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TECIDO CARTILAGINOSO O tecido cartilaginoso tem como principal função fornecer suporte aos tecidos moles e no crescimento dos ossos longos. Além disso, ele reveste as superfícies articulares e facilita o deslizamento de ossos nas articulações e tem abundante matriz – extracelular. As células do tecido cartilaginoso são chamadas de condrócitos. Dentro do tecido, eles ocupam um lugar específico chamado lacuna. Pericôndrio: O tecido cartilaginoso não possui muitos vasos sanguíneos, linfáticos e nervos. Sua nutrição é feita por capilares do conjuntivo que envolvem o tecido, chamado de pericôndrio. O pericôndrio é um tecido conjuntivo denso formado por duas camadas: camada fibrosa, que fica na parte mais superficial do pericôndrio, e pela camada condrogênica, em que é rica em células (quanto mais próximo à cartilagem, mais rico em células o pericôndrio fica!). Morfologicamente, as células do pericôndrio parecem com os fibroblastos, só que as que ficam próximas à cartilagem têm a capacidade de originar condrócitos, ou seja, elas são funcionalmente como os condroblastos! As cartilagens são envolvidas por essa bainha (pericôndrio), que possui vasos sanguíneos, linfáticos e nervos, com exceção das cartilagens articulares e a do tipo fibrosa. Isso porque, essas cartilagens recebem nutrientes da bolsa sinovial. O pericôndrio é ainda uma fonte de novos condrócitos para o crescimento, além de ter função importante, como já dito, na nutrição e inervação do tecido cartilaginoso. Ele também é responsável pela oxigenação e eliminação de resíduos metabólitos do tecido. Origem do Tecido Cartilaginoso: As células do tecido cartilaginoso, os condrócitos, têm origem de células mesenquimais (do mesênquima). Quem dá origem aos condrócitos é uma célula chamada de condroblasto. Essas células mesenquimáticas se diferenciam em condroblastos, os quais se proliferam e começam a produzir matriz extracelular. Com o tempo, essa matriz começa a separar essas células uma das outras, até que elas ficam presos nos espaços chamados de lacunas. Crescimento do Tecido Cartilaginoso: O crescimento pode ser: intersticial (crescimento dos condrócitos, que dá origem aos grupos isogênicos, por meio de divisão mitótica dos condrócitos preexistentes) e aposicional (crescimento da espessura da cartilagem, a partir das células do pericôndrio). Condrócitos: Na periferia da cartilagem hialina, os condrócitos têm a forma achatada, e quanto mais profundo ao tecido, eles vão ficando mais esféricos e aparecem em grupos de 8 células chamados de grupos isógenos (suas células são geradas de um único condroblasto). Os condrócitos têm uma superfície celular mais aumentada, a fim de aumentar a superfície de contato e facilitar a nutrição da célula (lembre – se que esse tecido é pobre em vasos sanguíneos, então sua forma de nutrição é bem característica em relação aos outros tecidos!). Os condrócitos são células secretoras de colágeno tipo II, proteoglicanas e glicoproteínas (como a condronectina). Além da nutrição ser pobre, a oxigenação desse tecido também é. Então, devido à baixa tensão de oxigênio, esse tecido degrada a glicose, principalmente, de forma anaeróbia. Os nutrientes chegam do sangue por meio de difusão atravessam do sangue para o pericôndrio, matriz da cartilagem e vão até os condrócitos mais profundos. Condrócito x Condroblasto: Assim como a relação entre os fibrócitos e o fibroblasto, os condrócitos e condroblastos são semelhantes. Os condrócitos encontram – se aprisionados pela matriz extracelular e trabalham mais lentamente do que os condroblastos. Quando os condrócitos se dividem, eles ficam presos na mesma lacuna. Os condrócitos possuem grânulos de glicogênio e lipídeos no seu citoplasma para poderem se nutrir. Isso porque, a vascularização é precária, então eles precisam de uma outra fonte de energia. Ainda por causa disso, deve – se lembrar que a oxigenação desse tecido também não é lá aquelas coisas tão eficiente. Renovação do Tecido Cartilaginoso: Os condrócitos estão em constante renovação na matriz extracelular. Para provar isso, alguns pesquisadores injetam uma substância chamada de papaína nas orelhas dos coelhos. Elas só conseguem ficar de “pé” por causa do tecido