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Um projeto mantido e patrocinado pelas empresas: Idealização: e-commercebrasil EXCELÊNCIA EM E-COMMERCE Oferecimento SLOMP HOFFMANN LOGÍSTICA w w w .ecom m ercebrasil.com .br R EV IS TA E-C O M M ER C E B R A S IL 16 www.ecommercebrasil.com.br agosto 2013 / Ano 03 > Edição 16 B R A S IL R $ 34 ,0 0 R EV IS TA B R A S IL EI R A D E CO M ÉR CI O E LE TR Ô N IC O R EV IS TA E -C O M M ER C E B R A S IL E MAIS: SEARCH, DESIGN, CLOUD, OTIMIZAÇÃO. O QUE O ECOMMERCE PODE APRENDER COM A HISTÓRIA DO COMÉRCIO SumáRIO pág. 8 pág. 12 pág. 16 pág. 18 pág. 22 pág. 24 pág. 26 pág. 28 pág. 30 pág. 32 pág. 36 pág. 38 pág. 40 pág. 42 pág. 44 pág. 46 pág. 48 pág. 50 pág. 52 pág. 54 pág. 56 pág. 58 pág. 60 pág. 62 pág. 64 pág. 66 pág. 68 pág. 72 conteúdo tel: +55 11 3926-0174 www.zupidesign.com expediente PUBLISHER Tiago Baeta CORPO EDITORIAL Rina Noronha (editora), Mariana Anselmo, Nathália Torezani, Tiago Baeta e Vivianne Vilela ZUPI DESIGN Projeto Gráfico / Design JORNALISTA RESPONSÁVEL Rina Noronha (MTB. 2759-ES) COLABORADORES Alexandre Crivellaro, André Massa, Audrey Slomp, Bianca Luttenschlager, Cláudio Coelho, Edouard Hieaux, Emmanuel Guinet, Fábio Marão, Fabrício Nogueira, Felipe Gomes, Felipe Mansano, Fernando Di Giorgi, Helisson Lemos, José Papo, Lucia Freitas, Ludovino Lopes, Marcos Bueno, Nicole Barros, Shaun Ryan, Tim Ash. EXECUTIVOS DE NEGÓCIO Fernanda Fruet, Rafael Ribeiro, Tiago Baeta e Vivianne Vilela EMPRESAS PARCEIRAS Accesstage, AD.Dialeto, Akatus, All in Mail, Amazon Web Services, Certisign, Chaordic, ClearSale, Cobre Bem, Dev Buscapé Company, Direct, Dotstore, e-Next, Enken, ExactTarget, GPMídia, Infracommerce, IBOPE, Jet E-Commerce, Kanlo, KPL Soluções, LeadMedia, Locaweb, MercadoLivre, Moip, MundiPagg, NeoAssist, PayPal, Profite, Rakuten, Responsys, SHL Logística, Sieve, Site Blindado, Sebrae, Skalebla, SLI Systems, Splio, TrustSign, Uniconsult, Virtual Target, Vtex. ORGANIZAÇÃO Grupo iMasters ILUSTRAÇÃO André Luiz Massayuki Ota, Lucas Freitas Lobo e Maria Eduarda Saldanha Rosa. EDITORA ZUPI: A revista E-Commerce Brasil é uma publicação da Editora Zupi em parceria com site iMaster > 4.000 EXEMPLARES > ISSN 2179-7315 PUBLICIDADE +55 (11) 3063 5941 contato@ecommercebrasil.com.br www.ecommercebrasil.com.br redacao@ecommercebrasil.com.br Twitter: @Ecommerce_Br Facebook: www.facebook.com/EcommerceBrasil ENDEREÇO: Alameda Santos, 2395, 1º andar - Jardim Paulista, São Paulo, SP - CEP: 01419-002 Eskenazi Indústria gráfi ca ENTREVISTA zia Daniell Wigder PágINAS AzuIS As oportunidades profi ssionais abertas pelo comércio eletrônico TECNOlOgIA Revolução Industrial, Digital e a automatização de processos CAPA Inspire-se no passado para inventar o futuro BOX DE NOVIDADES SEARCH Seis recursos da busca interna avançada para melhorar o seu site de E-commerce RESPONSIVE DESIgN Seu e-commerce é onipresente? REDES SOCIAIS As redes sociais na gestão de crises DIREITO O direito de arrependimento e seus limites CASE De Freud a JavaScript gESTÃO E-commerce e empreendedorismo. Será que é bom pra você? lOgÍSTICA E-logística: estratégia, criatividade e inovação mulTICANAl multicanal, uma arte ainda pouca dominada BOX DE NOVIDADES mOBIlE A infl uência dos smartphones no processo de compra CONTEÚDO Conteúdo institucional: qual a real importância disso para o e-commerce? OTImIzAÇÃO Quatro maneiras de não perder um cliente antes de ele chegar ao carrinho de compras ClOuD Por que seu e-commerce precisa da nuvem ATENDImENTO Sua loja tem foco no cliente? PRECIFICAÇÃO A automação da precifi cação e do marketing digital já é uma realidade TENDÊNCIAS Conexão Brasil-França: tendências de consumo gESTÃO Faça sua loja virtual decolar! TECNOlOgIA Como ampliar seus projetos de e-commerce a partir das APIs ESPECIAl E-commerce – um panorama do processo de decisão de compra BOX DE NOVIDADES ESPECIAl A história do comércio e suas lições para o e-commerce lEITuRA Em DIA DIRETóRIO Catálogo de fornecedores 6 Editorial “Nós entramos em uma era onde as pessoas não vão mais comprar produtos e serviços para inflar os seus egos pessoais; as pessoas vão comprar produtos e serviços para se conectar com o mundo, para se sentirem melhores, para melhorar o mundo de alguma maneira; as pessoas querem conectar os seus corações e não as suas carteiras cheias de dinheiro. As pessoas querem ajudar a transformar o mundo em um lugar melhor. Pensem nisso quando forem criar suas estratégias de negócios! Lembrem- se: as pessoas que trabalham em uma empresa precisam ter uma profunda vontade de se conectar emocionalmente com com todos os clientes que desejam interagir com a marca da empresa.” Palavras de Al Gore, ex Vice Presidente dos EUA, durante a sua palestra no IRCE 2013 que aconteceu em junho, em Chicago/EUA. Um caminho, para entender o contexto atual é conhecer o passado, por isso a matéria de capa fala sobre a história do comércio e suas lições para o e-commerce. Os primeiros mercados eram cheios de conversa. Algumas delas eram sobre bens e produtos. Algumas eram notícias, opiniões e fofocas. Pouco disso importava a todo mundo; tudo isso envolvia alguém. A venda era meramente o ponto de exclamação no final da frase. Um olhar para o passado sem perder de vista o presente e o futuro, e isso você vai encontrar também na entrevista com a Zia Daniell Widgder, Research Director na Forrester. Na previsão de Paco Underhill, “O varejo mudará mais nos próximos 10 anos do que nos últimos 100”, e eu não duvido, pois a história do varejo online só começou a ser criada e contada. Essa história toda também é contada, de forma muito especial, na ilustração da capa dessa edição. Ao discutir o tema, me lembrei de Flammarion Vieira, artista plástico genial e que faz um trabalho ímpar com a técnica assemblage. Na conversa, ele conseguiu captar a ideia e contar a história do comércio, desde os tempos do escambo, a criação da moeda, passando pelos Médici no período do Renascimento, as grandes descobertas, a globalização e o mundo sem fronteiras até chegar ao comércio online nas nuvens...tudo isso em uma tela maravilhosa que acabou sendo a nossa capa. Olhe lá! Olhou? E como disse o Al Gore no final da sua palestra no IRCE: “Vocês trabalham na indústria mais desruptiva da história da humanidade, na indústria de maior crescimento da história do planeta, na indústria que tem a responsabilidade de melhorar o mundo, orgulhem-se disso”. Hora de ajudar a fazer a História do varejo online no Brasil! Vem com a gente! Boa conversas e vendas! Vivianne Vilela Diretora Executiva – E-Commerce Brasil 8 ENTREVISTA Quais são as similaridades e as diferenças dos e-commerces no Brasil e nos outros mercados que você acompanha? O Brasil realmente se parece com seus pares norte- americanos e europeus em muitos aspectos. O ecossistema digital geral é bastante similar nessas regiões – diferentementedo que temos na China, na Rússia ou no Japão, os e-consumidores brasileiros fazem buscas no Google e se conectam ao Facebook. Da mesma forma, as empresas que fazem parte do e-commerce brasileiro são um misto de varejo tradicional (físico) e pureplays (apenas online), assim como acontece nos EUA e na Europa. Já em mercados como China e Índia, a predominância é dos pureplays. Em várias áreas-chave, o comércio eletrônico brasileiro é bem diferente do americano e do europeu, como nos pagamentos: é bastante comum parcelar a compra no Brasil, assim como em toda a América Latina, sendo que o modelo de pagamento em boleto é bem único. Uma diferença no modelo de pagamento brasileiro e de outros mercados emergentes similares é que o pagamento em dinheiro, na entrega (Cash On Delivery – COD), não é uma forma nada comum. Em economias emergentes, como China, Índia, Rússia, Sudeste da Ásia e Oriente Médio, essa é umas das principais formas como as pessoas pagam pelos produtos encomendados online. Outra diferença notável no Brasil: os consumidores não fazem reviews ou classificam os produtos em sites de e-commerce como é feito ao redor do mundo. Reviews de produtos são praticamente ubíquos junto com as descrições deles nos EUA e na Europa, mas é na China que estão os reviews mais extensos: os consumidores escrevem longos parágrafos, às vezes incluindo fotos pessoais! Nós ainda não vemos essa dinâmica no Brasil. Eu imagino que não haja uma abordagem que se adéque a todas as realidades, dadas as diferenças econômicas entre os países, mas como os varejistas sabem qual a melhor escolha para eles? Antes de tudo, você deve ter em mente o estado de desenvolvimento em que cada mercado está. Na Forrester, usamos um framework que analisa como o comportamento de compra do consumidor online evolui: primeiramente, os usuários chegam ao ambiente online e se engajam em atividades como redes sociais; em seguida, eles começam a se interessar pelo e-commerce, aderindo ao internet banking ou comprando viagens online. Apenas mais tarde os consumidores começam a adquirir produtos físicos online e, mesmo assim, as compras iniciais tendem a ser de produtos facilmente comparáveis, como eletrônicos ou livros. Só depois é que eles aderem a categorias que têm um grande componente “tocar e sentir”, ou seja, que geralmente as pessoas querem “ver com os olhos” antes de comprar, como beleza ou gêneros alimentícios. Na América Latina, o Brasil é um dos poucos lugares que estão se movendo para esse estágio final, no qual uma ampla variedade de categorias é comprada online. Nos últimos anos, o marketing online tem sido dominado por categorias que “iniciaram” o comércio eletrônico, como eletrônicos e aparelhos maiores, mas isso tem começado a mudar, à medida que categorias como vestimenta começam a se tornar populares nas compras online. Em contraste, outros mercados na América Latina, como Argentina e México, ainda veem uma grande porcentagem das entrevistA Por Rina Noronha - Redação E-Commerce Brasil Como Vice-Presidente e Diretora de Pesquisas na Forrester Research, Zia Daniell Wigder é uma das maiores especialistas em globalização de e-commerce e de negócios digitais. Ela trabalha com uma grande variedade de empresas online em suas expansões internacionais, com um foco particular em marcas e varejistas. Em suas pesquisas, aborda assuntos como logística e envio internacional, operações, pagamentos e tradução e localização de sites globais. Também analisa o comportamento de compra do consumidor online na América Latina, Europa, Ásia e no Oriente Médio/África. Nessa entrevista exclusiva, Zia fala sobre as principais tendências que os e-varejistas brasileiros devem prestar atenção e alerta que as empresas brasileiras precisam procurar por exemplos globais de empresas que estão fazendo coisas interessantes e inovadoras, e devem estar dispostas a considerar opções desbravadas em partes menos familiares do mundo - ou seja: sair da rota EUA - Europa e expandir horizontes. 