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Relações étnico-raciais no Brasil

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Relações étnico-raciais no Brasil
APRESENTAÇÃO
No Brasil, a inclusão escolar tem sido discutida e fomentada nas últimas décadas, dentro do 
entendimento de que deve ser garantido a todos os grupos culturais o acesso a uma educação 
igualitária e de qualidade. Como o Brasil, historicamente, produziu muitas diferenças e 
distanciamentos entre alguns grupos étnicos, faz-se necessário o estudo a respeito das relações 
étnico-raciais dentro e fora da escola.
Nesta Unidade de Aprendizagem, você vai estudar os aspectos históricos que envolvem as 
questões étnico-raciais e a produção de desigualdades em âmbito nacional. Também, vai 
aprender sobre políticas públicas e práticas que visam a combater o racismo, proporcionando 
maior equidade na educação. Ainda, você vai analisar as questões que envolvem a inclusão 
escolar, bem como os conceitos de diversidade e equidade, que se encontram em discussão na 
esfera acadêmica, procurando construir uma escola que contemple a todos.
Bons estudos.
Ao final desta Unidade de Aprendizagem, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
Identificar as desigualdades históricas sociais e raciais na educação brasileira.•
Relacionar políticas e práticas de superação do racismo e da desigualdade racial na 
educação.
•
Reconhecer o debate sobre inclusão, diversidade e equidade na educação.•
DESAFIO
O que se propõe com a ideia da inclusão escolar é estender, a todos aqueles que possam ser 
considerados “diferentes”, um espaço garantido nas escolas para que os alunos desfrutem com 
equidade o processo de escolarização. Esse conceito de diferença, considerando a escola e o 
currículo, pode ser entendido como diversidade ou identidade.
Com base nisso, neste Desafio, considere o caso apresentado a seguir.
 
A partir do que foi exposto, suponha que você, no papel de pedagogo, foi chamado para intervir 
nessa situação. Dessa forma, explique como você lidaria com esse problema e o que poderia ser 
feito.
INFOGRÁFICO
Para que uma escola possa ser considerada, de fato, inclusiva, ela deve proporcionar a todos o 
acesso ao desenvolvimento de suas aprendizagens, com qualidade e equidade.
No Infográfico a seguir, você verá algumas dimensões que envolvem o conceito de inclusão 
escolar.
Confira.
CONTEÚDO DO LIVRO
É indispensável que sejam consideradas as diferenças entre os mais variados grupos culturais 
que frequentam a escola, de forma a reconhecer seus direitos à educação equitativa e entender 
que existem muitos processos que ocorrem nas interações entre esses grupos no cotidiano 
escolar.
No capítulo Relações étnico-raciais no Brasil, da obra Organização e legislação da educação, 
você vai estudar as desigualdades sociais e raciais na educação brasileira, conhecendo políticas e 
práticas de superação do racismo/desigualdade racial e, também, algumas questões sobre 
inclusão, diversidade e equidade.
Boa leitura.
ORGANIZAÇÃO 
E LEGISLAÇÃO 
DA EDUCAÇÃO
Pablo Rodrigo Bes
Relações étnico-raciais 
no Brasil
Objetivos de aprendizagem
Ao final deste texto, você deve apresentar os seguintes aprendizados:
  Identificar históricas desigualdades sociais e raciais na educação 
brasileira.
  Relacionar políticas e práticas de superação do racismo e da desigual-
dade racial na educação.
  Debater sobre inclusão, diversidade e equidade na educação.
Introdução
A inclusão escolar tem sido discutida e fomentada nas últimas décadas no 
Brasil, ao encontro do entendimento de que deve ser garantido a todos 
os grupos culturais o acesso a uma educação igualitária e de qualidade. 
Como o Brasil historicamente produziu muitas diferenças e distancia-
mentos entre alguns grupos étnicos, é necessário o estudo a respeito 
das relações étnico-raciais dentro e fora da escola.
Neste capítulo, você vai ler sobre os aspectos históricos que en-
volvem as questões étnico-raciais e a geração de desigualdades em 
âmbito nacional. Também vai ler sobre algumas das políticas públicas 
e práticas que visam combater o racismo e proporcionar maior equi-
dade na área da educação. Você vai ler, ainda, sobre as questões que 
envolvem a inclusão escolar e os conceitos de diversidade e equidade, 
em discussão na esfera acadêmica, que procuram construir uma escola 
que contemple a todos.
