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História do Direito Brasileiro - Slide - Aula 02 - ok

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HISTÓRIA DO DIREITO HISTÓRIA DO DIREITO 
BRASILEIROBRASILEIROBRASILEIROBRASILEIRO
Ana Carolina Barbosa Pereira Matos
RAZÕES DA EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA (final do 
século XIV, séculos XV e XVII)
RAZÕES DA EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA (final do 
século XIV, séculos XV e XVII)
A posição 
geográfica de 
Portugal, voltada 
para o Atlântico e, 
principalmente, ao 
longo do século 
A posição 
geográfica de 
Portugal, voltada 
para o Atlântico e, 
principalmente, ao 
longo do século 
O fortalecimento e a 
crescente 
centralização do 
poder monárquico 
levada a cabo, a 
partir de 1385, por 
O fortalecimento e a 
crescente 
centralização do 
poder monárquico 
levada a cabo, a 
partir de 1385, por 
Conjugação dos 
interesses da 
nobreza na 
incorporação de 
novos territórios, 
com os interesses 
Conjugação dos 
interesses da 
nobreza na 
incorporação de 
novos territórios, 
com os interesses 
Aquisição de 
conhecimentos 
náuticos de 
construção 
naval e de 
Aquisição de 
conhecimentos 
náuticos de 
construção 
naval e de longo do século 
XIV, seus principais 
portos (Lisboa e 
Porto) servindo de 
entrepostos nas 
relações comerciais 
entre as regiões 
produtoras do 
Mediterrâneo e as 
do Mar do 
Norte/Mar Báltico.
longo do século 
XIV, seus principais 
portos (Lisboa e 
Porto) servindo de 
entrepostos nas 
relações comerciais 
entre as regiões 
produtoras do 
Mediterrâneo e as 
do Mar do 
Norte/Mar Báltico.
partir de 1385, por 
D. João I, o 
primeiro rei da 
Dinastia de Avis que 
substituiu a Dinastia 
de Borgonha que 
governara Portugal 
desde sua formação 
em meados do 
século XII.
partir de 1385, por 
D. João I, o 
primeiro rei da 
Dinastia de Avis que 
substituiu a Dinastia 
de Borgonha que 
governara Portugal 
desde sua formação 
em meados do 
século XII.
com os interesses 
da burguesia 
mercantil, das 
principais cidades 
portuárias, voltados 
para os lucros do 
comércio marítimo, 
sob os auspícios da 
monarquia e da 
Igreja Católica.
com os interesses 
da burguesia 
mercantil, das 
principais cidades 
portuárias, voltados 
para os lucros do 
comércio marítimo, 
sob os auspícios da 
monarquia e da 
Igreja Católica.
naval e de 
experiência 
organizacional 
na montagem 
de expedições 
marítimas – tais 
conhecimentos 
foram 
adquiridos, 
principalmente, 
ao longo do 
século XV .
naval e de 
experiência 
organizacional 
na montagem 
de expedições 
marítimas – tais 
conhecimentos 
foram 
adquiridos, 
principalmente, 
ao longo do 
século XV .
A EXPANSÃO MARÍTIMA PORTUGUESA: 
Os tratados sobre os descobrimentosOs tratados sobre os descobrimentos
� Até 1486, Portugal conseguiu bulas papais bastante favoráveis a sua
política de expansão marítima.
� A partir de 1492, com a ascensão do papa Alexandre VI (que era
aragonês), todas as decisões sobre a delimitação das áreas
portuguesas e espanholas passaram a ser claramente favoráveis aos
reis espanhóis, especialmente após a chegada de Cristóvão Colomboreis espanhóis, especialmente após a chegada de Cristóvão Colombo
à América (tendo chegado às Antilhas, tomou tais ilhas como parte
do continente asiático).
