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DIREITO EMPRESARIAL IV, Prof. Tula e Luis

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DIREITO EMPRESARIAL IV - Contratos empresariais e mercantis
Anotações de aula da Prof. Luis Renato
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PARTE 1	2
Bibliografia Básica:	2
1	Aula 27/03/2017	2
2	Aula 03/04/2017	3
Grupos nucleares contratuais	4
3	Aula 10/04/2017	5
4	Aula 24/04/2017	6
CISG (united nations convention on Contracts for the International Sale of Goods)	6
CISG x Código Civil	6
Compra e Venda sobre Documentos	7
5	Aula 08/05/2017	7
Representação Comercial (4.886/65)	7
6	Aula 15/05/2017	8
Contrato de Distribuição	9
7	Aula 22/05/2017	9
PARTE 2	10
8	Aula 05/06/2017	10
Contrato de Comissão	10
9	Aula 12/06/2017	11
Contrato de Franquia	11
10	Aula 19/06/2017	12
Contrato de Corretagem	12
11	Aula 26/06/2017	14
Contrato de Seguro	14
12	Aula 03/07/2017	15
13	Aula 10/07/2017	15
Leasing ou Arrendamento Mercantil	15
Locação por Encomenda (built to suit)	16
PARTE 1
Direito Empresarial IV - Contratos empresariais e mercantis
P1 29/05
P2 17/07
Rec. 31/07
Bibliografia Básica:
Vera Helena de Mello Franco – Contatos – Direito Civil e Direito Empresarial RT
Waldírio Bulgarelli – Contratos Mercantis – Atlas
Orlando Gomes – Contratos – Forense
Paula Forgioni – Teoria Geral dos Contratos Empresariais – RT
Haroldo Malheiros e Duclerc Verçosa - Direito Comercial: Contratos Empresariais em Espécie - Volume 5 - RT
José A. Engracia Antunes – Direito Comercial dos Contratos – Almedina
Juan A. Farina – Contratos Comerciales Modernos – Astrea
Ricardo Luiz Lorenzetti - Tratado de los Contratos (vols. I, II e III) Rubinzal - Cluzones Ed.
Aula 27/03/2017
Anteriormente, as relações de trabalho eram do ramo do direito empresarial.
Não há uma disciplina o direito empresarial (“Teoria Geral do Direito Empresarial”), mas se faz o uso do Código Civil (regras do código civil sobre compra e venda => na ausência de um parâmetro de terceiro, como uma avaliação, é utilizado o preço usualmente ofertado. Ou seja, isto não se aplica à atividade civil, mas a mercantia, que é a atividade regular de compra e venda de bens).
Existe uma série de contratos (negócios jurídicos bilaterais) que só empresários podem fazer (entre si), não podendo serem feitos por pessoas civis. Desta forma, estes contratos passam a ter circunstâncias diferenciadas (tem um regramento próprio das relações mercantis - alijadas das relações de consumo, civis ou trabalhistas), com regime jurídico diferente do civil propriamente dito.
A interpretação e revisão dos contratos mercantis partem de características diferentes, devido suas finalidades específicas da atividade empresarial, por isso devem ser interpretados a luz dos princípios em questão.
Art. 112, Art. 113. Boa fé e usos e costumes do local.
Art. 157 do código revogado => LESÃO, quando um sujeito empresarial, por falta de informar o outro causa uma disparidade, ou indução a erro. Porém, entre empresários, apesar de poder haver disparidade de poder econômico, os contratos são considerados paritários (existe o conceito de “DOLO tolerado”, que é uma espaço de negociação admitido - comum nos contratos mercantis).
1- Contratos empresariais (Art. 966, 967) => os sujeitos necessariamente devem ser empresários.
2- A atividade empresarial é uma atividade de intermediação, visando a obtenção de lucro.
A finalidade do lucro (os contratos são sempre ONEROSOS - não gratuitos, ex. doação ou comodato) funciona como uma parametrização da paridade dos contratantes. Caso: um “contrato de comodato gratuito” (um empréstimo), pode ter interesse em obter um contrato oneroso mais lucrativo (daí se chama “contrato de comodato interessado”, se contamina pelo lucro - empréstimo de bancos e geladeira para um bar; empréstimo de lojas de conveniência em postos).
3- Contratos aleatórios: O empresário assume certos riscos (álea contratual) para obter o lucro (nos contratos empresariais admite-se uma parcela de risco mais exacerbada).
Existem alguns contratos em que o risco é essencial, não incidental como comunmente ocorre.
Mesmo contratos comutativos (não há risco), existe a intromissão da aleatoriedade. Ex. se o fornecedor falir. O risco é inerente à atividade mercantil. Ex. contrato de empreitada (encomenda de um serviço para construir algum bem, móvel ou imóvel), mas para relações civil-empresarial pode se definir que as alterações de preço não afetem a parte não empresária.
4- Função dos usos e dos costumes: não se deve frustrar a expectativa legítima da outra parte (inflige a boa fé). Contrato de arrendamento (é nula a cláusula que fixe o pagamento em produtos - o pagamento em bens é típico da parceria - através do elemento de interpretação (função interpretativa) do contrato de usos e costumes, pode ser considerado que a referência à produtos é um indexador do preço em valores monetários); contrato de parceria (corre o risco de não receber os bens resultantes da atividade).
