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SUA PETICAO S1 PENAL

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Prévia do material em texto

Direito Penal
SEÇÃO 1
SUA PETIÇÃO
Seção 1
Direito Penal
Sua causa!
Fonte: <https://encrypted-tbn3.gstatic.
com/images?q=tbn:ANd9GcRKcVoMnGD-
R4Jl75yZwJ63fa10Xn2IZQFZwWyp7vu_nyx8JJHP>. Acesso em: 29 mar. 
2017.
Seja bem-vindo, aluno! 
Estaremos juntos mais uma 
vez em nosso Núcleo de 
Prática Jurídica Simulada de 
Direito Penal, simulando a 
realidade profi ssional de um 
advogado criminalista. 
As atividades que envolvem 
a prática jurídica penal 
são sempre complexas e 
desafi adoras, mas, ao mesmo tempo, muito gratifi cantes e 
úteis, uma vez que contribuem para o estudo e para a revisão 
das disciplinas jurídicas. 
Nosso trabalho contínuo, aliado à sua intensa dedicação e 
estudo, fará de você profi ssional capacitado na atuação 
prático-profi ssional na advocacia criminal. Desta forma, a 
aprovação no Exame de Ordem, indispensável à habilitação 
profi ssional, será uma mera consequência de seu esforço. 
Para isso, conte conosco a fi m de trilhar o caminho correto 
para obter a aprovação no exame, através do estudo do 
processo e do direito material. Temos certeza que você terá, 
em breve, uma carreira profi ssional brilhante. 
2
NPJ – NÚCLEO DE PRÁTICA JURÍDICA VIRTUAL
DIREITO PENAL - SUA PETIÇÃO - SEÇÃO 1
Neste NPJ, você se posicionará como um advogado 
criminalista contratado para defender os interesses de Patrícia 
Goulart de Bragança e Junqueira, filha de empresários bem-
sucedidos do ramo da construção civil, que, após se formar 
em Comunicação Social em uma faculdade particular de São 
Paulo/SP, optou por seguir a carreira de blogueira e digital 
influencer, demonstrando ser uma verdadeira formadora de 
opinião, através de seus perfis em redes sociais existentes na 
internet, que possuíam milhares de seguidores fiéis e assíduos. 
Afinal, bastava uma postagem de Patty (como era socialmente 
conhecida) apresentando determinado produto do mercado 
da moda e beleza (roupa, perfume, sapato, etc.) para que 
este rapidamente se esgotasse das prateleiras das lojas. Um 
verdadeiro fenômeno! 
Os itens por ela utilizados, bem como os locais por ela 
frequentados, passavam a ser tendências da moda, a partir 
do momento em que eram divulgados nas redes sociais. Por 
todos estes motivos, Patty era presença constante em eventos 
da alta sociedade e dos famosos. 
Kamylla Proença de Albuquerque, ex-colega de faculdade de 
Patty, tinha o sonho de ficar famosa a qualquer custo. Tanto que 
todos os anos se candidatava para participar de reality shows, 
sem nunca ter sido selecionada. Além disso, apesar de todo 
esforço, jamais conseguiu obter sucesso em suas redes sociais, 
tendo como seguidores apenas familiares e amigos íntimos.
Tamanha frustração fez com que Kamylla passasse a ter muita 
inveja de Patty, desejando levar a vida da ex-colega. Disposta 
a tudo para atingir seu objetivo de vida, Kamylla teve uma ideia 
infalível: se conseguisse manchar a imagem de Patty perante 
seus seguidores, teria a chance de ficar famosa.
Assim, no dia 19 de janeiro de 2017, em sua residência, também 
localizada na cidade de São Paulo/SP, entra em uma de suas 
redes sociais, através de seu computador pessoal e acessa o 
perfil pessoal de Patty.
33
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Com a única intenção de ofender a ex-colega, inventou um 
fato que jamais chegou a acontecer e publicou a seguinte 
mensagem: “URGENTE! Ontem à noite, ao solicitar uma 
selfie, sem qualquer motivo, de forma covarde fui agredida 
fisicamente com um tapa no rosto por Patrícia Goulart de 
Bragança e Junqueira, também conhecida como Patty, 
quando esta entrava na portaria do prédio em que mora. Me 
ajudem a divulgar. Tal fato não pode ficar impune”.