� Com isso, os reis católicos espanhóis obtiveram do papa a Bula Inter
Coetera (03/05/1493) que confirmava as conquistas de Colombo em
favor da Espanha, ao mesmo tempo em que dava aos reis espanhóis
autoridade sobre qualquer território situado a mais de cem léguas a
oeste e ao sul das ilhas portuguesas de Açores e Cabo Verde.
Tratado de TordesillasTratado de Tordesillas
� O rei João II não aceita essa Bula Inter Coetera e
diante da reação diplomática portuguesa em Roma e
da ameaça de intervenção militar por parte de
Portugal, os reis católicos concordaram em revisar os
dispositivos da bula Inter Coetera.
� Em 1494 foi firmado o Tratado de Tordesilhas (ato
inaugural da diplomacia moderna, já que foi o primeiro
acordo entre Estados, sem a interferência do Papa) –
por este tratado, a linha de demarcação entre as áreas
portuguesas e espanholas passaria a 370 léguas a oeste
dos arquipélagos de Açores e Cabo Verde.
Brasil ColôniaBrasil Colônia
� Objetivo das Grandes Navegações:
o Benefícios materiais: ouro e especiarias(pimenta, noz
moscada, cravo e canela, serviam para disfarçar o mal
odor dos alimentos);
o Espírito de aventura (fantasia quanto ao novo mundo,Espírito de aventura (fantasia quanto ao novo mundo,
lendas sobre as novas terras).
� Chegada dos Portugueses ao Brasil:
o Encontro entre indígenas e Portugueses;
o Clero interessou-se pela catequese (até como forma de
dominar e controlar os índios);
Brasil ColôniaBrasil Colônia
o O Brasil era habitado, mas por índios;
o Os índios foram expulsos das terras que ocupavam, nos
primeiros anos da colônia foram escravizados e milhares
morreram vítimas de doenças trazidas pelos portugueses.morreram vítimas de doenças trazidas pelos portugueses.
• Formas de Governo:
o Em um primeiro momento, utilizou-se do modelo de
capitanias hereditárias – Poder soberano.
o Espécie de Privatização da Colônia
Brasil ColôniaBrasil Colônia
o Pelo sistema de capitanias hereditárias, o Brasil foi
dividido em várias faixas de terra doadas em usufruto
hereditário.
o Os donatários ficariam responsáveis pelos investimentos
de colonização de sua capitania.
o Cartas de doação era o documento entregue aos
donatários que indicava a condição de posse de sua
capitania.
o Os Forais era outro documento entregue aos donatários
que indicavam seus direitos e deveres.
Brasil ColôniaBrasil Colônia
o Os donatários tinham o privilégio de exercer a Justiça,
mas não de maneira isolada e arbitrária, dentro dos
limites de funções estabelecidas pelas Cartas forais e
pelas leis do Reino.
o Cabia aos Donatários nomear seu Ouvidor para exercer a
Jurisdição Civil e Criminal.Jurisdição Civil e Criminal.
o O objetivo de Portugal com as capitanias era promover
às custas do setor privado a colonização do Brasil.
o No entanto, por falta de investimentos dos donatários o
sistema de capitanias foi um fracasso.
Brasil ColôniaBrasil Colônia
o Apenas tiveram êxito as capitanias de Pernambuco e São
Vicente.
o Com a crise do sistema de Capitanias Hereditárias,,
adota-se em 1549 o modelo de Governo Geral – Sujeitosadota-se em 1549 o modelo de Governo Geral – Sujeitos
ao Poder e controle da Metrópole.
o No novo modelo os governadores não recebiam poderes
soberanos, mas estavam sujeito ao poder metropolitano,
sujeitando também a colônia a este controle.
Brasil ColôniaBrasil Colônia
• O Pacto Colonial:
o O pacto colonial, também denominado de exclusivo
metropolitano, foi um sistema pelo qual os países da
Europa que possuíam colônias na América, mantinham o
monopólio da importação das matérias-primas mais
lucrativas dessas possessões, bem como da exportação delucrativas dessas possessões, bem como da exportação de
bens de consumo para as respectivas colônias.
o O pacto colonial inclui obediência política, ou seja, as leis
a serem obedecidas deviam ser as mesmas leis (ou
adaptadas) da metrópole correspondente à colônia.
