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FERIDAS E CURATIVOS ESTRUTURA DA PELE A pele é o maior órgão do corpo. Ela é formada por EPIDERME, DERME e HIPODERME ou SUBCUTÂNEO. A EPIDERME é a camada mais externa da pele, fornecendo proteção efetiva contra agressões do meio externo. A DERME é a estrutura de suporte da pele, contendo terminações nervosas, glândulas sudoríparas, sebáceas e folículos pilosos, sendo muito importante no processo de cicatrização. Enquanto que a epiderme é muito importante para o recobrimento de feridas, a derme tem importância para a integridade estrutural e propriedades físicas da pele. Portanto, a derme se torna o centro das atenções no processo de cicatrização das feridas. O TECIDO CONJUNTIVO SUBCUTÂNEO é responsável pela produção e estocagem de gordura. Funciona como isolante térmico, absorvendo choques mecânicos e reservatório de calorias. FUNÇÕES DA PELE Proteção ao corpo contra o ambiente externo Barreira química e mecânica para os tecidos subjacentes Participa da termorregulação Excreta água e eletrólitos (transporte transcelular) Sintetiza vitamina D Atua como órgão sensorial vital para a percepção de pressão, dor e temperatura. FUNÇÕES DA PELE A pele fornece proteção ao corpo contra o ambiente externo. Ela é uma barreira química e mecânica para os tecidos subjacentes, participa da termorregulação, excreta água e eletrólitos, sintetiza vitamina D e atua como órgão sensorial vital para a percepção de pressão, dor e temperatura. FERIDA / DEFINIÇÃO Qualquer interrupção da continuidade do tecido corpóreo representa uma ferida. Mecanismo de lesão Incisas instrumento cortante Contusas objeto rombo Lacerantes vidro ou arame farpado. Perfurantes pequenas aberturas na pele CLASSIFICAÇÃO 1. FERIDAS CIRÚRGICAS Incisivas - Quando não há perda de tecido e as bordas são geralmente aproximadas por suturas. Exemplo: ferida cirúrgica limpa. Excisivas - Quando ocorre a remoção de uma área da pele. Exemplo: área doadora de pele para enxerto. Classificação das feridas cirúrgicas: Feridas Limpas - Aquelas nas quais é feita incisão em órgão que não contém população bacteriana. Exemplo: Implante total de quadril, cirurgia cardíaca. Feridas Limpas/Contaminadas - São feridas nas quais há envolvimento do trato respiratório, alimentar, geniturinário ou orofaríngeo, cada um dos quais contendo uma população bacteriana nativa ou secreções que podem retardar a cicatrização. A ferida se contamina facilmente por esses organismos residentes ou secreções. Exemplo: Apendicectomia em apêndices não perfurados, gastrectomia. Feridas Contaminadas - Essas feridas, pelas circunstâncias que as provocaram, possuem maior probabilidade de apresentarem uma carga bacteriana. Exemplo: Trauma abdominal penetrante envolvendo os intestinos. Feridas Sujas/Infectadas - Nessas feridas, no momento da cirurgia está presente uma grande quantidade de microrganismos bacterianos responsáveis pela infecção pós- operatória. Exemplo: Apêndice perfurado, abscessos de drenagem. Os riscos aos quais as feridas estão submetidas não dependem somente de condições intrínsecas do paciente, como por exemplo o tipo de cirurgia que será submetido. A equipe multi- disciplinar responsável pelo pré, trans e pós-operatório deve seguir condutas rigorosas para evitar que uma ferida torne-se infectada e cause transtornos maiores à recuperação do paciente. 2. FERIDAS TRAUMÁTICAS São aquelas provocadas acidentalmente por: Agentes Cortantes: Estilhaços de vidro, facas ou navalha. Agentes Perfurantes: Arma de fogo. Atrito: Superfícies ásperas. 1. Abrasão - Atinge apenas a epiderme. 2. Laceração - Atinge todas as camadas da pele. 3. Inoculação de Veneno: Aranhas, cobras e escorpião. 4. Exposição a Diversos Agentes: Queimadura: Lesão causada por agentes térmicos, químicos, elétricos ou radioativos, que agem no tecido subcutâneo, músculos, tendões e ossos. 