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Mirian Elizabet Hahmeyer Collares Planejamento e Políticas Educacionais Sumário 03 CAPÍTULO 4 – Como garantir que todos tenham acesso às políticas sociais? .......................01 Introdução ...................................................................................................................01 4.1 Ações de inclusão social ...........................................................................................01 4.1.1 Políticas de ação afirmativa ..............................................................................01 4.1.2 Inclusão social via Ação Afirmativa ...................................................................04 4.2 A inserção da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” ...........................................06 4.2.1 A educação contra o racismo ...........................................................................07 4.3 A inserção da temática “História e Cultura Indígena” ...................................................11 4.3.1 A questão indígena na educação brasileira ........................................................11 Síntese ..........................................................................................................................15 Referências Bibliográficas ................................................................................................16 01 Capítulo 4 Introdução Você já deve saber que as políticas sociais são públicas, isto é, são voltadas a todos os cidadãos, certo? Você também já deve ter conhecimento de que essas políticas são ações de governo e que variam dependendo do programa do governo eleito. Isso significa que cada mudança de governo é sempre acompanhada por alterações nas políticas sociais. Você certamente já ouviu que existem políticas sociais que priorizam o atendimento à população mais pobre, por exemplo. Mas você sabia que existem ações de governo destinadas apenas a uma parcela dos brasileiros? Sabia que essas ações têm por objetivo garantir que todos os cida- dãos possuam igualdade de acesso às políticas públicas? Neste capítulo, vamos identificar na legislação atual de educação como ocorre a inclusão de parcelas da população com maiores dificuldades de acesso a essas políticas (tais como indíge- nas e negros, por exemplo). Iremos discutir também por meio de quais ações o governo busca garantir o direito de todos à educação. Vamos lá! 4.1 Ações de inclusão social Como você deve saber, o Brasil é um dos países com maior multirracialidade do mundo. Como afirmou Darcy Ribeiro (1995, p. 22), “Mais que uma simples etnia, porém, o Brasil é uma etnia nacional, um povo-nação, assentado num território próprio e enquadrado dentro de um mesmo Estado para nele viver seu destino”. Você também deve ter percebido que as questões raciais são constantes na educação brasileira, tendo sido definitivamente incorporadas ao sistema educacional através dos Parâmetros Curricu- lares Nacionais (PCNs) e da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), de 1996. Você sabe dizer se esse de- bate possui novas regulamentações? Você é capaz de responder por que é importante levar para a sala de aula essas discussões? Então fiquei atento, pois discutiremos tais questões neste tópico. 4.1.1 Políticas de ação afirmativa Você deve compreender que as políticas sociais são criadas para atender aos direitos sociais garantidos pela Constituição Federal de 1988. No entanto, sabemos que, apesar das garantias legais, existem parcelas da população que não conseguem ver seus direitos realizados plena- mente. Você já se perguntou por que isso ocorre? O que impede que crianças em idade escolar estejam nas escolas? Por que pessoas doentes não conseguem atendimento de saúde? Como garantir que todos tenham acesso às políticas sociais? 02 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais Figura 1 - Apesar das garantias legais, há parcelas da população que não têm seus direitos cumpridos ou respeitados. Fonte: Anton_Ivanov, Shutterstock, 2016. Para compreendermos isso, é preciso entender como se constituiu a sociedade brasileira e como, historicamente, essas desigualdades de direitos foram sendo combatidas. A esse debate trazemos a noção de Ação Afirmativa. Em linhas gerais, podemos definir a política de Ação Afirmativa como uma estratégia de gover- no que busca resgatar a concepção de igualdade. Estamos falando aqui de algo que vai além da igualdade formal garantida pela Constituição; nos referimos à igualdade de fato. A política, portanto, oferta meios para que todos os cidadãos, independentemente de suas condições de gênero, de raça ou cor, possuam as mesmas oportunidades. Um dos textos mais relevantes sobre o tema foi escrito por Sabrina Moehlecke, sendo