Tal postagem foi imediatamente disponibilizada a todos os 
milhares de seguidores de Patty e viralizou. A publicação virou 
rapidamente notícia, tendo sido comentada, tanto nas redes 
sociais, quanto por grupos de aplicativos de mensagens em 
todo país. 
Patty, que se encontrava prestes a participar de um desfile 
de moda, como de costume, estava conectada à rede social 
por meio de seu smartphone e tomou conhecimento da 
publicação feita por Kamylla e toda a repercussão. 
Em estado de choque, profundamente abalada com o que 
estava acontecendo, Patty teve uma queda de pressão arterial 
e precisou ser amparada por Júlia Bauptista e Laura Guedes, 
modelos que também participariam do desfile. 
Muito abatida, Patty desistiu de desfilar e foi para casa, onde 
precisou ser consolada por sua mãe. Tamanha era a decepção 
com tudo o que estava acontecendo, que chegou, inclusive, a 
cogitar deletar todas as suas redes sociais e abandonar a profissão. 
No dia seguinte, já um pouco mais calma, Patty procura seu 
escritório, narra os fatos e lhe entrega uma pasta que contém 
toda a documentação existente sobre eles (cópia da postagem 
realizada, cópia de sua página na rede social, bem como toda 
a repercussão gerada) e pede que você tome providências 
judiciais para que Kamylla seja punida pelo ato praticado.
44
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
ADVOGADO(A): “Qual a peça cabível? Date-a com o 
último dia do prazo”. 
Fundamentando!
Uma vez apresentado o caso concreto, você, caro aluno, deve 
começar a pensar nas providências a serem tomadas. Visando 
atender aos anseios de sua cliente, revisitaremos alguns institutos 
do Direito Penal e do Processo Penal que poderão lhe servir de 
ferramenta para a elaboração da peça cabível. 
No caso hipotético apresentado, Patrícia, após ser ofendida por 
Kamylla em uma rede social, lhe contrata para defender seus 
interesses. Assim, você deve agir para que Kamylla seja processada 
criminalmente em relação ao crime praticado contra Patrícia. 
Como já é sabido, o direito de punir pertence unicamente 
ao Estado, tanto que a ação penal é, em regra, de iniciativa e 
legitimidade exclusiva do Ministério Público (órgão estatal com 
função acusatória), que sequer depende da manifestação de 
vontade da vítima para atuar (exceto nos casos em que a lei 
expressamente condiciona a atuação do Ministério Público à 
Fonte: <https://goo.gl/9AwxNp>. Acesso em: 29 mar. 2017.
55
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
vontade da vítima, na chamada ação penal pública condicionada 
à representação). 
Entretanto, o Código Penal, de 7 de dezembro de 1940, em 
alguns casos excepcionais, atribui à própria vítima a iniciativa 
deste direito de agir (exercício do direito de ação), dando a ela a 
legitimidade necessária para perseguir em juízo aquilo que julga 
devido (ação penal de iniciativa privada), embora o direito de 
punir permaneça com o Estado. 
Tudo conforme dispõe o art. 100, do Código Penal, de 7 de 
dezembro de 1940, bem como os art. 24 e 30 do Código de 
Processo Penal, de 3 de outubro de 1941:
Quadro 1
AÇÃO PENAL
Código Penal Código de Processo Penal
Ação pública e de iniciativa 
privada
 Art. 100 - A ação penal 
é pública, salvo quando a 
lei expressamente a declara 
privativa do ofendido. 
 § 1º - A ação pública é 
promovida pelo Ministério 
Público, dependendo, 
quando a lei o exige, de 
representação do ofendido 
ou de requisição do Ministro 
da Justiça.
 § 2º - A ação de iniciativa 
privada é promovida 
mediante queixa do ofendido 
ou de quem tenha qualidade 
para representá-lo. 
Da Ação Penal 
Art. 24 - Nos crimes de ação 
pública, esta será promovida 
por denúncia do Ministério 
Público, mas dependerá, 
quando a lei o exigir, de 
requisição do Ministro da 
Justiça, ou de representação 
do ofendido ou de quem tiver 
qualidade para representá-lo.
Art. 30 - Ao ofendido ou a 
quem tenha qualidade para 
representá-lo caberá intentar 
a ação privada.
