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História e Cultura AfroBrasileira e Indígena

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INTRODUÇÃO
O Brasil desde o descobrimento, vem sendo povoado por pessoas diversas, incluindo os nativos que aqui já habitavam então trata-se de uma nação heterogênea, isso significa que diferente de outras nações, possuímos uma variedade de culturas, e costumes pelo território brasileiro
Em se tratando de democracia, e para que exista respeito no âmbito educacional, os alunos devem ter acesso à cultura afro-brasileira e indígena com a finalidade de ampliar sua bagagem de conhecimento histórico, haja vista que a cultura afro e indígena são pilares de estruturação de povoamento do Brasil, país de dimensões continentais e vasta diversidade popular. Uma escola democrática deve levar em consideração a importância de todas as etnias e culturas em uma sociedade mista como é a brasileira, e isso inclui dar importância ao ensino das diversas culturas, inclusive a indígena e a afro-brasileira.
Quando a escola passa a agir de forma democrática e demonstrar a variedade de culturas que o Brasil possui, auxilia a combater os estereótipos e preconceitos, além de esclarecer a origem dos próprios alunos e da sociedade brasileira.
DESENVOLVIMENTO
“A importância da cultura afro-brasileira e indígena na construção de uma escola democrática”.
“A inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da Educação básica brasileira, através da promulgação das Leis 10.639, de 2003 e 11.645 de 2008 é um momento histórico impar, de crucial importância para o ensino da diversidade cultural no Brasil. Trata-se de um momento em que a educação brasileira busca valorizar devidamente a história e a cultura de seu povo afrodescendente e indígena, buscando assim reparar danos, que se repetem há cinco séculos, à sua identidade e a seus direitos. Esta inclusão nos currículos da educação básica amplia o foco dos currículos escolares para a diversidade cultural, racial, social e econômica brasileira”.( BORGES, E. M. F. v. 12, n. 1, p. 71-84, jan./jun., 2010 )
Ao longo da história do Brasil, que se deu hegemonicamente por meio da colonização, a escravidão e o autoritarismo contribuíram para a introdução, no imaginário social, do sentimento de incapacidade das populações negras e indígenas brasileiras. O negro brasileiro foi, desde sua chegada ao Brasil, o grande responsável pelas resistências à escravidão e às lutas pelo acesso à Educação. Foram eles, também, que se organizaram e criaram os movimentos sociais negros: “Falar de Movimento Negro implica no tratamento de um tema cuja complexidade, dada a multiplicidade de suas variantes, não permite uma visão unitária. Afinal, nós, negros, não constituímos um bloco monolítico, de características rígidas e imutáveis” (GONZALEZ, 1982, p. 18).
A ideia de que, no Brasil, a situação dos negros, descendentes de africanos que foram escravizados, teve um desfecho pautado na harmonia e na fraternidade é uma visão do senso comum. A sociedade brasileira resistiu à aceitação da nova condição dos negros, que passaram de escravizados a libertos, gerando um clima ameno na relação entre os antigos senhores de engenho e os ex-escravizados.
Desde o início da história educacional brasileira, o acesso à Educação foi pensado de uma forma que excluía alguma raça ou etnia, sempre preconceituosa e racista, pois os interesses do grupo étnico europeu foram alimentados por meio de ações institucionalizadas. Esse fato fez com que se permanecesse, até o momento, o preconceito e o racismo. Uma série de leis brasileiras relacionadas à Educação permitiu a exclusão de parcelas da população do acesso aos bancos escolares. Em 22/12/1837, a Lei Municipal nº 14m, em São Leopoldo/RS, proibia terminantemente escravos e pretos, embora livres ou libertos, de frequentarem as aulas públicas. Em 1838 foram proibidos de frequentar escola pública, pelo governo de Sergipe, os negros e portadores de doenças contagiosas. Em 17/02/1854, a Lei nº 1.331 estabeleceu a proibição de ingresso de escravos jovens na escola. A Lei nº 7.031-A, de 6/09/1878, estabeleceu que os negros só podiam estudar em cursos noturnos, contudo não havia luz nas escolas. Em 1893, Institutos de Educação católicos, em São Paulo instituíram o Regulamento do Seminário Episcopal cujo Art. 10º prescrevia que, para ter lugar entre os gratuitos e meio pensionistas do seminário, o pretendente não poderia ser de cor preta. Em 1899, surgiram as primeiras leis a respeito da obrigatoriedade do ensino fundamental. Os negros e os índios não foram contemplados.
