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Petição Inicial Cautelar.


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EXMO(A). SR(A). DR(A). JUIZ(A) DE DIREITO DA ______ VARA CÍVEL DA COMARCA DE RECIFE/PE (Conforme art. 319, I, NCPC e organização judiciária da UF)
NOME COMPLETO DA PARTE AUTORA, nacionalidade, estado civil (ou a existência de união estável), profissão,portadora da cédula de Identidade nº _______________, inscrita no CPF/MF sob o nº _______________, endereço eletrônico, residente e domiciliada na _______________, por seus advogados in fine assinados conforme procuração anexada, com endereço profissional (completo), para fins do art. 106, I, do Novo Código de Processo Civil, vem, respeitosamente, à presença de V.Exa., com fundamento, nos artigos 396 e seguintes c/c o art 301 do NCPC, e art. 6°, III, do CDC, propor a presente:
AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS EM CARÁTER ANTECEDENTE
contra a _______________, pessoa jurídica de direito privado, estabelecida na Rua ________________, endereço eletrônico, inscrita no CPNJ sob o nº ____________, pelos fundamentos de fato e de direitos a seguir aduzidos:
DOS FATOS
A empresa autora, no intuito de fortalecer e melhor conduzir seu capital de giro contratou, de fato, serviços do banco demandado, tipo empréstimo,-vinculado a sua conta corrente, ato comum de empresas, a fim de suportar as intempéries da economia e a flutuação do mercado.
Ocorreu que na ocasião o banco informou que chegaria uma via da contratação no endereço da empresa, pois era essa a medida usual da instituição, e que ainda tinhas burocracias a serem finalizadas internamente, tendo então a autora aguardado pela sua via contratual que até hoje não fora apresentada.
Passado um lapso de tempo razoável, com a devida cobrança mensal do pacto, e consequente adimplemento, a demandante percebeu que o valor pago ao final iria chegar a um montante superior ao que esperava ter contratado, o que muito lhe apreendeu, pois ninguém espera pagar a mais, ou pagar indevidamente ou diferente do que pactuou.
Inquieta com tal verificação entrou-se em contato com o banco, administrativamente, para que o mesmo apresentasse a cópia do contrato para verificar se os valores pagos estavam condizentes, porém tudo sem sucesso, estando a empresa sem, sequer, o número do contrato em mãos, e muito menos sem saber efetivamente qual a taxa de juros aplicada e se os encargos estão condizentes com o acordado e com a norma vigente.
Nesse meio tempo, passou a empresa receber cobranças, indicando valores em aberto da sua conta e do empréstimo. Surpresa, reiterou pedido do contrato para verificação e busca dos seus direitos, em vão. Final do mês de janeiro buscou informação cadastral, quando se deparou com a inclusão do seu nome no rol dos mal pagadores, indicando contrato de empréstimo n° ____ e adiantamento de conta n° _____.
Mais uma vez buscou o banco administrativamente para saber tal origem já que teoricamente, não havia inadimplência, e nem sequer recebeu-secomunicação de negativação, mas nada solucionara, e sem a cópia do contrato mesmo dos extratos do mesmo inviabiliza o banco que a autora busque e resguarda seu direito de consumidora.
Revisão contratual e mesmo desconstituição de indébito são ações que só podem ser instruídas com o instrumento contratual, que até hoje não fora fornecido, apesar de ser um direito garantido, mas que o banco ignora. Não tendo qualquer resposta plausível do demandado e nem sequer a cópia do contrato em suas mãos, não viu a empresa outra saída senão buscar o judiciário, como de fato o faz, para que o banco, respeitando o direito do consumidor, que é aplicado nas relações bancárias (súmula 297 STJ), apresente a cópia e extratos da conta e do empréstimo vinculado, para que a demandante verifique-o, podendo até promover ação revisional, caso não esteja de acordo coma realidade e veracidade pactuadas.
Ou seja, a atitude omissa do banco dificulta o acesso da demandada à justiça no que tange a uma possível ação de revisão, anulação, etc., ao tempo que a obriga a litigar para que ele obedeça a norma e exiba o contrato e pactuado e extrato bancário. Infelizmente, as instituições brasileiras não respeitam os consumidores, fato que deve o judiciário coibir e frear esse tipo de atitude, como se espera.
DO CABIMENTO DO PEDIDO
O direito da exibição aqui perseguida tende entre outros, constituir prova, assim como, assegurá-la. Neste sentido, o que se pretende é evitar o risco de uma ação mal proposta ou deficientemente instruída, futuramente.
Urge, portanto, considerar que a presente tutela de urgência de natureza cautelar é manejada ante o que preceitua o art. 396 do NCPC, inverbis:
Art. 396.  O juiz pode ordenar que a parte exiba documento ou coisa que se encontre em seu poder.
