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REVISÃO TEO LIT 1

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Fundação Centro de Ciências e Educação a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro 
Universidade Federal Fluminense Curso de Licenciatura em Letras- UFF / CEDERJ 
Disciplina: Teoria da Literatura 1 
Coordenador: José Luís Jobim 
Roteiro de estudos para a AP3 - 2014/ 2 
1 – Conceitue gênero literário. 
Quando falamos em gêneros literários, estamos falando do conteúdo e da estrutura do texto. Dependendo de como se estruturam, e do seu conteúdo, os textos literários são divididos em três gêneros literários: LÍRICO, ÉPICO e DRAMÁTICO. 
Esta divisão existe desde os artistas clássicos, tendo origem na Grécia através de Aristóteles e subsistindo até hoje.
Atualmente, porém, para fins didáticos, alguns autores desmembram do gênero épico, o gênero narrativo (ficção), no qual se encaixam as narrativas em prosa.
Outros autores, ainda, denominam também o chamado gênero DIDÁTICO, que engloba todos os textos que não são produzidos como literatura, mas com o  objetivo de serem utilizados para fins didáticos.
Adaptando frase de um escritor inglês, vamos partir de uma evidência simples: a obras literárias nos oferecem uma história (FORSTER, 1969, p. 32). Sim, é relativamente verdadeiro isto, donde se admitir que o elemento história é um dos aspectos básicos da literatura. 
Mas uma história pode ser oferecida ao leitor de diversas maneiras, e também não faltam casos em que a obra literária não apresenta nenhuma história. Por isso, é possível fazer do elemento história (em geral também designado pelos termos enredo, trama, intriga) um ponto de referência para a classificação da literatura em gêneros, como se verá adiante.
Antes disso, porém, vejamos uma definição de história, no sentido em que aqui estamos empregando a palavra: conjunto de ações inter-relacionadas, apresentadas em determinada sequência numa obra literária, engendrando-se, assim, um universo no qual surgem e atuam personagens situados no tempo e no espaço. Como se trata de um universo por assim dizer inventado (onde, portanto, personagens, tempo e espaço são também inventados), é usual e correto afirmar que as obras literárias constituem ficção.
O que expusemos até aqui pode resumir-se em três pontos: 
1º – a história é elemento frequente nas produções literárias; 
2º – nem sempre o texto literário oferece uma história; 
3º – há maneiras diversas de a obra literária apresentar uma história ao leitor.
Assim, pode-se fazer do elemento história um critério para a classificação da literatura em gêneros. Quando o texto literário não dispõe de história, temos o gênero lírico; quando dispõe, o gênero poderá ser o narrativo ou o dramático. Se a história é apresentada ao leitor através da mediação de um narrador, temos o gênero narrativo; se é apresentada sem esta mediação, ou seja, diretamente nos diálogos desenvolvidos pelos
personagens, temos o gênero dramático.
2 – Conceitue os principais gêneros literários (lírico, épico, narrativo e dramático) 
GÊNERO LÍRICO: vem da palavra “lira”, o instrumento musical utilizado pelos gregos para acompanhar seus cantos. Por muito tempo as poesias eram cantadas, mas depois veio a ser produzida para ser declamada, sem o acompanhamento do instrumento musical. Não perdeu, porém, a musicalidade, e até hoje faz uso de recursos como rima, rítmica, métrica, estrofes e versos, combinações de palavras, figuras de linguagem, dentre outros recursos que são essencialmente musicais. A poesia moderna trouxe muitas novidades, desprendendo-se destes recursos e abraçando o verso livre, sem rima, sem métrica, com estrofes irregulares.
O gênero lírico caracteriza-se também por expressar emoções, sentimentos e sensações, sendo um texto subjetivo. A grande maioria das poesias pertencem a este gênero, mas podem também pertencer ao gênero épico, dramático ou narrativo.
Os gêneros literários reúnem um conjunto de obras que apresentam características análogas de forma e conteúdo. Essa classificação pode ser feita de acordo com critérios semânticos, sintáticos, fonológicos, formais, contextuais, entre outros. Eles se dividem em três categorias básicas: gêneros épico, lírico e dramático. Vale salientar também que, atualmente, os textos literários são organizados em três gêneros: narrativo, lírico e dramático. 
As espécies líricas podem ser grupadas em dois conjuntos: 
1° - Poemas de forma fixa, isto é, dotados de um esquema estrófico, rímico e/ou métrico especial. Entre as espécies líricas de forma fixa, cabe destacar, pela frequência da sua presença nas diversas épocas da literatura, o soneto, cujo esquema (na variante mais comum em língua portuguesa) é o seguinte: quatorze versos, distribuídos em
dois quartetos e dois tercetos. Além do soneto, contam-se entre as espécies líricas de forma fxa: quadrinha, balada, vilancete, rondel, rondó, triolé, pantum, terceto, décima, oitava, sextina, canto real, vilanela.
