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ECONOMIA POLÍTICA - PROVA 2

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Moeda
Funções da moeda.
A divisão social do trabalho favorece o sistema de troca. Pessoas trabalhando de forma específica favorece os excedentes, de forma que se tem vantagem na troca: é mais vantajoso trocar do que produzir todos os produtos necessários. As necessidades obedecem uma hierarquia:
Sobrevivência Objetivo
Conforto
Luxo Subjetivo
Na troca, deve haver uma padronização de valores.
O primeiro sistema de trocas foi o escambo. Na troca, deve haver uma padronização de valores e o escambo oferece dificuldade na quantividade da troca – quanto por quanto. A segunda dificuldade é a variação das necessidades das pessoas.
Surge, então, o sistema de moedas, para facilitar o escambo e as trocas.
- Escambo.
Algumas mercadorias, por suas características, servem como um meio comum de troca. Essas mercadorias devem ser relativamente raras e devem suprir as necessidades reais de uso comum. São exemplos o sal, o gado, a lã, as especiarias, etc. A mercadoria a ser trocada varia de acordo com as regiões e a demanda das populações.
- Metalismo.
Apresenta problemas de homogeinidade e divisibilidade, uma vez que os bens divisíveis, ao serem fracionados, perdem valor. São exemplos o ouro e a prata.
A moeda abstrata está relacionada ao Estado – necessita de políticas estáveis para manter o seu valor.
- Papel-moeda.
O papel moeda é um título representativo da quantidade de ouro e prata existentes no país, é a abstração pura da economia. Há os indicadores econômicos, como o PIB. O sistema atual não é mais baseado em lastro e fortalece o caráter dinâmico da economia. Provoca a desmaterialização dos meios de pagamento (moeda escritural e moeda digital). É um sistema baseado na confiança, por isso, a necessidade da transparência das contas públicas, a independência do Banco Central e a solidez dos ativos reais. Estes fatores são decisivos para a estabilidade da moeda.
- Funções modernas da moeda:
Intermediação de trocas;
Medida de valor;
Reserva de valor;
Facilitadora do crédito.
A moeda não está isolada da sociedade: os fluxos reais interagem com os fluxos monetários. A quantidade de moeda circulante tem de mais ou menos estar equilibrada com os bens e serviços do país (fluxos reais e fatores de produção – terra, trabalho e capital). A moeda propicia a troca dos fluxos reais.
Os fluxos monetários são: salários, arrendamentos e aluguéis (relacionados a terra e o capital), a taxa de depreciação (os bens ao longo do tempo vão se depreciando, ou seja, indica menos moeda), direitos de propriedade, juros, etc.
Processo de multiplicação da moeda – teoria quantitativa da moeda.
O efeito multiplicador da moeda faz surgir um sistema de reservas fracionárias, ou seja, um sistema bancário mantém apenas parte de seus depósitos como reserva. Isso ocorre porque um banco, por definição, opera com sistema de captação de poupança e concessão de empréstimos. A diferença entre os juros pagos aos poupadores e os juros cobrados dos mutuários é o lucro do banco, o chamado spread bancário.
- Razão de reserva:
Fração de depósitos que o banco mantém como reserva. Uma das maneiras que o governo tem de controlar a inflação é aumentando a fração de reservas.
- Multiplicador.
Quantidade gerada de moeda pelo sistema bancário a partir de suas reservas.
- Operações de mercado aberto.
Compra e venda de títulos do governo pelo Banco Central.
- Depósito compulsório.
Regulamentação relativa ao montante de reservas que os bancos devem manter. Regulador: Banco Central.
- Taxa de redesconto.
Juros cobrados pelo BC sobre os empréstimos concedidos pelos bancos.
- Mecanismos de controle do BC:
Operações de mercado aberto, taxa de redesconto, mercado compulsório, controla o efeito regulador da moeda, juros.
É importante controlar o efeito multiplicador da moeda porque este efeito pode ser levado ao infinito se não for contido, trazendo graves danos à economia (inadimplência generalizada). Isto ocorre porque o empréstimo pode servir de meio de pagamento para outro, é o caso dos chamados “papagaios”.
Entretanto, com todas as medidas de regulação da economia, o Banco Central não pode controlar totalmente os outros atores: os poupadores e os próprios bancos.