10 ENTREVISTA vendas concentrada nas categorias “iniciais”. Como as empresas podem adaptar a si próprias e suas ofertas à crescente demanda dos e-consumidores? As empresas precisam se adaptar de várias formas para atender às demandas e ao comportamento do usuário, mas uma está se tornando claramente mais voltada para o comportamento de compra dos consumidores. Uma das maiores diferenças entre muitos dos varejistas online nos EUA e na América Latina é como eles coletam e usam informações dos consumidores. Nos EUA, as empresas estão segmentando seus consumidores de modo efetivo e providenciando ofertas sob medida para e-consumidores. Quando eu faço login em um site da Home Depot, por exemplo, vejo preços que correspondem à minha loja local da empresa, em Nova York, já que os valores deles variam de loja para loja. E-mails com promoções da maioria dos varejistas dos quais compro vão destacar produtos nas categorias que já comprei ou já visitei antes – muitos enviarão milhares de versões de cada e-mail, para seus diferentes perfis de consumidor. Chegou-se a um ponto em que os varejistas nos Estados Unidos precisam ser cuidadosos para não serem detalhistas em demasia com seu público-alvo: um artigo publicado na Forbes do ano passado, por exemplo, discutiu como a varejista norte-americana Target descobriu que uma adolescente estava grávida (e começou a enviar produtos relacionados a bebês para ela), antes de os pais dela saberem da novidade. (http://onforb.es/zFu4qy) Quais tendências mundiais terão um impacto significativo no Brasil/América Latina? Há uma variedade de tendências globais que terão um impacto no varejo online do Brasil e da América Latina. Duas que devem ter um impacto substancial nos próximos anos são mobile e marketplaces. A revolução mobile é bem documentada, mas o verdadeiro crescimento ainda está por vir: mesmo com taxas de crescimento incríveis no Brasil, até o final deste ano, smartphones ainda representarão menos de ¼ de todos os aparelhos no país. E, hoje, receitas obtidas de transações em smartphones ainda representam apenas uma fração do total de lucros do e-commerce para a maioria dos varejistas online. Entretanto, isso vai mudar rapidamente, especialmente quando você inclui tablets, que são melhor adaptados para as transações online – em muitos mercados, incluindo o Brasil, tablets já impulsionam mais receitas que smartphones, independentemente da maior penetração dos smartphones. Você pode ver essa informação neste estudo da RCRWireless http://bit.ly/185Ag8L A outra tendência que terá um impacto substancial na América Latina é a chegada dos marketplaces online oferecidos por varejistas online. Quando a Amazon lançou seu marketplace, muitos consideraram um absurdo o fato de a empresa permitir que vendedores terceirizados competissem com seus próprios produtos. No entanto, desde então, o modelo de marketplace se provou lucrativo, tanto que um amplo número de varejistas lançou suas próprias versões. Essa tendência se espalhou por EUA, Europa e Ásia. No Brasil, você pode esperar que vários varejistas online no país – especialmente os grandes e multi-marcas – explorem e lancem marketplaces nos próximos anos. Já houve movimentos nessa área, como o Pão de Açúcar lançando o Extra Marketplace. Como essas tendências desempenharão um papel diferente na América Latina, comparadas com outros países, como Índia, China e os da África? Mobile é uma tendência que está acontecendo em todo o mundo – não consigo pensar em um único mercado em que o mobile não esteja tendo um impacto. Agora é comum ouvir que o tráfego mobile está ultrapassando o de computadores desktop em certos mercados, e tendências como showrooming estão afetando varejistas online mundialmente.Entretanto, o mobile ainda é um pouco limitado nas receitas vindas de transações feitas em dispositivos móveis. Este ano, por exemplo, a Forrester estima que apenas 4% dos lucros dos varejistas online norte-americanos serão procedentes de transações via smartphones (se você incluir tablets, o valor será maior). Tenho visto várias estimativas para o Brasil – algumas colocam o valor maior –, mas elas não estão em desacordo em relação aos EUA. Apenas em alguns mercados verdadeiramente emergentes, como a Nigéria, você começa a ouvir sobre a participação majoritária de muitas receitas de varejistas online sendo provenientes de dispositivos móveis. When it comes to online marketplaces supplementing online retailers’ traditional offerings, these online marketplaces are well established in markets like China and India, with several of the big multi-brand online retailers in these countries such as Jingdong in China or Flipkart in India having launched them. Em relação a marketplaces online complementando as ofertas de varejistas tradicionais: eles estão bem estabelecidos em mercados como China e Índia, com vários dos grandes varejistas online de multi-marcas nesses países, como Jingdong na China e Flipkart na Índia, tendo lançado-os. Há aproximadamente três anos, era quase impraticável vender roupas online no Brasil. Atualmente, é um mercado crescente. O que você acha que será a próxima grande novidade nas vendas online? Vestimenta tem sido uma das estrelas em ascensão no e-commerce brasileiro – ela saiu de uma pequena porcentagem do total para chegar a um mercado mais robusto. O setor tende a ser um daqueles que ficaram para trás no incício do comércio eletrônico, mas que depois explodiram. Uma área que ainda não decolou no Brasil é a compra online de gêneros alimentícios. Em grandes mercados de e-commerce, como Reino Unido e China, produtos alimentícios são populares em aquisições online: no Reino Unido, por exemplo, cerca de 20% de todas as receitas online estão neste setor. A logística do nicho de gêneros alimentícios é notoriamente difícil de administrar, mas muitos players contornam as dificuldades. À medida que o e-commerce amadurece no Brasil, players devem mirar esse setor, especialmente nas grandes áreas metropolitanas. No Brasil, vemos a ascensão de classes mais baixas nas compras online. Qual é o perfil do consumidor em outros países (não EUA e Europa na maior parte, mas sim Índia, China e outros países da América Latina)? Esse é outro fator que depende da maturidade do mercado. Em outros países, como Argentina e México, você ainda vê os compradores mais concentrados na classe média-alta. Em contrapartida, em mercados de e-commerce como a China, que são grandes e bastante maduros para um país em desenvolvimento, as compras online já chegaram à classe média. O que é interessante, entretanto, é que muitos varejistas online em mercados emergentes – da China à Índia e ao Brasil – estão vendo um crescimento proveniente da classe média em diferentes níveis e em diferentes cidades. Na maioria das partes do mundo, consumidores da classe média alta nas maiores cidades já começaram a comprar online, mas o mesmo não é visto nos consumidores das classes média e baixa em cidades menores. Estes são os consumidores que não têm acesso a marcas globais em lojas locais, e que não têm como hábito viajar e, portanto, não adquirem esses produtos durante suas viagens internacionais. Para eles, o e-commerce é uma forma de comprar produtos que eles não conseguem obter de outra forma. Como uma pessoa que estuda a globalização na web, quais são seus insights sobre como o varejo online dos EUA afeta o varejo global? Por exemplo, qual a participação/influência de empresas como a Amazon em outros países? A Amazon é obviamente uma enorme força no e-commerce e vem liderando em várias áreas, como a tendência do marketplace mencionada anteriormente. A participação de mercado da empresa nos EUA mais que dobrou entre 2001 e 2011, um feito notável, dada a elevada competitividade do mercado. Entretanto, a Amazon não conquistou todo mercado em que entrou. Quase 90% do market share da empresa fora na América do Norte é dominado por três países: Reino Unido, Alemanha e Japão. Em todos eles, o modelo tradicional de varejo online da Amazon foi muito bem sucedido, e a empresa liberou outras partes de seu negócio, como Prime, FBA (Fulfillment by Amazon) e marketplaces. Em mercados como a França, no