3. FERIDAS ULCERATIVAS Úlcera de pele - representa uma categoria de ferimentos que inclui úlceras de decúbito ou de pressão, úlceras por estase venosa e úlcera por insuficiência arterial crônica incluindo nesta categoria as úlceras arteriais diabéticas. Úlcera de pressão - são causadas pela pressão na pele sobre proeminências ósseas, que resulta na interrupção do fluxo sangüíneo para os tecidos (isquemia). Úlcera por estase venosa - a estase venosa é provocada por uma dilatação ou tortuosidade vascular, geralmente periférica e em membros inferiores, ocasionando congestão, edema, dor e por vezes trombose. Devido à deficiência circulatória que esta provoca, os tecidos ficam vulneráveis às agressões, o que resulta em feridas nos membros inferiores com tendência a ter uma cicatrização lenta e mais susceptíveis às infecções. Úlcera por insuficiência arterial crônica - as disfunções das extremidades que podem levar a uma ulceração são caracterizadas pela redução do fluxo sangüíneo através das artérias, arteríolas e capilares. Úlcera arterial diabética - A falta de controle do portador de DIABETES MELLITUS pode provocar cumulativamente uma vasculopatia e neuropatia. Esses fatores combinados predispõe a fissuras e traumatismos, derivando deste modo as úlceras diabéticas. FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO 1 - Fase inflamatória ; 2 - Fase proliferativa; 3 - Fase de maturação. O processo de cicatrização ocorre quando o trauma atinge camadas mais profundas da pele ( além da derme) . Se o trauma (ruptura) atingir só a derme (ferida superficial), o processo se faz por regeneração fisiológica, pela reposição dos tecidos sem cicatriz. A cicatrização tem início no momento em que ocorre a quebra da integridade da pele, sendo classificada em 03 estágios a nível celular: 1 – Inflamatória 2 - Proliferativa 3 - Maturação 1 - INFLAMATÓRIA Os vasos sangüíneos incisados liberam sangue para preencher a área da lesão, é acionado o mecanismo que resulta na hemostasia, havendo então a vasoconstricção, a agregação plaquetária e a deposição de fibrina para a formação do coágulo sanguíneo. Na sequência inicia-se a inflamação, com a liberação de substâncias vasoativas ocorrendo a vasodilatação dos capilares tornando-os permeáveis e dando início a resposta leucocitária , ou seja, os leucócitos acumulam-se no local lesado. Os neutrófilos são células predominantes neste infiltrado, os neutrófilos possuem a atividade FAGOCITÁRIA. Os neutrófilos irão ingerir bactérias e restos celulares no local da ferida. Os macrófagos têm papel importante na transição para outra fase, os macrófagos irão recrutar os fibroblastos para sintetizar o colágeno, os macrófagos também estimulam o crescimento de novos vasos(angiogênese). 2- FASE PROLIFERATIVA: Com a formação de novos vasos temos então a granulação, a epitelização, a síntese do colágeno e a contração da ferida. 3 - FASE DE MATURAÇÃO Há uma redução da quantidade de colágeno, havendo um aumento da força tensil progressivamente, a cicatriz se torna menos espessa passando de uma coloração rosada para esbranquiçada. TIPOS DE CICATRIZAÇÃO Primeira Intenção - Quando ocorre pouca perda de tecido, geralmente a ferida é limpa, apresenta pouco edema, sua cicatrização é mais fácil e rápida de ocorrer. Exemplo: feridas cirúrgicas limpas. Segunda Intenção - Ocorre perda excessiva de tecido, podendo apresentar infecção. Neste caso, o processo de contração aproxima as bordas e a cicatrização é mais lenta. A cicatriz da ferida não apresenta o mesmo efeito estético que aquela por primeira intenção. Exemplo: Áreas doadoras, úlceras de pressão. Primeira Intenção Retardada - Geralmente é praticada pelo cirurgião propositadamentequando este espera uma possível infecção pós-operatória. Após a drenagem do material o cirurgião promoverá a aproximação das bordas. Exemplo: Apêndice supurado. FATORES QUE AFETAM O PROCESSO DE CICATRIZAÇÃO Muitos são os fatores que podem retardar ou dificultar a cicatrização de uma ferida. Entre eles destacamos: 1.Idade avançada: pessoas idosas são mais vulneráveis às infecções. 