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LIGAÇÕES QUÍMICAS Professor: Renard Lana LIGAÇÕES QUÍMICA A maioria dos átomos não são estáveis e por isso eles não podem existir isolados. De modo geral, explica-se que a estabilidade pode ser obtida quando os átomos adquirem configuração eletrônica do gás nobre mais próximo (regra do octeto). Ligação química: é a força atrativa que mantém dois ou mais átomos unidos. Existem três tipos de ligações químicas: Ligação covalente: resulta do compartilhamento de elétrons entre dois átomos. Normalmente encontrada entre elementos não-metálicos. Ligação iônica: resulta da transferência de elétrons de um metal para um não- metal. Ligação metálica: é a força atrativa que mantém metais puros unidos. 2 LIGAÇÕES QUÍMICA Ligação iônica -Definição: Átomos que ganham elétron(s) formam espécies carregados NEGATIVAMENTE: ÂNIONS Átomos que perdem elétron(s) formam espécies carregados POSITIVAMENTE: CÁTIONS A LIGAÇÃO IÔNICA é a atração eletrostática entre dois íons carregados com cargas opostas, o ânion (-) e o cátion (+). ânion cátion 3 LIGAÇÃO IÔNICA Na formação da ligação iônica, um metal doa um ou mais elétron(s), devido a sua baixa energia de ionização formando um íon positivo ou cátion. Os metais que têm a maior tendência de formar cátions são os metais das famílias dos alcalinos (IA) e dos alcalino-terrosos (IIA). alcalinos alcalino-terrosos 4 LIGAÇÃO IÔNICA Na formação da ligação iônica, um não metal ganha um ou mais elétron(s), devido a sua alta afinidade eletrônica formando um íon negativo ou ânion. Os não metais que têm a maior tendência de formar ânions são os não metais da família dos halogênios (VIIA) halogênios 5 LIGAÇÃO IÔNICA Formação da ligação iônica. M = metal X = não-metal M + X e- M+ + X- M+ X- Formação da ligação iônica Considere a reação entre o sódio e o cloro: Na(s) + ½Cl2(g) NaCl(s)DHºf = -410,9 kJ • A reação é violentamente exotérmica. 6 LIGAÇÃO IÔNICA 7 LIGAÇÃO IÔNICA Estrutura de Lewis e a regra do octeto. A estrutura de Lewis foi proposta por Gilbert Lewis pela primeira vez em 1916. Ela mostra a maneira de representar todos os elétrons de valência dos átomos em uma molécula, um composto iônico ou em um átomo isolado. Os elétrons de valência são representados em volto do símbolo do átomo. Ex: Cl 1s 2s 2p 3s 3p Cl (Z=17) : CAMADA DE VALÊNCIA n=3 8 LIGAÇÃO IÔNICA Regra do octeto O Neônio é um gás nobre e a sua configuração eletrônica é: Os gases nobres (exceto o He) têm uma camada de valência n completa em elétrons ns2 np6. Eles são muito estáveis quimicamente (alta energia de ionização, baixa afinidade por elétrons), e possuem pequena tendência a reagir quimicamente. A regra do octeto é a afirmação da estabilidade da configuração da camada de valência ns2 np6 = 8 elétrons = octeto Átomos tendem a perder ou ganhar elétrons para formar íons atingindo esta configuração = ATINGIR O OCTETO. 