entanto, o market share da Amazon é consideravelmente menor, e em mercados como a China a empresa falhou em substituir gigantes locais como Taobao ou Jingdong. Logo, não se pode presumir que a existência da Amazon em um mercado significa o domínio da empresa. Que mensagem você deixa para os varejistas brasileiros, considerando o cenário local e as perspectivas de crescimento? Percebi que os executivos de e-commerce no Brasil são incrivelmente bem informados sobre desenvolvimentos nos Estados Unidos e na Europa, mas menos familiarizados com histórias de sucesso em outras regiões. Então, eu diria que eles precisam olhar para além de Brasil, EUA e Europa em busca de exemplos sobre como ser bem sucedido no e-commerce, à medida que algumas tendências-chave vieram de fora dessas áreas. A tendência de os varejistas online possuírem suas próprias redes de logística surgiu em países como Rússia, China e Índia. Inovações em pagamentos mobile vieram de locais tão distintos como Japão e Quênia. Classificações e reviews são comprovadamente mais fortes na China do que em qualquer outro lugar, apesar do fato de que há apenas alguns anos o mercado de e-commerce no país era extremamente pequeno. Empresas brasileiras precisam procurar por exemplos globais de empresas que estão fazendo coisas interessantes e inovadoras, e devem estar dispostas a considerar opções desbravadas em partes menos familiares do mundo. Tradução: Nathália Torezani As oportunidAdes profissionAis AbertAs pelo comércio eletrônico Fernando Di Giorgi Consultor em E-Commerce fernando.dg@gmail.com Em 1999, iniciei meu conhecimento em e-commerce numa etapa madura de minha vida profissional em termos de TI e Logística. De lá para cá, tive a chance de acompanhar de perto o extraordinário crescimento da venda não-presencial, especialmente seus processos internos, desde a construção dos sites até a entrega das mercadorias aos clientes. Neste artigo, abordo as oportunidades profissionais abertas pelo e-commerce e a evolução das pessoas que nele acreditaram. Na verdade, este artigo é uma homenagem a elas. Para melhor compreensão do texto, para cada grupo de atividade, destaco os diferenciais do e-commerce como fundamentos da abertura de oportunidades. Foram eles que propiciaram oportunidades a dezenas de milhares de profissionais de se lançarem a busca de realizações. Novos empreendedores As altas taxas de expansão de mercado, o desprezo inicial das grandes redes de varejo pelo e-commerce, o retorno do capital investido inicialmente elevado devido à novidade, a ausência de barreiras de entrada no C2C, o varejo altamente associado à tecnologia e à logística, abriram espaço para novos empreendedores. Dois grandes grupos podem ser destacados: A - Os que tinham capital financeiro e intelectual. Historicamente, os recém-formados direcionavam-se à indústria ou ao mercado financeiro. O varejo tradicional, dada a estabilidade de seus processos e formas vegetativas de expansão, não era atraente e nem tinha atratividade para jovens bem formados e criativos. Uma nova forma de varejo, intelectualmente mais complexa e com amplas possibilidades de expansão e abrangência, passou a ser vista como uma alternativa à carreira executiva em grandesorganizações. B - Os que tinham apenas experiência de varejo. Há segmentos no varejo que exigem muita experiência no atendimento a clientes, conhecimento do mercado fornecedor e de consumo: peças eletrônicas, acessórios de motos e automóveis, instrumentos musicais, ferragens, material elétrico, informática etc. Os empregados destes estabelecimentos levam anos para serem seniores em suas funções, muitos deles aptos a terem seus próprios estabelecimentos, mas impossibilitados por não terem capital para comprar um ponto de venda e mercadorias para o início das atividades. Para eles, o comércio eletrônico foi a liberdade, começando pelo C2C e gradualmente 12 PágINAS AzuIS formando estoque. Tive a satisfação de conhecer muitos destes batalhadores que fizeram muito bom uso da experiência acumulada atrás de um balcão e se lançaram no e-commerce. Em síntese, a redução da barreira do capital inicial e a expectativa de crescimento fornecida pelo varejo on-line permitiram a muitos a oportunidade de ter seu próprio negócio (forte tendência atual), a experiência de assumir o risco de suas próprias decisões, o autoconhecimento e a possibilidade do uso integral de suas competências. Operadores Logísticos A logística interna do e-commerce é muito diferente da logística do varejo tradicional. A primeira atende pedidos de consumidores, a segunda abastece lojas. Indo mais fundo: A – A mercadoria é recebida a granel (não paletizada), a diversidade de itens chega a ser 10 vezes superior, a relação de força com os fornecedores é muito inferior (não é possível impor regras), a entrega é fracionada (o transportador não espera a conferência) e o agendamento da entrega é apenas um desejo; B – Na armazenagem, o endereçamento automático torna- se mais complexo pela necessidade de misturar itens no mesmo endereço por escassez de posições de picking; C – A separação das mercadorias por pedido de venda é feita sob alta pressão (milhares de pedidos que chegam num dia tem que ser expedidos no dia seguinte); D – Checkout: as mercadorias de cada pedido têm que ser conferidas, por conveniência dos consumidores, há itens a serem especialmente embalados e identificados e os volumes têm que ser rigorosamente etiquetados (etiqueta em conformidade com a nota fiscal). Tais características exigem uso de coletores em rede RF, constantes alterações nos processos para aumento da produtividade e redução de custos, impessoalidade do processo, aumento da área de armazenagem implicando a automação do processo de separação e aumento da complexidade administrativa. Como consequência, as empresas tiveram que formar e especializar seus funcionários. Na logística interna foram introduzidas técnicas industriais de planejamento e programação do trabalho; foram criadas oportunidades de desenvolvimento de habilidades de comando devido à necessidade de hierarquização da estrutura organizacional e, no plano individual, a possibilidade de crescimento profissional a partir de experiências vivenciais. É difícil descrever a satisfação de ver simples estoquistas, conferentes ou separadores transformarem-se em supervisores ou coordenadores ao longo do tempo, inclusive, disputados pelas empresas concorrentes, para eles, bastava uma oportunidade para crescer. Operadores de SAC Muitos confundem CRM ou SAC de rede de loja física com o SAC de loja virtual. Para tanto, basta pensar que todo relacionamento entre o cliente e a loja virtual prescinde do contato físico. Os processos mais importantes são: as devoluções (a exigir a coleta por conta da loja); os cancelamentos (a exigir o crédito); o rastreamento das entregas e suas exceções para posicionar o cliente e orientá-lo sobre como comprar. Tais atividades exigem o conhecimento integral do processo, desde a captura do pedido até sua entrega ao cliente, incluindo a possível reversa (devolução); respostas sempre on-line apoiadas por um sistema integrado; evitar fracionamento do atendimento (passagem do bastão para outro posto de atendimento) e acesso a todos os contatos pregressos do cliente a fim de sempre dar continuidade ao atendimento anterior. Como consequência de tais necessidades, na realidade, o SAC audita integralmente o processo produtivo, obrigando os operadores a terem amplo conhecimento das operações e, pela percepção das falhas, identificarem oportunidades de melhoria no sistema. Com este acúmulo de conhecimento, vários jovens operadores de SAC puderam adquir rara visão sistêmica a ponto de se habilitarem a exercer outras funções na logística, na gestão de transporte, em operações especiais como B2B ou acordos de fidelidade. TI - construtores de sites e back-office Nos anos 90, os fabricantes de ERP praticamente acabaram com a análise de sistema. Nada mais havia a desenvolver nas empresas em termos de sistema, exceto a exploração de dados para apoio à decisão; os profissionais passaram a ser tão somente instaladores, analistas de negócio responsáveis por adequar os processos das empresas à camisa de força dos ERPs, enfatizando o gerenciamento de projeto. O varejo tradicional foi mais refratário à adoção de pacotes prontos, embora com altíssimos custos de instalação e customização, tem sucumbido à mesma tendência. Como o comércio eletrônico subverteu os processos tradicionais de venda, tudo o que havia sido produzido pelos ERPs não tinha serventia para ele, e, para completar, a instabilidade de seus processos, devido à rápida expansão e aumento de abrangência, inviabilizaram as tentativas de customização. 