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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO CENTRO DE TECNOLOGIA E GEOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA Profa. Eliane Medeiros CORROSÃO INTERGRANULAR A corrosão intergranular é uma forma de corrosão localizada na qual uma faixa estreita, situada ao longo dos contornos de grão de uma liga metálica, é corroída preferencialmente. CORROSÃO INTERGRANULAR CORROSÃO TRANSGRANULAR CORROSÃO INTERGRANULAR Cr23C6 CORROSÃO INTERGRANULAR CORROSÃO INTERGRANULAR Liga metálica Precipitados Fina zona Fase que corroi Aços inoxidáveis austeníticos Carbonetos ricos em cromo Empobrecida em cromo Zona pobre em cromo Aços inoxidáveis ferríticos carbonetos e nitretos ricos em cromo Empobrecida em cromo Zona pobre em cromo Alumínio-cobre CuAl2 Empobrecida em cobre Zona pobre em cobre Alumínio- magnésio Al8Mg5 _____ Precipitado Al8Mg5 Alumínio-zinco magnésio-cobre CuAl2 Empobrecida em cobre Zona pobre em cobre CORROSÃO INTERGRANULAR AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS (série 200 e 300 da AISI) – são aços cromo-níquel, com teores de cromo entre 16 a 26% e níquel de 7 a 22%. - O níquel está presente para aumentar a resistência mecânica e acelerando a formação da camada protetora de óxido de cromo. Os aços austeníticos contendo carbono em teores acima de 0,03 são sensíveis a corrosão intergranular quando estão sensitizados. CORROSÃO INTERGRANULAR AÇOS INOXIDÁVEIS AUSTENÍTICOS Aço inoxidável sensitizado – ocorre quando existe precipitação de carbonetos ricos em cromo nos contornos de grão, isso se dá quando os aços são mantidos a temperaturas entre 425 e 815°C. Aço inoxidável solubilizado – ocorre quando todo carbono e cromo estão em solução sólida na matriz austenítica e não há carbonetos em contorno de grão. A temperaturas acima de 1035°C, os carbonetos ricos em cromo são solúveis na matriz. CORROSÃO INTERGRANULAR PROBLEMA DA SOLDA CORROSÃO INTERGRANULAR PROBLEMA DA SOLDA CORROSÃO INTERGRANULAR CORROSÃO INTERGRANULAR CORROSÃO INTERGRANULAR Prevenção da corrosão intergranular em aços inoxidáveis - Utilização de aços inoxidáveis com teores de carbono extra baixos (inferiores a 0,03%): por exemplo 304L ou 316L (L para Low carbon); - Utilizar aços inoxidáveis ditos estabilizados ou seja contendo um elemento adicional como o titanio ou niobio, que tem afinidade pelo carbono superior a do cromo, formando assim TiC ou NbC que impede a formação dos carbetos de cromo que provoca descromatização; - Realizar tratamento térmico que permita a resolubilizar os carbetos formados pela soldagem. Para os aços austeníticos, o tratamento efetuado em torno de 1050°C seguido de resfriamento rápido. CORROSÃO SELETIVA CORROSÃO SELETIVA Processo de corrosão caracterizado pelo ataque seletivo de um dos elementos constituintes de uma liga metálica, sendo este elemento o menos nobre em relação aos outros. Na área afetada ocorre a mudança de coloração (o latão é inicialmente amarelado, tornando-se avermelhado característico de elevado teor de cobre ao final ou ainda escurecida pelos produtos de corrosão do cobre), entretanto, não há evidência de perda de metal ou alterações dimensionais de forma. A liga afetada torna-se mais leve e porosa, ficando fragilizada. CORROSÃO SELETIVA Este processo ocorre em diversos sistemas de ligas, podendo receber nomes particulares, como dezincificação (corrosão do zinco em latões). Os principais tipos são: Sistemas comuns na corrosão Seletiva CORROSÃO SELETIVA Dezincificação