CARACTERÍSTICAS JURÍDICOCARACTERÍSTICAS JURÍDICO--INSTITUCIONAIS INSTITUCIONAIS 
DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E 
INÍCIO DO SÉCULO XVI.INÍCIO DO SÉCULO XVI.
� No processo histórico de formação e de individualização
do direito português, o período que se inicia por volta de
meados do século XV foi marcado pela produção de
COMPILAÇÕES de um imenso conjunto de tipos
normativos que se encontravam em vigência em Portugal
desde sua formação como uma monarquia independente
em meados do século XII.
desde sua formaçãocomo uma monarquia independente
em meados do século XII.
� Estas compilações ficaram conhecidas como as
Ordenações do Reino:
� Ordenações Afonsinas (1446/1447);
� Ordenações Manuelinas (1521);
CARACTERÍSTICAS JURÍDICOCARACTERÍSTICAS JURÍDICO--INSTITUCIONAIS INSTITUCIONAIS 
DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E 
INÍCIO DO SÉCULO XVI.INÍCIO DO SÉCULO XVI.
� Coletânea de Leis Extravagantes de Duarte Nunes de Leão (1569);
� Ordenações Filipinas (1603) e confirmadas por D. João IV (1643).
� Ordenações Afonsinas:
� Buscou-se, essencialmente, sistematizar e atualizar o direito vigente
à época, em Portugal.
� Por possível influência das Decretais do Papa Gregório IX
(coletânea de normas canônicas promulgada em 1234), as
Ordenações Afonsinas foram divididas em cinco livros, cada um
deles compreendendo um certo número de títulos, com rubricas
indicativas de seu objeto e freqüentemente subdivididos em
parágrafos;
ESTRUTURA DAS 
O Livro I - regimentos dos diversos cargos públicos (tanto régios como
municipais), compreendendo o governo, a justiça, a fazenda e o exército – este
livro apresenta um conteúdo de natureza jurídico-administrativa;
O Livro II - trata dos bens e privilégios da Igreja, os direitos do rei, a
jurisdição dos donatários, as prerrogativas da nobreza, o estatuto dos
Judeus e dos Mouros, consagrando assim providências de natureza
política ou constitucional;
O Livro III - trata do processo civil, havendoESTRUTURA DAS 
ORDENAÇÕES 
AFONSINAS
O Livro III - trata do processo civil, havendo
alusões ao processo criminal;
O Livro IV- direito civil (das obrigações, de direito das coisas, de direito da
família e de direito das sucessões), sem grande ordem sistemática;
O Livro V - direito criminal e processual criminal – alguns atos processuais criminais
encontram-se também no Livro III.
CARACTERÍSTICAS JURÍDICOCARACTERÍSTICAS JURÍDICO--INSTITUCIONAIS INSTITUCIONAIS 
DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E 
INÍCIO DO SÉCULO XVI.INÍCIO DO SÉCULO XVI.
� Ordenações Manuelinas:
� Tiveram edição definitiva em 1521.
� Mantiveram a estrutura básica de cinco livros, integrados por
títulos e parágrafos e conservou-se a distribuição das matérias
conforme o disposto nas Ordenações Afonsinas, ainda que
nas Ordenações Manuelinas sejam verificadas algumas
notáveis diferenças de conteúdo.
CARACTERÍSTICAS JURÍDICOCARACTERÍSTICAS JURÍDICO--INSTITUCIONAIS INSTITUCIONAIS 
DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E 
INÍCIO DO SÉCULO XVI.INÍCIO DO SÉCULO XVI.
� Dentre estas diferenças podemos citar: a supressão dos
preceitos aplicáveis a Judeus já que os mesmos foram expulsos
do reino em 1496 e das normas relativas à Fazenda que
passaram a compor as Ordenações da Fazenda, além da
inclusão da disciplina vinculativa da lei através dos assentos dainclusão da disciplina vinculativa da lei através dos assentos da
Casa de Suplicação.