14 PágINAS AzuIS Um novo mercado se abriu para os profissionais de TI, tanto na construção de lojas virtuais como no desenvolvimento de back-office. Hoje temos vários e bons fabricantes de site e back-office para bolsos de todos os tamanhos. Carências profissionais Felizmente ainda há lacunas profissionais no comércio eletrônico, elas se devem à excessiva ênfase operacional típica da fase de expansão de mercado. Elas se referem a funções mais intelectuais, especialmente importantes na fase de estabilização, quando se busca reduzir custos operacionais (capital de giro, transporte e mão de obra) e objetividade das ações mercadológicas. Entre elas pode-se destacar: estatísticos capazes de operar ampla base de dados para identificar perfis de clientes direcionando marketing; projetistas de sistemas (bem mais do que analistas de negócio) para desenvolverem aplicações em logística externa, operações especiais correlatas ao B2C e ressuprimento de estoque; e analistas de custo para construção de modelos contábeis gerenciais. Conclusões O comércio eletrônico introduziu necessidades profissionais e sistêmicas sem que o mercado as pudesse atender em sua plenitude; Os profissionais e os sistemas foram sendo construídos na medida em que a atividade se expandia, abrindo novas oportunidades de trabalho dentro das empresas e fornecedores de serviços; Novas oportunidades de ascensão profissional foram abertas para os funcionários das empresas valorizando experiência e esforço pessoais, dispensando a prévia formação educacional e privilegiando o conhecimento operacional; O recente recuo em relação à terceirização da logística interna, da TI e do SAC demonstram que tais atividades passam a ser consideradas como principais, reforçando o caráter específico dos processos do e-commerce e valorizando ainda mais seus profissionais; Há muitas carências profissionais a espera de especialistas que, antes de formularem suas teorias e proporem ferramentas mirabolantes, estejam dispostos a estudar profundamente o funcionamento do grande varejo eletrônico. 16 TECNOlOgIA Em meados do século XVIII, iniciou-se um movimento que tinha por finalidadeindustrializar o trabalho humano, isto é, utilizar máquinas para realizar o trabalho feito por homens. Chamado de Revolução Industrial, ele é um marco na história mundial por ter sido a primeira vez em que ciência, economia e diversos outros campos de estudos foram integrados para um bem único: agilizar a produção sem perder qualidade e ainda gerar maiores lucros, benefícios estes que perduram até os dias atuais. A automação do serviço manual alertou as grandes indústrias para os seguintes pontos: uma máquina substitui o trabalho de muitas pessoas e o executa com muito mais rapidez e precisão. Sendo assim, a produção cresce, as vendas podem aumentar e, com elas, ampliam também os lucros da empresa. O custo de mão de obra foi drasticamente reduzido. Voando para os tempos atuais, quando a tecnologia já tomou as áreas de trabalho em grandíssima escala, para se arranjar um emprego, o candidato precisa, minimamente, saber lidar com um computador e acessar a Internet. Percebemos que as máquinas não somente trazem evolução em todos os campos – economia, saúde, comunicação, entre outros – como criaram uma relação de dependência também entre os “civis”. Não vivemos sem tecnologia. Não vivemos sem atualizações, evoluções, digitalizações, conexões. E se somos assim socialmente, imagine no âmbito profissional. O que acontece quando o mundo digital já não é suficiente, ou melhor, autossuficiente? Quando a própria evolução precisa ser renovada? Respondo: ela deve ser mantida como está, e algo que venha a melhorá-la deve ser criado em paralelo. Chegamos a um tempo em que é necessário revolucionar aquilo que já havia sido revolucionado! Há plataformas tecnológicas que já executam serviços restritamente corporativos de automação de rotinas digitais que um dia foram morosas e manuais. Isso significa que o trabalho humano é agora duplamente “refinado”, duas vezes automatizado, com o dobro de eficiência. Vamos pegar como exemplo a gestão de mídia online no exterior. Os anunciantes e as agências digitais têm processos com um grau de automatização muito grande, pois utilizam plataformas tecnológicas para quase tudo. São várias atividades que podem ser automatizadas, como uso de plataformas para criação, gestão e otimização de campanhas de links patrocinados e mídias sociais, automatização de páginas no Facebook, geração dinâmica de banners com contextualização pelo perfil do usuário etc. Enquanto isso, no Brasil, onde tendências e tecnologia possuem certa defasagem em relação aos Estados Unidos, essas mesmas tarefas ainda são realizadas manualmente, com a necessidade do esforço de muitos profissionais, desperdiçando horas preciosas em um trabalho operacional em detrimento da oportunidade de essas horas serem empregadas em ações estratégicas. O trabalho humano, entretanto, não foi extinto. Ainda que as indústrias tenham diminuído sua mão de obra física, as máquinas nada mais são que objetos. Não surgem, não andam, não se movem e não se “curam” sozinhos. Para criá-los, transportá-los ou repará-los, ainda são necessárias a força e a inteligência do homem. Portanto, a revolução não acontece para acabar com o trabalho das pessoas, mas sim para ser acompanhada, para evoluir também as nossas funções, a nossa mentalidade e, consequentemente, nosso trabalho. Cláudio Coelho CEO da Skalebla claudio@skalebla.com.br revolução industriAl, diGitAl e A AutomAtiZAção de processos 18 CAPA Ignorar a história é se condenar a repeti-la. O ditado também vale para o e-commerce. Por isso nesta edição da Revista E-Commerce Brasil mergulhamos na história do comércio para refletir quais são as grandes lições que precisamos aprender e aplicar ao comércio eletrônico. Encontrar teses e doutorados sobre o comércio em seus vários estágios é tarefa relativamente simples, com a ajuda do Google. Não é tão simples, entretanto, encontrar quem consiga elencar as lições que o comércio tradicional tem para oferecer. Um pouco de história O comércio é uma atividade que permeia a humanidade para além da antiguidade. Há arqueólogos que dizem que os grupos de hominídeos já faziam trocas entre si. Afinal, sobrevivência é assunto sério e é da troca que se consegue o que falta. Em meados de 3.000 a.C., começaram a surgir os métodos de escrita – e a possibilidade de registro das vendas. Daí para o papiro foi um pulo. Mas na China já existia papel, que o Ocidente só conheceu na Idade Média, com as viagens de Marco Polo. Os historiadores nos contam que comerciar teve, na Idade Média, a função de criar as cidades. Sim, as feiras aconteciam nos entroncamentos das estradas e exatamente ali surgiram as cidades. E, nas cidades, artesãos especializados. E, da necessidade de uma forma de realizar as trocas de forma justa, surgiram os bancos. Bancos, universidades, reforma protestante e imprensa, que começa com Gutemberg, fizeram a diferença e criaram o caldo de cultura que permitiu o Renascimento e, mais tarde, o capitalismo (ainda não exatamente como o conhecemos), que foi se aprimorando ao longo do tempo. A cada novidade, o poder se descompassava, tentava controlar as trocas, os encontros, as formas. O senhor feudal ficou para trás, nasceram os reinos – nem sempre, na Alemanha e na Itália isso só aconteceu no século 19. Dos reinos, ganhamos repúblicas. Escrito assim, parece simples, mas cada uma dessas frases custou muitas palavras, vidas, guerras e lutas. O desenvolvimento tecnológico marcou cada passo dessa história. A tecnologia a vapor potencializou o que o artesanato da época da Revolução Industrial já fazia. E derrubou as florestas, consumiu recursos e quase levou a um beco sem saída. Não fossem os navegadores, que desbravaram o mundo, descobriram Américas e Índias, as potências de então não conseguiriam prosperar depois da Revolução Industrial. Entre elite, burguesia e trabalhadores, os fossos eram grandes, quase intransponíveis. E a civilização ocidental seguiu seu caminho na evolução. O que podemos aprender com o nosso passado? Toda essa breve aula de história não foi em vão. Tudo isso está relacionado com o que é preciso fazer, hoje, no seu negócio. Para ajudá-lo a pensar melhor sua estratégia, conversamos com professores brasileiros para responder à pergunta. O professor Alberto Albertin, coordenador do Centro de Tecnologia e Informação Aplicada (GVcia) da Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas (FGV-EAESP), preferiu não mergulhar na história do comércio do mundo e ficou na história do comércio brasileiro. inspire-se no pAssAdo pArA inventAr o futuro Por Lucia Freitas, para Redação E-Commerce Brasil Para ele, há duas frentes para análise quando a questão é aprender com a história: o atendimento ao cliente e as questões empresariais. “A questão central do negócio é que a adoção de tecnologia pelo usuário é contagiante. Isso tem por consequência a dependência e o aumento da exigência”, ensina. “A tecnologia acessível faz com que o consumidor exija sempre mais. Cabe às empresas conhecê-lo cada vez melhor e atender às suas necessidades”, continua. Para o professor, especialista em meio digital na EAESP, o Brasil é líder mundial em serviços bancários, por exemplo, e tem ótimas soluções para o e-gov, mas ainda precisa amadurecer o comércio eletrônico. “Falta maturidade ao mercado. O empresário está numa zona de conforto, porque tem mercado, clientes, lucro e não tem muita concorrência”, diz. Ele concorda que o e-commerce democratiza o mercado e aumenta as oportunidades, e reforça que é preciso sair da zona de conforto e buscar uma política de uso e expandir a infraestrutura nacionalmente, porque ainda somos muito heterogêneos. “Falta ao Brasil uma política de incentivo para o usode tecnologia e criação de infraestrutura” - prof. Alberto Albertin Multicanal e verdade são o caminho Com a pergunta “Por que uma empresa monta um e-commerce?”, a professora Roseli Morena Porto investigou dez empresas francesas de varejo, fabricantes e atacadistas em 1996. Pesquisadora do Centro de Excelência em Varejo (GVcev) da FGV-EAESP, ela preferiu extrair lições de seus estudos sobre e-commerce. A professora Roseli, que trabalhou no desenvolvimento do Internet Banking do Bradesco