Desta feita, anote-se a respeito da sábia lição de HUMBERTO THEODORO JÚNIOR, em sua grande obra Curso de Direito Processual Civil, que alcança com finura, o âmago da questão ao citar o grande mestre PONTES DE MIRANDA:
	
	
`Ação cautelar de exibição corresponde não à verificação da propriedade da coisa ou declaração de conteúdo ou falsidade do documento. Cuida apenas — nos dizeres de Pontes de Miranda — da asseguração da pretensão de conhecer os dados de uma ação antes de propô-la. Metê-la na classe das exibições que correspondem à pretensão à asseguração da prova não é, certo, contra a natureza das coisas; pois a prova se destina ao convencimento do juiz e o autor está promovendo a formação de elementos que possam levá-la ao cumprimento do seu ônus de afirmar e de provar".
Observa-se, ainda, o que o mesmo doutrinador HUMBERTO THODORO JÚNIOR leciona a respeito da característica da AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO, ao prescrever:
t5-	"O que caracteriza a exibição como medida cautelar é servir para evitar o risco de uma ação mal proposta ou deficientemente instruída, tal como ocorre nas antecipações de prova, de maneira geral”.
(Grifos nossos)
Com efeito, Exa., a utilização da presente tutela cautelar tem guarida ante a observância do procedimento previsto nos artigos 305 e seguintes do NCPC, bem como na da regra do poder geral de cautela contida no art. 301, do mesmo Código.
Tenta-se, através deste medida, evitar tumulto na marcha processual de futura demanda garantindo, assim, a preservação de interesse legítimo do peticionário.
É o mesmo ilustre tratadista adrede mencionado que indica como elemento fundamental ao procedimento preconizado, para a exibição cautelar, a exigência do texto legal, quando o réu da ação exibitória é a pessoa que irá figurar no possível processo principal como parte, que no art. 397 do NCPC, determina:
Art. 397.  O pedido formulado pela parte conterá:
I - a individuação, tão completa quanto possível, do documento ou da coisa;
II - a finalidade da prova, indicando os fatos que se relacionam com o documento ou com a coisa;
III - as circunstâncias em que se funda o requerente para afirmar que o documento ou a coisa existe e se acha em poder da parte contrária.
De acordo com o que se demonstrou acima, encontram-se satisfeitos os requisitos necessários para a interposição do pedido cautelar de exibição de documento, inclusive com precedentes jurisprudenciais na matéria, conforma será demonstrado a seguir. É preciso frear as arbitrariedades dessas instituições bancárias que deixam de cumprir a norma vigente violando dia a dia o direito de seus consumidores, e é por isso que se impõe tal medida.
DO DIREITO AMEAÇADO
Como é de total conhecimento deste Douto Magistrado, a ação de exibição de documentos é a via processual adequada para que o titular do serviço de crédito possa ter acesso a toda documentação relativa ao contrato realizado com a instituição bancária para os serviços por esta prestados, tendo a mesma, segundo o art. 52 do Código de Defesa do Consumidor, o dever de apresentar de forma clara e detalhada as alíquotas de juros cobradas, amortizações, tarifas, taxa de permanência e demais encargos, evitando-se, assim, o risco de uma ação futura mal proposta.
E ainda, no mesmo CDC, inciso III, do art. 6°, verifica-se o direito pleiteado, vejamos:Art. 6° São direitos básicos do consumidor:
III - a informação adequada e clara sobre os diferentes produtos e serviços, com especificação correta de quantidade, características, composição, qualidade, tributos incidentes e preço, bem como sobre os riscos que apresentem;
Neste sentido, é direito da parte suplicante a propositura da presente ação cautelar de exibição de documentos com o fito de obter cópia do negocio jurídico. .Com efeito, a presente demanda visa assegurar o resultado de um processo de conhecimento e com ele guarda relação, indiscutivelmente, cabendo à parte interessada e prejudicada, recorrer às vias judiciais.
Sem embargos, a ninguém é dado eximir-se de colaborar com o Poder Judiciário para o descobrimento da verdade, conforme preceitua o art. 378 do nosso novo diploma processual.
Observa-se, ainda, o comando adjetivo encontrado nos arts. 398 e 399 do NCPC, vejamos:
Processo: 97459-8 - Bartolomeu Bueno de Freitas Morais, Sexta Câmara Cível, 19/11/03 - n° DJ:38 Data da Publicação: 02/03/04).
PROCESSUAL CIVIL E CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR — AGRAVO DE INSTRUMENTO — "AÇÃO CAUTELAR DE EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS — CLIENTES QUE PRETENDEM A EXIBIÇÃO DE EXTRATOS DE MOVIMENTAÇÃO BANCÁRIA —IMPOSIÇÃO DE MULTA DIÁRIA PELO I N.ADI MPLEMENTO — POSSIBILIDADE —PRAZO ASSINALADO PARA O CUMPRIMENTO DA OBRIGAÇÃO HÁ DE SER SUFICIENTE —RECURSO PARCIALMENTE PROVIDO.