intitulado “Ação Afirmativa: história e debates no Brasil”, publicado em Cadernos de Pesquisa (2002), que você pode ler na íntegra pelo endereço: <http://www.scielo. br/pdf/cp/n117/15559.pdf>. VOCÊ QUER LER? Dessa forma, a Ação Afirmativa representa um instrumento para corrigir as desigualdades so- ciais, sejam elas econômicas ou políticas. Segundo Moehlecke (2002, p. 203), [...] podemos falar em ação afirmativa como uma ação reparatória/compensatória e/ou preventiva, que busca corrigir uma situação de discriminação e desigualdade infringida a certos grupos no passado, presente ou futuro, através da valorização social, econômica, política e/ou cultural desses grupos, durante um período limitado. A ênfase em um ou mais desses aspectos dependerá do grupo visado e do contexto histórico e social. Saiba que o termo Ação Afirmativa foi popularizado nos anos de 1960 nos Estados Unidos, como uma discriminação positiva, servindo como base para a reivindicação de igualdade de oportuni- dades a todos os cidadãos, em especial pelos movimentos negros contra a segregação racial em ambientes públicos (como escolas, ônibus, igrejas etc.). A segregação naquele país perdurou até 1964 com a aprovação da Lei dos Direitos Civis. 03 Martin Luther King Jr. foi um pastor e ativista do movimento negro norte-americano que recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1964, popular em todo o mundo por suas reivindi- cações não-violentas em prol do reconhecimento da igualdade entre negros e brancos (VEJA, 1968). VOCÊ O CONHECE? No Brasil, o termo Ação Afirmativa aparece com os movimentos sociais da década de 1980, ser- vindo de base para a reivindicação de uma maior responsabilidade do poder público em relação às questões raciais, étnicas e de gênero. Perceba que o movimento coincide com a reabertura democrática pela qual o país passava (MOEHLECKE, 2002). Segundo Moehlecke (2002), no texto da Constituição de 1988, podemos identificar a legalidade de Ações Afirmativas na garantia de manutenção e proteção da mulher no mercado de trabalho e a reserva de percentual de cargos e empregos públicos para portadores de deficiências. Figura 2 - No Brasil, as reivindicações dos movimentos sociais foram atendidas pela Constituição de 1988. Fonte: minoru suzuki, Shutterstock, 2016. Outro avanço da Constituição de 1988, no sentido de reconhecer e enfrentar as desigualdades da sociedade brasileira, pode ser identificado no princípio de dignidade da pessoa humana (arti- go 1º e 3º). Trata-se de um dos princípios fundamentais da República Federativa do Brasil: “[...] construir uma sociedade livre, justa e solidária; erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as desigualdades sociais e regionais; promover o bem de todos, sem preconceitos, de origem, raça, sexo, idade e quaisquer outras formas de discriminação” (BRASIL, 1988). E, aí, a Lei Maior é aberta com o artigo que lhe revela o alcance: constam como fundamentos da República Brasileira a cidadania e a dignidade da pessoa humana, e não nos esqueçamos jamais de que os homens não são feitos para asleis; as leis é que são feitas para os homens. Do art. 3º vem-nos luz suficiente ao agasalho de uma ação afirmativa, a percepção de que o único modo de se corrigir desigualdades é colocar o peso da lei, com a imperatividade que ela deve ter em um mercado desequilibrado, a favor daquele que é discriminado, que é tratado de forma desigual. (MELLO, 2001, p. 3) Podemos então entender que as Ações Afirmativas fazem parte de uma proposta estatal de in- clusão social. A noção de inclusão parte da perspectiva de assegurar a igualdade de condições e de oportunidades aos grupos sociais discriminados historicamente, como, por exemplo, os afrodescendentes, índios e as mulheres (MEC, 2007). 04 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais 4.1.2 Inclusão social via Ação Afirmativa Ao falarmos em inclusão, comumente nos lembramos dos portadores de necessidades especiais, não é mesmo? Isso ocorre porque denominamos de Educação Inclusiva a acessibilidade de deficientes nas escolas regulares. Saiba que essa modalidade de inclusão se deu após a “Decla- ração de Salamanca”, texto resultante da Conferência Mundial de Educação Especial ocorrida na Espanha em 1994, no qual estão dispostas as diretrizes internacionais de inclusão educacional aos portadores de deficiência. Acompanhe! • Toda criança tem direito fundamental à educação e deve ser dada a oportunidade de atingir e manter o nível adequado de aprendizagem. • Toda criança possui características, interesses, habilidades e necessidades de aprendizagem que são únicas. • Sistemas educacionais deveriam ser designados e programas educacionais deveriam ser implementados no sentido de se levar em conta a vasta diversidade de tais