A junta comercial das localidades pode apontar os usos e costumes do local específico.
Os usos e costumes têm função normativa (são fontes de norma jurídica). As partes, por condutas reiteradas, se convencem que determinados modos de agir criam uma obrigação (criam normas/tipos contratuais). Contratos com tipicidade social: contrato de garantia e de leasing (não há lei sobre eles, mas há características determinadas por usos e costumes).
Função integrativa: o contrato é manco (não possui alguma parte contratual), então é possível fazer um complemento ao contrato se valendo dos uso e costumes.
Aula 03/04/2017
Os contratos empresariais/mercantis têm como característica serem duradouros (são repetidos/reiterados ao longo do tempo - se projetam ao longo do tempo).
Lacunaceidade: ocorre devido às alterações das circunstâncias de mercado não previstas (o impacto das mudanças não foram dimensionados). Normalmente os contratos duradouros não conseguem cobrir todo o espectro das variáveis contratuais.
O contrato pode ser deixado lacunoso de propósito pelas partes, pois a negociação muito engessada pode “azedar” o negócio. Quando as circunstâncias exigirem, as lacunas serão discutidas (renegociação de algumas bases sem perder o núcleo do contrato).
Papel da boa fé nos contratos mercantis: devido à confiança e as possíveis lacunas, a boa fé é essencial (a origem da relação da boa fé nos contratos é nas relações mercantis - na questão civil aparece depois).
Boa fé subjetiva (mais relacionada com o civil) => o sujeito expõe tudo o que sabe sobre as coisas.
Boa fé objetiva (nasce no direito comercial como forma de agilizar as relações comerciais) => confiança na classe comercial (parâmetro médio - se espera que os comerciantes tenham a boa fé).
Na unificação das duas “boas fé”, esta acaba por ter um papel essencial nas relações contratuais.
Algumas irregularidades são deixadas de lado (uma parcela que está atrasada), visando a continuidade do contrato. Se o contrato parar todos perdem.
Contratos de colaboração (a vantagem só surge se as partes colaborarem entre si - exploram um produto final, elaborado em conjunto - vantagem negocial perante terceiros) X Contratos de contraposição (visa o lucro máximo, obtido do comportamento contraposto da outra parte - má técnica; não é má fé, mas uma expectativa legítima da outra parte em visar o lucro).
Invariavelmente, um contrato empresarial não se dá por apenas uma base. Há uma rede contratual (“veste contratual”, cada contrato é uma “veste”). Se a operação for muito complexa, exigirá várias vestes contratuais (contratos ligados/enrredados).
Se munir de um financiamento (contrato de mútuo - empréstimo no banco) para fazer um contrato de compra e venda de uma máquina. Ainda, há o contrato de garantia pela máquina (o banco dá o dinheiro diretamente para o vendedor e “compra” a máquina - faz um contrato de leesing com o anterior comprador, obrigando ele a pagar o aluguel da máquina e a pagá-la no final).
Globalização: padronização dos contratos (parâmetros que servem para todo o tipo de negócios). Nisto, é importante o papelda boa fé (na análise da relação contratual, é preciso verificar os e-mails trocados, a expectativa gerada na outra parte, etc.).
Grupos nucleares contratuais
A compra e venda é a base (contrato mãe) => as negociações empresariais se desenvolvem em outras modalidades de compra e venda.
Contrato de fornecimento (a base é a compra e venda)
Contratos da distribuição => vários contratos que os empresários de valem para que seus produtos cheguem no mercado (comissão mercantil, corretagem, franquia, compra e venda, etc.).
Contrato de financiamento => leesing, factiring, etc..
Contrato de seguro => cobre o risco do negócio.
Contratos de estruturação da empresa => compra e venda de ações, etc.
Criação de infraestrutura => empreitada de grades obras, etc.
Aula 10/04/2017
Contrato de Compra e Venda => a natureza do bem é corpórea (coisas).
Contrato de Seção => bens incorpóreos (ações na bolsa - conjunto de direitos).
Seção de contratos: direito de adquirir uma coisa.
Direitos mobiliários: pode recair sobre um bem imóvel. A casa é um bem imóvel.
A característica da Compra e Venda é que há uma necessidade de haver pagamento em pecúnia (senão é permuta). Deve haver um equilíbrio entre as prestações (quantia trocada entre o comprador e o vendedor).
Dação em pagamento (entrega-se um bem, após o contrato, com aceitação do vendedor para quitação do valor do preço).
Contrato de Compra e Venda MERCANTIL: se diferencia da Compra e Venda NORMAL (civil - entre pessoas físicas), no sentido de que mesmo pagando a totalidade das prestações o contrato pode não terminar automaticamente.
Contrato diferido: há um lapso temporal entre a data de assinatura e a data de execução.
1º (contrato de execução diferida) - pagamento somente quando o produto/serviço é entregue.
2º (compra e venda parcelada) - os pagamentos são feitos sucessivamente depois da entrega do produto/serviço, ou a execução é continuada.
