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História das ideias políticas

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História das ideias políticas. Châtelet, François, Duhamel, Olivier, Pisier-Kouchner, Evelyne
Thomas Hobbes (1588 – 1679)
O Deus mortal e seus limites
Filósofo, sua concepção política se articula com sua ontologia e essa se inspira diretamente na nova física e em seu mecanismo.
As teorias do movimento e do corpo que ele expõe levam-no a compreender o homem como uma máquina natural submetida ao estreito encadeamento de causas e efeitos, tendo como propriedade – igualmente naturais – desejar e agir, ou seja, deliberar e se mover em função desse dado primeiro que é o desejo. O homem, individualmente corporal, é fundamentalmente potência: tal é o ponto de partida do Leviatã, publicado em 1651
Os homens naturais no estado de natureza
São dispersos, são potências movidas pelo desejo não limitados por nada ( são integralmente livres), a não ser pela incapacidade material, na qual podem se encontrar, de satisfazer esse desejo.
Nesse estágio natural, que exclui toda espécie de sociabilidade e de harmonia com o meio, o homem experimenta, como máquina sensível, sentimentos entre os quais predominam a inveja e o medo, em particular o medo de sofrer e de morrer.
Desse modo, se a ordem natural – ordem mecânica – é a “lei dos lobos”, disso resulta que o estado de natureza é, ao mesmo tempo e contraditoriamente, plena liberdade – aquém de todo o direito – e terror constante: tal estado de natureza é inviável.
Nessa ótica – realista e, em nome da física dos corpos, elimina qualquer consideração de ordem moral – nada no estado de natureza prepara o estado de sociedade: esse, que não é instituição divina ou de inscrição natural, tem de ser produto de um artifício.
Ou seja, a ordem política não pode ser senão o produto de uma decisão coletiva que engendrará um artefato.
Uma vez que o estado de natureza é insuportável, dado que o desejo de poder e o desejo de viver (de viver em paz) se contradizem, então surge a capacidade deliberativa própria do homem que comanda de construir uma instância superior, cujo fim é impor uma ordem que elimine a violência natural, que substitua a guerra de todos contra todos pela paz de todos com todos.
Para por fim à violência nascida do exercício de potências por definição ilimitadas, só pode ser eficaz uma potência que não conheça limites – ou seja, a instalação da sociedade política, do Estado, pressupõe que os cidadãos de comum acordo, despojem-se integralmente de sua potência individual e a transfiram para a autoridade pública.
A soberania do Estado Leviatã é uma e indivisível. O contrato que a estabelece não a sujeita a nenhuma obrigação, salvo ao compromisso de assegurar a tranquilidade e o bem estar dos contratantes. 
O Deus mortal, o Leviatã: 
a ordem política põe fim a luta de vida ou morte, na medida em que os membros da coletividade consentem em reconhecer a absoluta soberania de uma “pessoa moral” que exerce seu poder por meio de decisões das quais só ela é responsável e de leis que ela impõe como princípios necessários a organização da República.
Essa é a lógica que institui o Estado: uma lógica da existência coletiva que preserve a vida.
O Leviatã – quer seja monárquico, oligárquico ou democrático – só tem direitos: 
- desde quando instituído, não pode ser contestado de nenhum modo pelos que o instituíram (a minoria tem de se submeter à maioria);
- ele é “juiz do que é necessário para a paz e a defesa dos súditos (...) e das doutrinas que convém ensinar”
- detém “o direito de editar regras de tal natureza que cada súdito saiba o que lhe pertence, de modo que nenhum outro súdito possa lhe tirar o que é seu sem cometer injustiça”
- o direito de “ministrar a justiça de todas as suas formas”
- o direito de “decidir sobre a guerra e a paz (...) e de escolher todos os conselheiros e ministros, tanto na paz quanto na guerra”
- o direito de “retribuir e castigar, a seu arbítrio”
- o direito de “atribuir honras e hierarquias”....
Tal exorbitante poder soberano “ é menos prejudicial do que a ausência de um tal poder”.
John Locke (1632 – 1704)
Direitos naturais e sociedade política
Filósofo que desenvolve uma teoria do conhecimento fundada num empirismo moderado (todos os conhecimentos provêm da experiência, mas também da capacidade reflexiva do entendimento humano que a ela se aplicam), baseia sua investigação política numa concepção dos direitos naturais.
No estado de natureza (conceito-limite), os seres criados por Deus são livres: livres as terras, livres os animais, livres os homens...
Os homens naturais, são capazes de conhecer, de expressar seu pensamento e de trabalhar, são pois portadores de um direito natural (ou originário) de dispor de sua vida e de suas palavras como lhes convém, e de caçar animais e de ocupar um território em que possam trabalhar para sobreviver. 
Os homens naturais, são iguais uns aos outros, na medida em que não existe entre eles nenhuma diferença natural que autorize um a limitar a liberdade do outro. Formam suas famílias e realizam as trocas que julguem proveitosas. Nesse estágio os homens naturais firmam promessas recíprocas para regularem suas vidas, promessas que são naturalmente obrigados a respeitar, uma vez que, sem respeito, o uso da promessa perde qualquer significação. Eles decidem sobre signos – a moeda – graças aos quais as trocas de bens são facilitadas. Desse modo, as pessoas não mais se atêm, em particular no que se refere a ocupação do território, aos poucos acres de terra necessários à sobrevivência de uma família. A sociedade dos homens torna-se mais complexa e surgem cada vez mais numerosos riscos de conflitos.
Os conflitos mais notórios e mais prejudiciais têm como origem os atentados ao direito que cada um tem de dispor de sua vida, de seus bens e de exigir o respeito aos compromissos assumidos.