Desigualdades sociais e raciais 
na educação brasileira
Para estabelecer um histórico a respeito da produção de desigualdades no 
Brasil, devemos abordar os processos de colonização, uma vez que o País foi 
conquistado por Portugal, fazendo parte de todo um planejamento de expansão 
territorial de nações europeias no século XVI. Nessa época, predominava a 
ideia de levar a essas novas colônias um jeito de pensar e viver que se aliasse 
aos preceitos europeus, com a cultura dos povos conquistadores — vista 
sempre como a de maior valor — como o caminho correto e como a norma 
comportamental a ser seguida. Essa imposição dos padrões europeus, que 
chegou ao Brasil com os portugueses, é o primeiro ponto para entendermos 
como as desigualdades sociais e raciais, em um primeiro momento manifes-
tadas contra os índios e negros escravizados da África, tiveram lastro para 
acontecer em nosso País.
Os mecanismos coloniais estabeleceram uma relação entre cor e raça, a 
qual, além de classificar as populações, também servia para operar a “[...] infe-
riorização de grupos humanos não europeus, do ponto de vista da produção da 
divisão racial do trabalho, do salário, da produção cultural e dos conhecimentos” 
(OLIVEIRA; CANDAU, 2010, documento on-line). Ou seja, a colonização não 
ocorreu somente no território, na materialidade dos recursos e na exploração 
do trabalho do colonizado, mas também na colonização de saberes, impondo 
novas formas de pensar e, consequentemente, agir em sociedade.
Ao analisarmos a história dos negros no Brasil — principalmente no período 
pós-escravatura, com a Lei Áurea, sancionada em 13 de maio de 1888 — e as 
suas inúmeras dificuldades de inserção na vida social e laboral, Pesavento (1989, 
p. 83) comenta que “[...] os egressos da escravidão, como negros, agregavam 
a este quadro o estigma do qual eram portadores: eram visualizados ideolo-
gicamente como uma força de trabalho inadequada para o trabalho regular, 
avessos à nova ordem que se impunha”. A marca deixada pela escravidão nas 
populações negras somente foi minimizada, segundo a autora, na segunda 
metade do século XIX, período recente em termos históricos.
Essa desigualdade, o racismo e a discriminação que se estendem aos que 
se distinguem dos padrões estabelecidos são produzidos histórica e cultural-
mente, como resultado da assimetria de poder entre grupos identitários mais 
privilegiados e grupos identitários discriminados. A problemática que envolve 
os processos coloniais brasileiros, que evidencia a emergência de uma etnia 
mais poderosa e que possui uma visão monoculturalista sobre o mundo, tem 
impactos na área educacional. 
Relações étnico-raciais no Brasil2
Oliveira e Candau (2010, documento on-line) asseveram que a exclusão social pode 
ser observada também no interior das escolas e pode ser mais bem compreendida 
pelo “[...] crescimento das lutas dos movimentos negros e da emergência de novas 
produções acadêmicas sobre questões relativas à diferença étnica, ao multiculturalismo 
e às identidades culturais”. Partindo da citação dos autores, percebemos a importância 
da participação dos movimentos sociais de cunho identitário para que se possa 
garantir o direito a uma educação mais igualitária e que inclua a todos, sem exceção.
Como alguns grupos de origens étnicas distintas foram privilegiados em 
detrimento de outros, também nos aspectos que envolvem a educação, como, 
por exemplo, o acesso a escolas de maior qualidade, devem ser criados meca-
nismos que possam reparar essas discriminações históricas que prejudicaram 
alguns grupos bem específicos, como os negros e os índios. Banton (2000, 
p. 457) define o processo de racialização como o “[...] processo ou situação 
em quea ideia de raça é introduzida para definir e qualificar uma população 
específica, suas características e suas ações”. 
Dessa forma, as pessoas são convencidas de que certas características são 
intrínsecas de alguma raça ou etnia, o que se confirma por expressões como “ele 
é italiano, por isso é mão fechada”, “o alemão é melhor com planejamento” e 
“os índios são preguiçosos”. Essas frases são manifestações dessa racialização, 
que acaba marcando e estereotipando uma etnia e/ou raça a partir de aspectos 
relacionados a questões biológicas e fenotípicas (cor da pele, cabelo, formato 
do nariz, espessura dos lábios, tamanho do crânio, etc.).
Ao analisar essa estratificação social a partir de aspectos étnico-raciais 
nos sujeitos, podemos identificar uma pedagogia que:
[...] educou o olhar deste sujeito branco que julga; ela educou seu modo de 
compreensão sobre a pertença racial. Ela o educou para pensar que ele, branco, 
não tem raça nem cor e, portanto, pode, do alto de seu estatuto de incolor, 
julgar quem são, afinal, os “de cor” (KAERCHER, 2010, p. 87). 