66
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
§3º - A ação de iniciativa 
privada pode intentar-se 
nos crimes de ação pública, 
se o Ministério Público não 
oferece denúncia no prazo 
legal. 
§ 4º - No caso de morte 
do ofendido ou de ter sido 
declarado ausente por 
decisão judicial, o direito 
de oferecer queixa ou de 
prosseguir na ação passa 
ao cônjuge, ascendente, 
descendente ou irmão.
Fonte: elaborado pelo autor.
Assim, sua primeira missão, caro aluno, enquanto advogado 
contratado para defender os interesses da cliente, é definir quais 
foram os crimes praticados por Kamylla, para consequentemente, 
se definir a ação penal cabível.
O Código Penal, em sua Parte Especial, traz, seja no próprio tipo 
penal ou em seu respectivo capítulo, a previsão legal da ação 
penal adequada. 
Isso porque, como a regra é a de que todo crime possui ação penal 
pública incondicionada, o legislador optou por fazer referência 
expressa apenas no caso das exceções (Ação Penal Pública 
Condicionada à Representação e Ação Penal de Iniciativa Privada). 
Desta forma, quando a ação penal for pública condicionada, o 
Código Penal trará a referência expressa: “somente se procede 
mediante representação ”. Por outro lado, quando a ação penal 
for de iniciativa privada, será encontrada a expressão: “somente 
se procede mediante queixa”.
E tal definição é fundamental para sua estratégia de atuação. 
Afinal, caso os crimes praticados por Kamylla sejam de ação penal 
77
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
pública (condicionada ou incondicionada), a legitimidade para 
propor a ação será do Ministério Público, através de denúncia 
(nome dado à petição inicial da ação penal púbica) e você só 
poderá atuar como Assistente de Acusação, nos termos dos art. 
268 a 273 do CPP
1
.
Contudo, caso os crimes praticados por Kamylla sejam de ação 
penal de iniciativa privada, você deverá oferecer uma queixa-
crime (petição inicial da ação penal de iniciativa privada). Tanto a 
denúncia, quanto a queixa-crime, petições iniciais de uma ação 
penal, possuem os mesmos requisitos, previstos no art. 41 do CPP:
REQUISITOS DA DENÚNCIA E DA QUEIXA-CRIME
a) Exposição do fato 
criminoso, com todas as 
suas circunstâncias.
c) Classificação do crime 
(especificação do tipo 
penal praticado pelo réu).
b) Qualificação (identificação, 
com todos os dados pessoais 
possíveis) do acusado.
d) Rol de testemunhas 
(quando necessário).
Quadro 2
Fonte: elaborado pelo autor.
Tais requisitos são fundamentais para que a petição inicial seja 
recebida pelo juiz e se dê início efetivamente ao processo. A 
ausência deles pode ocasionar a rejeição da inicial (art. 395, do 
CPP ) ou mesmo a preclusão do requerimento de prova (no caso 
da prova testemunhal). 
A principal diferença entre elas está no responsável pela sua 
elaboração. Enquanto a Denúncia é subscrita por um membro 
do Ministério Público, a queixa-crime é proposta pelo ofendido 
(chamado de querelante), através de um procurador (advogado) 
constituído obrigatoriamente com poderes especiais, nos 
termos do art. 44 do CPP: 
CAPÍTULO IV - DOS ASSISTENTES
Art. 268. Em todos os termos da ação pública, poderá intervir, como assistente do 
Ministério Público, o ofendido ou seu representante legal, ou, na falta, qualquer das 
pessoas mencionadas no Art. 31.
88
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Art. 44. A queixa poderá ser dada por procurador com 
poderes especiais, devendo constar do instrumento 
do mandato o nome do querelante e a menção do 
fato criminoso, salvo quando tais esclarecimentos 
dependerem de diligências que devem ser previamente 
requeridas no juízo criminal.
Além disso, nos termos do art. 103, do Código Penal, bem como 
art. 38, do Código de Processo Penal, a queixa-crime e a denúncia 
(nos casos de ação penal pública condicionada) possuem prazo 
para seu oferecimento, sob pena de decadência:
PRAZO PARA OFERECIMENTO DA AÇÃO PENAL 
Código Penal Código de Processo Penal 
Decadência do direito de 
queixa ou de representação
Art. 103 - Salvo disposição 
expressa em contrário, o 
ofendido decai do direito de 
queixa ou de representação se 
não o exerce dentro do prazo 
de 6 (seis) meses, contado 
do dia em que veio a saber 
quem é o autor do crime, 
ou, no caso do § 3º do art. 