Dezincificação Os latões são ligas constituídas por cobre e zinco, este último em proporção que varia de 10 a 45%. Como regra geral, latões contendo zinco acima de 15% estão sujeitos à corrosão seletiva, denominada dezincificação. Assim, o zinco (menos nobre) é corroído, deixando uma massa porosa de cobre no local afetado. Nos latões (única fase), a corrosão inicia nas regiões com teor mais elevado de zinco, ou seja, nos contornos de grão. Para latões + β, a corrosão inicia na fase β (rica em zinco) e pode também atacar a fase posteriormente. CORROSÃO SELETIVA CORROSÃO SELETIVA Dezincificação – Influência do meio corrosivo - pH ácido e com baixo teor de sólidos dissolvidos em temperatura ambiente favorece a corrosão seletiva generalizada. - pH neutro ou alcalino contendo alto teor de sais e temperatura superior à ambiente promove a corrosão seletiva localizada. A corrosão seletiva por dezincificação é favorecida por condições de estagnação, principalmente sob depósitos ou frestas (oxigênio restrito). Este processo corrosivo é favorecido pela presença de cloretos, águas com alto teor de CO2 e presença de íons de cobre. CORROSÃO SELETIVA Dezincificação – Influência do meio corrosivo A dezincificação é favorecida pela aeração diferencial, iniciando-se nas regiões com baixo teor de oxigênio, pela presença de metais mais nobres em contato galvânico e de tensões residuais. Adição de ferro e manganês no latão tende a aumentar a ocorrência deste processo corrosivo. Adição de arsênio, antimônio e fósforo funcionam como inibidores da dezincificação. Os latões com estes elementos são ditos latões inibidos! CORROSÃO SELETIVA Dezincificação – Válvula de latão CORROSÃO SELETIVA Dezincificação – Válvula de latão CORROSÃO SELETIVA Dezincificação – Válvula de latão CORROSÃO SELETIVA CORROSÃO SELETIVA Grafítica CORROSÃO SELETIVA CORROSÃO SELETIVA Situações perigosas podem ocorrer, já que o ferro fundido perde sua resistência mecânica. A grafitização é um processo lento e não ocorre em ferros fundidos maleáveis ou brancos (1,7 a 3% de carbono), porque este fica todo combinado sob a forma de carbeto de ferro (Fe3C, cementita). CORROSÃO ELETROLÍTICA CORROSÃO ELETROLÍTICA Os casos estudados anteriormente envolveram sempre processos eletroquímicos espontâneos, devido a diferença de potencial dos próprios materiais metálicos envolvidos no processo corrosivo. Existem, entretanto, correntes ocasionadas por potenciais externos que produzem casos severos de corrosão. Corrosão Eletrolítica é definida como a deterioração da superfície de um metal forçada a funcionar como anodo ativo de uma cuba eletrolítica. Exemplos: oleodutos; gasodutos; adutoras; minerodutos; cabos telefônicos com revestimento metálico (chumbo). CORROSÃO ELETROLÍTICA As áreas corroídas apresentam um produto de corrosão de baixa aderência. Como é uma forma de corrosão localizada, em pouco tempo ocorre a perfuração causando vazamentos. Cabos telefônicos Tubulação de aço Carbono enterrada CORROSÃO ELETROLÍTICA As correntes de interferência podem ser classificadas em: estáticas: são as que têm amplitude e percursos constantes. Exemplo: proteção catódica por corrente impressa ou forçada. dinâmicas: são as que variam continuamente de amplitude e/ou nos seus percursos. Exemplo: sistema de tração elétrica CORROSÃO ELETROLÍTICA Corrente de fuga proveniente de tração elétrica CASOS PRÁTICOS CORROSÃO ELETROLÍTICA Corrosão por corrente de interferência CORROSÃO ELETROLÍTICA CASOS PRÁTICOS Um gerador de corrente