Ao estudarmos a história mundial e brasileira, observamos, por exemplo, 
como as práticas da eugenia — considerada ciência — propunham saberes 
que relacionavam as características físicas, raciais e fenotípicas do ser humano 
com as suas capacidades (ou falta delas) em relação a uma ideia de raça 
humana superior. 
3Relações étnico-raciais no Brasil
As práticas eugênicas no Brasil se associaram às correntes higienistas 
e sanitaristas no início do século XX, a fim de buscar o aprimoramento 
de uma raça nacional, o que envolvia inclusive o branqueamento da po-
pulação. Segundo Souza (2005, p. 6), “[...] os eugenistas entendiam que 
atitudes radicais como a esterilização, pena de morte, controle rigoroso da 
entrada de imigrantes, obrigatoriedade do exame pré-nupcial, proibição do 
casamento inter-racial e de portadores de doenças contagiosas” levariam 
a esse objetivo.
É importante que os professores evitem agir reforçando os discursos raciais históricos, 
mas procurem produzir alunos reflexivos e capazes de entender que deve existir 
igualdade, respeito, acesso e oportunidades para todos, independentemente dos 
grupos étnico-raciais.
 A desigualdade social — embora muito relacionada aos aspectos econô-
micos, que dividem a sociedade em classes, de acordo com as suas posses ou 
propriedades — também atinge outros campos, como o de gênero, o religioso 
e as questões de orientação sexual diversas, que fazem parte daqueles que 
são diferentes do construído como normal e socialmente aceito. O fato é que 
esses grupos identitários diversos se encontram no interior da escola e fazem 
parte cotidiana dos afazeres de professores — assim, as aulas devem ser 
desenvolvidas de forma harmônica, intercultural e igualitária, procurando 
mediar conflitos e propor reflexões aos alunos.
Para aprofundar os conceitos de preconceito, racismo e discriminação, acesse o link 
abaixo.
https://goo.gl/Go6Kse
Relações étnico-raciais no Brasil4
Políticas e práticas de superação do racismo/ 
desigualdade racial na educação brasileira
O País — embora tenha, nas últimas décadas, promovido inúmeras discussões 
em torno da diversidade cultural e dos processos de hibridismo ou mestiçagem 
das várias etnias que compõem a identidade nacional — ainda apresenta traços 
de racismo que acabam por produzir situações de desigualdade na sociedade. 
Uma das principais conquistas das lutas do Movimento Negro em busca de 
positivação da sua identidade afro-brasileira foi a inserção dos estudos sobre 
história e cultura afro-brasileira nos currículos escolares a partir da Lei nº. 
10.639, de 9 de janeiro de 2003 (BRASIL, 2003).
Com relação ao currículo escolar, é evidente a existência de um jogo de 
poder na seleção do que deve ser ensinado. A esse respeito, Passos (2008, p. 
17) argumenta que “[...] o currículo escolar, tal qual a sociedade brasileira, está 
pautado numa compreensão de que apenas a cultura do colonizador — branca, 
masculina, heterossexual e cristã — tem legitimidade para ser estudada”. 
Todos aqueles saberes que não se enquadram nesses termos acabam excluídos 
da escola. 
Muitas vezes, alguns grupos — cujos saberes não são considerados le-
gítimos para estudo nas escolas — são privados do acesso a uma educação 
de qualidade e, consequentemente, das mesmas oportunidades que outros 
têm. Devido a esses aspectos socioculturais enraizados na nossa história, 
cabe à escola dar visibilidade e tornar positiva a maneira de pensar e agir em 
relação aos afro-brasileiros, que representam a maioria da nossa população 
na atualidade.
Mesmo que a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) 
vigente — art. 26, § 4º, da Lei nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996 — de-
termine que o ensino da história do Brasil deveria considerar a contribuição 
de diferentes culturas e etnias (negra, indígena e europeia) para a formação 
do povo brasileiro, foi necessária uma lei que estabelecesse a obrigatoriedade 
de inclusão no currículo, em todo o sistema de ensino (público e privado), do 
ensino da história e cultura afro-brasileira (BRASIL, 1996). Carneiro (2006, 
p. 99) esclarece que “[...] mais do que um acréscimo ao texto legal, o legislador 
resgata uma dimensão calculadamente esquecida do currículo escolar em todos 
os níveis: a influência da cultura africana na formação da sociedade brasileira”. 
Dessa forma, o autor admite que ainda existe nas escolas “[...] uma cultura 
travada e preconceituosa, impermeável a aceitar o diferente e a conviver com o 
5Relações étnico-raciais no Brasil
desigual” (CARNEIRO, 2006, p. 99). Talvez por esse fato tenhamos percebido a 
movimentação de muitos grupos identitários em busca do seu espaço de aceitação 
e igualdade na sociedade nas primeiras décadas do século XXI, no Brasil, enten-
dendo que fazer parte das discussões que ocorrem na escola é uma das formas 
mais potentes de modificar o modo como se pensam os temas e os jeitos de viver.