100 deste Código, do dia em 
que se esgota o prazo para 
oferecimento da denúncia
Art. 38 - Salvo disposição 
em contrário, o ofendido, 
ou seu representante legal, 
decairá no direito de queixa 
ou de representação, se não 
o exercer dentro do prazo de 
seis meses, contado do dia 
em que vier a saber quem 
é o autor do crime, ou, no 
caso do art. 29, do dia em 
que se esgotar o prazo para o 
oferecimento da denúncia.
Quadro 3 
Fonte: elaborado pelo autor.
Art. 269. O assistente será admitido enquanto não passar em julgado a sentença e receberá a causa 
no estado em que se achar.
Art. 270. O co-réu no mesmo processo não poderá intervir como assistente do Ministério Público.
 Art. 271. Ao assistente será permitido propor meios de prova, requerer perguntas às testemunhas, 
aditar o libelo e os articulados, participar do debate oral e arrazoar os recursos interpostos pelo 
Ministério Público, ou por ele próprio, nos casos dos arts. 584, § 1o, e 598.
99
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Dito tudo isso e objetivando finalmente determinar quais foram as 
condutas típicas praticadas por Kamylla, torna-se indispensável 
que você, caro advogado, faça uma análise detalhada acerca do 
direito material aplicado ao caso em estudo.
Como estamos diante de uma hipótese evidente de ofensa à 
honra, vamos ajudá-lo com uma breve revisão sobre o tema e 
seus respectivos tipos penais.
Por ser a honra um direito fundamental e inviolável, nos termos do art. 
5º, X da Constituição da República de 1988 , o Código Penal brasileiro 
destinou um capítulo específico de tipos penais, visando a proteção 
deste bem jurídico (do art. 138 ao art. 140, do Código Penal):
PRAZO PARA OFERECIMENTO DA AÇÃO PENAL 
Calúnia Difamação Injúria
Art. 138 - Caluniar 
alguém, imputando-
lhe falsamente fato 
definido como crime:
Pena - detenção, 
de seis meses a dois 
anos, e multa.
§ 1º - Na mesma 
pena incorre quem, 
sabendo falsa a 
imputação, a propala 
ou divulga.
§ 2º - É punível a 
calúnia contra 
os mortos.
Art. 139 - Difamar 
alguém, imputando-
lhe fato ofensivo à 
sua reputação:
Pena - detenção, de 
três meses a um ano, 
e multa.
Art. 140 - Injuriar 
alguém, ofendendo-
lhe a dignidade ou 
o decoro:
Pena - detenção, de 
um a seis meses, 
ou multa.
Quadro 4
Fonte: elaborado pelo autor.
1010
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
§ 1o O juiz, ouvido o Ministério Público, decidirá acerca da realização das provas propostas pelo 
assistente.
§ 2o O processo prosseguirá independentemente de nova intimação do assistente, quando este, 
intimado, deixar de comparecer a qualquer dos atos da instrução ou do julgamento, sem motivo de 
força maior devidamente comprovado.
Art. 272. O Ministério Público será ouvido previamente sobre a admissão do assistente.
Art. 273. Do despacho que admitir, ou não, o assistente, não caberá recurso, devendo, entretanto, 
constar dos autos o pedido e a decisão.
Art. 395. A denúncia ou queixa será rejeitada quando: (Redação dada pela Lei nº 11.719, de 2008).
I - For manifestamente inepta (Incluído pela Lei nº 11.719, de 2008).
II - Faltar pressuposto processual ou condição para o exercício da ação penal (Incluído pela Lei nº 
11.719, de 2008).
III - Faltar justa causa para o exercício da ação penal.
Para a caracterização da calúnia, o mais grave de todos 
os crimes contra a honra previstospelo Código Penal, é 
necessária a existência simultânea dos seguintes aspectos: a) a 
imputação de um fato à vítima; b) o fato imputado à vítima deve, 
obrigatoriamente, ser falso; c) o fato imputado à vítima, além 
de ser falso, deve ser definido como crime; d) o agente, mesmo 
ciente da falsidade, age com a vontade (dolo) de ofender a honra 
da vítima.