2.Vasculopatia: comprometimento dos vasos interrompem o fluxo sangüíneo normal, diminuindo o suprimento nutricional e imune à área afetada. 3.Má nutrição: falta de nutrientes acarretam respostas metabólicas deficitárias. 4.Medicação: alguns medicamentos interferem diretamente na resposta imunológica do paciente. 5.Fumo: reduz a hemoglobina no sangue e pode causar disfunção pulmonar. 6.Desgaste: pode elevar os níveis de glicocorticóides, o que inibiria a reparação da ferida. 7.Localização da ferida: dependendo da localização a ferida pode apresentar maior edema e cicatrização mais lenta. 8.Presença de corpos estranhos na ferida: podem prolongar o processo inflamatório interferindo na cicatrização normal. 9.Infecção: aumenta a drenagem que passa para um estado purulento, retarda a cicatrização da ferida. 10.Cuidados com a ferida: saber escolher o material adequado para o tratamento da ferida pode minimizar o tempo de cicatrização. Presença de tecido necrótico e infecção Avaliação da Ferida Drenagem (exsudato) – cor, odor, quantidade. Avaliação da Ferida Presença de descolamentos, lojas – medir a profundidade e extensão e documentar a localização usando a posição dos ponteiros do relógio como referência. Avaliação da Ferida Tamanho (largura e comprimento) em centímetros Profundidade em centímetros. Avaliação da Ferida AVALIAÇÃO DA FERIDA Devemos estar atentos para uma boa inspeção da ferida antes de prestarmos qualquer cuidado. Precisamos verificar não só o aspecto visual como também as condições físicas do paciente. Para isso devemos estar analisando os seguintes itens: 1. Presença de infecção 2. Extensão da ferida e do procedimento cirúrgico 3. Condições físicas, idade e medicamentos 4. Localização anatômica da ferida e mobilidade do paciente 5. Presença e características da drenagem 6. Características da pele ao redor da ferida Após avaliarmos todos estes dados, podemos ter uma visão mais clara de qual conduta a ser tomada. CURATIVOS É um meio terapêutico que consiste na aplicação de uma cobertura estéril sobre uma ferida previamente limpa. O objetivo principal de um curativo é promover a cicatrização, eliminando fatores negativos que possam retardá-la e devem apresentar as seguintes características: 1. Manter a umidade entre a ferida e o curativo 2. Absorver ou drenar exsudato (manter equilíbrio entre absorção e hidratação) 3. Comprimir, sustentar ou imobilizar 4. Promover isolamento térmico 5. Proteger a ferida de contaminação 6. Possibilitar a troca de curativo sem causar trauma no tecido cicatricial recém - formado 7. Proporcionar conforto físico e psicológico para o paciente SOLUÇÕES ANTI-SÉPTICAS Os anti-sépticos são substâncias químicas primariamente destinadas à aplicação em pele e mucosas íntegras, não em áreas com solução de continuidade. A aplicação de solução anti-séptica no curativo do local de inserção de cateteres venosos centrais, de hemodiálise e umbilicais tem sido validada pela literatura, em estudos que comprovam sua eficácia na redução da colonização bacteriana no local e impacto na ocorrência de infecções relacionadas ao cateter. O mesmo ocorre com os curativos do coto umbilical onde utilizamos álcool 70%. Este anti-séptico favorece a mumificação e a queda do mesmo. Afim de normatizar e padronizar as soluções anti-sépticas, o Ministério da Saúde publica Portaria N. 2616, de 12 de maio de 1998 (continua seguindo as determinações da Portaria N. 930, de 27 de agosto de 1992), a qual determina as Preparações anti- sépticas adequadas. Estas são apresentadas a seguir: Produto: Álcool etílico a 70% Modo de Ação: . Desnaturação das proteínas da bactéria Utilização: .Anti-sepsia em procedimentos de médio e baixo risco Anti-sepsia de coto umbilical Entre procedimentos e/ou cuidados em pacientes (com