� Sob a égide das Ordenações Afonsinas e Manuelinas se
desenvolveu o processo de expansão marítima portuguesa e
de formação de seu império colonial.
Documentos LegaisDocumentos Legais
� Os Regimentos: destinavam-se a instruir os funcionários em
suas áreas de atuação, estabelecendo suas atribuições,
obrigações e a jurisdição dos diversos órgãos incumbidos de
gerir a administração colonial;
� Os Alvarás: com duração formal de um ano (podendo, muitas
vezes, ter o prazo de validade dilatado) se constituíam emvezes, ter o prazo de validade dilatado) se constituíam em
importantes atos jurídicos da administração colonial;
� As Cartas (régias, de sesmarias, forais, patentes): destinavam-se
a variadas finalidades e determinações especiais voltadas para a
regulação do campo administrativo.
� Este conjunto de atos legais quase nunca seguia critérios
regulares, nem quanto à forma e nem quanto à periodicidade.
Documentos LegaisDocumentos Legais
� Com relação aos FORAIS, estes se constituíam como uma das
formas jurídicas mais antigas do direito português, tendo se
constituído como fontes do direito desde as origens da
monarquia portuguesa no século XII.
� O Foral, carta foral ou carta de foro era um documento
jurídico, outorgado por autoridade legítima, que se destinava a
regular a vida coletiva de povoação, nova ou já existente,
formada por homens livres ou por homens que ele revestia
dessa condição.
CARACTERÍSTICAS JURÍDICOCARACTERÍSTICAS JURÍDICO--INSTITUCIONAIS INSTITUCIONAIS 
DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E DO REINO PORTUGUÊS NOS SÉCULOS XV E 
INÍCIO DO SÉCULO XVI.INÍCIO DO SÉCULO XVI.
� Ordenações Filipinas:
� As Ordenações Filipinas se constituíram como uma “revisão”
(com acréscimos, cancelamentos e retificações) das
Ordenações Manuelinas (1521) e da Coleção De Leis
Extravagantes de Duarte Nunes de Leão (1569), revisão esta
que ficou pronta em 1595, mas que só foi publicada em 1603.que ficou pronta em 1595, mas que só foi publicada em 1603.
� A elaboração das Ordenações Filipinas deve ser entendida no
contexto de um conjunto de reformas nas estruturas judiciais
e administrativas portuguesas promovidas no início da União
Ibérica por Felipe II e Felipe III de Espanha (Felipe I e Felipe
II de Portugal) e que geraram efeitos duradouros tanto em
Portugal como em suas colônias (mais particularmente no
Brasil).
ESTRUTURA DAS 
LIVRO I: matérias acerca de Direito Administrativo e Organização
Judiciária;
LIVRO II: disposições a respeito dos direitos dos eclesiásticos, dos
fidalgos, dos privilégios do Rei, envolvendo ainda fontes de direito,
jurisdição e poderes;
LIVRO III: essencialmente de caráter
processual civil, contendo ainda regras
gerais sobre fontes, vigência das leis queESTRUTURA DAS 
ORDENAÇÕES FILIPINAS
gerais sobre fontes, vigência das leis que
auxiliavam os juízes na tomada de
decisões;
LIVRO IV: matérias de direito civil e comercial: regras de contratos
(compra e venda, sociedade, aluguéis e rendas da terra), relações
entre servos e amos, aforamentos, censos, sesmarias, parceria
entre marido e mulher, empréstimos, mútuos, depósitos, fianças,
doações)
LIVRO V: trata de crimes e do processo penal.