2º - Poemas definíveis por seu tema ou tom, entre os quais podem ser citados: a. elegia: poema em tom terno e triste; b. ode: poema em tom grave e solene, destinado à exaltação de alguém, de um acontecimento ou de uma situação; c. idílio: poema amoroso de caráter campestre ou pastoril; d. écloga ou égloga: poema pastoril composto sob a forma de diálogos. Entre as espécies líricas, cabe também referência ao chamado poema em prosa, modalidade praticada entre os poetas ligados ao Simbolismo, estilo de época de fns do século XIX.
GÊNERO DRAMÁTICO: 
As principais espécies dramáticas são as seguintes:
a. tragédia: originariamente, texto dramático em versos, depois também em prosa, de ação caracterizada pela intensidade e violência das paixões ou conflitos humanos representados;
b. comédia: texto dramático, inicialmente em versos, mais tarde também em prosa, de ação divertida e feição humorística; 
c. auto: na origem, texto dramático em versos, posteriormente também em prosa, de curta extensão, cujos personagens muitas vezes constituem alegorias (representam pecados, virtudes, entidades religiosas – anjos, santos, demônios etc.);
d. drama: texto dramático em prosa, em que podem associar-se passagens trágicas e passagens cômicas
GÊNERO NARRATIVO: 
As espécies narrativas em prosa são as seguintes:
a. conto: narrativa em prosa de extensão mais breve;
b. novela: narrativa em prosa, composta de capítulos quase autônomos entre si,constituindo cada capítulo praticamente uma história completa. Inicialmente de extensão bem longa, as novelas tendem a condensar-se a partir do século XIX, desde então sendo caracterizáveis como narrativas em prosa mais longas do que os contos e mais breves do que os romances;
c. romance: narrativa em prosa, constituída de capítulos mais frmemente interdependentes, se o termo de comparação for a novela, cujos capítulos, como assinalamos, são praticamente autônomos entre si. Quanto à extensão, o romance é mais longo do que o conto e usualmente também mais longo do que a novela (considerando-se a dimensão adotada por esta última espécie do século XIX em diante).
GÊNERO ÉPICO: A palavra “épos” vem do grego e significa “versos” e, portanto, o gênero épico é a narrativa em versos que apresenta um episódio heroico da história de um povo. Na estrutura épica temos: o narrador, o qual conta a história praticada por outros no passado; a história, a sucessão de acontecimentos; as personagens, em torno das quais giram os fatos; o tempo, o qual geralmente se apresenta no passado e o espaço, local onde se dá a ação das personagens.
Neste gênero, geralmente, há presença de figuras fantasiosas que ajudam ou atrapalham no curso dos acontecimentos. Quando as ações são narradas por versos, temos o poema épico ou epopeia. Dentre as principais epopeias, temos: Ilíada e Odisseia.
3 – Distinga conceito e senso comum. 
Cotidianamente, a expressão senso comum pode designar um suposto conjunto de ideias e opiniões, vistas como verdadeiras pela comunidade de pessoas que nelas creem, presumindo uma percepção
e um entendimento comuns e irrefletidos sobre uma série de coisas presentes na vida de determinada comunidade. Assim, existe uma série de ideias e opiniões sobre o que é literatura no senso comum.
Em oposição ao sentido de senso comum como uma percepção e um entendimento generalizado, informal, irrefletido e enraizado na vida da comunidade, teríamos então o sentido do conceito como a produção de um entendimento mais formal, fruto de um trabalho que resulta em um conhecimento. O conceito, como vimos no sentido original da palavra latina conceptus, gera, concebe, cria algo que não havia antes de refletirmos sobre o real. Um conceito pode abranger e organizar um conjunto de coisas de certa maneira. Por exemplo, o conceito de literatura pode abranger uma série de textos (que serão considerados literários, a partir dos parâmetros do conceito elaborado) e organizar este universo de textos de um modo determinado, especifcando quais serão considerados literários e quais não. Este tipo de oposição entre senso comum e conceito pode levar as pessoas a crerem que apenas o conceito produz conhecimento válido, enquanto o senso comum é fonte de todos os erros derivados das opiniões herdadas acriticamente. Mas podemos também questionar esta oposição, inclusive tentando refletir a partir do senso comum, e buscando em suas formulações o que pode ser desenvolvido em argumentações mais complexas. Você verá como tentaremos fazer isto nas aulas seguintes.

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