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Conectores Menores - 65 CAPÍTULO 8 – CONECTORES MENORES CONECTORES MENORES RÍGIDOS 1 - Conceito São elementos da prótese parcial re- movível que unem os grampos às grades da sela e/ou aos conectores maiores ou barras. Podem, também, unir um apoio, direta ou indi- retamente, a esses componentes (Figura 1). Figura 1 - Conectores menores ilustrados na cor azul 2 - Funções: De acordo com o conceito, os conecto- res menores possuem função de união. Tam- bém atuam como via de transmissão das car- gas oclusais, resultantes da mastigação. Quando as forças oclusais, aplicadas aos den- tes artificiais, são transmitidas para o rebordo residual, a barra é tracionada no sentido ocluso gengival. A barra, sendo rígida, traciona os conectores menores, que fazem os apoios oclusais entrarem em ação. Dessa forma, as forças que atuam sobre a sela e dentes artifici- ais são transmitidas para os dentes de suporte (Figura 2). Os conectores menores que se locali- zam vizinhos ao espaço protético, exercem função de planos guias, desde que estejam em contato com superfícies preparadas paralelas ao eixo de inserção e remoção da prótese. Em casos de extremidade livre, quando colocados na distal, além de planos guias, os conectores menores estabilizam o dente pilar e não apre- sentam apoio na superfície oclusal. Figura 2 - Transmissão das forças mastigatórias 3 - Morfologia e localização Os conectores menores devem possuir vo- lume suficiente para terem rigidez, favorecendo a efetiva transferência de esforços. Entretanto, esse volume não deve causar desconforto ao paciente. Apresentam forma triangular, cuja base es- tá voltada para a barra ou conexão maior e o ápice para o apoio oclusal. Devem formar ân- gulo reto com a conexão maior (Figura 3) e serem aliviados na área de gengiva marginal (Figura 4). Figura 3 - Ângulo reto com a conexão maior Conectores Menores - 66 Figura 4 - Alívio na área de gengiva marginal Quando os conectores menores funcionam como plano guia, devem apresentar forma a- chatada e larga, para utilizar toda a superfície proximal preparada paralela ao eixo de inser- ção e remoção da prótese parcial removível (Figura 5). Figura 5 - Plano guia Localizam-se no espaço interproximal e não em superfície convexa do dente, o que poderia ocasionar desconforto ao paciente (Figura 6) Figura 6 - Localização interproximal Observando-se por oclusal, o conector me- nor também deve apresentar forma triangular, para permitir o correto posicionamento dos dentes artificiais sem que haja aparecimento de metal na vestibular (Figura 7). Vista oclusal Vista lingual ou palatina Figura 7 - Forma triangular dos conectores menores A superfície do conector menor que se relaciona com a resina acrílica da sela deve apresentar bordos retos, para que a resina acrílica fique mais espessa, não quebradiça e de fácil polimento. Os conectores menores podem estar unidos à sela (Figura 8) ou à barra (Figura 9) . Figura 8 - Conector menor unido à sela. Conectores Menores - 67 Figura 9 - Conectores menores unidos à barra Além dos conectores menores rígidos há outros tipos de sistema de conexão que podem ser elásticos ou articulados. CONEXÃO ELÁSTICA OU ROMPE-FORÇAS Esse sistema de conexão foi desenvol- vido para as próteses de extremidades livres, com objetivo de minimizar as forças que atuam sobre os dentes pilares, pela transferência da maior parte delas para o rebordo residual. Isso é possível pela utilização de barras bipartidas flexíveis que permitem o movimento da base na extremidade livre, no sentido vertical, minimi- zando as forças que atuam sobre os dentes pilares (Figura10). Figura 10 - Conexões elásticas Algumas das vantagens desse tipo de co- nexão são: preservação dos dentes pilares devido à redução das forças horizontais e esti- mulação fisiológica da fibromucosa, a qual previne a reabsorção óssea do rebordo alveo- lar. As desvantagens são: dificuldade de con- fecção e concentração de forças horizontais e verticais no rebordo, resultando em maior reab- sorção. CONEXÃO ARTICULADA A conexão articulada, também, denomi- nada de encaixe, foi desenvolvida para aten- der as necessidades estéticas das reabilita- ções com próteses parciais removíveis. Esse tipo de conexão elimina os grampos localiza- dos nas superfícies vestibulares dos dentes pilares. É constituída de duas partes: compo- nente “fêmea”, que se encontra unido à coroa metálica ou faz parte integrante da coroa, e componente “macho”, que se encontra unido à sela ou à barra da estrutura metálica da prótese parcial removível. O mecanismo de retenção do encaixe está baseado no atrito entre essas partes metálicas. Os encaixes podem ser de precisão (fa- bricados industrialmente), ou de semi- precisão (confeccionados em laboratório). Os de precisão apresentam perfeita justaposição entre suas partes e permitem o ajuste da quantidade de retenção. Os de semi- precisão, por serem confeccionados em labo- ratório, apresentam menor justaposição entre suas partes, sendo necessária a colocação de grampos nas superfícies linguais ou pala- tinas, para auxiliar na retenção. Esses gram- pos devem estar localizados em superfícies paralelas ao eixo de inserção e remoção da prótese parcial removível. Tanto as conexões de encaixes de semi-precisão, quanto as de precisão podem ser classificadas em intra e extra-coronárias, dependendo da localização do componente “fêmea” na coroa do dente Conectores Menores - 68 pilar. No primeiro caso, o encaixe é parte integrante da restauração, seguindo os limi- tes periféricos do dente de suporte e comple- tando sua anatomia (Figura 11). Já o encaixe extra-coronário se projeta para a parte exter- na da coroa dental (Figura 12). Figura 11- Conexões articuladas: encaixe intra-coronário Figura 12- Conexões articuladas: encaixe extra-coronário Levando em consideração a transmissão de forças, os encaixes intra-coronários são os mais adequados, pois essa transmissão ocorre mais próxima do eixo de rotação da raiz. Entre- tanto, eles exigem maior desgaste do dente, tanto para a localização da fenda do encaixe, respeitando o contorno da coroa do dente, como para assegurar a correta transmissão das forças. Nos encaixes intra-coronários, a reten- ção é proporcionada pelo contato preciso entre as duas partes que compõe o sistema. A área da superfície de contato disponível para se obter retenção está relacionada com o compri- mento do encaixe. O comprimento do encaixe, além de ser determinado pela altura da coroa clínica, é um dos fatores mais importantes para a eficiência do encaixe em resistir às forças rotacionais e laterais. Os encaixes podem ser indicados para próteses intercaladas e de extremidades livres, desde que a estética seja um fator preponde- rante, e cuidados especiais devem ser toma- dos, durante o planejamento. REFERÊNCIAS 1. DeFRANCO, R.L. Designing Remova- ble Partial Dentures. Dent. Cl.North Am, v.28, n.2, p.307-325, apr.1984. 2. FIORI, S.R. Atlas de prótese parcial removível. 1ª ed., Panamed Editori- al.Ltda., São Paulo, p.261-64. 3. FRANK, R. P.; NICHOLLS, J. I. An in- vestigation of the effectiveness of indi- rect retainers.J. 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