Embora a Lei nº. 10.639/2003 ainda seja referenciada devido à sua importância para os 
movimentos sociais associados aos grupos identitários afrodescendentes, em especial 
o Movimento Negro, ela foi alterada novamente pela Lei nº. 11.645, de 10 de março de 
2008, que incorporou ao texto da LDB também a questão indígena, antes negligenciada.
Em resumo, temos a seguinte cronologia das alterações e modificações 
das leis sobre raça e etnia na educação brasileira:
  LDB — Lei nº. 9.394/1996, art. 26, §4º;
  Lei nº. 10.639/2003, que alterou a LDB e acrescentou os arts. 26-A e 79-B;
  Lei nº. 11.645/2008, que alterou a LDB, modificada anteriormente pela 
Lei nº. 10.639/2003, no art. 26-A.
A Lei nº. 11.645/2008, em vigência, propõe a seguinte redação para o art.26-A 
da LDB (BRASIL, 2008, documento on-line): “Art. 26-A Nos estabelecimen-
tos de ensino fundamental e de ensino médio, públicos e privados, torna-se 
obrigatório o estudo da história e cultura afro-brasileira e indígena”. Assim, é 
obrigatório para todas as instituições do sistema de ensino nacional também o 
estudo da história e cultura indígena e afro-brasileira. É importante perceber 
que o art. 79-B, acrescido à LDB pela Lei nº. 10.639/2003, não foi alterado, 
permanecendo o dia 20 de novembro como o Dia da Consciência Negra.
Reforçando a importância de o respeito à diversidade ser considerado nos 
currículos, de modo a ampliar o escopo da educação escolar que considera as 
relações étnico-raciais, Silva (2007, p. 490) refere que:
[...] a educação das relações étnico-raciais tem por alvo a formação de 
cidadãos, mulheres e homens empenhados em promover condições de 
igualdade no exercício de direitos sociais, políticos, econômicos, dos di-
reitos de ser, viver, pensar, próprios aos diferentes pertencimentos étnico-
-raciais e sociais.
Relações étnico-raciais no Brasil6
Para que as escolas possam organizar as suas práticas curriculares em torno 
do ensino dessas temáticas étnicas negras e indígenas, a Lei nº. 11.645/2008propõe os seguintes conteúdos programáticos:
  história da África e dos africanos;
  luta dos negros e dos povos indígenas no Brasil;
  cultura negra e indígena brasileira;
  negro e o índio na formação da sociedade nacional.
Ao analisarmos os conteúdos programáticos propostos, podemos verificar 
as possibilidades para os professores alinharem os seus planos de aula e pro-
porem práticas, durante todo o ano escolar, que possam envolver discussões 
referentes à aprendizagem sobre as contribuições dessas etnias na formação e 
no enriquecimento cultural da nossa sociedade, deslocando-se da visão única 
das culturas europeias. Não estamos propondo substituição ou esquecimento 
das demais etnias europeias, mas uma educação visando à valorização das 
diferentes etnias. Só assim uma efetiva mudança social será promovida.
Ações afirmativas
No que concerne às práticas que objetivam minimizar desigualdades sociais, 
é essencial que você domine o conceito de ações afi rmativas. Para isso, vamos 
nos valer do que prevê o Estatuto da Igualdade Racial (Lei nº. 12.288, de 20 
de julho de 2010), o qual defi ne ações afi rmativas como “[...] os programas e 
medidas especiais adotados pelo Estado e pela iniciativa privada para a correção 
das desigualdades raciais e para a promoção da igualdade de oportunidades” 
(BRASIL, 2010, documento on-line). 
As políticas de ações afirmativas são consideradas recentes no Brasil e no 
mundo. A esse respeito, Munanga (2001, p. 31) destaca que “[...] visam ofe-
recer aos grupos discriminados e excluídos um tratamento diferenciado para 
compensar as desvantagens devidas à sua situação de vítimas do racismo e de 
outras formas de discriminação”. Mesmo tendo se tornado lei por conquista 
do Movimento Negro, o Estatuto da Igualdade Racial explicita, no art. 2º, que:
[...] é dever do Estado e da sociedade garantir a igualdade de oportunidades, 
reconhecendo a todo cidadão brasileiro, independentemente da etnia ou da cor 
da pele, o direito à participação na comunidade, especialmente nas atividades 
políticas, econômicas, empresariais, educacionais, culturais e esportivas, 
defendendo sua dignidade e seus valores religiosos e culturais (BRASIL, 
2010, documento on-line).
