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Profa.Raissa Fontelas R. Gambi CIÊNCIA E SOCIEDADE 02/05/12 Ciência no século XX aprofundamento da divisão social do trabalho separação entre trabalho manual e intelectual também é afetada pela fragmentação e hierarquia – processo de superespecialização. processo de especialização – impõe a pesquisa coletiva, globalizada Relação entre ciência e tecnologia papel que a ciência passará a desempenhar no desenvolvimento capitalista pautado sobretudo nos produtos tecnológicos cada vez mais se tornam inseparáveis a tecnologia vai aparecer como um produto do conhecimento científico (nem sempre foi assim) CIÊNCIA NO SÉCULO XX Século XX – processo contraditório maior dependência e onipresença da ciência desenvolvimento de sentimento de desconfiança Século XIX: estava claro o potencial tecnológico imediato das descobertas da ciência. Porém... Ideia de que a vida na terra seria inconcebível sem a ciência – produto do século XX SÉCULO XX "possibilidade universal de usar as ciências naturais, imediatamente ou com um atraso de poucos meses ou quando muito de escassos anos, na formulação e resolução de qualquer problema posto pela vida prática (...)” Bernal Avanços científicos e tecnológicos desenvolvimento de produtos que não requerem nenhum tipo de conhecimento específico SÉCULO XX “As máquinas de fax são projetadas para uso por pessoas que não tem ideia de como a máquina em Londres reproduz um texto que foi posto nela em Los Angeles. Não funcionam melhor quando operadas por professores de eletrônica.” Eric Hobsbawn, 2010:510 Centro de gravidade da produção científica e tecnológica Europa (sobretudo Alemanha) para EUA importância crescente de países fora da Europa, como Canadá, Austrália e Argentina Por que? autores apontam principalmente a influência da Segunda Guerra Mundial evidência – Prêmios Nobel de ciência 1900 – 1933 - 7 prêmios para os EUA e 25 para Alemanha (66) 1933 – 1970 -77 prêmios para os EUA e 1 em cada dez para Alemanha SÉCULO XX Comparação com a Inglaterra intensidade de pesquisa nas firmas britânicas 1/3 das similares americanas poucas empresas com laboratórios próprios 1933: 73% das firmas americanas com laboratório de P&D, na Inglaterra somente 10% formação tardia (se comparada aos EUA) de empresas gigantes ICI e Unilever (somente após a 1ª Guerra) tradição britânica de ensino separação do cientista do engenheiro dificuldade do engenheiro de fazer a ligação entre a P&D e a produção INGLATERRA X EUA EUA investimento concentrado na ciência aplicada grande impulso aos laboratórios privados (GE, Kodak, GM, Westinghouse, Bell, etc) em 1920 = 300 em 1940 = 2.200 necessidade de mão de obra qualificada – mudanças nas universidades O PAPEL DOS EUA EUA no pós-Guerra emergência como nação líder em todos os sentidos, inclusive no tecnológico em áreas nas quais antes de 1940 não era líder gastos públicos com defesa e saúde dominam o cenário laboratórios governamentais passam a ser centrais de geração e de difusão para aplicações privadas gastos governamentais 1940: US$83,2 milhões; 1945: US$1,3 bilhão (Projeto Manhattan) O PAPEL DOS EUA EUA antes da 2ª Guerra predominância do setor privado (2/3 do gasto total nos EUA) – até final da década de 1930 gasto público, até 1940, concentrado na pesquisa agrícola (39%) a partir de 1940: gastos militares passam a ser predominantes O PAPEL DOS EUA Tabela: % de firmas com laboratórios de pesquisa segundo o setor nos EUA Fonte: Várias, apud M OW ERY & R O SEN BER G (1989:126), sim plificado Processo progressivo de concentração da ciência e da pesquisa maior eficiência especialização recursos necessários centralidade do inventor passa para a equipe, o time, o processo de desenvolvimento Inovação tecnológica não se dá de forma isolada, depende de múltiplos fatores certo estágio do conhecimento ambiente institucional e industrial disponibilidade de talentos mentalidade econômica rede de fabricantes e usuários SÉCULO XX Século XX: aprofundamento das reformas no ensino universitário 1910 – 8 mil físicos e químicos 1980 – 5 milhões de cientistas crescimento de ocupações que exigiam educação secundária e superior pressão pelo aumento da formação de mão de obra científica e tecnológica país pioneiro na massificação do ensino superior: EUA década de 1950 – reformas educacionais nos países desenvolvidos aumento exponencial da demanda formação de poucos cientistas na África e América Latina países desenvolvidos – ¾ do orçamento em pesquisa em desenvolvimento no mundo (décadas de 70 e 80) SÉCULO XX 1a.metade do século: automóveis, tratores, radar (década de 20, desenvolvido pelo governo a part ir dos 30), aviões, rádio (1897 -Marconi, depois RCA), televisão (1939 comercial -RCA, 1950 color-RCA), cinema e fotografia, nylon, antibiót icos etc. 2a.metade: energia atômica, transistores e computadores Novos setores criados e tradicionais transformados: têxteis, alimentos, materiais de construção, máquinas ferramenta, editoração e processos químicos. PRINCIPAIS INOVAÇÕES Importância da ciência básica – difícil prever as implicações práticas imediatas descoberta da fissão nuclear (1939) – por Otto Hahn desenvolvimento da base da moderna teoria dos computadores (1935) por Alan Turing – inicialmente somente uma especulação da lógica matemática transistores (1948) – subproduto da física do estado sólido – base da internet SÉCULO XX Desconfiança na ciência incompreensão pela sociedade de modo geral (hermetismo) imprevisibilidade das consequências Vários exemplos dos efeitos destrutivos da utilização da ciência e da tecnologia Vazamento de gás tóxico (isocianato de metila) em Bophal, na Índia – morte de 4 mil pessoas (1984) Problemas no reator nuclear de Chernobyl, na Ucrânia – 5 milhões de pessoas expostas à radiação e estimativa de 150 mil mortos (1986) Liberação de césio-137 em Goiânia, Brasil (1987) Danos na usina de Fukushima, Japão (2011) SÉCULO XX Isto sem falar na centralidade do papel da ciência e da tecnologia nas guerras 1ª Guerra Mundial Alemanha utilizou gás venenoso no campo de batalha reação: Convenção de Genebra (Protocolo de Genebra de 1925 - proíbe o uso de gases tóxicos e métodos biológicos para fins bélicos). mortos: 116 mil americanos 800 mil britânicos 1,6 milhões de franceses 1,8 milhões de alemães Século XIX – maior letalidade da Guerra Prússia/Alemanha e França 150 mil mortos GUERRAS MUNDIAIS 2ª Guerra Mundial não houve utilização de armas químicas, porém... número de mortos muito elevado utilização da bomba atômica GUERRAS MUNDIAIS Fonte: US National Archives and Records Administration. Disponível em:http://www.not1.com.br/
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