Independentemente do fato de que os homens naturais possam legitimamente punir o culpado de violar seus direitos e obrigá-lo a reparar o dano e prejuízo causado, tal procedimento apresenta o risco de engendrar uma sequência indefinida de violências pois...”os ladrões e desonestos são, em geral, mais robustos e mais astuciosos do que o comum dos proprietários”.
Portanto, é conveniente que os que desejam a pela realização dos princípios do direito natural, ou seja, o livre desenvolvimento de cada um, entrem em sociedade e instituam uma instância que tem como fim organizar essa sociedade segundo regras comuns e usar meios adequados para aplicá-las.
Desse modo, os proprietários, reúnem-se e entram em acordo para definir o poder público encarregado de realizar o direito natural.
Esse poder é soberano, na medida em que ele atue segundo seu fim, a saber:
Legislar, fixando as regras de exercício da soberania, leis orgânicas do Estado ou sua Constituição, definindo as leis para o direito público e o direito privado, tendo como perspectiva aplicar os direitos naturais às particularidades empíricas da sociedade.
Julgar, punindo as faltas contra a lei e se empenhando no sentido de fazer com que reine a ordem de justiça decorrente dos direitos naturais, requisitando a força pública a fim de que tenham efetividade as punições e sejam reparados os prejuízos.
Governar, tomando decisões sobre a guerra e a paz e as medidas administrativas exigidas pela salvaguarda da coletividade, a segurança dos cidadãos e a proteção de suas livres atividades.
Para Locke o que impõe a instauração da ordem política é a impotência dos homens naturais diante da ameaça dos inimigos internos e externos. Os direitos naturais não têm força: é indispensável constituir um poder que os enuncie e formalize – que lhes dê força de lei – e que imponha sua efetividade (mediante a coerção).
Se o Estado fracassar em sua missão e contrariar os direitos naturais, seria um dever dos súditos desencadear a “insurreição sagrada” e formar governos decididos a fazer do Estado um poder a serviço das liberdades inscritas em cada indivíduo.
Montesquieu (1689-1755)
A natureza das coisas...
O autor se esforça no sentido de revelar o espíritodas leis, ou seja, a mais forte curva da relação entre variáveis diversas concretas e relativas que fazem e desfazem as leis humanas. Se “todos os seres têm suas leis”, tanto a divindade como o mundo material, a humanidade tem suas leis próprias:
“Examinei inicialmente os homens e supus que, nessa infinita diversidade de leis e costumes, eles não eram movidos unicamente por suas fantasias. Coloquei os princípios e observei os seus casos particulares se desdobrarem como que por si mesmos; as histórias de todas as nações serem apenas suas consequências; e cada lei particular aparecer ligada a uma outra lei, ou depender de uma outra mais geral.”
Como todas as leis, as leis humanas são...”relações necessárias que derivam da natureza das coisas”.
A razão humana não cai do céu; ela é induzida da observação da realidade social.
As leis mantêm relações com a natureza e com o princípio de cada governo.
Os governos podem ser diferenciados a partir de sua natureza (a partir de sua estrutura particular que define o modo de detenção e de exercício do poder) mas também a partir de seu princípio (que remete aos costumes e à comunicação humana)
Importa considerar a diferença entre a natureza e o princípio de cada governo.
A natureza é o que o faz ser (sua estrutura particular)
O princípio é o que o faz agir (as paixões humanas que o põem em movimento)
Levando-se em conta a interdependência entre a natureza e o princípio, “há três espécies de governo: o republicano, o monárquico e o despótico”. República democrática ou aristocrática.
O governo republicano se caracteriza pelo fato de que o poder é detido pelo povo (sua natureza) e que nele reina a virtude/ amor pela res publica (seu princípio).
O governo monárquico é aquele no qual um só governa através de leis fixas e estabelecidas (sua natureza) e que condiciona a honra (princípio) 
O governo despótico caracteriza-se pelo governo de um só (natureza) sendo o temor o seu (princípio)
A liberdade política
“É preciso ter em mente o que é independência e o que é liberdade. A liberdade é o direito de fazer tudo o que as leis permitem; e, se um cidadão pudesse fazer o que elas proíbem, não teria mais liberdade, porque os outros teriam também esse poder.” 
A liberdade política, portanto, pode se encontrar apenas num governo onde o poder seja moderado porque limitado:
“é uma experiência eterna a de que todo home que tem poder é levado a abusar do mesmo; ele vai até o ponto em que encontra limites (...).Para que seja impossível abusar do poder, é preciso que, pela disposição das coisas, o poder freie o poder.”
A moderação do poder, depende de uma certa distribuição das forças, que resulte da razão e não do acaso.
A partir do estudo da Constituição da Inglaterra (Livro XI) distingue três espécies de potências(poderes): a legislativa, a executiva e a judiciária.
“tudo estaria perdido se o mesmo homem, ou o mesmo corpo de principais e nobres, ou do povo, exercesse esses três poderes: o de fazer leis, o de executar resoluções públicas e o de julgar os crimes e as disputas entre particulares.”
O autor prega o sistema de acordo mútuo das potências, a fim de que as três forças políticas principais não possam, nenhuma delas abusar do poder.
Importa refletir que o abuso do poder não pode ter significação apenas jurídica, no sentido da contenção do poder num estrito limite legal. 
Importa repousar os controles recíprocos entre os poderes, em sua dimensão política:
“Abusar do poder, segundo sua ideia, consiste em exercê-lo de modo excessivamente unilateral. Portanto, não abusar dele é usá-lo para uma política, através de medidas que levem em conta a multiplicidade e a diversidade dos interesss e das concepções que estão presentes na sociedade. A moderação, assim entendida, é a linha média, a resultante da composição de forças; é o compromisso (...)

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