Os poupadores podem decidir deixar mais dinheiro depositado e isso eleva a oferta de moeda, portanto, o seu efeito multiplicador. Além disso, há de se considerar o capital estrangeiro e este capital pode ser apenas especulativo. Também pode acontecer o contrário – a população não confiar na moeda local e recorrer a outra moeda (ex: Argentina, onde a moeda oficial pouco é usada no comércio; o dólar é marjoritário).
Ativos reais e ativos financeiros.
Ativos reais são aqueles que podem proporcionar rendimentos a seus detentores ou podem atender as necessidades sociais e individuais – os bens e serviços.
Já os ativos financeiros constituem uma forma de riqueza que é acumulada como meio de acesso a outras formas de riqueza, que possam atender às necessidades reais dos agentes econômicos. São as moedas e os títulos. Os ativos financeiros podem ser monetários ou quase monetários.
- Monetários.
Tem liquidez absoluta. São os meios de pagamento preferenciais.
- Quase-monetários.
Precisam ser liquidados, isto é, convertidos em moeda. São os cheques, títulos de crédito, letras de câmbio.
Nos países desenvolvidos os ativos monetários representam cerca de ¼ dos ativos financeiros e os ativos quase-monetários, os outros ¾. Esta proporção se dá de acordo com o grau de maturidade e estabilidade do sistema financeiro. Os ativos quase-monetários são mais utilizados nos países desenvolvidos porque estes, justamente, possuem uma estabilidade econômica que proporciona a confiança nas trocas.
A inflação é o fenômeno do desequilíbrio entre ativos reais e ativos financeiros, dado que os ativos financeiros devem estar mais ou menos de acordo com o que existe na economia do país.
Velocidade de circulação da moeda.
A velocidade de circulação da moeda está relacionada com a oferta e a demanda de moeda, além dos custos de oportunidade de retenção de saldos monetários. 
Quanto mais altos os custos de oportunidade de retenção menor a preferência por liquidez pode transformar-se em aversão à liquidez. Relaciona-se ao comportamento de todos os ativos econômicos. Quanto mais instável um país, maior a velocidade de circulação da moeda, o que acaba acarretando na alta da inflação. 
Fatores que influenciam:
Transação – previsão temporal para efetuar trocas.
Precaução – atender as necessidades do futuro.
Especulação – desejar ganhos especulativos.
Relacionam-se com fatores externos:
Expectativas futuras.
Usos e costumes do mercado.
Grau de maturidade do sistema financeiro.
Grau de incerteza.
Condições estruturais (concentração, concorrência, rigidez contratual).
Teoria Quantitativa da Moeda
Inflação
- Equação de Fisher.
Abstrato real
m.v = p.y
m = oferta monetária p=preços 
v = velocidade de circulação da moeda y = volume de produção 
A equação de Fisher é comprovada pelos índices dos variados países. É um dado importante para que os economistas mensurem para onde vai a economia. Fisher relaciona de maneira definitiva que se há expansão do mundo haverá expansão dos preços. A equação de Fisher dá a base para a discussão do lastro da moeda e a necessidade de um país de decidir a sua moeda, em relação ao lastro.
A oferta monetária não influencia somente os preços, influencia também nos juros e, com isto, o setor real da economia. Liquidez e juros transmitem-se para o setor real, pois, quanto mais juros, mais esforços o setor real deverá fazer para pagá-los. Os preços, por sua vez, refletem-se no estado geral de liquidez e isso faz com que as linhas de expansão monetária (preços) caminhem mais ou menos em paralelo, no decorrer do tempo (longo prazo).
O vetor que liga a economia real com o abstrato é o JURO. ->teoria quantitativa.
Para baixar a inflação, aumentam-se os juros.
A estabilidade não é a regra da economia, ela é a exceção. Pode ocorrer por inúmeros fatores: clima, guerra, política, modismo influenciam na estabilidade econômica. O sistema econômico funciona em movimentos de desajuste e correção, são eles:
Inflação: persistentes altas de preços.
Desinflação: retorno à instabilidade.
Deflação: queda generalizada dos preços associado à estagnação econômica.
Reflação: volta à estabilidade geral, após a deflação.
A deflação acontece após um período de recessão econômica. Estagnação e recessão é a deflação. Juntamente com a reflação, formam fenômenos mais graves e duradores na economia. Já a inflação e a desinflação são fenômenos normais, menos graves e de menor durabilidade na economia. É a deflação que causa o grande desemprego – o desemprego estrutural.