características e necessidades. • Aqueles com necessidades educacionais especiais devem ter acesso à escola regular, que deveria acomodá-los dentro de uma Pedagogia centrada na criança, capaz de satisfazer tais necessidades. • Escolas regulares, que possuam tal orientação inclusiva, constituem os meios mais eficazes de combater atitudes discriminatórias, criando-se comunidades acolhedoras, construindo uma sociedade inclusiva e alcançando educação para todos; além disso, tais escolas provêem uma educação efetiva à maioria das crianças e aprimoram a eficiência e, em última instância, o custo da eficácia de todo o sistema educacional. (MACIEL, 2000, p. 51). Outra forma de discriminação social combatida pela noção de inclusão social se refere às ques- tões de gênero, ou seja, à distribuição desigual das oportunidades entre homens e mulheres. Em um estudo realizado na Espanha, mas que serve muito bem à nossa realidade, Montsserat Moreno (2003) observou que existe na sociedade o androcentrismo (a concepção do homem, masculino, como centro social) que é internalizado por meio dos costumes, conferindo aos ho- mens uma espécie de superioridade sobre a mulher. O androcentrismo consiste em considerar o ser humano do sexo masculino como o centro do universo, como a medida de todas as coisas, como o único observador válido de tudo o que ocorre no nosso mundo, como o único capaz de ditar leis, de impor a justiça, de governar o mundo. É precisamente esta metade da humanidade que possui a força (os exércitos, a polícia), domina os meios de comunicação de massa, detém o poder legislativo, governa a sociedade, têm em suas mãos os principais meios de produção e é dona e senhora da técnica e da ciência. (MORENO, 2003, p. 23). Ainda segundo esse estudo, Moreno (2003) defende o papel central da educação no processo de combater a discriminação sexista, pois é na escola que aprendemos a pensar e a questionar. Assim, a escola pode refletir e discutir os papéis sociais desempenhados por homens e mulheres, independente de seus estereótipos de gênero. A ideia é que, pela educação, possamos intervir e reconhecer as diferenças sem que isso resulte em desigualdade de oportunidades. CASO Com a obrigatoriedade de que sejam elaborados os Planos Estaduais e Municipais de Educação, o debate sobre a inclusão das questões de gênero tem esbarrado em diferentes pontos de vista. De um lado, estão os educadores e pesquisadores das mais diversas áreas defendendo a impor- tância de tratar as questões de gênero na escola através dos conteúdos, visando a redução da 05 discriminação e do preconceito. Por outro, certos setores da sociedade, em especial ligados às igrejas, defendem que a orientação de gênero deve fazer parte da educação familiar e comu- nitária, independente dos conteúdos escolares. Para se ter uma dimensão da proporção desse debate, até 12 de maio de 2016, dos 23 PEE aprovados, apenas 13 fazem menção a igualdade de gênero (SALGADO, 2016). Em 1995, podemos identificar, ainda segundo Moehlecke (2002), as primeiras políticas de cotas na legislação eleitoral pela exigência de 30% de mulheres nas candidaturas. Já na educação, segundo a autora (MOEHLECKE, 2002), podemos identificar três tipos de ações afirmativas: • adoção de aulas de complementação (cursos preparatórios e/ou reforço etc.); • financiamento de custos (custeio de mensalidades, bolsas de estudos, auxílio moradia etc.); • mudanças nas modalidades de ingresso (sistemas de cotas, alternativas ao vestibular etc.). Como você pode perceber, existem diferentes formas de ação afirmativa, das quais o sistema de cotas é uma das mais visíveis e também uma das mais polêmicas. Isso porque, ao afirmar o direito de acesso a minorias sociais (negros, índios, pobres), ele acaba por reduzir os direitos dos demais cidadãos que não pertencem a esses grupos. A adoção de cotas na educação brasileira é mais facilmente identificada no ensino superior. Saiba que essa adoção começou na Universidade de Brasília, em 2000, com reserva de vagas para estudantes negros, e foi seguida pelo estado do Rio de Janeiro, que determinou, entre 2002 e 2003, que 50% das vagas das universidades estaduais seriam destinadas a estudantes de esco- las públicas. Posteriormente, as políticas universitárias de cotas para o acesso foram difundidas em quase todos os estados brasileiros. VOCÊ PODE VER? Confira o documentário intitulado “Raça Humana”, produzido pela TVCâmara em 2004. Nele, você poderá conhecer a realidade sobre a implementação da política de cotas na Universidade de Brasília. Disponível em:< http://www.camara.gov.br/internet/tvcama- ra/default.asp?lnk=BAIXE-E-USE&selecao=BAIXEUSE&nome=baixeCidadaniaDoc>. Em 2012, foi aprovada a Lei 12.711 - Lei de Cotas, a qual garante 50% das vagas das institui- ções federais