3ª (trato sucessivo) - depois de estabelecido o contrato, se executa e se paga o contrato periodicamente (adimplementos bilaterais), como contratos autônomos. Ex. locação (cada vez que ocorre o pagamento se garante mais uma etapa).
4º (contrato de fornecimento) - fornecimento de algum produto de consumo (insumo). Cada ato de entrega é um pequeno contrato de compra e venda. É feito por trato sucessivo e cada vez é renovado (garantia de continuidade da atividade empresarial - segurança e habituabilidade, com ganho de economia de escala e ainda a eficiência jurídica contratual - estabilização jurídica). O contrato não possui data certa para encerramento (prazo indefinido - expectativa legítima do outro contratante de continuidade do contrato), mas qualquer um dos contratantes pode fazer a resilição do contrato (faz a “denúncia” do contrato de forma unilateral, com notificação prévia para que o contrato se encerre - tempo suficiente para o outro contratante realocar seu negócio).
Modalidade de Compra e Venda sob Amostra (inspeção): o fornecedor encaminha uma amostra do produto, então o comprador aceita o percentual de produtos defeituosos.
DEFEITOS: aparente (visível por uma simples vistoria - não dá direito à indenização se o percentual de erro destoar do percentual aceito inicialmente); oculto (vício redibitório - afeta a quantidade ou qualidade do bem - dá direito à abatimento do preço ou indenização).
Modal. C/V à Contento ou Sujeita à Prova: somente o negócio é fechado se há contentamento do cliente com o produto/serviço. Ex. deixar o cliente utilizando uma máquina por um certo período, para que ele adquira a mesma se ele gostar. Há itens objetivos que devem ser alcançados pela máquina, como a taxa de economia de insumo, ou a taxa de produção, então, se isto se verificar, o cliente é obrigado a pagar pela compra, se não se verificar, então não se paga e o vendedor retira a máquina.
A condição do comprador é como comodato (deve zelar pela máquina).
Modal. C/V por Contrato Estimatório: o comprador não tem certeza se vai conseguir pagar toda a quantidade, pois precisa conseguir revender. Sendo assim, pode fazer esta modalidade de C/V e pagar somente depois que vai revendendo.
O comprador tem o poder de disposição do bem fornecido pelo vendedor (este que escolhe o preço mínimo!). O comprador tem um prazo para revenda, sendo que, de acordo com o contrato, pode ter de devolver o bem para o vendedor ou ele próprio recomprar. Se aplica somente para bens móveis (se pressupõe a tradição).
O vendedor aliena (transfere) o poder de disposição para o comprador. Por isto esta modalidade de C/V é real (há a transferência do poder sobre a rés/coisa, pois pressupõe a entrega - em um contrato de compra e venda em que a eficácia é a tradição/posse, o contrato não se faz real automaticamente - o vendedor se obriga a transferir, senão dá direito não à coisa mas à perdas e danos).
Modal. C/V com Reserva de Domínio: possui uma condição suspensiva que é o pagamento do preço. Em contrato NORMAL (civil) se entrega o objeto da C/V para o comprador e, quando se realiza a entrega, o comprador passa a ser proprietário ainda que não pague o preço (fica devendo) - o vendedor não pode reaver o bem, somente o preço (ação por perdas e danos).
Para impedir o exposto acima, pode se feita uma cláusula de reserva de domínio, podendo transferir a posse do imóvel mantendo-o em condição suspensiva, ou seja, a posse só passa para o comprador caso pague a totalidade do preço (não presume propriedade). Mas isto só produz efeitos perante terceiros caso este contrato esteja registrado.
Aula 24/04/2017
(não cai na prova)
CISG (united nations convention on Contracts for the International Sale of Goods)
Regula empresas não registradas no Brasil.
Atua em empresas no mercado internacional.
Não se aplica a uma compra e venda internacional em que um adquirente usa para fins pessoais (pessoa física).
Não se aplica para serviços.
Regula a formação dos contratos (quando um contrato se torna exigível, sob a aceitação dos termos, regras sobre a qualidade dos produtos, sobre a resolução dos contratos etc... mas não tem o objetivo de regular a validade, pois isto fica relegado à autonomia das partes).
Requisitos do contrato (Código Civil): objeto, preço e termos... No caso da CISS não há o requisito da determinação de um preço, daí fica de acordo com os preços comumente utilizados. => Se preserva ao máximo os negócios jurídicos internacionais (intenção das partes; declarações anteriores e usos e costumes).
A boa fé é um grande norteador da CISG.
CISG x Código Civil
Art. 11 CISG x Art. 227 CC (prova do contrato - questão da testemunha, que agora é admitida no CC mas antes não era)
Art. 16 CISG x Art. 427 CC (revogabilidade das propostas - na SISG pode ser revogado, se em prazo hábil, o que não ocorre no CC se a aceitação já tiver chegado ao conhecimento do destinatário).
Art. 49/64 CISG x Art. 475 CC (resolução dos contratos)
Compra e Venda sobre Documentos
A tradição se dá na forma de quando as partes envolvidas trocam os respectivos documentos, e não especificamente quando há uma troca de produtos físicos (eles podem nem ter sido fabricados ainda).
O câmbio fica fixado no momento da negociação, e pode haver algum pagamento no ato ou posteriormente.
