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Fundação Centro de Ciências e Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Centro de Educação Superior a Distância do Estado do Rio de Janeiro Avaliação a Distância 1 – AD1 Período - 2014/1º Disciplina: Instituições de Direito Público e Privado Coordenador: Prof. Afranio Faustino de Paula Filho GABARITO Data-limite para entrega: 09/03/2014 Conteúdo: Aulas 1 a 4 Total de Pontos: 100 (Cem) Após estudar as aulas 1 a 4 desta disciplina, escreva um texto on-line, respondendo às ques- tões que se seguem: 1. 2014.1 - AD 1 A segurança pública em nosso país é muito criticada. Como se sabe os órgãos que têm a responsabilidade de realizá-la são a polícia federal, a polícia rodoviária federal e a polícia ferroviária federal, todas no âmbito federal, e as polícias civis, polícias militares e cor- pos de bombeiros militares, no âmbito dos Estados. Dentre os que criticam a atuação desses órgãos defende-se muitas vezes a fusão dos mencionados órgãos estaduais, ou seja, das polí- cias civis, polícias militares e corpos de bombeiros militares. Há Estados inclusive em que os corpos de bombeiros militares fazem parte da estrutura das próprias polícias militares. Deste modo, a grande mudança que costuma ser proposta é a a fusão ou integração das duas polí- cias, civil e militar, em uma única polícia. Assim sendo, considerando os conhecimentos que você adquiriu na aula 4 de IDPP, sobre soberania e autonomia, seria possível a materialização desta ideia? Justifique a sua resposta. (25 pontos) Expectativa de Resposta: O aluno deverá mostrar conhecimentos entre a autonomia e a soberania, indicando que, sendo os Estados Membros dotados de autonomia, estando sujeitos, portanto, ao modelo estabelecido pela legislação federal, a medida proposta só seria possível com alteração do art. 144 da Constituição Federal, o que demandaria a edição de Emenda à Constituição a ser proposta de acordo com o processo legislativo estudado na aula 2. 2. 2014.1 - AD 1 A estrutura de uma lei comporta a existência de diversos elementos, como: o artigo, o parágrafo, o inciso e a alínea. Diferencie entre estes elementos, exemplificando ca- da um deles. (25 pontos) Expectativa de Resposta: O artigo é a unidade básica da lei. Divide-se em parágrafos, incisos (ou itens) e alíneas (ou letras). O parágrafo é a imediata divisão de um artigo, versando sobre assunto complementar ao trecho em que figura, explicando a disposição principal. Seu símbolo é §. O inciso, também denominado item, é o elemento estrutural da lei que divide o artigo ou o parágrafo, atuando de forma a discri- minar aquele, quando o assunto tratado não pode ser condensado nem constituir parágrafos. É expresso em algarismos romanos (I, II, III, IV etc.). A alínea ou letra é outro elemento estrutural da lei, consiste numa das subdivisões do artigo, assinalada por uma letra, destacada por intermédio de um parêntesis, assim: a)... b)... etc. O art. 5º da Constituição Federal, por exemplo, nos mostra na prática o emprego de todos estes elementos estruturais, como vemos abaixo: “Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasi- leiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualda- de, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: I - homens e mulheres são iguais em direitos e obrigações, nos termos desta Constituição; II - ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei; (...) XXVIII - são assegurados, nos termos da lei: a) a proteção às participações individuais em obras coletivas e à reprodução da imagem e voz huma- nas, inclusive nas atividades desportivas; b) o direito de fiscalização do aproveitamento econômico das obras que criarem ou de que participa- rem aos criadores, aos intérpretes e às respectivas representações sindicais e associativas; (...) LXXVIII - a todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do proces- so e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. § 1º - As normas definidoras dos direitos e garantias fundamentais têm aplicação imediata. (...) § 4º O Brasil se submete à jurisdição de Tribunal Penal Internacional a cuja criação tenha manifesta- do adesão”. 3. 