Todo esse processo de exclusão dos negros gerou, para além da libertação oficial, a assinatura da Lei Áurea, pois era urgente a luta pela garantia de direitos e oportunidades. Isso estabeleceu uma trajetória incansável de busca por acesso a bens e serviços e por visibilidade nas políticas públicas. O processo de luta e resistência negra tomou outros rumos e encontrou diversos obstáculos. A mobilização, a reação e a resistência tiveram essencial significado na história do negro brasileiro e a marcou profundamente. A compreensão de que a população negra nunca aceitou passivamente a condição de desigualdade a que foi e é submetida é imprescindível para o reconhecimento do valor dessa população. Ao buscar a conquista pela dignidade, homens e mulheres negros travaram lutas com muito derramamento de sangue. O Brasil, assim como outros países, é marcado pela mestiçagem, tanto biológica, quanto cultural e social, entendendo, aqui, mestiçagem biológica como as misturas genéticas entre os diversos grupos raciais, que, por consequência, misturam também hábitos e costumes. Isso não significa que haja uma democracia racial em suas relações sociais, visto que as oportunidades são demarcadas pelo fenótipo e, principalmente, pela cor da pele. Portanto, negros e indígenas não foram reconhecidos e valorizados pela diversidade étnica e cultural, nem pela contribuição na formação da identidade nacional, além de ficarem relegados ao segundo plano no que tange ao acesso a bens e serviços, sobremodo em relação às oportunidades educativas. Sendo assim, terá que haver um planejamento com foco na equidade e que exija um claro compromisso de reverter a situação histórica que marginaliza grupos como os povos indígenas originários e as populações das comunidades remanescentes de quilombos e de afrodescendentes. As Diretrizes Curriculares defendem o pressuposto de que é papel da escola desconstruir a representação de que o afrodescendente tem como único atributo a descendência escrava, subalterna ou dominada. Em síntese, às escolas, atualmente, são atribuídas duas tarefas:
 A primeira é a responsabilidade de acabar com o modo falso e reduzido de tratar a contribuição dos africanos escravizados e de seus descendentes para a construção da nação brasileira. A segunda é fiscalizar que em seu interior alunos negros deixem de sofrer os continuados atos de racismo de que são vítimas. Assumir essas responsabilidades implica compromisso sociocultural da escola, para que dê certo e que realmente tenha abrangência fora da escola. Isso implica ainda no compromisso com a formação de cidadãos atuantes e democráticos, capazes de compreender as relações sociais e étnico-raciais das quais participam e que ajudam a manter. Com ações educativas de combate ao racismo e às discriminações é encaminhada a criação de condições para professores e alunos terem atitudes diferentes, assumindo a responsabilidade pelas relações étnico-raciais positivas, enfrentando e superando discordâncias, conflitos e contestações, e valorizando os contrastes das diferenças. 
“Segundo as Diretrizes, o ensino de História e Cultura Afro-brasileira e Africana e a educação das relações étnico-raciais devem ser desenvolvidas no cotidiano das escolas como conteúdo de disciplinas, particularmente Educação Artística, Literatura e História do Brasil, em atividades curriculares, trabalhos em salas de aula, nos laboratórios de ciências e de informática, na utilização de sala de leituras, bibliotecas, brinquedotecas, áreas de recreação e em outros ambientes escolares. Esteensino vem acontecendo por diferentes meios, inclusive pela realização de projetos de diferentes naturezas, projetos interdisciplinares com vistas à divulgação e ao estudo da participação dos africanos e de seus descendentes em episódios da História do Brasil. São projetos que culminam em feiras culturais, visitas a núcleos arqueológicos, museus e até a grupos remanescentes de quilombos”. .( BORGES, E. M. F. v. 12, n. 1, p. 71-84, jan./jun., 2010)
Estes projetos mostram exigências de mudança, de mentalidade, de maneiras de pensar e agir dos professores e alunos, assim como das instituições e de suas tradições culturais. Assim sendo, se impõe situações de aprendizagens entre brancos e negros, trocas de conhecimento, quebra de desconfianças, um projeto para a construção de uma sociedade justa, igual e equânime. Combater o racismo não é uma tarefa exclusiva da escola, as formas de discriminação de qualquer natureza não nascem ali, porém o racismo e as discriminações são recorrentes da sociedade, e muitas das vezes o que se aprende em casa ou na rua é levado para escola e vice versa. Para que as instituições de ensino desempenhem o papel de educar, é necessário que se construa um espaço democrático de produção e divulgação de conhecimento e de posturas que visam uma sociedade justa. Porém ela traz uma necessidade de professores qualificados para este trabalho, pessoas sensíveis e capazes de direcionar positivamente as relações entre pessoas de diferentes pertencimentos étnico-raciais, no sentido do respeito e da correção de posturas, atitudes e palavras preconceituosas.