	
	1.A ação de exibição de documentos é a via adequada para que o correntista possa ter acesso à toda documentação relativa ao contrato financeiro celebrado com a instituição bancária, tendo esta, segundo o art. 52, do Código de Defesa do Consumidor, o dever de apresentar de forma clara e detalhada as alíquotas de juros cobradas, amortizações, tarifas, taxa de permanência e demais encargos, evitando-se, assim, o risco de uma ação futura mal proposta, não cabendo ao Magistrado a giro examinar, de início, se o autor irá obter êxito na lide principal oro mesmo se esta já se encontrou prescrita, já que o pedido judicial de exibição de documento pode ter natureza processual compatível com a ação cautelar salisfativa.
2.Nas ações que tenham por objeto o cumprimento de obrigação de fazer, como e" o caso, pode, o juiz, a seu critério, impor multa diária ao Réu, independentemente de pedido do Autor, conforme faculta o art. 461, 4°, do CPC
3. 0 prazo para o cumprimento da exibição, entretanto, deverá ser assinalado de forma a dar condições ao Requerido de saci fazer a obrigação.
4.Assim, dá-se parcial provimento ao recurso, apenas para 
conceder, ao Agravante, o prazo de 15 (quine) dias para a 
exibição dos documentos solicitados na Cautelar em apreço, acontar da decisão monocrática proferida neste Agravo de Instrumento, sem prOko da multa diária estipulada na interlocutória guerreada.
5.Provimento parcial ao recurso, em decisão indiscrepante.
REsp	356198	MG
RECURSO ESPECIAL - 2001/0131364-5
Ministro - LUIS FELIPE SALOMÃO T4 -QUARTA TURMA - DJe 26/02/2009
CAUTELAR. EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS. DOCUMENTOS DO CORRENTISTA E EXTRATOS BANCÁRIOS. COBRANÇA DE TARIFA. DESCABIMENTO. RELAÇÃO DE CONSUMO. DIREITO À INFORMAÇÃO. RECURSO ESPECIAL PROVIDO.
1.A exibição judicial de documentos, em ação cautelar, não se confunde com a expedição de extratos bancários pela instituição financeira, sendo descabida a cobrança de qualquer tarifa.
2.0 acesso do consumidor às informações relativas aos negócios jurídicos entabulados com o fornecedor encontra respaldo no Código Consumerista, conforme inteligência dos artigos 6, inciso III. 20. 31, 35 e 54,15°. 
3.Recurso especial provido.
É inaceitável curvar-se aos desmandos e devaneios dessas instituições que desde sempre burlam o direito do cidadão e restam ilesas. No presente caso, o banco sequer se preocupa em sanar a omissão, tendo que o judiciário determinar que o mesmo haja nos moldes da lei.
Assim, tendo em vista o direito garantido de acesso ao documento/contrato/extrato, conforme preconiza a norma consumerista, bem como o direito de pleitear a exibição, processualmente, requer a empresa autora o deferimento da presente ação, com a determinação liminar de exibição, por ser de direito e justiça.
Diante dos fatos, procura a parte autora a tutela jurisdicional para ver assegurado seu direito de acesso a cópia ou original do Contrato __________empréstimo celebrado com o demandado, bem como os extratos da conta vinculada, indicados na negativação indevida, não comunicada.
Com efeito, estão aqui presentes, um a um, todos os requisitos de admissibilidade da medida acautelatória de exibição de documentos.
Pelo exporto, e como depende para o deslinde de demanda, ou seja, para a comprovação de matéria de fato, de um pedido principal de REVISÃO CONTRARUAL c/c INDENIZAÇÃO POR DANOS MORAIS e pedido de Tutela Antecipada, requer desse M.M. juízo que o Banco suplicado apresente:
Cópia ou original do Contrato de Empréstimo, celebrado com a aqui demandante, bem como extratos da conta vinculada.
que seja o Banco suplicado citado na forma legal, para que, querendo, apresente contestação no prazo legal de cinco (05) dias, sob pena de revelia (art. 307, do NCPC), e que, ao final, seja a medida julgada totalmente procedente, condenando-se o Réu ao pagamento das custas, despesas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados por este douto julgador.
Requer a produção de todas as provas em direito admitidas, na amplitude dos artigos 369 e seguintes do NCPC, em especial as provas: documental, pericial, testemunhal e depoimento pessoal da parte ré.
Dá-se, a presente causa, para efeitos meramente fiscais, o valor de R$ 1.000,00 (Hum Mil Reais).
Nos termos acima esposados
Pede e Espera Deferimento.
Cidade, Data. 
__________________________________________
Nome do Advogado(a) OAB/ n˚