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O Trivium: Arte e Ciência da Palavra

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O Trivium
 
O Trivium
● Arte e ciência da palavra
● Existe desde o período clássico
● É batizado por Marciano Capella no Século V
● Significa o cruzamento e articulação de três ramos ou caminhos; 
conota um “cruzamento de estradas” acessível a todos
● Faz parte da formação em Artes Liberais, que toda pessoa livre 
deve ter
● As Artes Liberais ainda são um componente central da educação 
superior na América do Norte e nos Gymnasia alemães
 
O Trivium
Gramática – uso adequado da linguagem
Lógica – argumentação correta
Retórica – argumentação eficaz 
 
O Trivium
● Cria (descobre?) a 
lógica tradicional
● Escreve o mais 
importante tratado de 
retórica da 
antiguidade
Aristóteles (384a.C.-322a.C)
 
O Trivium
As provas de persuasão fornecidas pelo discurso são de três
espécies: umas residem no carácter moral do orador; outras, no
modo como se dispõe o ouvinte; e outras, no próprio discurso,
pelo que este demonstra ou parece demonstrar.
Persuade-se pelo carácter [ethos] quando o discurso é proferido
de tal maneira que deixa a impressão de o orador ser digno de
fé.
Persuade-se pela disposição [pathos] dos ouvintes, quando estes
são levados a sentir emoção por meio do discurso, pois os
juízos que emitimos variam conforme sentimos tristeza ou
alegria, amor ou ódio.
Persuadimos, enfim, pelo discurso [logos], quando mostramos a
verdade ou o que parece verdade. . .
Aristóteles, Retórica
 
O Trivium
Como veremos durante o semestre, cada uma 
dessas maneiras de persuadir pode ter um uso 
correto e um uso abusivo.
 
Ethos
● Correto: o orador é uma reputada autoridade 
na área, em quem podemos confiar por ser um 
especialista e por não ter qualquer razão para 
nos enganar
● Abusivo: o orador é uma pessoa que 
admiramos ou em quem confiamos por razões 
irrelevantes ao tema em questão, ou uma 
autoridade que possui alguma razão para nos 
enganar 
 
Pathos
● Correto: o orador apela a uma consequência 
emocionalmente indesejável para o interlocutor 
a fim de fortalecer a posição de barganha do 
orador.
● Incorreto: o orador apela a uma consequência 
emocionalmente indesejável de uma 
proposição para convencer o interlocutor de 
que a proposição é falsa
 
Logos
● Correto: argumentos em que a verdade das 
premissas garante ou torna provável a verdade 
da conclusão.
● Abusivo: argumentos que parecem bons no 
sentido acima, mas que incorrem em algum 
erro que os torna persuasivos mas não 
conducentes à verdade (falácias e 
paralogismos)
 
Logos
●
“A lógica é a ética do 
pensar, no sentido 
em que a ética 
consiste em lançar 
mão do autocontrole 
com o propósito de 
realizar nossos 
desejos.”
Charles Sanders Peirce (1839-1914)
 
Exemplo
Teeteto: Opinião verdadeira é conhecimento.
Sócrates: Uma arte inteirinha está a indicar que conhecimento
não é isso.
Teeteto: De que forma? E que arte é essa?
Sócrates: A dos grandes mestres de sabedoria, que
denominamos oradores e advogados. Não é com sua arte e
ensinando que eles convencem os outros, mas levando-os, por
meio da sugestão, a admitir tudo o que eles querem. Acreditas,
mesmo, que haja profissionais tão habilidosos, a ponto de
demonstrarem a verdade do fato, para quem não foi
testemunha ocular de alguma violência ou roubo de dinheiro?
...
Teeteto: De jeito nenhum posso acreditar nisso; o que eles fazem
é [somente] persuadir.
Sócrates: Nesse caso, quando os juízes são persuadidos [dessa
forma], é um juízo sem conhecimento; porém, ficaram bem
persuadidos, pois sentenciaram com acerto.
Platão, filósofo e exímio combatente intelectual
 
Conclusão
● Nosso estudo focará nos argumentos e seus usos e 
abusos
● Nossa fundamentação metodológica natural é o Trivium. 
Ele estará pressuposto em todo o nosso trabalho.
Para quem quiser saber mais sobre o Trivium:
JOSEPH, Miriam Ir. O Trivium. As Artes Liberais Da 
Lógica, Da Gramática e Da Retórica. É realizações, 2014.
(Disponível na biblioteca da PUC-RS)
 
Fim!
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