7Relações étnico-raciais no Brasil
Dessa maneira, ao criar o Estatuto da Igualdade Racial, Paulo Paim (BRA-
SIL, 2009) já propunha uma reparação dos prejuízos históricos relativos aos 
negros em território nacional e que geravam discriminações para tal etnia, 
sugerindo o sistema de cotas como alternativa para essa correção. Portanto, 
o sistema de cotas proposto pelo Ministério da Educação é um exemplo de 
ação afirmativa que procura combater as desigualdades sociais. 
Por meio da Lei nº. 12.711, de 25 de maio de 2012, o Ministério da Educação:
[...] garante a reserva de 50% das matrículas por curso e turno nas 59 univer-
sidades federais e 38 institutos federais de educação, ciência e tecnologia a 
alunos oriundos integralmente do ensino médio público, em cursos regulares 
ou da educação de jovens e adultos (BRASIL, 2012, documento on-line).
Por meio dessa medida, os jovens que foram prejudicados pela falta de 
qualidade da educação pública podem competir em igualdade de condições 
para o ingresso no ensino superior nas instituições federais de ensino.
Para o cálculo e a distribuição do percentual de vagas (50%), são utilizados critérios 
econômicos de classe: 25% das vagas são distribuídas para alunos com renda per capita 
menor ou igual a 1,5 salário-mínimo e os outros 25% são distribuídos para rendas 
superiores a 1,5 salário-mínimo. Além disso, essas vagas são distribuídas equitativamente 
entre pretos, pardos e indígenas (de acordo com a classificação do Instituto Brasileiro 
de Geografia e Estatística [IBGE]) e demais etnias, com garantia de vagas a pessoas 
com deficiência.
Os alunos das redes públicas de ensino podem realizar o Exame Nacional 
do Ensino Médio (Enem) ou ainda o Exame Nacional para Certificação de 
Competências de Jovens e Adultos (Encceja) e, por meio do seu desempenho 
nessas avaliações, pleitear a sua vaga no ensino superior em qualquer uni-
versidade. Antes dessas políticas públicas, isso era muito difícil, devido à 
concorrência com alunos oriundos de escolas privadas e que podiam frequentar 
cursos preparatórios para o vestibular.
Relações étnico-raciais no Brasil8
As discussões sobre as relações étnico-raciais são importantes e atuais. 
Segundo dados da Agência de Notícias do IBGE (IBGE..., 2018, documento 
on-line):
As estatísticas de cor ou raça produzidas pelo IBGE mostram que o Brasil ainda 
está muito longe de se tornar uma democracia racial. Em média, os brancos 
têm os maiores salários, sofrem menos com o desemprego e são maioria 
entre os que frequentam o ensino superior, por exemplo. Já os indicadores 
socioeconômicos da população preta e parda, assim como os dos indígenas, 
costumam ser bem mais desvantajosos. 
Inclusão escolar
Antes iniciarmos o debate a respeito da inclusão escolar, vamos retomar 
alguns pontos importantes já comentados. O primeiro diz respeito ao conceito 
de cultura, aqui entendida como um termo utilizado “[...] para se referir a 
tudo o que seja característico sobre o ‘modo de vida’ de um povo, de uma 
comunidade, de uma nação ou de um grupo social” (HALL, 2016, p. 19). 
Essa defi nição do autor é importante para nos fazer pensar nos aspectos 
antropológicos e sociológicos da cultura, uma vez que não se restringe 
somente a um conjunto de coisas — literatura, arte ou programas de TV 
— mas, principalmente, engloba um conjunto de práticas (HALL, 2016). 
Logo, os indivíduos que partilham da mesma cultura tendem a apresentar 
uma interpretação do mundo similar, pois foram ensinados, no interior das 
práticas cotidianas da sua sociedade, a se comportar e a pensar de acordo 
com determinados valores. 
O problema aqui é quando uma cultura se define de forma monocultu-
ralista, como aquela detentora de saberes e como o caminho mais correto 
ou único a ser seguido, servindo para orientar sobre tudo e todos. Assim, 
todos aqueles que não se enquadram nos padrões por ela estabelecidos são 
marginalizados de alguma forma. O que se busca com a ideia da inclusão 
escolar é justamente estender àqueles que possam ser considerados diferentes 
um espaço garantido nas escolas, para que desfrutem com equidade o seu 
processo de escolarização. “O conceito de diferença, considerando a escola 
e o currículo, é, geralmente, traduzido como diversidade ou identidade” 
(LOPES; DAL’IGNA,2007, p. 13).