A CONSTRUÇÃO DA AMÉRICA A CONSTRUÇÃO DA AMÉRICA 
PORTUGUESAPORTUGUESA
COLONIZAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DO APARATO 
JURÍDICO-ADMINISTRATIVO
Aspectos gerais da 
estrutura judicial da 
colonização 
portuguesa na América 
- No que se refere ao funcionamento do sistema de capitanias hereditárias, este foi
regulamentado pela CARTA DE DOAÇÃO e pelo FORAL (passados em 10/03 e em 24/09 de
1534 ao capitão donatário da capitania de Pernambuco – Duarte Coelho).
- Estes documentos foram fundamentais quanto à jurisdição e aos privilégios concedidos
aos donatários pela Coroa, além de representar o esboço da organização de alguns
aspectos administrativos na Colônia: a aplicação da lei (Justiça), a cobrança de tributos e
fiscalização do comércio (Fazenda) e manutenção da ordem interna/proteção contra a
concorrência externa (Defesa).
- As CARTAS DE DOAÇÃO estabeleciam as dimensões de cada
uma das capitanias, declaradas hereditárias, e que por isso
possuíam direitos amplos de sucessão por morte do donatário
ou por outros motivos regimentais.
- Os FORAIS regulamentavam os direitos fiscais e os portuguesa na América 
(II): 1530/1580
- Os FORAIS regulamentavam os direitos fiscais e os
privilégios dos donatários, além de estabelecer os tributos
régios.
- Através destes diplomas legais, os donatários obtiveram o direito de conceder sesmarias,
fundar vilas, exercer monopólio da navegação fluvial, das moendas e dos engenhos;
-Deveriam exercer o comando militar, fiscalizar o comércio, aplicar ou delegar o
cumprimento da lei nas terras sob sua jurisdição;
-Cabia-lhes também a nomeação de algumas autoridades administrativas (o OUVIDOR,para
zelar pelo cumprimento da lei, os TABELIÃES para dar validade legal aos atos e os
ALCAIDES-MORES, para garantir a defesa da capitania;
-Tinham também a competência para presidir as eleições dos juízes ordinários (principais
autoridades das câmaras municipais) e de alguns funcionários menores da administração
local (os MEIRINHOS e os ESCRIVÃES).
Estrutura do Judiciário no Brasil ColôniaEstrutura do Judiciário no Brasil Colônia
� Ouvidor Geral – Em 1549, Tomé de Sousa nomeou o
primeiro Ouvidor-Geral do Brasil, Pero Borges. Todavia, sua
função era de representar a administração da justiça real
portuguesa, atuando como o juiz de hoje em nome do rei.
Juiz Ordinário - Bacharel em direito indicado pelo Rei. Era
o indivíduo anualmente eleito entre os “homens bons” naso indivíduo anualmente eleito entre os “homens bons” nas
Câmaras Municipais e tinham competência para causas cíveis,
criminais, além de competência subsidiária para as causas
atinentes ao juiz de órfãos.
� Corregedor – O título corregedor deriva de regedor, ou 
seja, aquele que auxilia, dá assistência ao regedor. Tinha a 
atribuição de ingressar e fazer justiça em todas as capitanias
Estrutura do Judiciário no Brasil ColôniaEstrutura do Judiciário no Brasil Colônia
� Ouvidor da Comarca –Joaquim Manoel de Macedo, em
suas “Memórias da Rua do Ouvidor”, registra: “Um ouvidor
de comarca era, naquele tempo (século XVIII), muito mais
que um simples mortal, era uma potestade que o
povorespeitava mais do que hoje respeita ao Presidente do
Supremo Tribunal de Justiça, e não havia quem deixasse deSupremo Tribunal de Justiça, e não havia quem deixasse de
por-se de chapéu na mão quando ele passava.”
� Juiz de Fora - O juiz de fora era um magistrado nomeado
pelo rei de Portugual para atuar em comarcas onde era
necessária a intervenção de um juiz isento e imparcial.