de ensino superior para estudantes oriundos de escolas públicas, visando garantir a democratização do ensino superior e a redução das desigualdades sociais do país (BRASIL, 2012). VOCÊ QUER VER? O Ministério da Educação disponibiliza em seu site um iconográfico explicativo sobre a política de cotas no ensino superior nacional. Neste endereço, você pode saber como funciona o sistema de cotas, a legislação e ainda poderá tirar dúvidas sobre o tema: <http://portal.mec.gov.br/cotas/sobre-sistema.html>. Vale a pena conferir! Na Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, no artigo 26º, é assegurada a inclusão de conteúdos nos currículos da educação básica que respeitem as características regionais e locais, a cultura e a economia dos diferentes grupos sociais. No parágrafo 4º do artigo, está assim definido: “O ensino 06 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais da História do Brasil levará em conta as contribuições das diferentes culturas e etnias para a forma- ção do povo brasileiro, especialmente das matrizes indígena, africana e europeia” (BRASIL, 1996). Figura 3 – Em 1996 definiu-se que as contribuições da cultura africana passariam a constar no ensino da História do Brasil. Fonte: YaromirM, Shutterstock, 2016. Entenda que esses avanços no sentido degarantir uma educação mais inclusiva, que permita a todos o acesso a essa importante política social brasileira, podem ser identificados no Plano Nacional de Educação (PNE). Ao se referir às crianças portadoras de necessidades especiais, a meta 4 expõe: 4 - Educação Especial/Inclusiva Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados (BRASIL, 2014). Você pode observar que o PNE, portanto, não se limita à educação inclusiva, mas expande a perspectiva de valorização das diferenças e a democratização de todos os níveis e modalidades de ensino. Outras formas de garantir o acesso indiscriminado ao sistema nacional de educação se dão por meio das regulamentações específicas, tais como as leis que garantem o ensino de História e Cultura Africana e Indígena. 4.2 A inserção da temática “História e Cultura Afro-Brasileira” Você já deve ter ouvido falar que o Brasil é um país multirracial e multicultural diversas vezes, assim como deve saber que racismo é crime em nosso país. Por outro lado, você também deve conhecer inúmeros casos de discriminação racial que ocorrem cotidianamente. Basta um sim- 07 ples acesso à internet para nos depararmos com diversas manifestações racistas. Mas por que isso acontece? Por que, em pleno século XXI ainda encontramos processos discriminatórios e preconceituosos? E na escola, você consegue perceber o racismo? Neste tópico, discutiremos as implicações desses questionamentos. 4.2.1 A educação contra o racismo O racismo é uma mácula da sociedade em geral, e está entranhado em nossa cultura de tal for- ma que o reproduzimos sem nos darmos conta disso. Em sua origem, ainda no período colonial, ele se manifestava na exclusão dos negros escravos do âmbito social (de hegemonia branca), empurrando-os assim para a margem da sociedade e estigmatizando-os como “marginais”. Po- rém, essa “marginalização” não impediu a dinâmica de miscigenação, a qual ampliou o racismo também aos mestiços (MARÇAL e LIMA, 2015). Figura 4 - A marginalização do negro não impediu a dinâmica da miscigenação. Fonte: Anna Omelchenko, Shutterstock, 2016. Esse processo, segundo Marçal e Lima (2015), incluiu na ótica social de discriminação negros, pardos, indígenas, enfim, todos que não eram considerados “brancos”. Tal condição se manteve mesmo após a abolição da escravatura com a Lei Áurea de 1888. Ainda como cidadãos livres, os negros foram discriminados, não apenas socialmente, mas também em seus direitos e garantias sociais. Que no Brasil costuma-se falar em “democracia racial”? No sentido de reforçar a ideia de que existem harmonia e tolerância social entre os grupos étnicos que compõem a sociedade (negros, índios e brancos). Esse termo tem sua origem no livro de Gilberto Freire, intitulado “Casa Grande e Senzala”, publicado em 1933 (SANTOS, 2006). VOCÊ SABIA? Segundo Cruz (2005, p. 27-28), não possuímos registros formais sobre a história da educação dos negros no Brasil. Temos apenas alguns registros dos primeiros anos do Brasil República que apontam que algumas camadas negras da população frequentavam as escolas oficiais. Ainda segundo Cruz (2005), há registros de escolas criadas por negros, como o Colégio Perseverança em Campinas/SP (1902), por exemplo. Somente a partir da segunda metade do século XIX é que existem registros da participação da população negra no sistema educacional brasileiro. 