9Relações étnico-raciais no Brasil
Salientamos que as diferenças de qualquer ordem não deveriam intervir no juízo de valor 
sobre as pessoas, uma vez que “[...] temos o direito a ser iguais quando a nossa diferença nos 
inferioriza; e temos o direito a ser diferentes quando a nossa igualdade nos descaracteriza. 
Daí a necessidade de uma igualdade que reconheça as diferenças e de uma diferença 
que não produza, alimente ou reproduza as desigualdades” (SANTOS, 2003, p. 56).
Nas escolas brasileiras, é possível perceber essa pluralidade de identi-
dades, essa variedade de indivíduos que se distinguem culturalmente por 
vários aspectos, sejam eles étnicos, religiosos, de gênero, de classe social 
(pobres e ricos), geracional, deficiências de todas as ordens, orientações 
sexuais distintas, etc. A todos deve ser garantido o direito à educação que 
promova uma aprendizagem de qualidade, mas não se resume a isso. Walsh 
(2001) propõe que — além do simples reconhecimento de grupos diversos, 
do respeito e da tolerância — é necessário reparar e compensar os prejuízos 
decorrentes da assimetria de poder existentes entre os grupos culturais 
durante o seu processo histórico de constituição. Ou seja, a escola deve ser 
um espaço onde as desigualdades sociais, econômicas e políticas não são 
ocultadas, mas reconhecidas e confrontadas (WALSH, 2001). Dessa forma, 
a inclusão escolar emerge como movimento de luta por direitos de igualdade 
entre os diversos e de afirmaçãodas suas diferenças como marcadores da 
sua identidade. 
Deve-se cuidar, no entanto, para que as práticas inclusivas sejam natu-
ralmente engendradas no cotidiano escolar, não forçadas. Nesse sentido, o 
professor precisa entender que “[...] os diferentes não possuem déficits de 
aprendizagem, mas aprendem de uma forma peculiar e que mais do que 
diagnósticos precisamos problematizar e negociar outras representações para 
esses sujeitos” (LOPES; FABRIS, 2000, p. 3). Isto é, devemos deixar de olhar 
para um aluno com ênfase naquilo que lhe falta, no que o torna incapaz em 
relação aos demais — devemos focar nas suas possibilidades de aprender 
visando potencializá-lo de forma particular.
Considerando alunos com deficiência, por exemplo, devemos promover 
políticas públicas e programas educacionais visando à sua inclusão nas 
redes regulares de ensino, compreendidos dentro do conceito da educa-
ção inclusiva. Destacamos que, na Constituição Federal, art. 205, existe 
a garantia da educação como direito de todos, reforçado ainda na LDB 
(BRASIL, 1996, documento on-line), que traz, no art. 4º, III, o dever do 
Relações étnico-raciais no Brasil10
Estado quanto à garantia de “[...] atendimento educacional especializado 
gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na 
rede regular de ensino”.
O reconhecimento da Língua Brasileira de Sinais (Libras) como língua oficial brasileira, 
junto com a língua portuguesa, é uma importante ação de inclusão da população 
com deficiência auditiva. Também merece destaque a emergência do Atendimento 
Educacional Especializado (AEE), das salas de recursos e da inserção de professores 
de apoio para alunos com deficiência junto às escolas regulares. Outro destaque é a 
criação do Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei nº. 13.146, de 6 de julho de 2015), 
que determina a obrigatoriedade das condições de acessibilidade em todos os níveis, 
etapas e modalidades de ensino.
O processo de inclusão de alunos com deficiências nas escolas regulares 
não é fácil ou simples, pois demanda investimentos em recursos materiais e 
humanos. Mesmo em meio às dificuldades durante esse período adaptação 
que vivemos, incluir todos os alunos na escola é um grande passo adiante.
Finalizando nossa discussão sobre os aspectos que envolvem a inclusão 
escolar, devemos considerar as diferenças entre os mais variados grupos 
culturais que frequentam a escola, de forma a reconhecer os seus direitos 
à educação equitativa, entendendo que existem muitos processos nas inte-
rações entre esses grupos no cotidiano escolar. Logo, devem ser encarados 
com o olhar da alteridade e da participação do outro na constituição das 
suas identidades. 
Ao falarmos sobre equidade na educação, entendemos, acompanhando as 
ideias de Franco (2007, documento on-line), que deve haver simetria, igualdade 
no interior da escola quanto aos aspectos dos “[...] recursos escolares, organiza-
ção e gestão da escola, clima acadêmico, formação e salário docente e ênfase 
pedagógica”. A pesquisa realizada pelos autores analisa como esses itens da 
equidade intraescolar vão refletir diretamente na eficácia dessa instituição 
de ensino, muitas vezes indo além do desempenho esperado. Como podemos 
perceber, a busca por equidade, além de ser pensada sobre o campo social do 
qual o aluno se insere, também deve ser analisada do ponto de vista do que as 
escolas oferecem para os seus alunos, uma vez que a falta ou a carência desses 
itens acabaria por reforçar as desigualdades sociais existentes.