Mesmo que a inflação tenha várias causas, será sempre um fenômeno monetário, porém, seus efeitos vão além das fronteiras monetárias. O problema está nos meios de que as pessoas dispõem para aumentar a sua renda nominal, a fim de que ela acompanhe o aumento dos preços e, portanto, para que a renda nominal mantenha o poder aquisitivo. Saber se algo está caro ou barato não é apenas saber o preço, mas sim, saber a relação entre renda e preço. Se a renda das pessoas melhora (acima da inflação), se tem uma melhor distribuição de riquezas. Deve-se medir a distribuição das riquezas através da diminuição da inflação do salário. Exemplo: se a média dos aluguéis sobe acima da inflação, os vendedores de imóveis estarão ganhando mais. 
O problema é saber quais são os mecanismos que as pessoas têm para proteger a sua rende frente a inflação. O mecanismo que os assalariados têm é a greve – se o salário está sendo todo consumido, deve-se reivindicar o aumento; é a defesa da força de trabalho. O tempo de defasagem também é importante (data-base). A inflação é, particularmente, perversa para os mais pobres, favorecendo a concentração da riqueza; os ricos têm mas meios de proteção de renda, enquanto o pobre é refém do consumo.
Outros males sociais da inflação:
- O reajuste frequente dos preços gera custos adicionais (marcação, remarcação).
- Maior variabilidade dos preços relativos. Uma mesma mercadoria, em situação análoga, pode ser encontrada com grandes diferenças de preço, trazendo a insegurança do consumo e do investimento.
- Efeitos tributários: se os tributos não forem indexados, pode haver distorções e até mesmo um aumento indireto. Pessoas que não pagavam impostos podem vir a pagar.
Com a inflação persistente, o setor financeiro da economia se hipertrofia, causando maior velocidade de circulação da moeda pela ânsia de ganhos especulativos. Do outro lado, o setor real da economia sofre com o desestímulo à produção e perde seu papel fundamental de orientador de preços e recursos. Primeiro é afetada a eficácia alocativa e, logo em seguida, a eficiência produtiva da economia.
A inflação alta acirra conflitos entre classes, corrói as bases morais da convivência civilizada e exacerba a pobreza.
*A hiperinflação foi uma das causas do nazismo.
*O Brasil não teve uma situação desastrosa devido à hiperinflação salva pelo sistema de correção monetária. Nos anos 90 a hiperinflação coincide com a “década perdida” – quando o crescimento da economia foi zero. A forma histórica, que persiste até hoje, foi o Plano Real, que entrou para o manual de combate à hiperinflação no mundo.
PLANO REAL – pilares:
- Lei de responsabilidade social (pressão inflacionária): o governo não pode gastar mais do que arrecada e não pode deixar dívidas para o próximo governo.
- Independência do Banco Central: deve ser independente político dos governos, para resistir a emissão descontrolada de moeda.
- Corte drástico na cultura inflacionária: a população deve ter uma cultura de aversão à inflação.
- Independência dos institutos que medem a economia (exemplo: IBGE).
O Sistema Financeiro
Orçamento é um conjunto de previsões associado a um conjunto de execuções.
Podem ser equilibrados, superavitários ou deficitários. Teoricamente, se todos os orçamentos fossem equilibrados não haveria lugar para intermediários financeiros.
Aqui surge, então, a noção de crédito: os detentores de orçamentos superavitários emprestam os seus artigos monetários para os detentores de orçamentos deficitários. Entre esses, deve ser pactuado um prazo (podendo ser este único ou diferido no tempo, que é o parcelamento) para devolução. Para cobrir os custos de oportunidade do empréstimo surgem os juros, visto que todo empréstimo gera um custo de oportunidade. Aqui surge um problema: devo cobrar juros? Quanto de juros devo cobrar? Os juros devem ter uma limitação ("Parábola dos Talentos", no livro de Mateus e Marcos).
Por que aparecem intermediários entre o portador dos detentores de orçamentos superavitários e dos detentores de orçamentos deficitários? As instituições financeiras são intermediárias dessa relação. Os empréstimos, por exemplo, acabam possibilitando a realização de negócios que sem as instituições financeiras não seria possível. Pode-se dizer, assim, que as instituições financeiras aumentam os fluxos reais da economia. A medida de tudo está na quantidade de juros cobrados: por isso que o governo, quando quer estimular a economia, baixa as taxas de juros.