08 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais Os mecanismos do Estado brasileiro que impediram o acesso à instrução pública dos negros durante o Império deram-se em nível legislativo, quando se proibiu o escravo, e em alguns casos o próprio negro liberto, de frequentar a escola pública, e em nível prático quando, mesmo garantindo o direito dos livres de estudar, não houve condições materiais para a realização plena do direito (CRUZ, 2005, p. 29). Cabe observar que somente nos debates que antecederam a elaboração da Lei de Diretrizes e Bases da educação nacional de 1961 é que encontramos claramente a proposição da democra- tização do ensino, independente das questões de classe, raça ou crença (MARÇAL e LIMA, 2015). Confira a seguir o que define seu artigo 1º. Art. 1º, a educação nacional, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por fim: [...] g - A condenação a qualquer tratamento desigual por motivo de convicção filosófica, política ou religiosa, bem como a quaisquer preconceitos de classe ou de raça. (BRASIL, 1961). A mesma concepção de democratização da educação, independente das diferenças raciais, pode ser encontrada na LDB de 1971, sem alterações significativas. Cabe ressaltar que o debate social, em especial pela organização de movimentos negros, quanto ao combate à discriminação e ao racismo foi intensificado nesse período (MARÇAL e LIMA, 2015). Dessa forma, podemos observar que a inclusão da população negra no sistema educacional, bem como nas demais esferas da sociedade, ocorreu de forma lenta e gradual, em grande me- dida por pressões dos movimentos negros ao reivindicarem seu lugar na sociedade, em busca de seu reconhecimento enquanto cidadãos brasileiros. Figura 5 - Observe a inclusão social de negros no sistema educacional. Fonte: udeyismail, Shutterstock, 2016. Assim, podemos dizer que, no Brasil, o movimento negro ganhou força política a partir da dé- cada de 1970, o que foi pautado no debate para garantir os direitos sociais e a equidade entre brancos e negros, em especial, nas temáticas educativas (LOPES, 2014). Segundo Lopes (2014), o movimento negro emerge no Brasil como uma “negatividade histórica”, ou seja, pelo ques- tionamento da história oficialmente propagada como sendo branca e racista, pois mantinha os negros na condição de servidão social. 09 Com base no texto de Lopes (2014), podemos resumidamente destacar os principais movimentos negros no Brasil, desde a colônia até a atualidade, da seguinte maneira: • a formação do quilombos (território onde se refugiavam os negros que fugiam da escravidão), caracterizados pela resistência; • revoltas de escravos (por exemplo, a Revolta dos Malês na Bahia em 1835); • a Revolta da Chibata no Rio de Janeiro, em 1910 (após a abolição); • a Frente Negra Brasileira, movimento que reivindicava direitos iguais entre brancos e negros, tendo sido originado em 1931 no estado de São Paulo, transformado em partido político em 1936 e extinto em 1937; • em 1978, a organização do Movimento Negro Unificado (MNU); • em 1995, em Brasília, a organização da Marcha Zumbi dos Palmares contra o Racismo, pela Cidadania e a Vida, em comemoração dos 300 anos da morte do líder quilombola. Essa organização resultou em um documento entregue à presidência da República, intitulado Programa de Superação do Racismo e da Desigualdade Racial; • após os anos 2000, o movimento negro se destaca em lutas em prol de políticas públicas de ação afirmativa; • em 2001, após a 3ª Conferência Mundial contra o Racismo, a Discriminação Racial, a Xenofobia e Formas Correlatas de Intolerância, promovida pela Organização das Nações Unidas (ONU), foi organizada no Brasil a Conferência Nacional Contra o Racismo e a Intolerância; • em 2003, foi instituída a Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), atualmente vinculada ao Ministério da Justiça e Cidadania; • a promulgação da Lei Federal 10.639, de 2003, a qual dispõe sobre a obrigatoriedade do ensino da cultura Afro-brasileira e indígena nas escolaspúblicas e privadas do Brasil; • em 2004, o Parecer CNE/CP 03/2004 e a Resolução CNE/CP 01/2004, os quais regulamentam e instituem as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais, para o ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana nas escolas brasileiras; • em 2010 foi criado o Estatuto da Igualdade Racial. Após a Constituição de 1988, a qual definiu o racismo como crime passível de ser punido com pri- são, com a promulgação de uma nova LDB em 1996, novos avanços puderam ser observados na educação nacional, no sentido de garantir a população negra o acesso e a permanência na esco- la. Entenda que, ainda que essa LDB não apresente texto específico para a população negra, ela aborda as questões de raça, incluindo a temática étnico-racial, (em especial a questão indígena). Em 2003, foi promulgada a Lei 10.639, estabelecendo a obrigatoriedade de inclusão da temá- tica “História e Cultura Afro-Brasileira” nos currículos de ensino fundamental e médio. Seu obje- tivo era reconhecer a importância da inserção da cultura afro-brasileira no ensino, combatendo o racismo e a discriminação racial. 