Aula 08/05/2017
Representação Comercial (4.886/65)
Antigo "contrato de agência": o representante comercial é um "agente de compras comerciais".
NOVO "Contrato de Agência": É um contrato genérico (pode agenciar atividades sequer empresariais), em que uma pessoa (agente. Ex. empresário do artista) faz a intermediação para promover a atividade de seu agenciado.
O "Distribuidor" faz a intermediação entre o empresário e o consumidor, mas somente para a distribuição de mercadorias.
=> A diferença entre o “contrato de distribuição” e a “representação comercial” é de que por este último há uma noção de confiança (um verdadeiro embaixador comercial do produto - intuito personae). Porém, para fazer que apenas o produto chegue a diversas localidades, sendo uma atividade de logística,então o contrato é de Distribuição.
É obrigatório ao contrato de representação a definição de sua área de atuação (pode ser exclusiva do representante ou não - se não estiver escrito então será exclusivo com a novidade do Código Civil). E para se romper o contrato, deve-se ter um aviso prévio de no mínimo 90 dias, caso não seja definido outro maior.
O representante comercial é um empresário, mesmo se for pessoa física, com atividade continuada (pode ter várias negociações simultâneas e sucessivas, sendo subordinado ao representado - deve ficar muito claro que não há relação de emprego, por isso a preferência na contratação de pessoas jurídicas, e com contrato escrito!). A compra e venda é feita pelo representado e o adquirente dos produtos.
É um contrato aleatório, pois há uma álea (risco de não receber se tiver um mês ruim).
Obrigações do Representante: como obrigação de meio, deve agir de forma diligente (usar todos os esforços para tentar vender o produto - não quer dizer vender em si - empenho em fazer a melhor representação possível). Deve também seguir as instruções do representante (intervalos de preços, prazos de entrega; condições de pagamento; etc.), e também informar as sugestões dos clientes/adquirentes para o Representado (é um típico contrato de cooperação), mantendo sigilo sobre informações fornecidas pelo Representado. Como obrigação de fim, deve ter resultado, promovendo o negócio e ganhando à medida que faz pedidos dos adquirentes e os mesmos pagam (o representante deve analisar a capacidade de pagamento dos adquirentes - qualificação do resultado).
Obrigações do Representado: paga a remuneração (comissão), que pode ser fixa (por pedido) e/ou variável (percentual variável e escalonado sobre as quantidades de pedido). Se uma venda é realizada em uma zona de um representante, então paga-se a comissão para esse representante caso o mesmo tenha exclusividade sobre a comissão (a lógica do contrato é de que haja exclusividade para que os representantes não concorram entre si), sendo esses pagamentos podendo ser feitos no final de um período determinado pelo contrato. Deve atender aos pedidos dos Representantes (ele vive de seu “bom nome” - constrói um patrimônio intangível para o Representado - o mercado que ele abre: isto é importantíssimo ser levado em consideração quando no fim do contrato).
Quando o Representado já tem um mercado bastante aberto, ele não precisa mais do Representante, por isso pode querer extinguir o contrato, mas isto enseja indenização.
Aula 15/05/2017
=> A forma mais comum de extinção dos contratos é o destrato, por acordo entre as partes.
=> Toda resolução (causa de inadimplemento) pressupões efeito ex tunc (status quo ante - condição anterior ao contrato).
=> Outra forma de extinção dos contratos é a resilição (com efeitos ex nunc - Ex. contrato de locação).
O contrato de Representação Comercial, por ser de trato sucessivo, extingue-se pela resilição através de denúncia imotivada ou denúncia motivada.
Denúncia imotivada: de forma unilateral de um contrato com prazo indeterminado, dando um aviso prévio de 90 dias - ou tempo para amortização de seu investimento - ou indenizar esse período. Ainda, sempre a denúncia imotivada dá direito à indenização de 1/12 do somatório de suas comissões. No caso de prazo determinado, a indenização fica pela média dos valores aplicados à metade dos meses faltantes.
Denúncia motivada: razões/motivos elencadas em lei (deve-se provar a causa de descumprimento de alguma obrigação - inadimplemento é causa de resolução e não resilição!). Desídia (os clientes dirigem-se à “base” do Representante e não o inverso, o que seria o mesmo que os clientes se dirigissem ao Representado); Descrédito do Representado perante os clientes; Crime Infamante (não é um crime, mas uma difamação); Inadimplemento de obrigações por lei (atos de contabilidade, etc.); ou Força Maior (pode ser uma legislação que proíbe o comércio do produto).
Causas que fazem o Representante se retirar, exigindo indenização como se fosse uma denúncia imotivada do Representado: Redução de área do Representante para reduzir a remuneração (então, o Representante deve sair rápido antes que comece a receber muito pouco, para garantir a melhor indenização); Quebra da exclusividade (mesmo que se permaneça a comissão com o Representante, os negócios fechados sem sua presença retiram seu nome do mercado); Fixação de preço muito alto (com intuito de prejudicar as vendas de um Representante específico); Força Maior (Ex. o Representante adquire uma doença que o impede de exercer sua atividade na área específica).