“A promulgação da Lei 11.645, de 2008, veio a alterar a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, visando incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”. .( BORGES, E. M. F. v. 12, n. 1, p. 71-84, jan./jun., 2010)
Esta Lei altera no conteúdo programático da educação básica a inclusão dos diversos aspectos da história e da cultura que caracterizam a formação da população brasileira, a partir dos dois grupos étnicos: africana e indígena. A lei enfatiza o estudo da história da África e dos africanos, a luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil, a cultura negra e indígena brasileira e o negro e o índio na formação da sociedade nacional. Resgata assim as suas contribuições nas áreas social, econômica e política, pertinentes à história do Brasil. Estes conteúdos não serão ministrados em forma de disciplina específica, todavia, serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar. O sistema educacional brasileiro antes de sancionar a Lei 11.645,de 2008, não contemplava nossa herança cultural, formada a partir das heranças culturais europeias, indígenas e africanas. Os livros didáticos apresentavam uma visão eurocêntrica da História de nosso país, perpetuando estereótipos e preconceitos. A aprovação desta Lei, que inclui também o ensino de História e Cultura Indígena, vem sanar uma dívida social e uma lacuna, a ausência em nossa história desta diversidade cultural. Com a promulgação destas Leis se espera promover uma educação que reconheça e valorize a diversidade cultural, tornando a educação comprometida com as origens do povo brasileiro.Com a implementação das referidas Leis o sistema educacional enfrentará desafios como demandas de produção de conhecimento sobre os africanos, as lutas do negro no Brasil, a Consciência Negra, e a resistência indígena no contato com os brancos. É preciso que além da publicação de materiais sobre tais temáticas, uma urgente política de formação continuada para capacitar os professores seja implementada para trabalharem com tal temática. A questão racial ganhou visibilidade nos mais diversos setores, a Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (SECAD), hoje Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), foi criada em julho de 2004, seu “objetivo é contribuir para a redução das desigualdades educacionais por meio da participação de todos os cidadãos em políticas públicas que assegurem a ampliação do acesso à Educação”. Um fato que merece destaque, também, é a educação escolar quilombola, que a partir da Conferência Nacional de Educação (CONAE) ocorrida em Brasília, em 2010, incluiu a educação escolar quilombola como modalidade da educação básica, no Parecer CNE/CEB 07/2010 e na Resolução CNE/CEB 04/2010 que instituem as Diretrizes Curriculares Gerais para a Educação Básica. Isso significa que a regulamentação da Educação Escolar Quilombola nos sistemas de ensino deverá ser consolidada em nível nacional e seguir orientações curriculares gerais da Educação Básica e, ao mesmo tempo, garantir a especificidade das vivências, realidades e histórias das comunidades quilombolas do país. Mesmo sabendo que, conforme dados do MEC, existem comunidades remanescentes de quilombos em quase todos os estados, exceto no Acre, Roraima e Distrito Federal, os estudantes do Distrito Federal têm o direito de conhecerem a história dessas populações e seus modos de pensar o mundo. 
O movimento negro tem sido imprescindível na luta pelos direitos à Educação da população negra e continua lutando pelo respeito ao conhecimento para a desconstrução de ideologias racistas tão impregnadas no seio da sociedade brasileira.
É que se faça necessário, portanto, uma reflexão histórica desses dados, pois é pelo estudo que esses mitos podem ser desvelados. É premente a reflexão e a proposição de estratégias de superação das desigualdades raciais e sociais presentes em nossas escolas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que foi de extrema importância a inclusão da história e da cultura afro-brasileira e indígena nos currículos da Educação básica brasileira, pois com isso ira formar cidadãos conscientes que respeitam as diferenças e que fazem prevalecer a equidade. Através da promulgação das Leis 10.639, de 2003, e 11.645, de 2008, foi conquistado um grande avanço na história educacional do Brasil essa conquista é um marco da luta pela igualdade, o empenho de todos é crucial, não se pode desistir, pois lidar com a diversidade nunca é fácil. As novas diretrizes foram implementadas e ao longo dos anos serão aplicadas. É o momento em que a educação brasileira busca valorizar devidamente a história e a cultura de seu povo afrodescendente e indígena que por muito anos sustentou com trabalho pesado e exaustivo a economia de um país onde a discriminação fala mais alto que o respeito ao próximo.
Referencias :
http://www.educadores.diaadia.pr.gov.br/arquivos/File/educacao_quilombola/material_distrito_federal.pdf acesso 14/10/20
BORGES, Elizabeth Maria de Fátima. A inclusão da história e da cultura afrobrasileira e indígena nos currículos da educação básica. Vassouras. v. 12. n. 1. p. 71-84. 2010. Disponível em: https://www2.olimpiadadehistoria.com.br/vw/1IN8l5YjrMDY_MDA_606d5_/05A_Incl usaodahistoriaculturaafro.pdf Acesso em: 16. jul. 2020.

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