Já a difamação, também de natureza dolosa, ocorre com 
a simples imputação de fato à vítima que seja ofensivo à sua 
reputação perante a sociedade. Difere da calúnia, por não exigir 
que o fato seja necessariamente falso (afinal, mesmo sendo 
verdadeiro, um fato pode ser utilizado com o objetivo de atingir 
a honra da vítima) e por este fato não ser definido como crime.
Tanto a calúnia, quanto a difamação possuem a honra objetiva 
como bem juridicamente protegido, isto é, a imagem que as 
pessoas possuem sobre a vítima, enfim, todos os atributos que a 
tornam respeitável perante seu meio social.
Na injúria, por sua vez, não há a atribuição de fatos, como ocorre 
na calúnia e na difamação, mas, apenas, a imputação dolosa 
de atributos pejorativos (adjetivos) à vítima. Além disso, o bem 
jurídico tutelado é a honra subjetiva, ou seja, o conceito que a 
própria vítima tem de si própria. 
Segue quadro comparativo dos crimes contra a honra:
1111
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
PRAZO PARA OFERECIMENTO DA AÇÃO PENAL 
Calúnia Difamação Injúria
Conduta
Imputação de fato 
determinado, falso 
e criminoso.
Imputação de fato 
determinado, falso 
ou verdadeiro, 
mas ofensivo 
à reputação.
Juízo de 
valor negativo. 
Imputação de 
qualidade (adjetivo) 
depreciativa.
Sujeito ativo Qualquer pessoa. Qualquer pessoa. Qualquer pessoa.
Sujeito passivo
Qualquer pessoa. 
Admite-se pessoa 
jurídica.
Qualquer pessoa. 
Admite-se pessoa 
jurídica.
Qualquer pessoa. 
Não se admite 
pessoa jurídica.
Bem jurídico tutelado Honra objetiva. Honra objetiva. Honra subjetiva.
Consumação
Quando um terceiro 
toma conhecimento 
da ofensa.
Quando um terceiro 
toma conhecimento 
da ofensa.
Quando a vítima 
toma conhecimento 
da ofensa.
Tentativa
Cabível na 
forma escrita.
Cabível na 
forma escrita.
Cabível na 
forma escrita.
Exceção da verdade
Cabível. Exceção: 
art. 138, §3º do CP.
Cabível se a ofensa 
for praticada contra 
funcionário público, 
em razão de 
suas funções.
Incabível.
Elemento subjetivo Dolo específico. Dolo específico. Dolo específico.
Retratação Cabível. Cabível. Incabível.
Contudo, independente do crime contra a honra praticado, o 
art. 141, do Código Penal, elenca situações fáticas que causam o 
aumento da pena prevista ao agente
Fonte: elaborado pelo autor.
Quadro 5
DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CRIMES CONTRA A HONRA
CAUSAS DE AUMENTO DE PENA
Art. 141 - As penas cominadas neste capítulo aumentam-
se de um terço, se qualquer dos crimes é cometido:
Quadro 6
1212
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
I - Contra o Presidente da República ou contra chefe de 
governo estrangeiro.
II - Contra funcionário público, em razão de suas funções.
III - Na presença de várias pessoas ou por meio que facilite 
a divulgação da calúnia, da difamação ou da injúria.
IV – Contra pessoa maior de 60 (sessenta) anos ou 
portadora de deficiência, exceto no caso de injúria.
Parágrafo único - Se o crime é cometido mediante 
pagamento ou promessa de recompensa, aplica-se a pena 
em dobro.
Fonte: elaborado pelo autor.
No que se refere à ação penal, dispõe o art. 145, do Código Penal:
DISPOSIÇÕES COMUNS AOS CRIMES CONTRA A HONRA
Art. 145 - Nos crimes previstos neste capítulo, somente se 
procede mediante queixa, salvo quando, no caso do art. 
140, § 2º, da violência resulta lesão corporal.
Parágrafo único. Procede-se mediante requisição do 
Ministro da Justiça, no caso do inciso I, do caput do art. 