=> A morte do Representante causa a extinção do contrato de Representação, pois possui a característica de ser intuito personae, ou seja, mesmo que pessoa jurídica, possui uma pessoa física em que os clientes confiam.
Contrato de Distribuição
Art. 720. A finalidade é mais de logística do que da distribuição de produtos em si. Nunca é aleatório, mas sempre comutativo (o lucro vem da diferença de preço de sua compra e de sua revenda - ambos comutativos - há um fluxo de caixa, podendo o Distribuidor ficar em débito até que realize as revendas). É um contrato de colaboração (existe uma certa ingerência de um com o outro - o Distribuidor deve se submeter à fiscalização do Fornecedor, que quer manter sua qualidade e seu nome).
=> Não é considerado um contrato típico (os contratos devem ser moldados com suas características específicas - é “socialmente típico”). Mas possui um sub-contrato de Distribuição, chamado de Concessão Mercantil, que é típico (Lei 6.729/79 - distribuição de automóveis).
O Distribuidor possui a disposição dos produtos (tem o poder sobre os produtos em estoque - mas tem a obrigação de revender para o público, de acordo com o contrato).
O Fornecedor também possui obrigações, incumbidas pelos usos e costumes. O dever de propaganda é dele, mas o Distribuidor possui o ônus de orientar a publicidade.
No contrato é estipulado uma quantidade que o Distribuidor deve comprar do Fornecedor, e uma meta mínima de revenda.
O Distribuidor deve assumir a responsabilidade de abastecer o mercado local, nunca deixando faltar o produto. A estrutura para haver a distribuição também é de sua responsabilidade.
Aula 22/05/2017
Cláusula de bonificação: o Fornecedor, algumas vezes, precisa limpar seu estoque (produto perecível ou fora de linha), por isso, pode oferecer uma bonificação para que o Distribuidor venda os produtos por preço mais baixo.
Como regra, o Fornecedor não pode vender produtos para o Distribuidor com preço mais alto do que o de mercado.
=> Se o Fornecedor fosse até a região do Distribuidor e vendesse seus produtos, ao contrário do contrato de Representação Comercial, não se poderia distinguir os produtos vendidos na região como comissão do Distribuidor. Por isso, é proibido que o Fornecedor realize vendas diretas em região onde tenha algum Distribuidor. Ainda assim, é possível fazer a venda direta para pontos ou clientes especiais (esses pontos devem estar expressamente excepcionados no contrato de distribuição, aplicando e assegurando uma bonificação).
=> Distinção entre Freguesia (adquire determinado produto, pois está geograficamente próximo, não se preocupando com a marca do produto) X Clientela (vai atrás da marca de um produto).
O fundo de comércio indeniza a Freguesia, mas o Distribuidor não cria freguesia, mas uma clientela. Sendo assim, este tipo de contrato não indeniza por fundo de comércio, o Distribuidor.
A lógica da indenização é de remunerar os investimentos que não foram abatidos. Por isso, quanto maior o prazo estendido de distribuição, menor será a indenização (o inverso da lógica da Representação Comercial).
PARTE 2
Aula 05/06/2017
O Contrato de Comissão e o Contrato de Seguro foram os primeiros que apareceram na atividade mercantil.
Contrato de Comissão
No início da mercancia (séc. XIV), essa atividade era não nobre, então se fazia através dos comissários, sendo que os mercantes ainda podiam estender seu negóciopara diversos lugares.
Art. 693. O comitente permite que o comissário estabeleça um contrato com um terceiro, em nome próprio, mas por conta do comitente (o terceiro não sabe que está fazendo o negócio com o comitente).
O contrato interno é a comissão, e o contrato externo é o contrato entre o comissário e o terceiro, mas que é bancado pelo comitente (despesas e demais encargos do comissário).
As ações do terceiro se fazem contra o comissário (fica pessoalmente obrigado com o terceiro - este não tem pretensão jurídica contra o comitente), enquanto o comitente afere os lucros.
Os corretores de valores mobiliários são comissários (não são corretores).
CARACTERÍSTICAS: Oneroso (comissão X lucro); trato sucessivo (continuidade); caráter intuitu personae (elemento de confiança - os herdeiros do comissário se habilitam para receber os proventos do mesmo).
OBRIGAÇÕES GERADAS
COMISSÁRIO
1- Realizar compras e vendas, as quais devem seguir as instruções do comitente:
instruções imperativas - são cogentes, ou seja, devem ser feitas da forma determinada, ex. número de coisas a serem compradas;
instruções indicativas - estabelece os limites aos quais o comissário não pode exceder, ex. limite de preço da coisa a ser comerciada;
instruções facultativas - fica a critério/arbítrio do comissário, ex. que a compra pode ser feita à vista ou à prazo;
se não houver instruções - o comissário se utiliza dos usos e costumes da praça;
=> o comitente não pode recusar prestações do comissário, ainda que contra suas determinações mas que resultaram em lucro para o comitente).
2- Agir com diligência e cuidado: deve buscar o lucro e tomar o cuidado de não causar prejuízo.
3- Prazo dos contratos interno e externo:
Externo - se não houver regra proibitiva, o comissário está autorizado a fazer compras e vendas a prazo (senão deve pagar o comitente à vista, e depois assumir os pagamentos à prazo do terceiro);
Interno - se o comissário não obedecer aos prazos responde pelos prejuízos para com o comitente.