em 1996, tem várias teses sobre o e-commerce no Brasil e no mundo. Hoje o que ela vê é a integração. “Entre os grandes, quem era só pontocom sumiu, enquanto marcas tradicionais aderiram ao e-commerce”, diz. Há uma tendência ao multicanal? Sim, diz a professora. E depois de muito estudar vários casos, dos mais diversos setores, ela tem, sim, conselhos. - Não existe receita para fazer o seu e-commerce, tudo depende da estratégia, do mercado, do produto. - Não existe um check-list universal para todos. Cada setor/tipo de negócio tem o seu. 20 CAPA - Para descobrir o que fazer, analise os quatro pontos: estratégia empresarial; mercado e produto; cultura organizacional; desenvolvimento de competências pré- existentes. - Acima de tudo, lembre-se de manter o atendimento perfeito, a autenticidade e de ser transparente. “Um site custa quase a mesma coisa que uma loja física. Não faça um só para estar na Internet. Isso pode acabar com a imagem de sua marca”, - Professora Roseli Porto. Para ela, o importante é planejar e estudar muito antes de entrar na Internet. “Multicanal exige cultura interna de integração. Ou bem a empresa tem, ou não”, conta. Ao estudar o caso das grandes livrarias brasileiras na Internet, ela descobriu, por exemplo, que a Livraria Cultura já faz seus processos de maneira integrada. “Os vendedores consultam o livro na Internet, sabem que podem entregar na casa do cliente ou em outra loja. Como existe um compartilhamento das comissões, todos se responsabilizam pelo sucesso da empresa”, explica. Esse é o ponto mais delicado para a empresa conquistar. Porque daí vai sair um bom atendimento ao cliente, processos eficientes, lucro. O aqui e o agora também ensinam Segundo Gil Giardelli, CEO da Gaia Creative, o grande erro do e-commerce brasileiro é a proliferação da mesmice. “O comércio eletrônico copia todos os erros do varejo comum ou tenta usar os roteiros americanos, que já estão maduros”, analisa. Para Gil, as empresas brasileiras teimam em repetir o modelo da Amazon e usar o e-mail marketing com a oferta da televisão de 42 polegadas para todo mundo. “A grande questão é que todo mundo usa o modelo de 6Ps do Drucker, que é de 1947”, diz Gil. E continua: “Em tempo de Big Data, as brasileiras não sabem o que o cliente quer, não estudam seus bancos de dados. Precisam descobrir os 8Ps”. “O empresário brasileiro se preocupa com as ferramentas, quando o importante é o planejamento e o relacionamento digital. O grande mito hoje é que se precisa do CRM que custa caríssimo; entretanto, temos ferramentas para todos os bolsos e necessidades”, conta. Giardelli faz duas críticas. A primeira, às empresas, que ocupam demais seus profissionais com problemas “Falta ao Brasil uma política de incentivo para o uso de tecnologia e criação de infraestrutura” - prof. Alberto Albertin “Um site custa quase a mesma coisa que uma loja física. Não faça um só para estar na Internet. Isso pode acabar com a imagem de sua marca”, - Professora Roseli Porto. do dia-a-dia e se esquecem do planejamento a médio e longo prazo. A segunda é para a academia: “Precisamos de pessoas capacitadas, que sejam formadas tanto em comunicação como em exatas. Hoje os profissionais são bons ou em uma coisa ou em outra. Há pouquíssimos profissionais que conseguem ver a sociologia ou descobrir a antropologia no banco de dados”, explica. Outro ponto que ele levanta: a tecnologia não pode ser um empecilho. “As pessoas compram no e-commerce pela experiência, tempo, mobilidade. Escolhem o produto e querem receber em casa. Fazer a primeira compra no Pão de Açúcar online é um tormento”, avalia. Em contrapartida, existem, sim, e-commerces de sucesso, como a Daffiti, que, para Giardelli, faz o mínimo, o que todos têm que fazer: conquistar o cliente, receber o pedido, processar, entregar, ter uma logística bem azeitada e políticas de devolução apropriadas ao seu negócio. “Enquanto todos se preocupam com o branding, é preciso enfrentar o mercado e oferecer serviço.” - Gil Giardelli A entrada das redes sociais na equação do e-commerce inclui, segundo Giardelli, o contágio emocional. “As empresas ainda não aprenderam a lidar com isso. Elas sabem fazer branding, mas são reativas, não oferecem serviço”, explica. Giardelli dá consultoria para uma marca que tem mais de mil reclamações no Reclame aqui. Sem nenhuma contestação. “As empresas pensam na questão jurídica e esquecem que estão falando com pessoas. O melhor, neste caso, seria dar uma resposta, uma satisfação qualquer”, ensina. E conta o caso do presidente da Vodafone que, frente a uma reclamação de uma consumidora mandou a seguinte resposta: “Estamos trabalhando para você voltar a sorrir”. O presidente, ok? Ao olhar para a história, Giardelli dá um último alerta: é preciso errar rápido, para acertar rápido. Hoje o Big Data é o antigo caderninho do armazém, cujo dono sabia os aniversários, gostos, fazeres, conhecia a família de cada um. Isso está acessível, é preciso usar – com responsabilidade, sempre, porque privacidade é coisa séria. “Enquanto todos se preocupam com o branding, é preciso enfrentar o mercado e oferecer serviço.” - Gil Giardelli 22 BOX DE NOVIDADES >> Dotstore Cursos retorna com força total Para fortalecer o cenário do e-commerce nacional, a Dotstore Cursos inicia uma nova etapa. Esta iniciativa visa disseminar conhecimento para auxiliar empresas virtuais a conquistar espaço neste mercado. Para este recomeço, a pedagoga e consultora de empresas, Ana Maria Coelho, foi convidada para assumir a diretoria executiva do projeto; trazendo assuntos relacionados a empreendedorismo, desenvolvimento de campanhas de marketing, comunicação e informações sobre as tendências do mercado virtual brasileiro. A Dotstore Cursos conta com um ambiente adequado e tecnologia avançada, em uma atmosfera agradável, favorecendo o aprendizado, o networking e o aprimoramento dos empreendedores. Todos os cursos serão ministrados por profissionais experientes e atuantes no e-commerce. Para se inscrever e conhecer mais sobre os treinamentos, acesse www.dotstorecursos.com.br. >> Soluções da NeoAssist atendem regulamentação do e-commerce Para levar aos lojistas virtuais soluções adequadas às novas regras do comércio eletrônico, a NeoAssist conta com a NeoAssist 360º, uma ferramenta multicanal que atende a obrigatoriedade de atendimento ao usuário para informação, dúvida, reclamação, suspensão ou cancelamento de contrato. Além dos canais tradicionais (e-mail, redes sociais, chat on line e telefone), a ferramenta disponibiliza o Atendimento Inteligente, que oferece solução de dúvidas 24 horas por dia, sete dias por semana. Possui também o Canal de Atendimento Dedicado, que permite o acesso direto ao atendimento eletrônico da empresa, sem a necessidade de navegar pelo site, disponibilizando os contatos da empresa a cada etapa do processo de contratação. A ferramenta permite a confirmação imediata do contato do consumidor via protocolo e o histórico integrado do cliente em caso de reclamações posteriores, além de oferecer total segurança através de dados criptografados. >> Precificação automática já é uma realidade para os ecommerces brasileiros Com o aumento da competitividadeno e-commerce, saber precificar os produtos de forma inteligente pode fazer grande diferença no aumento de margens, conversão e Market Share. Muitos varejistas apresentam preços mais baratos que o necessário ou perdem vendas por não reagirem rapidamente à concorrência. A velocidade atual do e-commerce exige que algumas decisões sejam automatizadas dentro de regras aderentes à estratégia do varejista. Uma boa ferramenta de precificação automática permite que os gestores criem gatilhos de precificação customizados de acordo com a margem e o posicionamento pretendidos. A Sieve possui uma ferramenta de precificação automática que pode ser usada por varejistas de diferentes portes. A solução é pioneira no e-commerce nacional e fruto de anos de experiência em inteligência de preços para varejistas online. >> SMS é opção para ações de relacionamento com o cliente Um dos pontos mais fortes do mobile é a onipresença, ou seja, a possibilidade de criar oportunidades de cadastro praticamente a qualquer hora, em qualquer lugar. Como os assinantes desse segmento costumam ser reticentes em ceder acesso para marcas que não conhecem bem e nas quais não confiam, a ferramenta de SMS Corporativo da Virtual Target permite realizar ações de incentivo que, ao mesmo tempo, aproveitam as inúmeras qualidades dos dispositivos móveis e são relevantes para os interesses da empresa. As marcas podem investir, por exemplo, em campanhas de serviço, descontos, mensagens personalizadas, lembretes e envolvimento, por meio de pequenos ou grandes volumes de envio, que podem ser disparados na hora ou agendados. É importante também avaliar a possibilidade de ofertar incentivos exclusivos, pois os assinantes do segmento mobile têm menor probabilidade de se cadastrar, assim como de se descadastrar, se receberem a mesma oferta por outras plataformas menos invasivas, como o e-mail. >> Venda até para quem não tem limite A Autorização Parcial, ferramenta exclusiva da MundiPagg, permite que o estabelecimento finalize uma venda até mesmo se o consumidor não tiver limite suficiente para fazer a compra em um só cartão. A rede neural da MundiPagg reconhece uma transação não autorizada por questão de limite, retentando-a com valores menores até identificar o limite disponível, possibilitando então que o cliente complete o valor da compra