INSTITUIÇÕES.
Benefícios:
- Geram canais permanentes de crédito, facilitando, assim, o acesso ao crédito pelos consumidores.
- Princípio da especialização: sai mais barato trocar os excessos do que produzir todos os produtos.
- Diluição dos riscos: cadastros, filtros, condução e diluição dos custos operacionais.
- Ganhos de eficácia: sustentação e expansão dos fluxos reais. Se não houvesse financiamento, o comércio diminuiria, uma vez que vivemos em uma economia de crédito.
Malefícios:
Quando o sistema financeiro deixa de ser um instrumento de melhoria dos fluxos reais e acaba por virar o fim em si mesmo, adquirindo natureza especulativa.
SISTEMA FINANCEIRO NACIONAL.
Subdive-se em: subsistema normativo e subsistema de intermediação.
Subsistema normativo: são os órgãos de regulação e de fiscalização do sistema financeiro. O primeiro órgão é o Conselho Monetário Nacional (define as principais diretrizes do sistema, as chamadas "linhas de macroeconomia". É o órgão que mais se aproxima da Economia Política). O segundo é o Banco Central do Brasil, que é um órgão técnico. Existem ainda: Comissão de Valores Mobiliários, que é responsável pelo mercado de ações; a Superintendência de Seguros Privados e a Secretaria de Previdência Complementar (não confundir com a previdência pública).
Subsistema de intermediação: é composto por instituições financeiras captadoras de depósitos à vista, as quais são compostas por: bancos múltiplos, bancos comerciais, caixas econômicas e cooperativas de crédito.
Bancos de investimento, de desenvolvimento, agências de fomento, companhias hipotecárias, etc --> Outras inst. financeiras.
Instituições auxiliares: bolsas de mercadorias de futuro, sociedades de capitalização, soc. seguradoras, soc. de arrendamento mercantil, entidades de previdencia privada, etc.
Mercado de Trabalho.
O mercado de trabalho é um mercado derivado em relação ao mercado de produtos com o qual se relaciona. Os produtos não se fazem por si só, pois precisam de trabalhadores. O custo da mão de obra é embutido nos produtos. Embora o mercado de trabalho seja derivado, ele pode ser estudado de forma específica. Como todo mercado, o mercado de trabalho está sujeito às leis da oferta e da demanda e pode sofrer intervenção estatal.
“As pessoas optam por trabalhar”.
Ex: mercado de trabalho das domésticas.
Diminuição da oferta causa aumento do salário (efeito substituição).
Ex 2: o envelhecimento da população na Europa e o desenvolvimento de políticas imigratórias (efeito substituição).
Fatores que influenciam o mercado de trabalho:
Renda, faixa etária, novas tecnologias, educação, programas sociais,etc.
TRANSAÇÕES MUTUAMENTE BENÉFICAS E PARCIALMENTE NEGATIVAS.
O plano ideal é que todas as trocas sejam mutuamente benéficas. O que se cede deve ser razoavelmente parecido com o que se recebe.
As transações mutuamente benéficas se fazem por ignorância ou por medo dos efeitos da violência.
*Troca: renúncia da violência para obter o que se deseja. Ex: África subssariana (floresta úmida, minas de ouro) e África Saara (deserto, minas de sal).
- Transações mutuamente benéficas.
São transações em que existe estimativa paritária de reciprocidade proporcional.
- Transações parcialmente negativas.
Existem outras transações em que a disparidade econômica é tão grande que gera a exploração. 
Ex 1: relações de trabalho.
Ex 2: relações de consumo.
Na empresa capitalista, o proprietário domina os principais momentos do processo produtivo (aquisição e comercialização), deixando para os trabalhadores (que atuem geralmente em série) a responsabilidade da transformação da matéria-prima. A riqueza é apropriada pelo patrão, assim como os lucros derivados do trabalho excedente.
- Relações parcialmente negativas.
Exploração: condição para o sistema funcionar.
Alienação: empregados não dominam todo o processo produtivo.
Quando extremadas, as relações parcialmente negativas geram tensões sociais (greves, motins, revoltas, revoluções).