emoliente). Produto: Solução de PVPI-10% com 1% de iodo ativo (veículo aquoso) Modo de Ação: Oxidação e substituição de componentes microbianos com iodo livre Utilização: .Anti-sepsia de campos operatório Anti-sepsia de pele e mucosas antes de procedimentos invasivos Anti-sepsia de feridas, inserção cateteres vasculares centrais, etc. Produto: Solução degermante de PVPI-10% com 1% de iodo ativo Modo de Ação: Oxidação e substituição de componentes microbianos com iodo livre. Utilização: Pré-operatório Degermação das mãos da equipe cirúrgica Descontaminação do campo pré-operatório Banho dos pacientes Lavagem das mãos dos profissionais que trabalham em áreas de risco Produto: Solução de Clorohexidina a 0,5% (veículo alcoólico) Modo de Ação: Ruptura de membrana de célula microbiana e precipitação do conteúdo celular. Utilização: Anti-sepsia do campo operatório Anti-sepsia de pele antes de procedimentos invasivos. Paciente com alergia à PVPI Produto: Solução Degermante de Clorohexidina a 4% Modo de Ação: Ruptura de membrana de célula microbiana e precipitação do conteúdo celular. Utilização: . Pré-operatório Degermação das mãos da equipe cirúrgica Descontaminação do campo pré-operatório Banho dos pacientes Lavagem das mãos dos profissionais que trabalham em áreas de risco Produto: Compostos à base de sais de prata Modo de Ação: Destruição da membrana celular das bactérias Utilização: .Nitrato de prata: profilaxia de conjuntivite gonocócica do Rn. Sulfadiazina de prata: queimaduras, úlceras varicosas e feridas cirúrgicas infectadas. OBS: Mediante Prescrição médica Produto: Permaganato de Potássio Modo de Ação: Oxidação Utilização: Anti-sepsia e desodorização de áreas ulceradas e necrosadas. Preparações não permitidas para a finalidade anti-séptica segundo portaria N.2616, de 12 de maio de 1998 do Ministério da Saúde. Mercuriais Orgânicos: são bacteriostáticos; facilmente contaminados com pseudomas e são inativados em presença de matéria orgânica. Podem ser utilizados como secativos. Água Oxigenada: é um agente oxidante brando; porém as soluções diluídas são instáveis quando aplicadas nos tecidos que contém a enzima catalase. Pode ser utilizado na limpeza de feridas e mucosas na presença de sangue e tecido necrosado. Éter: anti-séptico pouco eficaz, com toxicidade elevada. Pode ser utilizado na remoção de adesivo. Líquido de Dakin: apresenta toxidade, instabilidade e é inativado em presença de matéria orgânica. Quartenário de Amônia: possui atividade anti-séptica baixa, além de ser facilmente contaminado. Não indicado para uso de pele e mucosas. PRODUTOS P/ TRATAMENTO DE FERIDAS ÁCIDOS GRAXOS ESSÊNCIAIS (AGE) Descrição: Composto de óleos vegetais, contém ácidos LINOLÊICO, LINOLÊNICO, VITAMINAS E e A e LECITINA DE SOJA. Características e modo de ação: Acelera o processo de cicatrização , exercendo quimiotaxia para os leucócitos, é precursor de agente pró inflamatório, ajuda na restauração da membrana celular e apresenta ação bactericida para S. aureus, Pseudomonas sp e Candida albicans. Indicação Todos os tipos de ferida N Contra – indicação Não apresenta contra – indicação Nome comercial DERSANI ALGINATO DE CÁLCIO Descrição: Extraído de algas marinhas marrom. Composto de fibra de alginato de cálcio. Caraterísticas e modo de ação: É altamente absorvente, cria um meio úmidoem contato com o exudato, promove hemostasia através de um intercâmbio iônico entre os ions cálcio do curativo e o sódio encontrado no exsudato ou sangue e as fibras formam um gel suave. Indicação: Feridas com exudato de moderado a abundante, limpa ou infectada, úlcera, queimaduras, etc... Contra – indicação: Feridas com tecidos necróticos Nome comercial: KALTOSTAT, ALGODERM e TEGAGEN Alginato MALHA DE CARVÃO ATIVADO PRATA Descrição: Tecido de carvão impregnado de prata, envolto por uma camada de não tecido selada em toda a sua extensão. Características e modo de ação: É altamente