com outra forma de pagamento. Essa operação é automática e acontece em frações de segundos, sem impacto negativo no checkout e totalmente transparente para o cliente final. Esta ferramenta certamente agregará bastante valor ao seu negócio e no relacionamento com seus clientes. >> ExactTarget amplia portfólio de produtos com Pardot e iGoDigital A ExactTarget, provedora global de soluções de marketing interativo, anunciou a aquisição da Pardot, provedora de soluções de automação de marketing e a iGoDigital, fornecedora de soluções para websites e análises preditivas. A Pardot é especializada no fornecimento de serviços de criação, desenvolvimento e gerenciamento de campanhas de marketing online por meio de sua plataforma na nuvem, que permite integração com Salesforce.com, SugarCRM e Microsoft, possui entre seus clientes mais de mil empresas de diversos portes, como por exemplo, comScore e Restaurant. com. Já a iGoDigital é especializada na personalização de soluções na nuvem capazes de oferecer recomendações de produtos e apoio online ao processo de compras em tempo real por meio da análise de dados de navegação e tem como clientes oito dos dez principais varejistas do mundo, como Wal Mart, Staples e também a gigante do segmento de manufatura Procter&Gamble. >> Locaweb lança suas novas lojas virtuais A união Tray e Locaweb rendeu novos frutos, são as lojas virtuais da Linha TrayCommerce. Preparadas para atender as necessidades de todos os projetos, independente do tamanho e estágio de maturidade, as novas lojas Locaweb são escaláveis e estão disponíveis em quatro versões com planos bem atrativos. Facilmente administradas e personalizadas, integradas com Facebook, MercadoLivre e Google, a nova plataforma de e-commerce oferece relatórios, avaliação de produto, armazenamento de dados dos clientes, entre várias outras funcionalidades. Além disso os lojistas contam com toda expertise Tray e Locaweb, suporte especializado, e muitos materiais esclarecedores como Wikis e Blogs com dicas e boas práticas. Confira todas as novidades locaweb. com.br/loja-virtual >> AD.Dialeto é premiada por inovação A AD. Dialeto ganhou recentemente o Prêmio Inovação, pelo trabalho realizado no hotsite Life da Vivara. A agência elaborou o projeto desde a etapa da arquitetura da informação até o desenvolvimento da ferramenta que possibilita a cada pessoa interagir com o hotsite e montar sua própria pulseira. Com a ferramenta, cada visitante do site podia escolher diferentes pingentes, que contassem a história da sua vida, com símbolos que eternizavam os momentos passados ou que remetiam aos desejos futuros, formando uma pulseira única e personalizada, com símbolos que traduzem grandes histórias e possibilitam infinitas combinações. O usuário conseguia visualizar perfeitamente como ficava a sua pulseira, podendo alterar ou adicionar pingentes ao modelo selecionado. Na finalização da montagem, ele ainda podia compartilhar a pulseira no Facebook. A premiação foi oferecida pela VTex, durante o VTex Day. >> Splio une e-mail, sms e redes sociais em campanhas de marketing direto, remarketing e cross channel As campanhas de cross channel permitem fazer ações para gerar tráfego online para off-line e vice-versa. Cupons online para serem resgatados nas lojas, ou um e-mail de agradecimento para as compras feitas na loja física, com recomendações de outros produtos que podem ser comprados na loja online são campanhas simples que geram vendas e aumento de clientes fiéis à marca. A Splio traz uma solução completa e integrada para essas atividades incluindo e-mail, sms e redes sociais no lançamento da versão 4.2 do EmailForge. A ferramenta permite ainda a programação de campanhas automáticas, remarketing, follow-ups, segmentação avançada e gestão completa da base de dados tanto para e-mails como sms e redes sociais. A ferramenta traz ainda mais de 100 KPIs de estatísticas disponíveis em tempo real e mais de 30 painéis de controle. >> Cobre Bem Tecnologia: Gateway de Pagamentos comprometido com um mercado mais democrático A Cobre Bem foi mais uma vez escolhida para processar a primeira venda de cartão de crédito para um novo adquirente no mercado nacional: a Elavon. Há menos de um ano, o Santander Adquirência fez a mesma escolha. O que isso representa, acima de tudo, é o compromisso da empresa, como provedora de tecnologia, com a quebra do oligopólio do mercado brasileiro de adquirência de transações com cartões eletrônicos. A maior diversidade de adquirentes integrados proporciona melhores condições de negociação para o varejista reduzir custos, preservando os aspectos de qualidade e segurança nos meios de pagamento. Os serviços integrados nessa solução da Cobre Bem permitem o processamento de vendas à vista, parceladas, pagamentos recorrentes, agendamento de recorrência e conciliação financeira. Para o mercado, representa o início da convivência com uma sólida gama de opções e a oportunidade de construir um relacionamento saudável dentro de uma nova realidade competitiva. >> KPL Soluções aposta no marketplace Sempre inovando e acompanhando o mercado de e-commerce, a KPL Solução está desenvolvendo um módulo de integração com o maior mercado online brasileiro, o MercadoLivre. Líder em comércio eletrônico na América Latina, o MercadoLivre atende milhões de usuários, de forma fácil, segura e eficiente, em um marketplace com ampla variedade de bens e serviços. A integraçãovisa permitir que as lojas gerenciem seus produtos, clientes e pedidos um uma plataforma unificada, simplificando o dia a dia de quem vende no MercadoLivre. A partir do Ábacos, será possível publicar automaticamente os produtos como anúncios, administrar perguntas e respostas e facilitar o recebimento e processamento de pedidos. >> Otimize os resultados de suas campanhas de e-mail marketing com a All In Mail Você já parou para pensar se está aproveitando tudo que sua ferramenta de disparo de e-mails lhe oferece? Com a nova versão da All In Mail você otimiza os resultados de suas campanhas e se relaciona diretamente com os usuários cadastrados em suas bases de uma maneira muito mais rápida e intuitiva. Aliando sua expertise com nossa tecnologia você pode identificar o comportamento de seus clientes para enviar conteúdos relevantes e, consequentemente, com maior potencial de conversão! >> GPMídia inova e lança software exclusivo para gestão em comparadores de preço Agência referência em ações de marketing digital, a GPMídia acaba de desenvolver um sistema único de gerenciamento de XMLs capaz de potencializar os resultados, aumentando o ROI dos varejistas em suas ações nos comparadores de preço mais utilizados no país. Com atualizações automáticas a cada 30 minutos e integração com o Google Analytics, o novo software permite que os especialistas de marketing da própria agência editem o XML de acordo com a demanda de produtos mais procurados, mais vendidos, disponibilidade em estoque e histórico de compras. Outro diferencial é que a partir de um único XML inicial enviado pelo cliente, a GPMídia cria modelos exclusivos, de acordo com o perfil de consumo de cada buscador, mantendo os produtos com maior potencial de conversão sem onerar a área de tecnologia do anunciante. As lojas não precisam mais se preocupar. É a própria agência que gerencia e controla os gastos de maneira otimizada! Não há dúvidas de que o E-commerce está em forte expansão no Brasil e prevê-se que a sua tendência de crescimento continue em ascensão por muitos anos. O aumento do volume de consumidores e tráfego em sites, combinado com as oportunidades no varejo, como a Copa do Mundo em 2014, faz com seja essencial oferecer as melhores funcionalidades e recursos que atraiam os compradores. Varejistas online enfrentam uma variedade de desafios como: - Direcionar os visitantes para os produtos que procuram de forma rápida; - Manter a competitividade de preços e merchandising direcionado; - Criar uma experiência social atraente para os consumidores; - Planejar estoques, promoções e crescimento futuros. Felizmente, a maioria dessas questões pode ser abordada de forma simples, implementando melhorias na sua funcionalidade de busca interna (?). As seis dicas abaixo podem aumentar o tempo que os usuários passam no site e melhorar as taxas de conversão e o valor médio do pedido. Além disso, a busca interna pode oferecer um insight sobre o comportamento do consumidor, ajudando a antecipar tendências e a comercializar os seus produtos de forma eficaz. 1 - Oferecer refinamentos otimizados As buscas direcionam os consumidores diretamente até o produto que procuram. No entanto, as buscas de termos gerais, como “vestidos,” podem gerar inúmeros resultados. Os refinamentos permitem que os compradores restrinjam uma grande variedade de produtos para os resultados mais relevantes. Permitir a seleção de refinamentos-cruzados múltiplos agrega um valor ainda maior aos resultados de busca. Por exemplo, a busca por “vestidos” pode ser refinada tanto por “cor” quanto por “tamanho” para incluir apenas os itens mais apropriados. 2 - Melhorar a compreensão sobre os usuários por meio de Analytics Os relatórios de busca interna são extremamente valiosos, uma vez que são os locais onde os seus consumidores dirão exatamente o que querem. Certifique-se de minerar os dados dessas buscas, como aquelas de palavras- chave mais populares, para compreender a intenção do seu consumidor, planejar o seu estoque e antecipar necessidades e tendências futuras. 