141, deste Código, e mediante representação do ofendido, 
no caso do inciso II do mesmo artigo, bem como no caso 
do § 3º, do art. 140 deste Código.
Quadro 7
Fonte: elaborado pelo autor.
Em relação à competência para processamento e julgamento, 
uma observação deve ser feita. Embora os crimes contra a honra 
sejam de menor potencial ofensivo, nos termos do art. 61, da Lei 
nº 9.099/95 , a incidência das referidas causas de aumento de 
pena do art. 141, do Código Penal, devem ser consideradas para 
apuração da pena máxima cominada a cada um dos delitos. 
1313
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Além disso, tendo as ofensas caráter exclusivamente pessoal e 
sendo a conduta do agente dirigida diretamente a uma pessoa 
determinada e não a uma coletividade, a jurisprudência pátria 
entende que, independentemente do meio de realização da 
conduta, não há que se falar em competência da Justiça Federal 
(art. 109, IV e V da CR/88 ). 
E, então, caro aluno, após todos esses esclarecimentos, você já 
sabe qual é a medida a ser adotada? 
Como em qualquer outra peça, é fundamental o cuidado com sua 
estrutura lógica, composta de narração dos fatos, fundamentos 
jurídicos, requerimento de provas a serem produzidas (em 
especial, rol de testemunhas) e pedidos.
Para isso, é preciso, em primeiro lugar, estar atento às regras 
de competência, para saber se a ação será proposta perante 
o juízo correto. Para tanto, deve-se observar o que diz nossa 
Constituição Federal no art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII, além 
do previsto no Código de Processo Penal em seus art. 69 a 91 e 
394, bem como art. 60 e 61 da Lei nº 9.099/95.
Sobre as provas, não se pode esquecer de requerer a produção 
de todas as provas em direito admitidas e aplicáveis ao caso 
(testemunhal, pericial, documental, etc.), sob pena de preclusão.
No tocante à data da peça, vale analisar o disposto nos art. 38 e 
798, do CPP.
Observe o quadro a seguir com uma síntese dos fundamentos legais: 
Art. 61. Consideram-se infrações penais de menor potencial ofensivo, para os efeitos desta Lei, as 
contravenções penais e os crimes a que a lei comine pena máxima não superior a 2 (dois) anos, 
cumulada ou não com multa. 
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar:
(...)
IV - Os crimes políticos e as infrações penais praticadas em detrimento de bens, serviços ou interesse 
da União ou de suas entidades autárquicas ou empresas públicas, excluídas as contravenções e 
ressalvada a competência da Justiça Militar e da Justiça Eleitoral.
V - Os crimes previstos em tratado ou convenção internacional, quando, iniciada a execução no 
país, o resultado tenha ou devesse ter ocorrido no estrangeiro, ou reciprocamente.
Conforme decisão do Superior Tribunal de Justiça nos autos CC 121.431-SE, Rel. Min. Marco Aurélio 
Bellizze, julgado em 11/4/2012.
1414
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Ação penal Art. 100 a 106 do CP.
Art. 24 a 62 do CPP.
Requisitos da denúncia 
e queixa
Art. 41 do CPP.
Hipóteses de rejeição da 
denúncia ou queixa
Art. 395 do CPP.
Procuração na queixa-crime Art. 44 do CPP.
Prazo para oferecimento da 
ação penal
Art. 103 do CP. 
Art. 38 do CPP.
Dos crimes contra a honra Art. 138 a 145 do CP.
Assistente de acusação Art. 268 a 273 do CPP.
Quadro 8 | Quadro síntese
Fonte: elaborado pelo autor.
Com todos os elementos fornecidos, você agora já está apto a 
responder: qual é a medida a ser tomada visando atender aos 
interesses de Patrícia? Com certeza você já sabe qual é a peça 
adequada e os passos que devem ser seguidos!
 
Primeira fase
Questão 1
Texto-base: João, Oficial de Justiça do Fórum de Manaus/MA, 
tem sua honra ofendida por um advogado que tem seu pedido 
de acesso a um processo negado, por estar fora do horário de 
atendimento ao público. 
Enunciado: Caso queira que o referido advogado seja processado 
criminalmente, assinalea alternativa que indique a providência 
CORRETA a ser adotada por João: 
a) João só poderá constituir advogado para oferecer uma ação 
penal de iniciativa privada.
b) Por ser Oficial de Justiça, João pode oferecer uma queixa-
crime, advogando em causa própria.