absorvente, proporciona a diminuição de odor, estimula a formação de tecido de granulação. O carvão possui a ação de absorção de microrganismos e secreção purulenta fazendo com que as bactérias fiquem presas ao carvão e a prata exerce função bactericida. Indicação: Feridas infectadas, com exsudato purulento e odor fétido. Contra – indicação: Lesões sangrantes Nome comercial ACTISORB Carvão ativado CURATIVOS NÃO ADERENTES a) Curativo com Petrolatum Descrição: Composto com material uniforme, geralmente gaze de celulose impregnada em petrolatum (emulsão neutra solúvel em água). Característica e modo de ação: É não aderente e permite o fluxo de exsudato através do curativo secundário evitando o acúmulo de exsudato no leito da ferida. Indicação: Queimadura, área doadora e receptora de enxerto, feridas exsudativa infectada ou não e superficiais. Contra – indicação: Não há Nome comercial ADAPTIC b) Curativo com Petrolatum medicado Descrição: Tela de celulose impregnada em petrolatum e solução de PVPI. Indicação: Curativos ao redor de halus, pinos, tração trans-esquelética Contra – indicação: Em feridas abertas Nome comercial INADINE FILMES TRANSPARENTES Descrição: Película fina e transparente de poliuretano, associada a um adesivo Hipoalergênico. Característica e modo de ação: Proporciona barreira contra infecção secundária e fornece umidade natural à ferida. É permeável ao ar e ao vapor d’água e permite a monitorização da ferida pela sua transparência. Indicação: Feridas superficiais, incisões cirúrgicas não exsudativas, úlceras de pressão grau I (pele integra com hiperemia, descoloração ou endurecimento) e fixação de cateteres. Contra – indicação: Feridas infectadas, necróticas, com exsudatos de moderado a abundante . Nome comercial: IV3000 (indicado para a fixação de catéteres centrais), TEGADERM, BIOCLUSIVE e HIDROFILM. HIDROCOLÓIDE Descrição: Composto por uma matriz adesiva de partícula hidrofílica de gelatina, pectina, e carboximetilcelulose. Característica e modo de ação: Mantém a umidade local, proporciona barreira contra infecção externa, favorece o debridamento autolítico. A parte interna do curativo ao absorver o exsudato transforma-se em um gel, criando um meio úmido favorável à cicatrização. Indicação: Ferida com médio e baixo exsudato, superficiais (hidrocolóide placa), profundas (hidrocolóide pasta ou gel) Contra – indicação: Feridas infectadas. Nome comercial: DUODERM, CONFEEL e TEGASORB. Hidrocoloide HIDROGEL Descrição: Composto por goma de co – polímero e grande quantidade de água. Característica e modo de ação: Proporciona um ambiente úmido à ferida que favorece a cicatrização, não adere a lesão, é translúcido, promove hidratação da pele. Indicação Ferida com baixo exsudato, superficiais, radiodermites, queimaduras, laceração, escoriações e feridas necróticas. Contra – indicações: Feridas muito exsudativas Nome comercial: NUGEL Hidrogel PAPAÍNA Descrição: Mistura complexa de enzimas proteolíticas e peroxidase extraída do látex presente no mamão verde. Apresentação: Pó, cor variando do branco ao bege amarelado com odor característico. Característica e modo de ação: Possui ação debridante, anti inflamatória, é bactericida, estimula a síntese do colágeno, acelera o processo de cicatrização e contribui positivamente para a estética da cicatriz. Indicação: Feridas com tecido desvitalizado (necrose/ fibrina) Feridas com exsudato purulento Feridas com tecido de granulação Utilização: Em lesões com necrose usar concentração 10% (5g/50ml) Em lesões com exsudato purulento usar concentração 4 a 6% (2,5g/50ml) Em lesões com tecido de granulação uma concentração 2% (1g/50ml). Nome Comercial: Papaína A papaína deverá ser diluída imediatamente para uso, não podendo ser armazenada. É fotossensível e oxida-se na presença de oxigênio, iodo e derivados. CLASSIFICAÇÃO DOS ESTÁGIOS DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO Estágio Definição