10 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais Para você se aprofundar mais nesse debate, sugerimos a leitura do artigo de Luena Nascimento Nunes Pereira, intitulado “O ensino e a pesquisa sobre a África no Bra- sil e a lei 10.639”, publicado pela Revista África e Africanidades, em 2010. Disponível em: <http://www.africaeafricanidades.com.br/documentos/01112010_16.pdf>. VOCÊ QUER LER? Assim, ficou definido em seu parágrafo 1º: O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da África e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil. (BRASIL, 2003). Saiba que essa lei foi alterada pela Lei n. 11.645 em 2008, a qual incluiu, além da obrigato- riedade do ensino de história afro-brasileira, a história indígena nos currículos do ensino funda- mental e médio. VOCÊ QUER VER? A TV Brasil disponibiliza um episódio da série Brasilianas, intitulado “A obrigatorie- dade do estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”, de 2014. Dis- ponível em: <http://tvbrasil.ebc.com.br/brasilianas/episodio/a-obrigatoriedade-do- -estudo-da-historia-e-cultura-afro-brasileira-e-indigena>. No vídeo, é apresentado um debate entre especialistas sobre a importância da temática. O Estatuto da Igualdade Racial, criado em 2010, compreende as garantias de igualdade, de oportunidades e a defesa dos direitos étnicos com vistas ao combate à discriminação e à intole- rância. Assim, são considerados (BRASIL, 2010): I - discriminação racial ou étnico-racial: toda distinção, exclusão, restrição ou preferência baseada em raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica que tenha por objeto anular ou restringir o reconhecimento, gozo ou exercício, em igualdade de condições, de direitos humanos e liberdades fundamentais nos campos político, econômico, social, cultural ou em qualquer outro campo da vida pública ou privada; II - desigualdade racial: toda situação injustificada de diferenciação de acesso e fruição de bens, serviços e oportunidades, nas esferas pública e privada, em virtude de raça, cor, descendência ou origem nacional ou étnica; III - desigualdade de gênero e raça: assimetria existente no âmbito da sociedade que acentua a distância social entre mulheres negras e os demais segmentos sociais; IV - população negra: o conjunto de pessoas que se autodeclaram pretas e pardas, conforme o quesito cor ou raça usado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ou que adotam autodefinição análoga; V - políticas públicas: as ações, iniciativas e programas adotados pelo Estado no cumprimento de suas atribuições institucionais; VI - ações afirmativas: os programas e medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades. 11 Essa legislação abriu espaço para uma série de ações e programas governamentais no sentido de incluir minorias no sistema educacional brasileiro. Podemos identificar, segundo informações do MEC (2016), uma série de cursos de capacitação e aperfeiçoamento destinados a educadores visando atender as exigências na educação. Desde 2005, mais de 52 mil profissionais da edu- cação já fizeram cursos de Educação Quilombola, de Educação para as Relações Étnico-Raciais, de História Afro-brasileira e Africana e de Políticas de Promoção da Igualdade Racial na Escola (MEC, 2016). O Ministério da Educação (MEC) disponibiliza um site intitulado “Educação para as relações étnico-raciais”, por meio do qual você pode se inteirar mais sobre a temática. Disponível em: <http://etnicoracial.mec.gov.br/index.php>. VOCÊ QUER LER? Observe que as Ações Afirmativas na educação fazem parte de um conjunto mais amplo de com- bate às desigualdades sociais brasileiras. A ideia é desconstruir processos históricos de discrimi- nação e preconceito racial nas diversas áreas, tais como no trabalho, na saúde e na educação. Nesse sentido, segundo o Conselho Nacional de Educação - CNE (BRASIL, 2004), a regulamen- tação não só reconhece a importância desses grupos sociais para o desenvolvimento nacional, como também garante: [...] o direito dos negros, assim como de todos os cidadãos brasileiros, cursarem cada um dos níveis de ensino, em escolas devidamente instaladas e equipadas, orientados por professores qualificados para o ensino de diferentes áreas de conhecimentos; com formação para lidar com as tensas relações produzidas pelo racismo e discriminações, sensíveis e capazes de conduzir a reeducação das relações entre diferentes grupos étnico-raciais entre eles descendentes de africanos, de europeus, de asiáticos, e povos indígenas. Estas condições materiais das escolas e de formação de professores são indispensáveis para uma educação de qualidade para todos, assim como é o reconhecimento e valorização da história, cultura e identidade dos descendentes de africanos. Assim, a inclusão do ensino da história africana e sua cultura contribui para a formação de cidadãos conhecedores de suas origens, respeitando as diferenças e valorizando a sociedade brasileira. 