3 - Aperfeiçoar o seu merchandising As ferramentas de merchandising, como regras de aperfeiçoamento, selos e banners, são o equivalente à inserção de produtos, etiquetas de promoção e exposição de produtos. Eles alertam os consumidores sobre produtos, promoções e ofertas que você gostaria de destacar. As regras de aperfeiçoamento permitem que os comerciantes promovam ou ocultem certos produtos dentro das suas classificações, tal como exibir novos itens ou esconder produtos que estão sem estoque. Além Shaun Ryan Founder e CEO da SlI Systems seis recursos dA buscA internA AvAnçAdA pArA melhorAr o seu site de e-commerce 24 SEARCH disso, os selos podem promover recursos especiais, como “em promoção”, “novo” ou “vídeo.”. 4 - Obter a opinião do público Em alguns casos, o fator decisivo para uma compra é saber o que outros compradores acharam do produto. Comentários e avaliações dão confiança aos consumidores ao efetuarem uma compra. Caso o seu site não exiba esses itens, será vantajoso adicioná-los. Se o fizer, considere integrá-los à sua busca, de forma que os seus usuários possam ver as avaliações dos usuários nos resultados da pesquisa e filtrá-la e reordená-la de acordo com essas informações, como número de estrelas, de reviews, as melhores formas de utilização, prós e contras e outros conteúdos específicos criados pelos usuários. 5 - Permita que o seu conteúdo seja compartilhável Além dos comentários e avaliações, permita que os usuários compartilhem os seus produtos ou compras favoritas com amigos por meio de páginas de mídias sociais. Inclua botões de compartilhamento como “Curtir,” “Tweet” ou “Pin it” nas suas páginas de busca interna (?) e de informações sobre os produtos para aumentar a facilidade de compartilhamento e, consequentemente, o alcance do seu site. 6 - Garanta escalabilidade e segurança Existem diversas razões para um site travar, como os picos de acessos em feriados, que sobrecarregam os servidores, ou desastres naturais que encerram as atividades do site, fazendo com que você perca consumidores e dinheiro. Esteja preparado e garanta que a sua busca interna seja suportada por uma arquitetura escalável e redundante, que mantenha o seu site funcionando mesmo durante as épocas mais caóticas. Ao planejar os próximos passos para o seu site, tenha em mente esses recursos e funções chaves. Otimizar o seu site nesses aspectos pode ajudar a abrir caminhos para uma experiência do usuário mais completa, um melhor nível de satisfação do consumidor e, o mais importante, melhorar o crescimento dos lucros para o seu negócio. Se você quiser mais dicas, temos mais de 100 em nosso e-book de dicas de pesquisa do site, disponível gratuitamente em http://ow.ly/lVV5D. 26 RESPONSIVE DESIgN seu e-commerce é onipresente? Felipe Gomes CEO da Über Digital felipegomes@uberdigital.com.br Nos últimos anos, temos visto (e presenciado) em pesquisas e bate-papos com colegas de mercado o crescimento do acesso à Internet e, mais precisamente, do acesso via dispositivos móveis, como é o caso de celulares, smartphones e tablets. Como números e pesquisas sempre são bem-vindos e ilustrativos, vamos a alguns deles, mostrando como está o acesso à Internet em 2013 por aqui: Pesquisa: até 2015, tablets vão superar laptops e PCs Até 2015, os tablets vão superar não apenas os laptops, mas todos os PCs, de acordo com a empresa de pesquisas IDC. Este ano, as vendas de computadores pessoais devem sofrer uma queda de 8%, enquanto o aumento de vendas dos tablets será de 59%. (Fonte: IDC) Brasil é o país que mais usa tablets e smartphones, aponta pesquisa De acordo com o levantamento, o brasileiro passa em média84 minutos por dia mexendo no smartphone contra uma média mundial de 74 minutos. Já nos tablets a média do brasileiro é de 79 minutos por dia, enquanto a média mundial é de 71 minutos. (Fonte: CONECTA e pela Worldwide Independent Network of Market Research – WIN) Invasão de smartphones explode no Brasil Segundo a consultoria IDC, o mercado de smartphones no Brasil cresceu 78% em 2012. Foram comercializadas 16 milhões de unidades - em 2011, o número havia sido de 9 milhões. Já de acordo com o Ibope, a penetração dos smartphones no Brasil dobrou entre 2011 e 2012 e já aparece em 18%. (Fonte: IDC) Vendo números grandiosos assim, e sabendo que eles só tendem a aumentar ainda mais, a gente começa a perceber a importância que o comércio eletrônico deve dar à sua onipresença. As lojas virtuais precisam estar adaptadas a todos os tipos de aparelhos, e hoje isso ainda não funciona por aqui. Apenas os grandes players contam com boas versões de suas lojas para tablets, smartphones e os mais diversos tipos de dispositivos. Você já parou pra pensar no dinheiro que uma loja pode deixar de ganhar por não atender o cliente que está na rua ou em um café, usando seu tablet, iPhone ou até mesmo o smartphone baratinho? Ele quer gastar por necessidade (ou até por impulso) e, quando entra no site, tem dificuldade para encontrar os produtos, o layout está todo desconfigurado, não consegue aumentar a foto do produto, não encontra direito o preço - isso sem contar a dificuldade em se cadastrar ou realizar um pagamento utilizando smartphones, tendo que dar aumentar e diminuir o zoom a todo instante para preencher aqueles enormes (e mal feitos) formulários. Isso que eu falei é o dinheiro que uma loja deixa de ganhar. O pior é quando falamos do dinheiro que ela perde de fato, gastando fortunas com remarketing e links patrocinados para atingir as pessoas - que muito frequentemente estão sendo impactadas por tais anúncios enquanto mexem em seus celulares ou tablets – e, quando elas clicam, encontram todas as dificuldades acimas – ou até mesmo outras. Desculpem a honestidade, mas isso não é um absurdo? Já parou pra pensar? Para ressaltar ainda mais a importância da questão, em pesquisa recente realizada pela TheFind, 49% dos e-compradores que utilizam tablets estão insatisfeitos com a experiência de compra e, em pesquisa da Kentico Software, 44% dos e-compradores alegaram que não comprarão mais em sites que não possuem versões mobile. Todos nós concordamos que criar um site (principalmente de e-commerce, que possui várias telas de layouts diferentes) com Design Responsivo é caro - atualmente, costuma-se gastar (valor investido em programação) até o dobro do valor final -, e isso acontece porque seu site precisa ser programado de diversas maneiras e estar preparado para todo tipo de largura e altura dos dispositivos. Mas é um investimento que tem retorno comprovado e, se tem retorno, vale a pena! Um exemplo de e-commerce que eu gosto de utilizar na maioria dos meus artigos é o da Amazon. Faça uma experiência: entre no site da Amazon.com pelo computador, pelo smartphone e pelo tablet. Fazendo isso, repare nas maneiras como o layout é apresentado e como cada uma das versões apresenta o site da melhor maneira possível. Design responsivo não é futuro. É realidade! Invista nisso agora e colha os frutos. O faturamento do seu e-commerce agradece. E os clientes também! 28 REDES SOCIAIS As redes sociAis nA Gestão de crises Não importa o segmento do negócio, objetivos ou perfil da empresa — o fato é que todas elas estão sujeitas a momentos de crise. E como definimos crise? Para tudo o que é previsto, existe uma solução já elaborada. Quando a situação é imprevista, nos deparamos com uma crise. Sendo assim, a crise pode ser definida como um momento de crescimento e ajuste nos trilhos — ou não. Tudo vai depender de como você encarar este artigo. Hoje, temos as redes sociais, que funcionam como um propagador das situações de crise. Vale lembrar que, ao mesmo tempo em que elas podem amplificar uma situação facilmente controlável, podem ajudar as empresas na gestão de crises verdadeiramente conflagradas. E é nesse momento que vale um plano estratégico de ação — usando o máximo do poder que as redes sociais têm de mobilizar pessoas dentro de determinado assunto. Tudo isso com um foco muito específico: o de manter intactos o respeito e a confiança que o consumidor tem pela empresa, obtidos por um forte trabalho de branding. Uma crise mal administrada pode comprometer isso tudo. Então vamos lá fazer um plano para gestão de crise nas redes sociais. Ação e reação • Cada situação demanda um tipo de ação e por isso o ideal é ter diferentes categorias de alerta, como amarelo, laranja e vermelho, por exemplo. • Feito isso, é hora de selecionar um histórico de todas as reclamações existentes, não só nas redes sociais, mas em todo os momentos da história da empresa, e classificá-las dentro dessas categorias. • O que determina em que categoria cada grupo de reclamações deve estar é o impacto e a dificuldade/ tempo para a solução de cada uma: casos de solução rápida e baixo impacto, no caso, serão categoria amarela, e os mais complicados serão enquadrados dentro da categoria vermelha. Tomada de definições Para cada categoria, é importante definir as ações que devem ser tomadas, as quais já devem estar muitíssimo bem definidas e organizadas. É fundamental explorar todas as possibilidades de ações de forma a direcioná-las a uma solução rápida dentro das redes sociais. Quanto mais rápida for a reação, menor a chance de uma reclamação viralizar sem um posicionamento oficial da empresa. A resposta rápida mostra a preocupação da empresa, diminuindo a indignação das pessoas que estão sendo negativamente impactadas, ao mesmo tempo em que oferece uma segurança para os que não estão sendo diretamente atingidos pelo problema. Quem faz o quê? Entre os principais pontos de