11Relações étnico-raciais no Brasil
Para aprofundar o entendimento sobre o significado das ações afirmativas, acesse o link 
abaixo. Essa animação, proposta por Hugo da Costa, apresenta alguns dos principais 
fundamentos da construção de tais ações, proporcionando reflexões sobre elas.
https://goo.gl/yystW8
BANTON, M. Dicionário das relações étnicas e raciais. São Paulo: Selo Negro, 2000.
BRASIL, Lei Federal nº. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Lei de Diretrizes e Bases da 
Educação Nacional (1996); LDB (1996); Lei Darcy Ribeiro. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 23 dez. 19963. Disponível em: <http://www2.camara.leg.br/legin/fed/lei/1996/lei-
9394-20-dezembro-1996-362578-norma-pl.html>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL, Lei Federal nº. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Diário Oficial da União, Brasília, 
DF, 10 jan. 2003. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/2003/
L10.639.htm>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Lei Federal nº. 11.645, de 10 de março de 2008. Diário Oficial da União, Brasília, DF, 
11 mar. 2008. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil03/ato2007-2010/2008/
lei/l11645.htm>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Lei Federal nº. 12.288, de 20 de julho de 2010. Estatuto da igualdade racial. 
Diário Oficial da União, Brasília, DF, 27 jul. 2010. Disponível em: <http://www.seppir.
gov.br/portal-antigo/Lei%2012.288%20-%20Estatuto%20da%20Igualdade%20Racial.
pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Ministério da Educação. Lei Federal nº. 12.711, de 25 de maio de 2012. Diário 
Oficial da União, Brasília, DF, 30 mai. 2012. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/
ccivil_03/_ato2011-2014/2012/lei/l12711.htm>. Acesso em: 10 out. 2018.
BRASIL. Senado Federal. Estatuto da igualdade racial. Brasília, 2009. Disponível em: 
<http://www2.senado.leg.br/bdsf/bitstream/handle/id/180155/Estatuto%20da%20
Igualdade%20Racial.pdf?sequence=7>. Acesso em: 10 out. 2018.
CARNEIRO, M. A. LDB fácil: leitura crítico-compreensiva artigo a artigo. 12. ed. Rio de 
Janeiro: Vozes, 2006.
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de “fatores intra-escolares". Ensaio: Avaliação e Políticas Públicas em Educação, Rio de 
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Relações étnico-raciais no Brasil12
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-noticias/noticias/21206-ibge-mostra-as-cores-da-desigualdade>. Acesso em: 10 out. 2018.
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raça e/ou cor. In: BUJES, M. I. E.; BONIN, I. T. (Orgs.). Pedagogia sem fronteiras. Canoas: 
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ciação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Educação, Rio de Janeiro, 2005.
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candau_pedagogia_antirracista_anticolonial_br.pdf>. Acesso em: 10 out. 2018.
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conteúdos de história e cultura afro-brasileira e africana nos currículos escolares. In: 
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br/ojs/index.php/faced/article/view/2745/>. Acesso em:10 out. 2018.
SOUZA, V. S. A eugenia no Brasil: ciência e pensamento social no movimento eugenista 
brasileiro do entre-guerras. In: Simpósio Nacional de História: Guerra e Paz, 23., 2005, 
Londrina. Anais... Paraná, 2005.
WALSH, C. La educación Intercultural em la Educación. Peru: Ministério da Educação, 2001.
Leituras recomendadas
DUSCHATZKY, S.; SKLIAR, C. Os nomes dos outros: reflexões sobre os usos escolares da 
diversidade. Educação & Realidade, v. 25, n. 2, p. 163-177, 2000. Disponível em: <https://
seer.ufrgs.br/educacaoerealidade/article/view/46855>. Acesso em: 10 out. 2018.
MANTOAN, M. T. E.; SANTOS, M. T. C. T.; MACHADO, R. A educação especial na perspectiva 
da inclusão escolar: a escola comum inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, 2010.
13Relações étnico-raciais no Brasil
Conteúdo:
DICA DO PROFESSOR
Conhecer os três conceitos que envolvem a cultura e se fazem presentes na discussão sobre a 
educação das relações étnico-raciais –monoculturalismo, multiculturalismo e 
interculturalidade – ajuda a compreender como a sociedade brasileira constituiu-se promovendo 
práticas raciais e preconceituosas em relação a alguns grupos étnicos e culturais.
Para saber mais sobre esses três conceitos, assista a esta Dica do Professor.