2014.1 - AD 1 Como foi estudado no material complementar da aula 2, o processo legislativo de uma lei ordinária possui uma fase em que o chefe do Poder Executivo que, em se tratando do governo federal, é o(a) presidente da república tem que fazer uma apreciação do projeto de lei aprovado pelo Poder Legislativo (Congresso Nacional). É a fase em que ele(a) pode sancionar ou vetar. Com base no que você aprendeu sobre o assunto, discorra sobre esta fa- se do processo legislativo ordinário. (25 pontos). Expectativa de Resposta: O aluno deverá situar a fase da sanção ou veto como sendo a que se segue à aprovação e antecede a promulgação. Deverá esclarecer que a sanção é a aquiescência do chefe do Executivo ao projeto de lei, devendo ocorrer no prazo de 15 dias úteis, após o seu recebimento, em caso de sanção ex- pressa. Que decorrido este prazo de quinze dias úteis, o silêncio do Presidente da República impor- tará em sanção tácita, passando a lei à fase seguinte: a promulgação. Na hipótese de sanção tácita, se a lei não for promulgada dentro de quarenta e oito horas pelo próprio Presidente da República, cabe ao Presidente do Senado, ou, no seu impedimento, ao Vice-Presidente do Senado fazê-lo. Já o veto é a negativa de sanção, podendo referir-se a todo o texto do projeto de lei (veto total) ou a parte dele (veto parcial). Se o veto for parcial, somente poderá abranger texto integral de arti- go, parágrafo, inciso ou alínea. O Chefe do Executivo tem 15 dias para oferecer o veto, nas seguin- tes hipóteses: inconstitucionalidade; ou falta de interesse público. Decidindo-se pelo veto, o Chefe do Executivo tem o dever de comunicá-lo, em 48 horas, ao Presidente do Senado Federal, apresen- tando os motivos ou razões do veto. O veto será apreciado em sessão conjunta do Congresso Naci- onal, dentro de até trinta dias a contar de seu recebimento, só podendo ser rejeitado pelo voto da maioria absoluta dos Deputados e Senadores, em sessão secreta. 4. 2014.1 - AD 1 O mundo passa por momentos de profundas transformações. Em entrevista publicada na revista Época, de 10 de fevereiro de 2014, o sociólogo polonês Zygmund Bau- man denuncia a perda de referências políticas, culturais e morais da civilização e afirma que vivemos o “fim do futuro”. Esta é apenas uma das muitas manifestações que apontam o momento de transformações sociais em que vivemos. No Brasil, a parte visível desse movi- mento renovador são as manifestações populares como as passeatas, os rolezinhos e os black blocs. Em cada uma delas podemos verificar uma disposição diferente de cada um dos grupos que delas participam. Alguns objetivam claramente a manifestação pacífica, o protes- to por mudanças de comportamentos, sem causar qualquer tipo de prejuízo material ao Po- der Público ou a outras pessoas; outros, com finalidades diferentes preferem o confronto, a violência e acabam cometendo crimes e outros atos ilícitos, sujeitando-se assim à responsa- bilização pelos prejuízos causados ao patrimônio alheio. Considerando os conhecimentos ad- quiridos na AULA 1, estabeleça a distinção entre direito objetivo e direito subjetivo e, em fa- ce dessa distinção, explique as consequências jurídicas que podem advir para os diversos manifestantes, como resultante da diferença de comportamento de cada grupo. (25 pontos) Expectativa de Resposta: O Direito Objetivo é o direito em vigor, que pode ser aplicado. São as leis, como, por exemplo, o Código Penal, o Código Civil, etc. Diz uma regrado Código Civil que quando alguém causa um preju- ízo a uma pessoa, fica obrigada a reparar o prejuízo, paga uma indenização ao prejudicado. Então, se eu participo de uma manifestação e causo prejuízo ao patrimônio público ou privado então eu estou violando uma regra do Código Civil. Devo então pagar o prejuízo que causei. E se eu não qui- ser pagar o prejuízo? A pessoa prejudicada, seja ela pública ou particular, terá então, com base na regra do Código Civil (direito objetivo, como vimos), a faculdade (a possibilidade de reclamar ou não) no Judiciário (direito subjetivo), o ressarcimento do seu prejuízo seja ressarcido. O direito subjetivo é uma faculdade porque a pessoa prejudicada pode querer ou não mover a ação judicial. De repente ela pode achar que o prejuízo é insignificante, ou que o trabalho não vale a pena. É liberdade de escolha dela. Deste modo, o comportamento dos manifestantes pacíficos não geraria qualquer tipo de direito subjetivo para outras pessoas, visto que não teriam infringido qualquer determinação das normas que constituem o direito objetivo (norma agendi), ou seja, o direito em vigor. Já os manifestantes que usassem de violência, ao causar prejuízos a outras pessoas teriam lhes proporcionado o direito subjetivo de verem reparados os referidos danos. Boa atividade! Em caso de dúvida, procure preferencialmente o seu tutor presencial. Atenção para as regras das ADs que estão discriminadas no Guia da Disciplina
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