4.3 A inserção da temática “História e Cultura Indígena” Tal como a temática afrodescendente, a questão indígena também se tornou obrigatória no currículo do ensino fundamental e médio. Isso se deu com a alteração da legislação em 2008 (Lei n. 11.645). O objetivo é valorizar a cultura dos povos indígenas, combater a discriminação e o preconceito, bem como concretizar a inclusão efetiva desta parcela da população nas políticas sociais. 4.3.1 A questão indígena na educação brasileira Você sabia que apesar de constituírem a população de origem do país, os povos indígenas brasileiros só se tornaram cidadãos de direito a partir da Constituição de 1988? Antes disso, a população indígena, composta por diversas nações, era tutelada pelo Estado e não dispunha de direito sobre suas terras, sua cultura e língua, ou seja, tudo o que possuíam eram do Estado, cabendo-lhes apenas a manutenção de suas vidas (LIMA, 2015). 12 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais VOCÊ QUER VER? A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) disponibiliza um infográfico sobre a população e as terras indígenas brasileiras, no qual você poderá observar a distribuição dessa população no território nacional. Disponível em: < http://www.funai.gov.br/arquivos/ conteudo/ascom/2013/img/12-Dez/pdf-brasil-ind.pdf >. A tutela indígena data da criação do Serviço de Proteçãoaos Índios (SPI), substituído pela Funda- ção Nacional do Índio (FUNAI) em 1967, como órgão oficial responsável por prestar assistência à população indígena brasileira. A ideia era uma espécie de “nacionalização dos índios”, de que a “[...] política indigenista adotada iria civilizá-lo, transformaria o índio num trabalhador nacional” (FUNAI, 2016). Segundo a FUNAI (2016), em 1928 foi oficialmente declarada a tutela indígena pelo Estado Brasileiro (Decreto 5.484). Assim, passaram a ser administrados todos os bens materiais (terras) e imateriais (cultura, língua, representação política) indígenas por funcionários estatais, também chamados de indigenistas. Figura 6 - Lembre-se de que o Serviço de Proteção aos Índios (SPI) foi substituído pela Fundação Nacional do Índio (FUNAI), em 1967. Fonte: Jos Post, Shutterstock, 2016. Nesse período, ainda segundo a FUNAI (2016), a educação da população indígena estava pautada na alfabetização de crianças e adultos (por meio de cultos cívicos), aprendizado em trabalhos manuais, técnicas agrícolas e pecuárias, além de cuidados corporais, tais como o uso de roupas e hábitos de higiene. Em outras palavras, podemos entender que a educação estava em alinhamento com a proposta de “nacionalização” indígena. O processo de democratização do Estado brasileiro, durante a década de 1980, permitiu e incentivou a ampla discussão da chamada “questão indígena” pela sociedade civil e pelos próprios índios, que começaram a se conscientizar e a se organizar politicamente, num processo de participação crescente nos assuntos de seu interesse (FUNAI, 2016). Assim, podemos observar a redação dos artigos 231 e 232 da Constituição de 1988: Art. 231. São reconhecidos aos índios sua organização social, costumes, línguas, crenças e tradições, e os direitos originários sobre as terras que tradicionalmente ocupam, competindo à União demarcá-las, proteger e fazer respeitar todos os seus bens. [...] 13 Art. 232. Os índios, suas comunidades e organizações são partes legítimas para ingressar em juízo em defesa de seus direitos e interesses, intervindo o Ministério Público em todos os atos do processo (BRASIL, 1988). O reconhecimento constitucional resultou, segundo Lima (2015), em uma mobilização dos mo- vimentos indígenas, especialmente na Amazônia, visando uma maior participação política e ampliação de sua representação jurídica. Essa mobilização garantiu aos povos indígenas acesso aos direitos e às políticas sociais, assim como o reconhecimento de seus direitos sobre a terra. Segundo o censo demográfico de 2010, realizado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a população indígena conta com 896.917 pessoas, 305 etnias e 274 línguas diferentes (IBGE, 2010). VOCÊ SABIA? A inclusão da questão indígena no sistema educacional brasileiro se deu com a promulgação da Lei de Diretrizes e Bases (LDB) de 1996, cuja redação do artigo 78 está exposta a seguir. Art. 78. O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios, desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de