4- Prestação de Contas (atividade inerente às relações de intermediação).
5- Indenizar prejuízos causados. Se não entrega a coisa a tempo para terceiro, que move ação contra o comissário (o comitente deve desembolsar recursos - possui direito de regresso contra o comissário); se armazena a mercadoria, mas ela estraga, então deve indenizar.
=> Os prejuízos causados pelo terceiro (verificado ser “bom pagador”) contra os comissários não causa direito de indenização do comissário para o comitente. O comissário não responde pela solvência de um terceiro (exceto se houver no contrato de comissão uma cláusula del credere - o comissário fica solidariamente solidário com os terceiros).
6- Segurar os bens em seu poder: responsabilidade depositária (de forma diligente, deve fazer o seguro dos bens).
COMITENTE
1- Pagar a comissão: a comissão é um crédito privilegiado em situação de falência.
2- Cumprir o negócio externo: garante os recursos para que seja cumprida a compra e venda, bem como os recursos advindos de vícios dos bens vendidos, etc. (o terceiro aciona o comissário, que faz uma ação de regresso para o comitente).
3- Custeio das despesas do contrato: advogados, etc.
=> Esse tipo de contrato só pode ser denunciado (extinção unilateral) por justa causa (o comitente ainda deve garantir os contratos já realizados com terceiros, mesmo que muito baratos, por exemplo, e que tenha isso mesmo ensejado o rompimento do contrato).
Em caso de resolução sem justa causa deve indenizar o comissário.
=> Assim como em uma procuração, o comissário não pode fazer um negócio que traga benefício para si (em causa própria). O comissário não pode comprar os próprios bens!
Aula 12/06/2017
Contrato de Franquia
Lei 8.955/94. Regula o pré-contrato de Franquia, mas não trata da relação propriamente dita, como as obrigações recíprocas, etc.
A própria lei (Art. 2º) reconhece que a Franquia é um sistema contratual (regras de vários ramos contratuais).
O Franqueador cede a marca (ramo contratual de marcas/patentes) para o Franqueado e ensina ele a exercer a tecnologia do produto (know how - transferência de tecnologia).
Existe uma relação de compra e venda entre o Franqueador e o Franqueado, sendo que este último deve ter a tecnologia (técnica de administração - a fim de que o consumidor tenha o mesmo tipo de tratamento em todas as franquias) para saber dispor do produto e vendê-lo.
Os insumos podem vir direto do Franqueador (Mac Donald’s), ou os produtos já prontos para revenda (O Boticário). Ou simplesmente de um serviço sobre Tecnologia da Informação (software).
Há uma remuneração direta ou indireta estabelecida entre as partes para o Negócio ou Tecnologia da Informação.
A franquia também é delimitada por uma área, assim como no contrato de distribuição.
Circular de Oferta de Franquia (Art. 3º da lei) => o Franqueador tem a obrigação de apresentar um possível futuro Franqueado, o formulário onde estão descritas as mais variadas informações (lucratividade dos franqueados e suas despesas, ainda as ações na justiça em relação aos franqueados, investimento inicial necessário, etc.) para que o Franqueado possa decidir se é viável para si o negócio.
É uma obrigação pré-contratual, com dever de informar com veracidade, sob pena de nulidade do contrato (não há como sanar - se decreta de ofício).
No caso de uma anulabilidade, pode-se ao invés disso, retificar o contrato.
Quando se entra definitivamente no contrato, o Franqueador tem o dever de por a disposição o conhecimento, os produtos e a tecnologia. Também deve treinar o Franqueado a praticar as atividades do negócio, e também tem o dever de construir o fundo de comércio daquela franquia (realizando as propagandas - os clientes vão ao estabelecimento por causa da marca).
O Franqueado tem como obrigação principal a remuneração que é paga dele para o Franqueador. O primeiro valor pago é a aquisição da franquia (front money). A remuneração indireta é referente ao fornecimento pelo Franqueador de cursos, insumos, serviço de revisão das máquinas, royalties, etc.
O Franqueado possui uma meta de aquisição de “fornecidos” do Franqueador, a fim de que este último tenha uma remuneração mínima.
Deve seguir instruções do Franqueador (e manter em sigilo as informações obtidas), por isso está sujeito à fiscalização deste.
O Franqueador e o Franqueado devem, necessariamente, colaborar entre si.
MODALIDADES DE FRANQUIA
Franquia de distribuição: o Franqueador delega para o Franqueado que venda os produtos que já estão prontos (O Boticário).
Franquia de industrialização: o Franqueado possui uma fábrica que produz uma coisa com determinada tecnologia ou fórmula (Coca-Cola).
Franquia de Serviços: não se trata de compra e venda nem produção, mas de métodos de ensino.
Franquia de Negócios: soma as três anteriores, que é o Mac Donald’s (recebe insumos, processa, e o serviço é o atendimento aos clientes). Na verdade, só há uma franquia do Mac Donald’s no Brasil, o restante são sub-franquias (assim como na locação e sub-locação, mas deve ter autorização do Franqueador).