Os Estados foram desenvolvendo, então, formas de intervir nas empresas para que as tensões sociais diminuam.
INTERVENÇÃO ESTATAL NO MERCADO DE TRABALHO.
Há duas maneiras de o Estado intervir no mercado de trabalho: direta e indiretamente.
- Intervenção direta.
Estado como empregador, tomador de mão-de-obra. Vemos a intervenção direta com a colocação de servidores e funcionários públicos no mercado de trabalho.
- Intervenção indireta.
A intervenção está na legislação trabalhista. É a CLT, as normas técnicas do ministério do trabalho (seguradoras de segurança do trabalho, higiene, etc). Há as convenções coletivas de trabalho, que são acordos feitos pelos sindicatos e as convenções da organização internacional do trabalho.
CONDIÇÕES PARA A FORÇA DE TRABALHO INTEGRAL – MERCADO FORMAL.
- Tempo: deve ser determinado ou determinável, para que o trabalho seja juridicamente livre.
- Trabalhador não vende mercadorias as quais seu trabalho seu trabalho está relacionado ou incorporado, vende apenas sua força de trabalho.
- Relação de emprego formal: um contrato formal de trabalho é um negócio jurídico pelo qual uma pessoa física (empregado) se relaciona com uma pessoa física ou jurídica (empregador) e se compromete a prestar trabalho contínuo e subordinado, mediante salário.
4 elementos da relação formal de emprego:
Pessoalidade: empregado sempre pessoa física. Contrato personalíssimo em relação ao empregado.
Continuidade: de trato sucessivo – prestações e contraprestações se renovam periodicamente no tempo, assim como seus respectivos adimplentes. Principal prestação do empregado (trabalhar). Principal prestação do empregador (pagar/dar). Obrigações de trato sugestivo geram expectativas recíprocas.
Onerosidade: ambas as partes suportam esforços econômicos. Não existe contrato de trabalho gratuito; ele é sempre oneroso. A onerosidade é mensurada através de diferentes parâmetros – unidade de tempo, tarefa/produção, percentagens/comissões.
Subordinação: a subordinação nasce do binômio dependência – direção. Fator dependência é fato, fator direção é jurídico. Num sistema capitalista, a maioria dos trabalhadores assalariados dependem do salário para sobreviver. Entende-se que o salário tem natureza alimentar. Quem depende economicamente obedece, porém, não há previsão na lei sobre obediência dos trabalhadores. A dependência é uma relação, então, de fato. A direção é o poder do empregador. Poder diretivo: fixar objeto do contrato, modo de trabalho, tempo de trabalho, lugar, fim.
 Poder hierárquico: especifica e hierarquiza as funções dos empregados estabelecendo as respectivas remuneração.
 Poder disciplinar: sanções aos empregados (advertências, suspensões e despedida por justa causa. -> todos esses poderes são limitados pela lei ou pelo próprio contrato.
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE ATIVA.
O primeiro critério para defini-la é a idade. A idade é definida pelo sistema legal de cada país. Os empregados podem estar plenamente ocupados ou subempregados (trabalho informal). Há ainda os desempregados, os quais estão buscando trabalho ou estão dispostos a encontrar trabalho.
POPULAÇÃO ECONOMICAMENTE NÃO ATIVA.
Há os chamados trabalhadores desalentados que, teoricamente estão aptos ao trabalho, entretanto, por algum motivo está há algum tempo fora do mercado de trabalho; os inativos, que são os aposentados e os incapacitados, que são os idosos já aposentados, os aposentados por invalidez, dentre outras possibilidades.
DESEMPREGO.
A taxa de desemprego é o índice mais importante e confiável para saber se uma economia está em crescimento ou em recessão: a mão-de-obra é um fator de produção, logo, é importante. A decisão de despedir das empresas é difícil, pois o empregador/a empresa tem que se equilibrar em um binômio: de um lado é uma tentação reduzir custos despedindo trabalhadores, de outro, se eu despedir trabalhadores vou produzir menos e estarei jogando fora tudo o que investi nele (capitação-humana).
- Como se mede a taxa de desemprego? Não há uma taxa padrão. Ela deve ser comparada com ela própria. Compara-se com períodos de tempo. O desemprego varia de país para país no decorrer do tempo.