1s 2s 2p Ne (Z=10) : CAMADA DE VALÊNCIA n=2 1s2 2s2 2p6 9 LIGAÇÃO IÔNICA Exemplo de não metal: FORMAÇÃO DE ÂNION Cl (Z=17) : 1s2 2s2 2p6 3s2 3p5 Cl + + 1 e- 1 e- 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 Cl Cl - _ octeto 10 LIGAÇÃO IÔNICA Exemplo metal: FORMAÇÃO DE CÁTION Mg (Z=12) : 1s2 2s2 2p6 3s2 Mg _ 2 e- 1s2 2s2 2p6 octeto Mg2+ _ 2 e- Mg2+ 11 LIGAÇÃO IÔNICA 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 4p6 5s2 5p6 1s2 He Ne Ar Kr Xe Ganho de elétrons Perda de elétrons 12 LIGAÇÃO IÔNICA FÓRMULAS DE LEWIS DOS COMPOSTOS IÔNICOS O Al AlxOY _ 3 e- Al3+ + 2 e- O 2- 2 Al3+ 3 O 2- 13 LIGAÇÃO IÔNICA Energias envolvidas na formação da ligação iônica A formação de Na+(g) a partir de Na(g) é endotérmico (496kJ/mol) e Cl-(g) a partir de Cl(g) é exotérmica (349kJ/mol). Por que a formação de NaCl(s) é exotérmica? A formação de uma rede cristalina a partir dos íons na fase gasosa é exotérmica: Na+(g) + Cl-(g) NaCl(s) DH = -788 kJ/mol A forte ligação iônica formada resulta em uma grande liberação de energia quando os íons formam os pares iônicos. Para o processo global, o valor de DH é negativo devido ao decréscimo de entalpia na formação da rede. Os pares iônicos, são energeticamente mais estáveis que os átomo reagentes. 14 LIGAÇÃO IÔNICA Cálculo de energias de rede: Ciclo de Born-Haber 15 ΔHf o= ΔHsub + ΔHdiss + ΔHEi + ΔHAE - ΔHrede A energia de rede é um conceito útil porque ela se relaciona diretamente à estabilidade de um sólido iônico. Ela não pode ser determinada diretamente por experimento, mas pode ser calculada pela visualização da formação de um composto iônico como ocorre em uma série de etapas bem definidas. LIGAÇÃO IÔNICA Energias envolvidas na formação da ligação iônica Energia de rede: é a energia necessária para separar completamente um mol de um composto sólido iônico em íons gasosos. A energia de rede depende das cargas nos íons e dos tamanhos dos íons: k é uma constante (8,99 x 109 J m/C2), Q1 e Q2 são as cargas nas partículas e d é a distância entre seus centros. d QQ El 21 16 LIGAÇÃO IÔNICA Energias envolvidas na formação da ligação iônica A energia de rede aumenta à medida que: As cargas nos íons aumentam A distância entre os íons diminui Sem consultar a tabela, ordene os seguintes compostos iônicos em ordem crescente de energia de rede: NaF, CsI e CaO. CsI<NaF<CaO CaO maior carga CsI maior distância entre os centros. 17 LIGAÇÃO IÔNICA 18 A tabela relaciona as energias de rede do NaCl e de outros compostos iônicos. Todas têm valores muito positivos, indicando que os íons estão fortemente atrídos uns pelos outros nesses sólidos. As fortes atrações também fazem com que a maioria dos materiais iônicos seja dura e quebradiça, com altos pontos de fusão. (O NaCl funde-se a 801oC). LIGAÇÃO IÔNICA Exercícios (todos os dados em kJ.mol–1) 1) Construir um ciclo de Born-Haber e calcular a energia reticular do fluoreto de lítio a partir dos seguintes dados: ΔHdiss.(F2)= +158; ΔHsub(Li)= +162; ΔHEI(Li)= +520, ΔHAE(F)= –333 e ΔHf o(LiF) =–612. Resposta: +1040 kJ.mol-1 2) Esboçar um ciclo de Born-Haber e calcular a energia reticular do fluoreto de potássio a partir dos seguintes dados: ΔHf o (KF)= –563; ΔHsub(K)= +89; ΔHdiss.(F2)= +158; ΔHEI(K)=+419, ΔHAE(F)= –333. Resposta: +817 kJ.mol-1 19 REFERÊNCIAS ATKINS, P., JONES, L. Princípios de química: questionando a vida moderna e o meio ambiente. Porto Alegre: Bookman, 2001. BROWN, T.L., LeMAY Jr., H.E., BURSTEN, B.E., BURDGE, J.R. Química - a ciência central. 9ª. edição. São Paulo : Pearson Prentice Hall, 2005 RUSSEL, J. B. Química geral. 2ª edição, Volumes 1 e 2. São Paulo: Makron Books, 1994 LEE, J. D. Química Inorgânica não tão concisa. 5ª ed., São Paulo: Edgard Blücher, 1999. 20
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