Aula 19/06/2017
Prof. Tula Wesendonck, substitui o Prof. Luis Renato.
Contrato de Corretagem
Art. 722. Pode ser caracterizado, depende da doutrina, como um contrato acessório (o objetivo da corretagem é de que o corretor aproxime as partes, ajustando seus interesses, para que contratem um ponto principal no futuro) ou independente (assume uma autonomia).
Corretor vem do latim, como um “corredor” (ideia de empenhar esforços - ponte para a celebração de determinados negócios, como locação, compra e venda, seguro, etc.), mas não depende de sua vontade que o contrato seja fechado.
Legislação: o “corretor é um mediador” O cliente é o dono do negócio (incumbente/comitente). A pessoa que se apresenta com parte interessada no negócio, não é parte do negócio de corretagem (a não ser que haja uma concordância expressa que deseja pagar parte da corretagem).
Art. 723, 725 e 727 - deve-se distinguir a “corretagem” (não age deforma imparcial - recebe e comunica as declarações de vontade que criarão o consenso) da “mediação” (tem um comportamento imparcial - não defende uma das partes, sendo um pacificador).
CARACTERÍSTICAS: típico (consensual - a prova não depende de um contrato que seja escrito entre as partes, nem que tenha sido disciplinado um valor para a remuneração); oneroso (é presumido, mas se tiver cláusula expressa pode ser retirada); bilateral (obrigações recíprocas - uma vez concluído o contrato deve-se pagar a remuneração); aleatório (o êxito do contrato é quando as partes estabelecem um consenso, senão não há remuneração - mas no Código Italiano são devidas as despesas mesmo se o negócio for infrutífero).
O contrato de corretagem se difere do contrato de mandato (mandatário - assume a posição do incumbente). Se difere da prestação de serviços (neste caso a remuneração não é aleatória). Se difere da comissão (o comissário age por ponto de outro, mas em nome próprio). Se difere da agência ou da representação comercial (neste caso, a ação se prolonga entre as partes - é habitual).
Corretagem Oficial e Corretagem Livre => não há mais distinção, pois não é mais necessário fazer registro de profissional na Junta Comercial. As entidades de classe podem trazer algum regramento, como o corretor de imóvel que deve ter a inscrição no CRECI (faz uma reserva de mercado para que não haja uma saturação no mercado).
Atividades que são auditadas, como a corretagem de seguros, são mais reguladas (oficiais).
Conforme a jurisprudência, no caso de uma corretagem de imóvel sem o credenciamento no CRECI (é uma contravenção civil), é ainda devida à corretagem.
Dever de sigilo (atinge os negócios ainda não concretizados, não se deve dizer que se quer comprar o imóvel para o seu dono, se contata com o corretor para fazer as tratativas - se o comprador souber que o comprador é um vizinho que quer aumentar seu terreno, ele poderá aumentar o preço) e de informação (o corretor deve agir com boa-fé, indicando os pontos negativos do negócio para o comprador - riscos do negócio). O corretor que agir de forma fraudulenta na intermediação do negócio responde pelos danos ao comprador. O corretor não responde pela insolvência do interessado.
Overprice => remuneração de sobrepreço, pela quantia excedente do valor mínimo definido pelo incumbente, mas não há corretagem tradicional neste caso. Deve haver cláusula expressa para isso, pois se o corretor vender algo acima do preço definido em uma corretagem tradicional o excedente é do incumbente.
O pagamento para o corretor é devido no momento em que o negócio principal é concluso (aproximação útil). Desde que não haja cláusula definindo outros termos (pode ser um pagamento à prazo). A dissolução do contrato principal por inadimplemento não prejudica a remuneração devida ao corretor (Art. 475). Em contratos de compra e venda de imóveis, o corretor não se compromete com a aquisição do domínio, qual seja, a transferência do registro de imóveis por escritura pública. Se houver algum vício na formação do contrato de corretagem ou de compra e venda, ou sobre a matéria de conhecimento razoável (valor de mercado) do corretor, compromete a corretagem que tinha sido recebida pelo corretor.
Cláusula de exclusividade => não impede o negócio direto entre o incumbente e o interessado, mas ainda assim é devida a corretagem (ao menos nos casos em que se prove a inércia ou ociosidade do corretor - enriquecimento sem causa).
É possível aplicar o CDC para o contrato de corretagem, se a relação for de consumo.
Art. 57 CDC. Em contratos de consumo, independentemente de adesão, serão interpretados sempre em favor do consumidor.
A comissão varia entre 3%-8%, por isso, se tiver no contrato uma cláusula com corretagem muito superior, ela poderá ser anulada. Art. 727 CC, trata da remuneração do corretor.
Art. 728. No caso de vários corretores que atuaram na venda do bem, deve-se analisar a relação de causalidade com o empenho de cada um.
Pode haver corretores que simplesmente apresentam o bem (funcionários do corretor não representam “outros corretores” - relação de preposição empregatícia), e outros que formalizam o contrato de compra e venda.
Aula 26/06/2017
Contrato de Seguro
Art. 757. O segurador se obriga a garantir (remunerar) o interesse legítimo do segurado (tomador do seguro /subscritor - se tiver beneficiário este é um terceiro), contra riscos predeterminados (o dano sofrido é o sinistro), mediante pagamento do prêmio pelo segurado.