atenção no momento de montar a lista de ações estão: • quais departamentos da empresa devem ser envolvidos? • as repostas para os usuários das redes precisam de Fábio Marão gerente de marketing Interativo da Azul linhas Aéreas aprovações de diretores, VPs ou mesmo do presidente da empresa? Esse alinhamento prévio é fundamental, para que as respostas possam acontecer de forma rápida e que esse momento não gere uma crise interna devido à falta de organização. A decisão da informação deve estar concentrada em uma central de decisões e depois ser compartilhada. O conhecimento dos processos da empresa também é importante. Cada reclamação pode envolver departamentos diferentes. Conhecer bem como cada um funciona ajuda muito a agir rápido sem mudar processos que já estão definidos. Outros meios Usar um blog ou uma área determinada no site da empresa para publicação de comunicados oficiais oferece mais credibilidade às respostas. Copy-paste de respostas nos posts dos usuários não vale. É deselegante e extremamente impessoal. Não é disso que seu cliente precisa num momento como esse. Ferramentas de métricas e outras formas de análise A medida que os casos forem aparecendo e tratados, deve-se ter um bom registro para posterior análise e correção das ações — digamos, um ajuste da rota no momento do vento contra. Não trabalhe sozinho: compartilhe com o time e sempre surgirão soluções inusitadas e criativas. Use e abuse das ferramentas de medições das métricas das redes sociais: elas vão ajudar a transformar em números todas essas ações, vão medir impactos, sentimentos e fazer análises pré e pós momentos de crise. Serão a base de seu momento Fênix. Depois da tempestade vem a bonança? Depende do seu esforço. Depois do vendaval, vai ser hora de partirpara o plano de recuperação de imagem da marca e confiança do cliente. Dependendo do grau da crise, isso deve ser pensado desde que ela começou. Um bom plano de recuperação deve conter desde pesquisas para avaliação do impacto da crise, ações nas redes sociais, comunicados oficiais para imprensa, anúncios institucionais ou até mesmo uma nova campanha publicitária mudando o posicionamento da marca. E não adianta fazer isso três meses depois do estrago. Por isso, atenção aos cronogramas. Um caso recente que vale pesquisar foi a crise da Toyota, nos Estados Unidos. Depois de uma série de recalls em vários modelos da marca, a empresa vem fazendo um trabalho constante para recuperar a imagem e a confiança que tinha antes. E o resultado? Está sendo um sucesso. Concluindo Hoje, da mesma forma que uma crise se espalha com extrema rapidez nas redes, ela também pode ser sanada e controlada em favor da empresa na mesma proporção. Pior que uma crise é não estar preparado para ela. E o que vale mesmo é saber o quanto a empresa se preocupa realmente com seu cliente. E estou certo de que a sua se preocupa. Não? 30 DIREITO o direito de Arrependimento e seus limites O Decreto 7.962/2013, que trata das novas regras da contratação no comércio eletrônico, passou a vigorar em 14 de maio. Há, entretanto, alguns pontos de indefinição que estão sendo analisados pelo governo, como o direito de arrependimento e o reembolso. A pedido do Ministério da Justiça, a Câmara Brasileira de Comércio Eletrônico (camara-e.net) elaborou documento, enviado à Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon) no dia 5 de maio, no qual apresenta seus principais argumentos e questões acerca do direito de arrependimento em compras não presenciais. As sugestões foram elencadas a partir dos trabalhos internos de consulta a nossos associados, realizados a partir da solicitação do ministério. Entendemos que o direito de arrependimento no ambiente do comércio eletrônico não cabe a quem “usou e não gostou”. Trata-se, sim, do direito de quem, caso tivesse acesso direto ao bem, não teria efetuado a sua compra. Não cabe no conceito, por exemplo, o consumidor devolver um CD adquirido porque não gostou da música ou devolver uma entrada para cinema ou teatro após a data do espetáculo. Consideramos que existem produtos e serviços cuja aquisição não é passível de arrependimento pela sua própria natureza, sob pena de gerarem prejuízos a seus fornecedores e desvirtuarem princípios básicos da relação contratual e do respeito em sociedade. Ao mesmo tempo, é preciso haver condições mínimas de preservação dos produtos devolvidos e de suas embalagens para que possam ser recolocados no mercado. Outro ponto crucial da relação de consumo, no tocante ao direito de arrependimento e seus procedimentos no âmbito do comercio eletrônico, diz respeito aos custos decorrentes do exercício do direito de arrependimento, tais como as despesas diretas da devolução do bem. O custo de retirar o produto na casa do cliente não deve ser obrigatoriamente tomado pela empresa varejista como um risco do negócio. Se para as empresas de grande porte esse gasto extra representa um ônus pesado, para as pequenas e médias isso pode significar a inviabilidade econômica e a quebra inevitável. Entendemos que a regra a aplicar nesses casos deve ser a que permita que os sites especifiquem em suas páginas as condições que oferecem para retirada de um produto na casa do cliente, deixando assim ao cliente o direito do exercício de escolha se compra ou não daquele fornecedor. Igualmente importante é a regra que determina o reembolso dos valores nas situações de devolução. O decreto estabelece que a loja deva informar imediatamente Ludovino Lopes Presidente da camara-e.net presidencia@camara-e.net o cancelamento à administradora do cartão de crédito, que fica responsável pelo estorno do valor. Acontece que, na verdade, a loja é responsável pelo contato com o cliente e com o cartão, mas a administradora do cartão não fica responsável por informar ao cliente sobre o procedimento de cancelamento. Entendemos que essa comunicação deve envolver também a instituição financeira ou a administradora do cartão de crédito ou similar, uma vez que as empresas que operam no comércio eletrônico não têm qualquer ingerência sobre o processo de pagamento realizado por seus clientes por meios dessas instituições. Por fim, recomendamos que a fixação e regulamentação das regras para o exercício do direito de arrependimento sejam restritas ao essencial, contemplando dentro do possível as exceções a que a mesma não se aplica, deixando os procedimentos e demais especificações a cargo das empresas, de forma que estas possam encontrar a forma mais eficaz e real de atender seus consumidores, conforme as peculiaridades de suas operações, incorporando, ao fim e ao cabo, esse tratamento como um fator de diferencial competitivo no seu mercado. O direito de arrependimento foi consagrado pelo Código de Defesa do Consumidor em 1990, muito antes, portanto, de existir qualquer iniciativa de comércio eletrônico. Esse instituto tinha como premissa a garantia do direito do consumidor de se arrepender da compra realizada sem o acesso físico ao produto ou serviço. Partia dos exemplos das compras realizadas por meio de catálogos ou via telefone, sem maiores informações sobre os produtos adquiridos. O cenário que o Código buscava resolver em 1990 era significativamente diferente do que existe hoje no comércio eletrônico, visto que a gama de informações facilmente obteníveis pelo consumidor é infinitamente superior à da venda não presencial que se imaginava há 23 anos, tendo o comercio eletrônico democratizado não só o acesso aos bens, como também democratizado e difundido a informação relativa a produtos e serviços no ambiente digital. A Camara-e.net tem consciência da relevância do Decreto 7.962/13 e sentiu-se honrada com o convite do Ministério da Justiça e com a oportunidade de poder contribuir com seus argumentos e sugestões acerca do tema, que acreditamos possam ser úteis na construção e interpretação da nova regulamentação. Aplaudimos a iniciativa e valorizamos esse exemplo de democracia participativa na produção legislativa para a economia digital. Acreditamos que assim deveriam ser todos os projetos de nova regulamentação no Brasil. 32 CASE de freud A JAvAscript O Estante Virtual reúne sebos de um jeito único há sete anos, com ótimos resultados para os vendedores e os consumidores. Corria o ano de 2006. André Garcia, administrador, estava à beira do mestrado (de psicologia) e, como todos que estudam, enfrentou a falta dos títulos que precisava consultar nas livrarias e bibliotecas. E desistiu da busca nos sebos depois da primeira visita. Voltou para casa e procurou na Internet. Encontrou seis sebos com o catálogo – e todos os outros eram cartões de visitas. Pior: preços altíssimos, que o fizeram desistir da compra. Essa desigualdade de acesso à tecnologia por parte dos lojistas virou o seu negócio: o primeiro marketplace de nicho do Brasil. Ele diz que não se inspirou em nenhum modelo de fora, que conheceu quando já estava produzindo o site. Isso não importa. O que importa é que André aprendeu PERL e, enquanto programava o que seria o site Estante Virtual, pensava no plano de negócios e nos modelos que usaria. Esses planos, inclusive, estão anotados nos comentários do código. São encontrados hoje pela equipe de TI (sim, hoje o site tem seus experts) – motivo de boas risadas no escritório. O Estante Virtual estreou com 12 sebos. André explica: “Até então, os donos de sebo não tinham nenhum bom motivo para digitar seus acervos. Nem um Excel com a lista eles tinham”. O que começou num quartinho
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