadorismo e pela associação à 
biologia – exceção notável: pensamento de Karl Marx
 grande destaque para a antropologia física do século XIX
 autonomização da psicologia e inserção na universidade
 economia e linguística – relativamente consolidadas
CIÊNCIAS
 Diferenças entre os países “explicadas/legitimadas” pela 
ciência
 mobilização da ciência para confirmação dos próprios preconceitos 
da sociedade
 racismo – forma de racionalizar/justificar as desigualdades numa 
sociedade formalmente igualitária
 diferenças traduzidas “cientificamente” em divisão de raças – o 
progresso era produto de uma minoria branca/superior
CIÊNCIAS
“Outras raças eram inferiores porque representavam um estágio anterior de
evolução biológica ou da evolução sócio-cultural, ou então de ambas. E essa
inferioridade era comprovada porque, de fato, ‘a raça superior’ era superior pelos
critérios de sua própria sociedade: tecnologicamente mais avançada,
militarmente mais poderosa, mais rica e mais ‘bem sucedida’.”
Hobsbawn (2007:370)
 Dentre as ciências: maior desenvolvimento da química
 mais florescente ciência do século XIX
 aplicação na indústria (sobretudo alemã) – alvejantes, corantes, 
fertilizantes, produtos médicos e explosivos
 envolvimento de mais da metade dos profissionais da ciência
 Final do século XIX – indústria química
 Alemanha: empregava 650 químicos e engenheiros
 Inglaterra: empregava 30 ou 40
 Biologia
 menor desenvolvimento até então
 grande impacto da teoria da evolução de Charles Darwin –
confrontação deliberada com as forças da tradição e com a religião
CIÊNCIAS
 Educação – mais geral
 defesa pela burguesia em função da necessidade de uma educação elementar 
 diferentes tipos de instrução:
 primária (preparação para o trabalho) – operários não especializados
 média – trabalhadores especializados
 superior – trabalhadores altamente especializados
 (Re)organização do ensino superior
 impacto da profissionalização da ciência
 fornece as qualificações necessárias ao processo de mudança no mundo do 
trabalho
 importância de articular a pesquisa de alto nível com a formação de profissionais
 facilita o recrutamento e a seleção de mão de obra
 resposta às necessidades para a formação de mão de obra
EDUCAÇÃO
 Revolução Industrial: modificações profundas nos modos de
organização do trabalho
 Sistema doméstico – manufatura – grande indústria
 Consequências da revolução industrial para o trabalho:
interpretações antagônicas
 desenvolvimento técnico-científico e da automação exige cada vez
mais instrução
 progressivo processo de subdivisão do trabalho, tornando-o mais
especializado e menos qualificado
 Subdivisão do trabalho: atinge maior número de
trabalhadores
ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO
 Organização do trabalho
 divisão do trabalho: perda do conhecimento do ofício, maior 
especialização e menor qualificação
 passagem de uma base técnica (proveniente diretamente do ofício) para 
uma base científica
 utilização dos métodos da ciência para o desenvolvimento de novas 
formas de organização do trabalho
 Desenvolvimento da Gerência Científica por Taylor (final do 
século XIX)
 refere-se à aplicação de métodos da ciência ao controle do trabalho nas 
empresas
 trabalho se descola progressivamente do domínio do ofício
 questão central: como fazer com que os trabalhadores realizem o seu 
trabalho da melhor forma possível
GERÊNCIA CIENTÍFICA
 Características importantes:
 ponto de partida: há sempre uma melhor forma de se controlar o 
trabalho alheio
 “dia ótimo de trabalho”: todo o trabalho que um operário pode fazer
 seres humanos são tratados como máquinas
 Princípios da Gerência Científica
 Primeiro princípio: dissociação do processo de trabalho das 
especialidades dos trabalhadores. 
 Administrador deve reunir todo o conhecimento do processo 
produtivo e reduzi-lo a regras, leis e fórmulas. 
GERÊNCIA CIENTÍFICA
 Segundo princípio: separação entre concepção do trabalho e 
execução
 todo possível trabalho cerebral deve ser banido da oficina e centrado 
no departamento de planejamento ou projeto.
 Terceiro princípio: controle de cada fase do processo de 
trabalho e do seu modo de execução
 definição não apenas do que deve ser feito mas como deve ser feito 
e o tempo exato permitido para isso
GERÊNCIA CIENTÍFICA
“Cada pormenor era especificado: tamanho da pá,quantidade da pilha, peso 
da pá, distância, arco de giro e períodos de repouso.”
Braverman (1995)