Começou como contrato anexo ao principal na Itália (séc. XIV), relativo à cargas em transporte marítimo.
Apareceram os seguros de vida (séc. XV), como “apostas”.
Foi largamente aplicado na França (séc. XVII), inspirando posteriormente o Código Comercial.
CLASSIFICAÇÃO: É de consumo (por adesão; no seguro empresarial a relação não é de consumo - paritário); Bilateral; Oneroso (remuneração e prêmio); Consensual; Aleatório (o risco é determinante do negócio - mesmo que o sinistro não ocorra, há de se pagar o prêmio).
Art. 761. Re-seguro é um seguro que a própria seguradora faz para ter condição de cumprir os seguros ofertados. Pode ter várias seguradoras que seguram um bem (não é re-seguro).
Art. 762. Golpe do seguro - ato doloso do segurado (ou do beneficiário ou do representante), tornando nulo o contrato.
Dolo eventual: fazer um racha, ou simplesmente dirigir embriagado afastam a indenização pelo automóvel, mas não a do seguro de vida.
Se for culposo, por negligência: deixou o forno aceso, então não incide nesta hipótese da norma, devendo a seguradora remunerar.
Art. 765. A boa-fé é aplicável em todas as fases do contrato (Ex. no caso de uma doença preexistente que o segurado não tinha conhecimento).
Art. 763. Se o segurado estiver em mora no pagamento do prêmio (atraso com mais de um ano no pagamento das parcelas), e o sinistro ocorrer, então não terá direito à indenização (remuneração).
Mas em posição do STJ, a mora não caracteriza a resolução do contrato, sendo assim, não basta o vencimento, mas a resolução do contrato por prévia interpelação.
Aula 03/07/2017
=> o dever de informar é um dever anexo ao contrato de seguro (princípio da transparência), que é próprio do princípio da boa-fé.
Art. 932, 933 e 942 CCB. Art. 775. Os agentes autorizados, caso façam propostas de venda como, por exemplo, “carência zero”, serão suportados pela seguradora (deve-se provar que a oferta foi realizada pelo agente autorizado, mesmo que não autorizada pela seguradora).
Art. 778. A remuneração pela seguradora nunca pode ser maior que o valor do bem (é fraude supervalorizar o bem para depois destruí-lo; no caso de carros, há preços tabelados conforme o ano do carro - Tabela Fipe).
=> a garantia nunca cobre um vício intrínseco da coisa, que deve ser suportado pelo fabricante.
Súmula 537. Relativização dos efeitos do seguro (para além das partes contratantes). Um terceiro que deseja uma reparação de danos pode ajuizar uma ação contra o segurado, denunciando a lide contra a seguradora, que vai atuar solidariamente com o segurado.
Aula 10/07/2017
Leasing ou Arrendamento Mercantil
Arrendamento de um bem (móveis, imóveis ou fungíveis), em que no final do período (prazo mínimo para caracterizar Leasing), o Arrendatário (responde pelos riscos de perecimento do bem) pode escolher renovar o período, ficar com o bem (opção de compra - espécie de financiamento indireto de uma compra, mas que entra como se fosse uma despesa da empresa, por isso tem abatimento no imposto de renda), ou devolver o bem (no caso, o risco de obsolescência fica com o Arrendador).
É diferente do contrato de Locação, em que, quem responde pelo perecimento do bem é o Locador (dono da coisa).
É diferente do contrato de Garantia, pois o arrendador mantém a propriedade do bem, no Leasing.
=> A Arrendadora é obrigatoriamente uma instituição financeira; o Vendedor/Fornecedor não faz parte do contrato (apenas aliena o bem).
Na modalidade Lease back, a propriedade vai do Arrendador para o Arrendatário(garantia), e no final, volta para o Arrendador.
=> Introdução no Brasil pela Lei 6.999/74, mas ela não regulamenta toda a matéria (é típico em parte - é misto, em somatória de vários tipos de contratos: c/v com reserva de domínio, locação, mútuo, arrendamento, depósito). A forma é regulada pela Resolução 2.309/96 BACEN.
Na opção de compra, há o valor residual garantido (VRG: valor garantido pelo Arrendatário que o Arrendador vai receber até o final do período - pode ser pago antecipadamente, mas deve ser devolvido se houver resolução do contrato); valor residual para a aquisição (o que falta a ser pago do VRG, no prazo mínimo para a aquisição).
Locação por Encomenda (built to suit)
Contrato em que o Locatário encomenda uma obra específica para um Locador, que fica incumbido em construir a benfeitoria em seu terreno. Depois de construído (como segurança jurídica, deve ser garantido o retorno financeiro dos investimentos do Locador - não se aplica se ocorrer um fato superveniente), o contrato passa a ser um contrato normal de locação.
=> Contrato complexo: envolve Compra e Venda de terreno, empreitada, etc.
=> Lei 12.744/12, Artigo 54-A. O legislador deu bastante autonomia para as partes.
Segue o LINK para baixar o presente arquivo:
https://drive.google.com/open?id=0B_vwGsXdCzWXcjdQUk9LSFg5aGs

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