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RELAÇÃO DE EMPREGO Relação de Emprego x Relação de Trabalho • Relação de Emprego é espécie da qual Relação de Trabalho é gênero • Todo contrato de atividade (atividade pessoal de uma das partes constitui o objeto do contrato), geram uma relação de trabalho. • Tanto a relação de trabalho como a relação de emprego são espécies de relação jurídica. Relação de Emprego x Relação de Trabalho • Caracterizar a relação jurídica é essencial para o direito do trabalho, porque assegurará o desenvolvimento de todos os princípios, regras e institutos justrabalhistas.(Delgado, 2009). • Os critérios definidores da relação jurídica empregatícia: pessoa física, pessoalidade (intuito personae) , não eventualidade, subordinação e onerosidade. • Nas relações de trabalho lato sensu, não se fazem presentes todos os requisitos. Ex: trabalhador eventual, autônomo, avulso, voluntário, estagiário, representante comercial, etc. Relação de Emprego x Relação de Trabalho • A relação de emprego é apenas uma das modalidades da relação de trabalho, e ocorrerá sempre que preenchidos os requisitos legais específicos, que no caso estão previstos nos artigos 2º e 3º da CLT. • Dentre as relações de trabalho, podemos destacar as seguintes modalidades: a) relação de emprego, b) relação de trabalho autônomo, c) relação de trabalho eventual, d) relação de trabalho avulso, e) relação de trabalho voluntário, f) relação de trabalho institucional , g) relação de trabalho de estágio Relação de Trabalho x Relação de Emprego • Então, ao defrontarmos com uma relação de trabalho, há que se perquirir em qual das modalidades acima está enquadrada, o que será de extrema importância para definição do tratamento jurídico reservado àquele determinado trabalhador. • Com efeito, em princípio o sistema protetivo celetista alcança somente os empregados (detentores de relação de emprego). Requisitos da Relação de Emprego • Relação de emprego é a relação de trabalho subordinado. A relação de emprego é o vínculo de trabalho humano sob subordinação. Entretanto, a subordinação não é o único requisito para a caracterização da relação de emprego. Também o são a prestação de trabalho por pessoa física, a pessoalidade, a onerosidade, a não-eventualidade e a alteridade. • A figura do trabalhador deverá ser sempre uma pessoa natural, a quem é destinada a proteção. Requisitos Relação de Emprego • Pessoalidade: é vinculado ao requisito anterior. A prestação de serviços deve ser infungível, no que tange ao trabalhador. OBS: o contrato jamais é intuito personae em relação ao empregador. • Onerosidade: Contraprestação, com conteúdo econômico pelo trabalho realizado. O pacto deve envolver o pagamento de salário, ainda que não concretizada a promessa. Não precisa ser dinheiro, mas qualquer bem. Opõe-se ao serviço voluntário. Requisitos da Relação de Emprego • Subordinação (dependência): É o mais forte indício ou pressuposto. A dependência pressupõe a inserção do trabalhador no processo produtivo. a) Subordinação Fática b) Subordinação jurídica: b.1) Poder Diretivo; b.2) Poder Hierárquico; b.3) Poder de Fiscalizar; “Subordinação é a sujeição, é a dependência que alguém se encontra frente a outrem. Estar subordinado é dizer que uma pessoa física se encontra sob ordens, que podem ser explícitas ou implícitas, rígidas ou maleáveis, constantes ou esporádicas, em ato ou em potência. ” Ementa RO/00366- 2007-025-03-00-3/TRT3ªR./Quarta Turma. Rel. Desembargador Luiz Otávio Linhares Renault. DJMG 26.04.2008, p. 11. Requisitos da Relação de Emprego Subordinação estrutural: “[...] é a que se manifesta pela inserção do trabalhador na dinâmica do tomador de seus serviços, independentemente de receber (ou não) suas ordens diretas, mas acolhendo, estruturalmente, sua dinâmica de organização e funcionamento.” (Delgado, 2007). • Não eventualidade - o trabalhador não-eventual é aquele que trabalha de forma repetida, nas atividades permanentes da empresa, e fixado juridicamente. Quando há eventualidade, não é apenas a prestação de trabalho que é eventual. A própria relação é eventual. • Délio Maranhão (2003): “...aferição da natureza eventual dos serviços prestados há de ser feita tendo em vista os fins normais da empresa” Requisitos da Relação de Emprego • Exemplos: - garçom de uma pizzaria, que trabalha apenas aos finais de semana: é não eventual, pois ele trabalha de forma repetida (o que não quer dizer contínua), sua atividade se insere na atividade permanente da empresa e por isso está fixado juridicamente