Apresentação I Eritema em pele íntegra O rubor permanece 15 minutos ou mais após o alívio da pressão. Pode ser dolorida II Perda de fina camada da pele, envolvendo a epiderme e/ou derme Pele hiperemiada com presença de bolhas que podem ou não estar rompidas. É dolorida III Perda significativa de pele, envolvendo lesão ou necrose do tecido celular subcutâneo que pode estender-se até a fáscia Úlcera superficial com margens bem definidas, geralmente com exsudato, podendo estar presente tecido necrótico. Geralmente não é dolorida IV Perda significativa da pele, com extensa destruição e necrose do tecido celular subcutâneo ou lesão de músculo ou osso Úlcera profunda, frequentemente com tecido necrótico, exsudato e infecção. Geralmente não é dolorida PREVENÇÃO TRATAMENTO Material e equipamentos Potencial de Risco Estágio da Úlcera Baixo Moderado Alto I II III IV Colchonete piramidal + + + + Colchão de ar com alívio de pressão alternada + + + + + + Protetor de espuma para calcanhar e tornozelo + + + + + + Fralda / coletor + + + + + + Lençol (forro móvel) + + + + + + + Quadro balcânico + + + + + + Cremes hidratantes + + + Dersani + + + + + + + Solução fisiológica + + + + Papaína + + Filme transparente + + + + Hidrogel + + + + + + Hidrocolóide + + + + + + Alginato de Cálcio + + Curativo com carvão ativado + + MATERIAIS E EQUIPAMENTOS PARA A PREVENÇÃO E O TRATAMENTO DAS ÚLCERAS DE PRESSÃO CURATIVO EM INCISÃO CIRÚRGICA Os curativos nas incisões cirúrgicas com fechamento primário se fazem necessários nas primeiras 24 horas e podem ser feitos com camadas de gaze estéril seca. Após este período, não há necessidade de seu uso, visto que a camada de fibrina une as bordas, consolidando-as e impedindo a penetração de microrganismo na incisão cirúrgica. Caso a equipe cirúrgica ou o próprio paciente, por motivo de conforto, prefiram continuar o uso de curativos, não há contra-indicação. A utilização de anti-sépticos rotineiramente, na incisão primariamente fechada, há controvérsias sobre a sua utilidade e benefício; visto que, os anti-sépticos são destinados à aplicação em pele e mucosas e não em áreas com solução de continuidade. Tipos de coberturas à base de hidrocolóide, hidrogel ou poliuretano entre outras possuem efeitos benéficos como maior impermeabilidade aos microrganismo e a aceleração do processo de cicatrização. Apesar das possíveis vantagens, não existem na literatura estudos metodologicamente conclusivos que justifique sua utilização. PROTOCOLOS DE TRATAMENTO 1º ESTÁGIO HIPEREMIA PELE ÍNTEGRA 2º ESTÁGIO BOLHA PERDA PARCIAL 3º ESTÁGIO PERDA TOTAL DO TECIDO 4º ESTÁGIO LESÃO DE MÚSCULO, OSSO, TENDÃO COBRIR PROTEGER COBRIR PROTEGER HIDRATAR ISOLAR ABSORVER COBRIR PROTEGER HIDRATAR ISOLAR ABSORVER LIMPAR PREVENIR GRANULAR COBRIR PROTEGER HIDRATAR ISOLAR ABSORVER LIMPAR PREVENIR GRANULAR OBLITERAR FILME TRANSPARENTE PLACA OCLUSIVA HIDROCOLÓIDE ALGINATODE CÁLCIO ESPUMA POLIURETANO SEMIPERMEÁVEL PLACAS GEL/HIDROGEL (ABSORVENTES) GAZES ÚMIDAS TIPO INDICAÇÕES VANTAGENS DESVANTAGENS TROCAS Alginato de Cálcio Algosteril Curasorb Kaltostat Sorbsan Algiderm Lesões com perda parcial ou total, com exsudato moderado a abundante; lesões infectadas e necrosadas; lesões com túneis e infiltrações. Oblitera espaços mortos; absorve 20 vezes seu peso em exsudato, formando um gel; fácil aplicação Contraindicado para lesões secas ou com pouco exsudato; requer cobertura secundária. * 12 horas a 4 dias. Coberturas Não-aderentes Adaptic Aquaphor Exu-dry Sofsorb Telfa Vaseline gauze Xeroform Áreas doadoras, lacerações, escoriações; lesões superficiais infectadas que exigem cobertura. Não adere à lesão; cobre e protege lesões sem exsudato; podem ser usados medicamentos tópicos. Retém parcialmente a umidade; requer cobertura secundária. * Intervalos de 8 a 24 horas. Gazes Lesões exsudativas; lesões com perda parcial ou total; lesões necróticas Fáceis de encontrar e usar; podem ser