contínua para solda, situada no cais,para executar reparos em navio, pode ocasionar corrosão no casco do mesmo devido, ao fato de que o retorno da corrente segue o circuito navio-água-cais. CORROSÃO ELETROLÍTICA • intensidade e densidade de corrente; • distância entre a estrutura interferente e interferida; • existência ou não de revestimento e qualidade; • localização de juntas isolantes; • resistividade elétrica do meio. A taxa de corrosão resultante das correntes de interferência depende principalmente dos fatores: CORROSÃO ELETROLÍTICA Na região onde a corrente elétrica abandona a estrutura e entra no eletrólito, tem-se área anódica: M → Mn+ + ne Na região onde a corrente elétrica convencional abandona o eletrólito e entra na estrutura, tem-se área catódica, podendo ocorrer uma das reações: H2O + ½ O2 + 2e → 2OH- (meio neutro aerado) 2H2O + 2e → H2 + 2OH- (meio neutro não aerado) 2H+ + ½ O2 + 2e → H2O (meio ácido aerado) 2H+ + 2e → H2 (meio ácido não aerado). Mecanismo: CORROSÃO ELETROLÍTICA A intensidade de corrente que entra e sai de uma tubulação pode ser calculada medindo-se a diferença de potencial (Df) entre a estrutura interferente e o tubo subterrâneo. PROTEÇÃO: Df = If/2ln[(y 2 + h 2 )/h 2 ] Sendo: ρ : resistividade do solo (W.cm) h: altura do tubo abaixo da superfície (cm) y: distância ao longo da superfície sobre o qual o potencial é medido(cm) If: corrente de fuga total entrando ou saindo da superfície do tubo por unidade de comprimento (A/cm). CORROSÃO ELETROLÍTICA Alguns resultados experimentais mostram que Df está compreendida entre 0,65V e 4,5V. As densidades de corrente variam, igualmente entre grandes limites. Assim, pode-se ter para: 0,1 - 0,3 mA/dm2: destruições locais pouco acentuadas; 0,3 - 0,7 mA/dm2: regiões de intensa corrosão local; 0,5 - 2 mA/dm2: corrosão rápida nos tubos, produzindo perfurações nas paredes dos mesmos. CORROSÃO ELETROLÍTICA Para aumentar a resistência do eletrólito ou da estrutura metálica costuma-se circundar a tubulação com um material de alta resistividade como por exemplo, areia limpa e seca ou betume com areia e, no caso da tubulação, aplica-se: • revestimento betuminoso a quente reforçado com lã de vidro e recoberto com feltro impregnado, ou • revestimento com fitas plásticas adesivas, alcatrão de hulha-epoxi etc. CORROSÃO ELETROLÍTICA • instalação de equipamentos de drenagem como diodo, chaves magnéticas ou regulagem de corrente; • injeção de corrente, por meio de retificadores de proteção catódica, nas áreas anódicas; • drenagem para o solo nas áreas com predominância anódica- com utilização de anodos galvânicos ou sucata de aço. Na prática, as técnicas mais utilizadas são: CORROSÃO MICROBIOLÓGICA CORROSÃO MICROBIOLÓGICA CORROSÃO MICROBIOLÓGICA Formação de biofilme Imagem após retirada de biofilme em sistema de água industrial Crescimento de microrganismos em torres de resfriamento Trocador de calor com acúmulo de biofilme Imagem de biofilme em sistema de água industrial por microscopia em MEV Tipos de microrganismos encontrados em águas de resfriamento Algumas bactérias associadas a corrosão microbiológica Bactérias Redutoras de Sulfato (SRB) ENSAIOS DE PERDA DE MASSA Formação química do tubérculo Tubulação de água com tubérculos de óxidos de ferro - Limpeza sistemática e sanitização; - Eliminação de área de estagnação e de frestas; - Emprego adequado de biocidas; - Aeração, - Variação de pH; - Revestimentos; - Proteção catódica. PROTEÇÃO
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