ao empregador. É absolutamente indiferente o fato de trabalhar um, dois ou todos os dias da semana; • - chapa, daqueles que ficam na entrada das cidades: dificilmente será possível reconhecer a não- eventualidade, pois o chapa não se fixa a empregador nenhum. Requisitos da Relação de Emprego • Alteridade - o requisito da alteridade significa que o empregado trabalha por conta alheia, o que implica que ele não corre o risco do negócio. Este requisito é extraído do art. 2º da CLT, segundo o qual empregador é “a empresa, individual ou coletiva, que, assumindo os riscos da atividade econômica...” • Se não houver alteridade, haverá autonomia, e logo mera relação de trabalho. Natureza Jurídica da Relação de Emprego • Teorias Contratualista e Anticontratualistas (teoria da Relação de Trabalho e Teoria da Instituição). • Mario de La Cueva (1949) – difunde a expressão contrato realidade, pois ao explicar a natureza da relação, sustenta: existe, não no acordo abstrato de vontades, senão na realidade da prestação do serviço e porque é o fato mesmo do trabalho e não o acordo de vontades, o que determina a sua existência. • Teoria Contratualista Moderna:A natureza jurídica contratual afirma-se por ser o elemento de vontade essencial à configuração da relação de emprego. Trata-se de relação contratual específica, que tem por objeto uma obrigação de fazer prestada continuamente, onerosamente, de modo subordinado e em caráter de pessoalidade (intuitu personae). Relações de Emprego • Empregado Urbano (art. 3º CLT), Doméstico (Lei 5859/72 ) e Rural (Lei 5889/73). • EC 72/2012 – alterou o art. 7º, parágrafo único da CF/88, reconhecendo a paridade de tratamento entre os assalariados (urbanos e domésticos) • art. 6º da CLT – trabalho a domicílio e teletrabalhador. • Teletrabalhador – C. 177 da OIT. Necessidade de suporte de tecnologia relacionadas à telecomunicações e informática. Relações de Trabalho • Trabalho autônomo: não há subordinação jurídica entre o trabalhador e o tomador de seus serviços. Em geral o trabalhador autônomo presta serviços com profissionalidade e habitualidade, porém se ativa por conta própria, assumindo o risco da atividade desenvolvida. O traço distintivo característico frente à relação de emprego é mesmo a ausência de subordinação. • Trabalho eventual: Por exclusão, eventual é aquele trabalho que não se enquadra no conceito de trabalho não-eventual (habitual). Maurício Godinho Delgado identifica as seguintes características do trabalho eventual: a) descontinuidade da prestação do trabalho, entendida como a não permanência em uma organização com ânimo definitivo; b) não fixação jurídica a uma única fonte de trabalho, com pluralidade variável de tomadores de serviços; c) curta duração do trabalho prestado; d) natureza do trabalho tende a ser concernente a evento certo, determinado e episódico no tocante à regular dinâmica do empreendimento tomador dos serviços; e) em conseqüência, a natureza do trabalho prestado tenderá a não corresponder, também,ao padrão dos fins normais do empreendimento. Relações de Trabalho • Trabalho avulso - Avulso é aquele trabalhador eventual que oferece sua energia de trabalho, por curtos períodos de tempo, a distintos tomadores, sem se fixar especificamente a nenhum deles. Segundo Maurício Godinho Delgado, “o que distingue o avulso do eventual, entretanto, é a circunstância de sua força de trabalho ser ofertada, no mercado específico em que atua (o setor portuário), através de uma entidade intermediária”. • Trabalho voluntário Trabalho voluntário é, nos termos do art. 1º da Lei 9.608/1998, “...a atividade não remunerada, prestada por pessoa física a entidade pública de qualquer natureza, ou a instituição privada de fins não lucrativos, que tenha objetivos cívicos, culturais, educacionais, científicos, recreativos ou de assistência social, inclusive mutualidade”. Relações de Trabalho • Trabalho institucional - É a relação de trabalho de natureza estatutária mantida com a Administração Pública. Nesta relação jurídica não se forma vínculo de emprego, e sim vínculo estatutário, que é regido pelo Direito Administrativo. • Estágio - O estágio é modalidade de relação de trabalho regulada pela Lei 11.788/08, a qual propicia ao estudante a complementação das atividades teóricas cursadas mediante a experiência profissional (atividade prática) na linha de formação do estagiário. Como contrato especial que é, o estágio não gera vínculo de emprego entre o estagiário e o tomador dos serviços.
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