educação escolar bilingüe e intercultural aos povos indígenas, com os seguintes objetivos: I - proporcionar aos índios, suas comunidades e povos, a recuperação de suas memórias históricas; a reafirmação de suas identidades étnicas; a valorização de suas línguas e ciências; II - garantir aos índios, suas comunidades e povos, o acesso às informações, conhecimentos técnicos e científicos da sociedade nacional e demais sociedades indígenas e não-índias (BRASIL, 1996). Dessa forma, podemos observar que, diferente da população negra brasileira, aos índios está garantida legalmente a inclusão do que conveniamos chamar de “educação indígena”. Segundo a FUNAI (2016), a LDB/96 garante uma educação escolar específica, diferenciada, intercultural, multilíngue e comunitária, em regime de colaboração entre o Ministério da Educação (MEC), os estados e municípios, garantindo a ampla participação das comunidades indígenas. O artigo 79 da LDB/96 dispõe que: Art. 79. A União apoiará técnica e financeiramente os sistemas de ensino no provimento da educação intercultural às comunidades indígenas, desenvolvendo programas integrados de ensino e pesquisa. § 1º Os programas serão planejados com audiência das comunidades indígenas (BRASIL, 1996). No parágrafo 2º do mesmo artigo estão dispostos os objetivos que devem compor os Planos Nacionais de Educação quanto ao atendimento da população indígena: práticas socioculturais e a valorização da língua materna de cada comunidade indígena; programas de formação es- pecializada na educação escolar nas comunidades indígenas; currículos e programas específicos com conteúdo cultural correspondentes às respectivas comunidades; elaboração e publicação de material didático específico e diferenciado. 14 Laureate- International Universities Planejamento e Políticas Educacionais Figura 7 - A LDB/96 garante uma educação escolar diferenciada comampla participação das comunidades indígenas. Fonte: Glauco Capper /Ascom Ufac MEC, 2015. No ensino superior, o parágrafo 3º do artigo 79 garante o atendimento aos diferentes povos indí- genas nas universidades em programas especiais. Nesse sentido, em 2005, o Ministério da Edu- cação criou o Programa de Apoio à Formação Superior e Licenciaturas Interculturais Indígenas (Prolind), com o objetivo de formar professores específicos para atender a educação indígena. CASO Você sabia que está em discussão no Ministério da Educação (MEC) a criação da Universidade Indígena? Desde 2014, existe um grupo de trabalho elaborando o projeto de criação de uma instituição de educação superior intercultural indígena. A ideia é a formação de profissionais indígenas para gerir os territórios etnoeducacionais – programa criado em 2009 (Decreto 6.861) que busca apoiar a implementação, avaliação e o enraizamento da Política de Educação Escolar Indígena nas mais diversas áreas (saúde, educação, direito etc.) (MEC, 2014). Podemos concluir este capítulo compreendendo que a questão indígena possui direitos específi- cos acompanhados por políticas próprias. Trata-se aqui de questões diferentes das que envolvem a população negra nacional, que dispõe de igualdade formal (jurídica) e que, para ter os direitos sociais garantidos, necessita de Ações Afirmativas diretas. As garantias formais que a população indígena conquistou desde a Constituição de 1988 não se colocaram como benefício estatal, mas sim como resultado de grande mobilização por parte das comunidades indígenas e das ins- tituições criadas para a proteção dessa parcela da população. 15 Síntese Neste capítulo, apresentamos as estratégias governamentais adotadas no Brasil, em especial após a Constituição de 1988, para garantir a igualdade de acesso de todos os cidadãos às po- líticas educacionais. Agora, você possui conhecimentos suficientes para identificar na educação nacional como são definidas as questões étnico-raciais. Aqui, você teve a oportunidade de: • compreender que alguns segmentos sociais precisam de ações e estratégias específicas para ter seus direitos atendidos pelas políticas públicas; • reconhecer a importância da inserção das questões étnico-raciais na educação brasileira, em especial a obrigatoriedade do ensino de História e Cultura Afro-brasileira; • identificar a pertinência da inclusão das questões étnico-raciais na educação brasileira, em especial a temática da História e Cultura Indígenas nacional. Síntese 16 Laureate- International Universities Referências BRASIL. Constituição Federal de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/ Constituicao/Constituicao.htm>. Acesso em: 10 jun. 2016. ______. Constituição Federal de 1961. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm>. Acesso em: 24 jun. 1961. ______. 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