A ESTRUTURA JUDICIALA ESTRUTURA JUDICIAL--ADMINISTRATIVA NO ADMINISTRATIVA NO 
BRASIL (ENTRE 1580 E O FINAL DO SÉCULO XVII)BRASIL (ENTRE 1580 E O FINAL DO SÉCULO XVII)
Aspectos gerais da 
estrutura judicial da 
colonização 
portuguesa na América 
Para melhor garantir o controle sobre a organização judicial da Colônia, a Coroa ibérica
(1580/1640) projetou criar um tribunal na Colônia, semelhante, em sua estrutura, à Casa de
Suplicação de Lisboa e formado por desembargadores designados pela Metrópole – o Regimento
de 25/09/1587 regulamentou a RELAÇÃO DO ESTADO DO BRASIL, com sede em Salvador,
verificando-se, todavia, sua instalação, em 1609, quando foi baixado um novo regimento similar
ao anterior;
- Em 1608, foi criado um governo-geral no Sul, a REPARTIÇÃO DO
SUL, sendo nomeado, junto com o governador, um OUVIDOR-
GERAL DO SUL, que possuía jurisdição em questões judiciais sobre
todas as capitanias da área (S. Vicente, Rio de Janeiro e Espírito
Santo);
-Esta ouvidoria continuou existindo mesmo após a extinção do
governo-geral do Sul, em 1612;
- O primeiro Regimento baixado para este ouvidor tem a data de portuguesa na América (I): 1580/1640- O primeiro Regimento baixado para este ouvidor tem a data de05/06/1619 e por ele, cabia ao OUVIDOR-GERAL DO SUL julgar
recursos das sentenças dos juízes ordinários e dos ouvidores das
capitanias do Sul, subordinando-se à RELAÇÃO DO ESTADO DO
BRASIL, para onde enviava as apelações e os agravos dos feitos
que julgasse;
- Outro Regimento de 31/03/1626, manteve as funções que lhe foram
determinadas anteriormente, retirando somente o poder de realizar
correições nas capitanias de sua jurisdição;
Neste mesmo período, existia um juízo especial referente às questões de órfãos, defuntos,
ausentes, cuja instância máxima era a MESA DE CONSCIÊNCIA E ORDENS (cuidava dos bens e
testamentos dos que faleciam e dos que deixavam filhos) localizada na Metrópole e que na Colônia
cabia ao PROVEDOR DE DEFUNTOS E AUSENTES (que teve um primeiro Regimento em 1613 que
lhe atribuía a mesma alçada dos ouvidores de capitania no tocante aos bens dos mortos).
Aspectos gerais da 
estrutura judicial da 
colonização 
portuguesa na América 
(II): 1580/1640
O Regimento de 07/03/1609 estabeleceu o funcionamento da RELAÇÃO DO ESTADO DO BRASIL,
o qual viria garantir à Coroa maior vigilância sobre a aplicação das leis na Colônia – constituiu-se
como o tribunal máximo na Colônia, recebendo recursos de todas as instâncias judiciais
existentes,subordinando e fiscalizando, através das correições e “residências”, os demais
funcionários e oficiais de Justiça, nomeados ou não pelos donatários;
O Tribunal da Relação era dirigido pelo próprio
Governador-Geral e era formado por magistrados
profissionais (um Chanceler, dois Desembargadores
dos Agravos e Apelações, um Ouvidor-Geral do Cível e
do Crime, um Juiz dos Feitos da Coroa, Fazenda e
Fisco, um Provedor dos Defuntos e Resíduos e mais
dois desembargadores extravagantes) e por oficiais
menores, tornando-se assim, a Relação, passagem
quase que obrigatória aos letrados que almejassem (II): 1580/1640quase que obrigatória aos letrados que almejassem
atuar nas instâncias judiciais hierarquicamente
superiores localizadas na Metrópole, como a Casa de
Suplicação;
O exercício do cargo de GOVERNADOR DA RELAÇÃO, por parte do GOVERNADOR-GERAL, indica
a inexistência da divisão de poderes, não existindo uma percepção muito clara da diferença entre
as funções judiciais e as administrativas, o que facilitava a ingerência e a vigilância de funcionários