conjuntivo! Mas, essa papaína tem o poder de destruir a matriz. Depois de um tempo que os coelhos ficaram com as orelhas caídas, elas voltaram a ficar de pé, o que prova que há renovação do tecido cartilaginoso, sim! No entanto, essa renovação é beeeem limitada, porque a falta da nutrição adequada impede que esse crescimento tenha um desempenho esperado. Mas, a cartilagem está sempre sujeita a processos degenerativos. Inclusive, se esses processos forem muito intensos, pode acontecer a calcificação da matriz cartilaginosa, o que retira a propriedade de aguentar impactos que o tecido cartilaginoso possui. (Muitas doenças de jogadores de futebol que afetam o joelho são causadas por isso). Matriz Extra – Territorial e Interterritorial: A matriz territorial fica mais em contato com os condrócitos. Em volta dela, é onde fica a matriz interterritorial. A resistência do tecido cartilaginoso é dada pelo colágeno do tipo II ou da combinação de colágeno com elastina, e glicosaminoglicanos que se ligam ao colágeno. O tecido cartilaginoso apresenta uma grande quantidade de moléculas de água que auxiliam na absorção dos choques. Tipos de Tecido Cartilaginoso: O tecido cartilaginoso tem três tipos: cartilagem hialínica, cartilagem elástica e cartilagem fibrosa. Cartilagem Hialina: A cartilagem hialina é a mais comum, encontrada na cartilagem articular, e é nutrida pelo líquido sinovial. Ela é branco – azulada quando vista no microscópio eletrônico e translúcida. É essa cartilagem que constitui o primeiro esqueleto do embrião, o qual passará por um processo de ossificação posteriormente. Outro lugar em que podemos encontrar a cartilagem hialina é entre a diáfise e a epífise de um osso, onde fica um disco epifisário composto de cartilagem hialina, que é responsável pelo crescimento do osso em extensão. Nos adultos, a cartilagem hialina é encontrada nas paredes das fossas nasais, traqueia e brônquios, extremidade ventral das costelas e recobrindo as superfícies articulares dos ossos longos, em articulações com grande mobilidade. Sua matriz possui delicadas fibrilas de colágeno tipo II associadas ao ácido hialurônico, proteoglicanas muito hidratadas e glicoproteínas, além das glicosaminoglicanas. Por fim, outro componente importante é a condronectina, uma glicoproteína estrutural, capaz de se ligar aos condrócitos e fibrilas de colágeno tipo II, formando um tipo de arcabouço macromolecular na matriz junto com os condrócitos. “Em torno dos condrócitos existem zonas estreitas ricas em proteoglicanas e pobres em colágeno. Essas zonas mostram basofilia, metacromasia e a reação PAS mais intensas do que no resto da matriz, sendo impropriamente chamadas de cápsulas, porque inicialmente se acreditava que constituíssem uma parede envolvendo as células.” (Junqueira e Carneiro) Cartilagem Elástica: A cartilagem elástica é encontrada em regiões do corpo que precisam de flexibilidade. Na microscopia, ela apresenta uma aparência mais fibrosa do que a hialina. Sua matriz possui poucas fibrilas de colágeno tipo II e muitas fibras elásticas. Ela é encontrada: pavilhão auditivo, conduto auditivo externo, tuba auditiva, epiglote, cartilagem cuneiforme da laringe. É basicamente igual a hialina, mas possui uma rica rede de fibras elásticas contínuas com o pericôndrio. A elastina faz essa cartilagemter uma cor amarelada quando visualizada a fresco. Ela cresce principalmente por posição e é menos sujeita a processos degenerativos do que a de hialina. Cartilagem Fibrosa: A cartilagem fibrosa está em um nível intermediário entre a de hialina e a elástica. Sua nutrição é feita por difusão, e sua matriz é composta por majoritariamente fibras de colágeno tipo I. É encontrada nos discos intervertebrais e na sínfise pubiana. A fibrocartilagem está sempre associada a conjuntivo denso, sendo imprecisos os limites entre os dois. A substância fundamental é escassa e limitada à proximidade das lacunas. As fibras colágenas tipo I constituem feixes que seguem uma orientação aparentemente irregular entre os condrócitos. Não existe pericôndrio! Discos Intervertebrais: Localizado entre os corpos das vértebras e unidos a elas por ligamentos. São formados por dois componentes: anel fibroso e núcleo pulposo.
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