Conteúdo interativo disponível na plataforma de ensino!
EXERCÍCIOS
1) Assinale a afirmativa correta quanto ao conceito de discriminação.
A) Discriminação é o entendimento de que uma raça ou etnia é superior a todas as demais.
B) Discriminação é um processo interno de julgamento sem conhecimento ou informação.
C) Discriminação se traduz em atos que causam prejuízo a alguém, normalmente, por racismo 
ou preconceito.
D) Discriminação é o estabelecimento de igualdade entre todas as etnias que compõem a 
sociedade.
E) Discriminação é a listagem, a classificação dos grupos culturais por tipos específicos.
2) Assinale a alternativa correta quanto à produção de desigualdades étnico-raciais e os 
processos de colonização.
A) Por terem descoberto territórios, os colonizadores tinham o direito de fazer o que 
quisessem com eles.
B) Os processos de colonização não irão afetar as questões étnico-raciais, pois as culturas de 
cada grupo sempre foram respeitadas.
C) Ao colonizarem o Brasil, os portugueses procuraram estabelecer relações harmônicas entre 
os índios e os negros, tratando-os de forma igualitária.
D) O colonizador, enquanto conquistador de novos territórios, irá impor sua cultura e seu 
entendimento sobre o mundo aos demais grupos conquistados e explorados.
E) Os processos coloniais não se associam diretamente às questões étnico-raciais, pois, na 
época, essas discussões não existiam.
3) “O currículo escolar, tal qual a sociedade brasileira, está pautado numa compreensão 
de que apenas a cultura do colonizador – branca, masculina, heterossexual e cristã – 
tem legitimidade para ser estudada” (PASSOS, 2008, p.17). A partir dessa citação, é 
possível extrair o conceito de:
A) monoculturalismo.
B) multiculturalismo.
C) pluriculturalismo.
D) interculturalismo.
E) hibridismo.
4) 
Assinale a alternativa correta quanto às ações afirmativas.
A) As ações afirmativas são realizadas pelos cidadãos, que, por meio delas, afirmarão os seus 
pontos de vista sobre o mundo.
B) As ações afirmativas acabam gerando mais desigualdade, uma vez que promovem algumas 
etnias em detrimento de outras.
C) As ações afirmativas são do plano social e não se inserem nas questões políticas e, por 
isso, são criticadas.
D) As ações afirmativas se aliarão à garantia de direitos e privilégios das etnias 
historicamente favorecidas.
E) As ações afirmativas acabam constituindo políticas públicas que visam à reparação de 
prejuízos históricos, de forma compensatória, a determinadas etnias.
5) Assinale a alternativa correta sobre inclusão escolar, equidade e diversidade.
A) A diversidade compreende que todos devem ser respeitados em suas diferenças, aceitos 
como são, reconhecendo que existem assimetrias de poder entre os grupos culturais.
B) A inclusão escolar propõe a garantia de escolas com equidade de condições e com 
qualidade a todos, independente de suas diferenças.
C) A equidade escolar é enfatizada somente nas estruturas oferecidas aos alunos, que farão 
com que seu desempenho possa ser superior.
D) Inclusão escolar e diversidade são quase sinônimos, pois entendem que os diversos grupos 
culturais devem ser acolhidos pela escola.
E) Inclusão escolar é sinônimo de educação inclusiva, pois focam nos alunos com 
deficiências, que frequentam a rede regular de ensino.
NA PRÁTICA
Trabalhar a educação das relações étnico-raciais no interior das escolas vai muito além de 
simples cumprimento de exigências legais que advêm com as leis n.º 10.639/2003 e n.º 
11.645/2008, pois significa reconhecer o direito de todos a uma educação de qualidade, 
compreendendo que as origens étnicas não devem servir de medida para análise de valor entre 
uns e outros e, muito menos, tornam as pessoas mais ou menos capazes.
Entretanto, para isso, faz-se necessária a preparação dos docentes, exigindo-se a busca por 
conhecimento da história da África, da história afro-brasileira e indígena e dos temas que 
tangenciam o racismo, o preconceito e a discriminação.
Na Prática, você verá como a professora Judite enfrentou essa situação.
Acompanhe, a seguir.
SAIBA MAIS
Para ampliar o seu conhecimento a respeito desse assunto, veja abaixo as sugestões do 
professor:
Relações étnico-raciais
Neste vídeo, o professor Kabengele Munanga, da Universidade Federal Fluminense, traz uma 
excelente explanação sobre a origem do racismo e suas práticas no interior da sociedade 
brasileira, propondo uma pedagogia antirracista no interior da escola e discorrendo sobre o mito 
da democracia racial brasileira.
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