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Variação Linguística: pluralidade da língua

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Variação Linguística
Professora: Ina Mirely
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As variedades de uma língua plural
Variedades linguísticas – são variações que uma língua apresenta em razão das condições sociais, culturais e regionais nas quais é utilizada.
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Vejamos alguns tipos de variação linguística
Geográfica: há variações entre as formas que a língua portuguesa assume nas diferentes regiões em que é falada.Basta pensar nas evidentes diferenças entre o modo de falar de um paraibano e de um carioca, por exemplo, ou na expressão de um gaúcho em contraste com a de um mineiro.
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Exemplo 1:
ASSALTANTE CEARENSE Ei, bichim... Isso é um assalto... Arriba os braços e num se bula e num faça munganga... Arrebola o dinheiro no mato e não faça pantim, senão enfio a peixeira no teu bucho e boto teu fato pra fora .... 
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Exemplo 2:
ASSALTANTE MINEIRO Ô sô, prestenção .... isso é um assarto, uai. Levanta os braço e fica quetin quêsse trem na minha mão tá cheio de bala... Mió passá logo os trocado que eu num tô bão hoje. Vai andano, uai ! Tá esperano o quê, uai !!
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Exemplo 3:
  Assaltante Baiano 
 – Ô meu rei… (longa pausa) Isso é um assalto… (longa pausa). Levanta os braços, mas não se avexe não… (longa pausa). Se num quiser nem precisa levantar, pra num ficar cansado… Vai passando a grana, bem devagarinho… (longa pausa). Num repara se o berro está sem bala, mas é pra não ficar muito pesado… Não esquenta, meu irmãozinho (longa pausa). Vou deixar teus documentos na encruzilhada… 
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Social:
 O português empregado pelas pessoas que têm
 acesso à escola e aos meios de instrução difere do português empregado pelas pessoas privadas de escolaridade. Algumas classes sociais, assim, dominam uma forma de língua que goza de prestígio, enquanto outras são vitimas de preconceito por empregarem formas de língua menos prestigiadas.
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Exemplo 1:
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Exemplo 2:
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Profissional:
 O exercício de algumas atividades requer o domínio de certas formas de língua chamadas línguas técnicas. Abundantes em termos específicos, essas variantes têm seu uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico de engenheiros, médicos, químicos, lingüistas e outros especialistas.
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Situacionais:
Em diferentes situações comunicativas, um mesmo indivíduo emprega diferentes formas de língua. Basta pensar nas atitudes que assumimos em situações formais(por exemplo, um discurso numa solenidade de formatura e em situações informais (uma conversa descontraída com amigos, por exemplo). A fala e a escrita também implicam profundas diferenças na elaboração de mensagens. A tal ponto chegam essas variações, que acabam surgindo dois códigos distintos, cada qual com suas especificidades: a língua falada e a língua escrita.
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Exemplo 1:
Apresentador: Boa noite, senhoras e senhores. Auditório: Boa noite. Apresentador: É com muita satisfação que iniciamos o 3º Congresso Internacional de Medicina. Hoje, teremos a participação do Prof. Dr. Ernani Terra, cardiologista, professor titular da Universidade de Pirapora do Norte. Em seguida, será oferecido um coquetel. Desejo a todos um ótimo congresso. (Aplausos) Dr. Ernani: Boa noite. Sinto-me lisonjeado por ter sido convidado para fazer o discurso de abertura de um congresso tão importante que discutirá as inovações da medicina cardiovascular.
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Exemplo 2:
(Fim do primeiro tempo. Repórter entrevista um jogador) Repórter: – Vanderson Cleiton, o que você tem a dizer sobre esse primeiro tempo? Vanderson Cleiton: (ofegante) – A gente não jogamos muito bem, mas a gente tamos confiante, dano o melhor de nóis. E nóis vai marcar melhor nesse segundo tempo e nóis vai fazê dois gol. 
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Exemplo 3:
João: – Manhê! Dá danone! – grita Joãozinho à sua mãe. D. Maria: – Calma, moleque. Eu tô no telefone. Vê se fica quieto. (D. Maria continua sua conversa com seu cliente)
D. Maria: – Então, como eu estava lhe falando, os produtos chegarão em 2 dias. O senhor pode ficar tranqüilo que eu lhe garanto que não haverá atraso.
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Sr. Manuel: – Mas, você me garante que os produtos são de excelente qualidade?
João: – Manhê! Manhê! Eu quero danone! Eu tô cum fome!
D. Maria: – Psssiu! João Augusto! Fique quieto.
D. Maria: – Claro! Trabalhamos com o que há de melhor no mercado.
João: – Manhê!!!
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ADEQUAÇÃO LINGUÍSTICA
Falar e escrever bem significa ter o domínio do maior número possível de variedades linguísticas e utilizá-las nas mais diferentes situações de acordo com o interlocutor e a situação de comunicação. 
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Níveis da Língua
1. O informal ou coloquial (variedade não-padrão), usado mais comumente em conversas entre amigos, conhecidos mais íntimos;
2. O formal ou culto (variedade padrão), usado em situações de maior cerimônia,quando devem ser observadas as normas gramaticais.
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Exemplos:
a) Aquela ali é uma perua. (nível informal ou coloquial)
b) Aquela senhora está muito enfeitada. (nível formal ou culto)
c) Houve uma grande confusão no colégio e muitos brigaram. (nível formal)
d) Aconteceu um rebu na escola e o pau quebrou. (nível informal)
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Erro ou preconceito linguístico?
 "O preconceito linguístico está ligado, em boa medida, à confusão que foi criada, no curso da história, entre língua e gramática normativa. Nossa tarefa mais urgente é desfazer essa confusão. Uma receita de bolo não é um bolo, o molde de um vestido não é um vestido, um mapa-múndi não é o mundo. [...] Também a gramática não é a língua". (MARCOS BAGNO)
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“Do ponto de vista da linguagem, é preciso não confundir automaticamente ‘diferença’ com ‘erro’. [...] Não existe língua única; o erro é uma noção normativa, que diz respeito à obediência às regras gramaticais.” (FARACO)
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Para refletir...
“Saber entender ao invés de discriminar qualquer linguajar, tem sido um desafio no mundo dos negócios, mundo este que é dotado de algumas formalidades desnecessárias, de palavras redundantes e de termologias sem função.” (Ricardo Ribeiro – estudante de Administração)

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