O desemprego pode ser conjuntural (depende da conjuntura economica momentanea. Os postos de trabalho podem ser recuperados após a conjuntura de crise economica, isto é, não há extinção e os serviços e as indústrias nao perdem a sua capacidade de instalá-los), estrutural (há uma extinção defitiva dos postos de trabalho porque se muda o padrão produtivo porque sao instaladas novas tecnologias, houve graves catástrofes tipo guerras, etc. No setor bancário do Brasil, houve uma grande taxa de desemprego. Com o desemprego estrutural, ocorre tambem a migração da população para outros setores da economia.) e friccional (o desemprego friccional relaciona-se a rotatividade media do mercado de trabalho: pessoas deixam de trabalhar pelas mais variadas razões [demissão, etc]).
Diz-se que um país tem pleno-emprego quando o país tem taxa de desemprego entre 3% e 4%. Sempre há um pouco de desemprego porque há uma rotatividade normal. Exemplo: as legislações sobre indenizações trabalhistas e o seguro-desemprego podem alterar (alargar ou diminuir) o desemprego friccional No Brasil, cerca de 50% da população está em situação formal.
Fatores que influenciam na taxa de emprego/desemprego: índices de natalidade, outras rendas, previdência, indenizações trabalhistas, inserção das mulheres no mercado de trabalho, definições legais de capacidade para o trabalho, escolaridade, migrações, extensão da jornada de trabalho.
- Desemprego e o salário.
A legislação trabalhista muito forte gera desemprego ou diminui a produção, de acordo com a visão liberal. Uma legislação trabalhista que favoreça as convenções coletivas, aumentando a média salarial, também gera desemprego.
Teoria salário-eficiência: pensa no salário sob forma dinâmica de distribuição da renda. Certas empresas consideram vantajoso pagar salários superiores , uma vez que os salários mais altos tendem a melhorar a produtividade dos trabalhadores, de forma que possibilita a melhora da saúde dos mesmos e reduz a rotatividade da mão-de-obra, que se haver demais, gera custos altos às empresas.
Os países mais desenvolvidos possuem convenções mais complexas. A desigualdade de renda é muito menor e menos concentrada do que nos países em desenvolvimento. 
Relações Econômicas Internacionais.
Os recursos e as características dos povos são desiguais, devido às diferenças geográficas: dimensões diferentes, recursos naturais diferentes.
As trocas entre os países são complexas e necessitam de tecnologiapara a facilitação. Ex: petróleo, essencial para qualquer nação, raro e de difícil extração.
As relações obedecem ao princípio da vantagem comparativa da especialização – se produz, assim, mais e melhor permitindo a maior expansão da troca. Entretanto, há fatores macroeconômicos (geopolítica, soberania, etc); as trocas internacionais não obedecem às ideologias políticas, elas são pragmáticas. Ex: na ditadura de Franco, não era permitido a tradução de livros de relações internacionais, contudo, para a comercialização e reprodução desses, mandava-se para outros países para que fizessem a tradução e então, eram repassados novamente à Espanha. 
Basicamente, há dois fatores que impulsionam as trocas internacionais:
Diferenças dos recursos naturais.
Os recursos naturais, como já dito, são desigualmente distribuídos pelo globo. Isso tem a ver com a área territorial – quanto maior o território, maior a tendência de se ter mais recursos -, ocorrências localizadas, como, por exemplo, se verifica em importantes produtos: carvão (75% do carvão está entre 6 países: Reino Unido, EUA, China, RUS, ALE, POL. No Brasil, há em SC e no RS, porém é um carvão de qualidade inferior); petróleo, onde a maior concentração (85%) está no Oriente Médio e, além da quantidade, é o petróleo de maior qualidade; urânio, que é matéria prima das bombas atômicas e é muito usado nas usinas nucleares, está na África do Sul, nos EUA e no CAN; cobre, encontrado no Chile, Zaire e Zâmbia, dentre outros.
O Brasil, hoje, está entre os maiores produtores de commodities agrícolas. É um dos maiores produtores de soja, café, arroz, laranja, cacau, madeira, milho, carne bovina e frango. Importamos, principalmente, trigo.
Atributos construídos assimétricos.
Estão inclusos os outros dois fatores de produção: trabalho e capital.