em diversas áreas da administração, resguardando-se assim a Coroa contra a formação de
interesses locais ligados a seus funcionários
Aspectos gerais da 
estrutura judicial da 
colonização 
portuguesa na 
América (III): 
1580/1640
Diante do desagrado provocado nos proprietários e comerciantes pelo funcionamento do Tribunal
e com a escassez de recursos do Tesouro Real para cobrir as despesas com pagamento de tropas
em luta contra os holandeses na América, a Relação foi extinta pelo alvará de 05/04/1626 – a
extinção do Tribunal da Relação do Estado do Brasil trouxe modificações na estrutura judicial da
Colônia;
Através dos Regimentos de 1628 e 1630, a administração judicial
ficou centralizada em três ouvidorias-gerais, independentes entre si
e diretamente subordinadas à Casa de Suplicação: uma no Estado
do Maranhão, outra no Estado do Brasil e uma terceira na
Repartição Sul; 1580/1640
�O estabelecimento do Estado do Maranhão, em 1621, se deu por força da conquista e da
colonização da parte norte do Estado do Brasil, apesar de, desde 1619, existir um Regimento para o
principal responsável pela administração judicial: o OUVIDOR-GERAL – este recebia e julgava os
recursos das sentenças dos juízes ordinários e dos ouvidores das capitanias de sua jurisdição,
enviando apelos e agravos de seus julgamentos para a Casa de Suplicação;
�Além do Regimento de 1619, foram baixados, para o Ouvidor-Geral do Maranhão, Regimentos nos
anos de 1624 e 1644 – o Regimento deste último ano ampliou a sua alçada nas causas cíveis para
até cem mil-réis e passou a não receber mais recursos das decisões dos juízes ordinários, julgando
apenas os recursos que saíssem dos capitães e dos ouvidores das capitanias.
Estrutura JudicialEstrutura Judicial
• Com o objetivo de fortalecer o processo de centralização,
foram enviados ao Brasil, em 1696, os JUÍZES DE FORA,
funcionários letrados diretamente designados pelo Rei para
servir nos municípios e, desde então, OS OFICIAIS MAIS
IMPORTANTES DAS CÂMARAS.IMPORTANTES DAS CÂMARAS.
• Em 1731 instituiu-se, EM NÍVEL MUNICIPAL, o cargo de
JUIZ DOS ÓRFÃOS, cujo responsável deveria zelar, até a
maioridade, pelos interesses e bens dos menores sem pais.
Estrutura JudicialEstrutura Judicial
• Em 1751, o Tribunal da Relação do Rio de Janeiro foi criado,
recebendo o Regimento em 13/10, instalando-se em
cerimônia solene em 15/07 de 1752 – a criação da Relação do
Rio de Janeiroestá diretamente ligado ao movimento deRio de Janeiro está diretamente ligado ao movimento de
centralização do poder promovido pela Coroa Portuguesa
desde o final da União Ibérica e às condições econômicas
relacionadas à atividade mineradora no interior da Colônia.
Estrutura JudicialEstrutura Judicial
• Os tribunais superiores do Império Português
localizavam-se na Metrópole:
� Casa de Suplicação – Tribunal Supremo de uniformização 
da interpretação do Direito Português – estava localizada em 
Lisboa;
� Desembargo do Paço - encarregado de apreciar matérias 
sobre liberdade (graça, indulto, perdão, comutação de pena), sobre liberdade (graça, indulto, perdão, comutação de pena), 
sobre adoção, legitimação e emancipação, sobre reintegração 
de posse e sobre censura de livros. Originariamente fazia parte 
da Casa da Suplicação, para despachar as matérias reservadas 
ao rei, tornou-se corte autônoma em 1521; 
� Mesa de Consciência e Ordem – Instância única, que 
tratava do provimento de benefícios, da administração de 
comendas e dos negócios relativos a interditos, cativos, 
ausentes e defuntos e de consciência do rei;

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