Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
1 Aula 05 – Tensão de ruptura de Fundações Superficiais Prof.Dr. Paulo Márcio Fernandes Viana 5.1 Introdução Para avaliar a tensão de ruptura - r de uma fundação superficial é necessário verificar a capacidade de carga do solo abaixo do EEI e a capacidade de transmissão de carga do EEI. A figura 1 ilustra o sistema. Figura 1. Sistema de equilíbrio para fundações superficiais. A tensão de ruptura - r depende de diversos fatores: da geometria da sapata, do solo lateral confinante, da altura de instalação da sapata, dos parâmetros de resistência do solo, etc. É necessário verificar para cada condição de contorno a tensão de ruptura. 5.2 A formulação de Terzaghi (1943) Considere o sistema de equilíbrio apresentado pela figura 2. As principais hipóteses adotadas por Terzaghi (1943) foram: - A sapata é corrida (comprimento L >>>> largura B) - problema bidimensional; 2 - A profundidade (h ≤ B), o que permite - resistência ao cisalhamento da camada de solo situada acima da cota de apoio é desprezada (q = γ h); - O solo na base da sapata é compacto ou rijo (ruptura geral). Figura 2. Condição de equilíbrio fundamental. Terzaghi (1943) adotou dois modos de ruptura, caracterizados pela r definida na curva x . A ruptura geral é definida pelo ponto específico da curva onde os recalques são infinitos para um carregamento constante e a ruptura local onde o ponto não é estabelecido e é adotado como sendo o valor da abscissa onde a curva torna-se retilínea. A figura 3 ilustra. A partir do equilíbrio fundamental da cunha I, pode-se obter as expressões: 3 tan 4 tan2 Bc B Ep r (1) Figura 3. Modos de ruptura. A solução da equação (1) é possível desde que Ep seja conhecido, entretanto isto não é possível, pois não há como conhecer uma solução generalizada que leve em conta o peso do solo e a sobrecarga. Para tanto, Baseado nos estudos de Prandtl (1921), Reisnner (1924), Meyerhof (1955), Terzaghi e Peck (1967) chegaram a expressão, considerando a sobreposição de efeitos: SNBNqSqqcNcScr 2 1. (2) 4 Onde: Nc, Nq e N são fatores de capacidade de carga e Sc, Sq e S são os fatores de forma A figura 4 apresenta os valores dos fatores de capacidade de carga em função do ângulo de atrito do solo. Figura 4. Valores dos fatores de capacidade de carga (Terzaghi e Peck, 1967) Os valores das linhas pontilhadas referem-se aos valores quando se considera a ruptura local (solo mole ou fofos). Para o caso destes solos, Terzaghi (1943) propõe que os valores de resistência sejam reduzidos: cc 3 2´ (3) tan 3 2tan ´ (4) 5 SNBSqNqqScNccr ´2 1´.´´ (5) 5.3 A proposta de Vésic (1975) Vésic (1975) considera três modos de ruptura. A figura 5 ilustra. Figura 5. Modos de ruptura. A ruptura geral caracteriza-se por uma superfície de ruptura continua que extende-se da borda da sapata até a superfície do terreno. Nestes casos, a fundação tomba (girando em torno do eixo vertical) sob carregamento bem 6 definido e de modo contínuo. Este tipo de ruptura ocorre geralmente em solos pouco compressíveis (areias compactas e argilas rijas), mas depende ainda da profundidade de embutimento; Na ruptura local não há uma definição clara da tensão de ruptura e geralmente consiste de um estado intermediário. Somente pode-se observar a ruptura na base da fundação; A ruptura por puncionamento não altera de modo significativo o solo lateral e a tensão não é bem caracteriza. Não ocorre o tombamento da fundação e a sapata continua apresentando equilíbrio vertical. Geralmente este tipo de ruptura esta associada a solos moles ou fofos. A figura 6 apresenta um gráfico representativo do tipo de ruptura em função da compacidade do solo arenoso e do embutimento h/B* 7 Figura 5. Modos de ruptura em areais. Segundo Vésic, a capacidade de carga pode ser obtida pela expressão: SNBNqSqqcNcScr 2 1. (6) Os fatores de capacidade de carga podem ser obtidos na tabela 1 e os fatores de forma na tabela 2. 8 9 5.4 Correlações SPT x adm (Joppert Jr, 2007) )/( 05,0 2mkNSPTmédioadm Onde: SPTmédio = Média aritmética dos SPTs da base da sapata até a cota de apoio do bulbo de tensões (2B ≤ L ≤ 3B). L = profundidade do bulbo e B = Menor dimensão da sapata. Não é recomendável utilizar tensões superiores a 400 kPa, salvo em análises mais profundas. Para areias usualmente o valor do denominador é 0,03. 10
Compartilhar