1515
Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
c) João deverá apenas comunicar às autoridades competentes, 
pois se trata de crime de ação penal pública incondicionada.
d) João só poderá formalizar uma representação contra 
o advogado, por se tratar de crime de ação penal pública 
condicionada à representação.
e) João poderá formalizar uma representação contra o 
advogado ou, se preferir, poderá constituir advogado para 
oferecer uma ação penal de iniciativa privada.
Resposta: LETRA E. 
Comentário: Súmula 714 do STF. 
Questão 02
Texto-base: Luiza e Nathália, visando unicamente ofender a 
honra de Daniel, resolvem acusá-lo, injustamente da prática 
de um furto. Assim, aproveitam o momento em que Daniel 
encontra-se reunido com amigos em um bar e se aproximam 
dele. Luiza chega na mesa e diz: “Daniel, ontem à noite, ao sair 
da faculdade, você furtou meu celular de dentro da minha bolsa”. 
Em seguida, Nathália grita na frente de todos os presentes: “Seu 
ladrão”. Muito envergonhado, Daniel sai correndo e vai para casa 
muito chateado. 
Enunciado: Assinale a alternativa CORRETA que indique a 
conduta praticada por Luiza e Nathália, respectivamente: 
a) Injúria e difamação.
b) Injúria e calúnia.
c) Calúnia e injúria.
d) Difamação e injúria.
e) Calúnia e difamação.
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Direito Penal - Sua petição - Seção 1NPJ 
Resposta: LETRA C. 
Comentário: Luiza imputou um fato falso que confi gura crime. 
Assim cometeu o crime de calúnia, nos termos do art. 138, do CP. 
Já Nathália atribuiu à Daniel um adjetivo ofensivo, cometendo 
assim o crime de injúria, previsto no art. 140, do CP.
Vamos peticionar!
Você já sabe que qualquer peça começa pelo endereçamento, 
que, obviamente, não pode estar errado.
Conforme destacado anteriormente, devemos nos atentar aqui 
às regras de competência. Deste modo, sugere-se analisar a 
Constituição Federal, no art. 5º, incisos XXXVII e XXXVIII, bem 
como o Código de Processo Penal, em seus art. 69 a 91 e 394, 
bem como art. 60 e 61 da Lei nº 9.099/95.
Além disso, é fundamental o cuidado com sua estrutura lógica 
de sua petição, com a completa qualifi cação, tanto da parte 
autora, quanto da parte ré e indicação do nome da peça, com 
respectivo fundamento legal. 
Em seguida, não se esqueça de narrar os fatos, com todas as 
suas circunstâncias. Entretanto, isso não signifi ca que você 
esteja livre para inventar informações. Pelo contrário: limite-se 
apenas aos dados apresentados no caso concreto. 
No Exame da OAB, a indicação de qualquer dado não existente 
no enunciado, por menor ou mais simples que seja (como a 
invenção do nome de rua de residência do cliente, por exemplo), 
confi gura tentativa de identifi cação da peça por parte da banca 
avaliadora e acarreta na anulação de toda a prova. 
Assim, quando não souber algum dado essencial para a sua 
petição, use traços ou reticências, mas jamais insira um dado 
diferente daqueles apresentados no caso em tela. Em seguida, 
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tome cuidado com a classificação das condutas. Havendo mais 
de uma conduta, individualize-a, para facilitar a compreensão.
Não se esqueça ainda de requerer a produção de todas as 
provas em direito admitidas e aplicáveis ao caso (testemunhal, 
pericial, documental, etc.). Além disso, o rol de testemunhas é 
obrigatório, sob pena de preclusão. 
Com relação aos pedidos, deve-se atentar para que este possua 
concordância com tudo o que foi alegado ao longo de sua peça.
Não se esqueça das formalidades obrigatórias (divisão das partes, 
especificação do local, data, assinatura, registro na OAB, etc.). 
Lembre-se de que no “Exame de Ordem” você será avaliado pela 
correta indicação do foro competente, preâmbulo, qualificação das 
partes, fundamentação jurídica, pedidos e requerimentos, lógica e 
argumentação, além de ortografia e gramática. Vamos peticionar?
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