usadas em lesões infectadas ou necrosadas se embebidas em solução salina para manter a umidade no leito da ferida. Retarda a migração celular, remove tecido de granulação, provoca sangramento se utilizadas secas; requer cobertura secundária. * Depende do volume de exsudato; * quando houver ressecamento das gazes umi- decidas no leito da ferida. COBERTURAS QUE MANTÊM A UMIDADE NO LEITO DA FERIDA COBERTURAS QUE MANTÊM A UMIDADE NO LEITO DA FERIDA TIPO INDICAÇÕES VANTAGENS DESVANTAGENS TROCAS Filmes semi - permeáveis Acu-derm Bioclusive OpSite Tegaderm Transeal Uniflex Locais doadores de enxerto; pequenas queimaduras; feridas superficiais com pouco ou nenhum exsudato Cobre, protege, isola, é transparente, moldável, não requer cobertura secundária, promove debridamento autolítico Não é absorvente, aplicação não é fácil, contraindicado para feridas com fragilidade cutânea peri- férica. * 24 a 72 horas * quando vazar Placas hidrocolóides Comfeel Cutinova hydro DuoDERM IntraSite Restore Tegasorb Lesões com perda parcial, úlceras de pressão E III/IV, lesões com necrose ou com exsudato moderado Cobre, protege, isola, promove debridamento por autólise; absorção moderada, pode ser usada com pressão, a forma “thin” diminui a fricção/ cizalhamento. Contraindicado para feridas infectadas , com exsudato abundante, ossos, músculos ou tendões expostos; limita trocas gasosas ; pode provocar lesões cutâneas periféricas. * 3 a 5 dias com tecido avascularizado * 5 a 7 dias com ferida limpa * quando vazar Hidrogel Aquasorb Biolex Carrasyn hydrogel ClearSite Elasto-Gel IntraSite Normlgel Nu-Gel Royl-derm Transorb Wound hydrogel Vigilon Woun’dres Perda parcial ou pouco profunda de tecido com exsudato moderado, lesões profundas com pouco exsudato, lesões com necrose, queimaduras ou lesões por radiação. Protege contra trauma, reduz a dor, reidrata o leito da ferida, promove desbridamento por autólise, absorve e preenche espaços mortos ( em grânulos). Impróprio para exsudatos abundantes, pode macerar a pele adjacente, requer cobertura secundária. * 8 a 48 horas TIPO INDICAÇÕES VANTAGENS DESVANTAGENS TROCAS Alginato de Cálcio Algosteril Curasorb Kaltostat Sorbsan Algiderm Lesões com perda parcial ou total, com exsudato moderado a abundante; lesões infectadas e necrosadas; lesões com túneis e infiltrações. Oblitera espaços mortos; absorve 20 vezes seu peso em exsudato, formando um gel; fácil aplicação Contraindicado para lesões secas ou com pouco exsudato; requer cobertura secundária. * 12 horas a 4 dias. Coberturas Não-aderentes Adaptic Aquaphor Exu-dry Sofsorb Telfa Vaseline gauze Xeroform Áreas doadoras, lacerações, escoriações; lesões superficiais infectadas que exigem cobertura. Não adere à lesão; cobre e protege lesões sem exsudato; podem ser usados medicamentos tópicos. Retém parcialmente a umidade; requer cobertura secundária. * Intervalos de 8 a 24 horas. Gazes Lesões exsudativas; lesões com perda parcial ou total; lesões necróticas Fáceis de encontrar e usar; podem ser usadas em lesões infectadas ou necrosadas se embebidas em solução salina para manter a umidade no leito da ferida. Retarda a migração celular, remove tecido de granulação, provoca sangramento se utilizadas secas; requer cobertura secundária. * Depende do volume de exsudato; * quando houver ressecamento das gazes umi- decidas no leito da ferida. COBERTURAS QUE MANTÊM A UMIDADE NO LEITO DA FERIDA REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA 1. Erlichman, RJ.; Secker, BR.; Bryan, DJ.; Moschella, CJ. - Common complications of wound healing - Surg.Clin.N.Am., 6:1323-49,1991. 2. Hutchinson, JJ.; Lawrence, JC. – Wound infection under occlusive dressing - J.Hosp.Infect., 17:83-94,1991. 3. Gröschel, DHM., Pruett, TL. – Surgical antisepsis. In: Block, SS. Disinfection, sterilization, and preservaation. Philadelphia: Lea & Febiger, 1991:642-54 4. 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