A EDUCAÇÃO permite o desenvolvimento tecnológico, de modo a dar a qualificação dos fatores de produtos (centros tecnológicos, por exemplo). A qualificação está vinculada com as HERANÇAS CULTURAIS, exemplo: o Japão tem uma tradição histórica na fabricação de espadas e, após a industrialização, passou a produzi-las com ação, de maneira a qualificar a fabricação e o uso do aço. Ou seja, as heranças históricas favorecem as indústrias. Os países, enfim, trocam porque além de possuírem recursos diferentes, possuem culturas diferentes.
Países em grande território apresentam menor percentual de exportações para importações em relação ao PIB. Ao contrário, os pequenos dependem mais das trocas internacionais. Além das trocas internacionais, os países de grande extensão territorial produzem para o seu próprio consumo e comercialização interna, logo, se tem uma maior dinâmica na economia.
Não basta possuir os recursos naturais, pois estes devem ter a otimização da exploração, isto é, fomentar a industrialização por diferentes aspectos e não ficar na dependência de um produto em específico. Certos países sofrem da “maldição das commodities” que é, exatamente, quando um país fica refém de um único produto, retrocedendo as trocas internacionais e, em virtude disso, o desenvolvimento do país.
A diferença entre os dois fatores determinantes das trocas geram o FLUXO DE COMÉRCIO INTERNACIONAL. Suas características são:
- Especialização: ganho de escala e redução de custos.
- Ganhos de eficiência: fluxos internacionais fomentam a concorrência entre o mercado interno e o mercado externo. Às vezes, para conter a inflação, os países fazem políticas de importação para compensar os déficits internos. Ex: Programa Mais Médicos.
- Maior diversidade de produtos = maior qualidade de vida. Ex: óleo de oliva.
O conjunto complexo do fluxo internacional é chamado de GLOBALIZAÇÃO.
Desenvolvida no mercantilismo nos séculos XVI ao XVIII. Vem de um contexto de acumulação metalista, colonialismo, controle de câmbio, nacionalismo e protecionismo. O saldo da balança comercial de um país decorre do déficit de outro (fortalecimento de alguns Estados em detrimento de outros). É a ideia de Portugal e sua colônia, Brasil (na colônia não podia haver concorrência, etc para Portugal lucrar em cima). Isso fez gerar algumas guerras, como a guerra entre Inglaterra e Portugal, e as guerras napoleônicas.
Também caracterizado pelo controle centralizado das operações cambiais, com o intuito de favorecer o acúmulo de moeda. Essa é a velha política do metalismo. O segundo momento da globalização, pós metalismo, é o da hegemonia britânica nos mares, fortalecendo o comércio em nível mundial. O terceiro momento da globalização é a hegemonia estadunienes pós as grandes guerras. Hoje, o comércio é multilateral, contido de blocos econômicos regionais: Mercosul, Nafta, UE, Bloco Asiático e assim sucessivamente.
A globalização tem como características:
- A integração e a consolidação de esferas econômicas de coprosperiedade (para o bem e para o mal). Ex: União Europeia.
- Empresas transnacionais. Em um primeiro momento, eram chamadas de multinacionais, que reproduziam os produtos dos países de origem. Atualmente, as transnacionais montam os produtos, isto é: cada país faz parte do produto (cada um fabrica uma peça) e a finalização é realizada em um outro. A produção e a montagem sofreram um processo de complexidade, localizando operações e não produtos. Portanto, aproveita vantagens comparativas de cada país.
- Tecnologia em áreas estratégicas: transporte, comunicação, processamento e transimissão de dados.
- Desregulamentação e liberalização do comércio: a política neoliberal.
Consequências da globalização:
- Maior semelhança nos sistemas nacionais (homogeinização). Ex: moda. Há maior variedade de produtos, entretanto, são semelhantes/padronizados.
- Convergência dos mecanismos de regulação: leis, decretos, tratados -> a facilitação do comércio depende de um aparato de regulamentos. Ex: pesos e medidas.
- Maior influência dos organismos multilaterais: há a perda do atributo das soberanias nacionais. Ex: o euro na UE, FIFA (mudou a lei da venda de cervejas nos estádios).
- Importância de temas supranacionais: meio-ambiente, circulação de trabalhadores, migrações.
- Reorientação da ação dos governos: os governos nacionais tem que fazer suas políticas compatibilizando projetos nacionais com projetos internacionais.

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