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anotações 1 avl. ética - Marcus Seixas

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ÉTICA – MARCUS SEIXAS – 2017.2
1ª AULA
ÉTICA X MORAL:
A ÉTICA é usada pela sociedade para definir condutas certas ou erradas, mas a definição de ética vai além disso, a ética é quando o indivíduo age de acordo com os seus valores pessoais, ou seja, ou valores que assumiu livremente para si. Essa ética é associada apenas ao indivíduo, não cabendo a sociedade definir se a sua conduta é ética ou não.
A MORAL é tratada como a mesma coisa pela sociedade, mas na verdade não é, a moral consiste nos valores da sociedade, ou seja, o que a sociedade tem como valor único e comum se chama moral e caso alguém aja contra esse valor social ele estará sendo imoral podendo ser julgado pela sociedade uma vez que essa moral é relacionada com a comunidade.
FORÇA COMPOSITIVA
ÉTICA MORAL
				FORÇA REPRESIVA
-SANÇÃO DIFUSA
-REPRIME AS ÉTICAS DESVIANTES
-RESULTADOS DAS ÉTICAS
CAPACIDADE DE MUDAR A MORAL
MECANISMO DO CONTROLE SOCIAL:
	MORAL
	DIREITO
	Norma autônoma
	Norma heterônoma
	Sanção difusa
	Sanção organizada
	Atos internos e externos
	Atos externos
	Surgem espontaneamente
	Procedimentos institucionalizados
RELACIONAMENTO MORAL X ÉTICA:
O relacionamento que a ética e a moral tem com a criação a aplicação do direito acaba sendo interferida nesse procedimento. Portanto, é necessário entender que, como afirma Habermas e Claus Guinter (estudiosos da democracia), a democracia faz que o relacionamento que a moral tem com o direito seja diferente a partir do momento que estamos falando, o momento antes e depois da criação do direito. É notório, então, que antes era baseado em um discurso de fundamentação e depois o relacionamento que a moral e a ética é regida por um discurso de aplicação, que operam de formas distintas.
Discurso de fundamentação: o que existe é um momento democrático de deliberação para a criação do direito. Nesse momento de deliberação democrática vai ocorrer a argumentação de cunho ético e essa deliberação transformará esse debate em uma decisão política que será uma lei (direito).
Nós vivemos em democracias representativas, não dar mais para fazer democracia direta no ocidente, nos tempos atuais, como ocorria em Atenas (que já era inviável). E a legitimidade de lei decorre da representação política, direta do povo. Elegemos então, aqueles que vão falar por nós (deputados e senadores) e as opiniões políticas, éticas e morais manifestadas por eles vão se presumir como se fossem as nossas, então as leis devem ser cumpridas por nós; já que delegamos a estes o poder de formular essas escolhas em nossos nomes.
Discurso de aplicação: esse argumento etílico não tem mais utilização, ou seja, somente os argumentos jurídicos, vão poder ser utilizados. Então é um momento que apenas é possível interpretar e aplicar as normas jurídicas, apenas, não podendo deixar se afetar por outros argumentos de outra natureza, como religiosa ou técnica. 
NOVO PARADIGMA:
Ética de consenso: defende que uma conduta deve ser assumida pelo individuo para gerir sua vida, porém essa conduta não pode invadir o direito do outro. Nem sempre essas posturas são violentas. Exigência da democracia, pois é a obrigação de respeitar o direito do outro.
3ª AULA
Ética geral e profissional:
Apesar do que o nome indica as regras éticas de conduta profissional que são aplicadas a diversas profissões não são propriamente éticas. São regras jurídicas uma vez que estabelecem sanções em caso de descomprometimento do profissional, porém essas continuam sendo chamadas de normas éticas profissionais. Essas normas são um corpo de normas criadas pelo estado para regulamentar o exercício de determinadas profissões.
JURISDIÇÃO DA ÉTICA:
Houve um certo momento que a conduta profissional dos indivíduos não decorria de normas que materializava esses valores, o profissional que criava suas próprias normas, ou seja, era um diferencial ser ético pois não tinha um padrão pré-estabelecido para aquela profissão. Ex: se um advogado era honesto ele era diferenciado, mas após essa jurisdição isso deixou de ser um diferencial pois todos passaram a seguir esse padrão.
CONSEQUÊNCIA POSITIVA DA JURISDIÇÃO:
Para os clientes é muito cômodo, pois isso aumenta a segurança jurídica daquela pessoa com o profissional, ou seja, você tem uma ideia de como o profissional irá se comportar diante o serviço prestado. Ex: você pode não conhecer o médico, mas você tem uma segurança de ir nele pois existe um sigilo entre médico e paciente. 
Esse corpo de normas defende a coletividade em face a profissão.
CONSEQUÊNCIA NEGATIVA DA JURISDIÇÃO:
O profissional está deixando de ser ético, pois ele se encontra em uma berlinda de sanções jurídicas, logo estão esvaziando a ética do trabalho, uma vez que ele pode fazer tudo que a norma não proibir. Logo o profissional deixa de etilizar o seu trabalho afinal ele só faz pois consta na norma e não por que ele acredita naquela conduta.
VISÃO DO ADVOGADO PELA SOCIEDADE
Antigamente o advogado era visto apenas para defesa do réu, hoje ele atua tanto na defesa do réu como extrajudicialmente. EX: Pareceres.
OAB
Criada na república. Antes da OAB existia um outro órgão que era a IAB (instituto dos advogados brasileiros). A IAB é uma instituição mais cultural, com debates de temas da atualidade, respostas de consultas do imperador... ela não tem a atribuição de selecionar e fiscalizar o advogado (diferentemente da OAB que possui essas duas funções). Historicamente a profissão dos advogados não era ligada a uma prova para exercer essa profissão, antigamente bastava ter o diploma. 
Hoje é necessário passar no exame para exercer a profissão, nesse exame seguimos o modelo americano pois cada estado tem o seu exame (exame estadual), porém isso não faz sentido nenhum, pois a legislação estudada é federal logo todos os estados estudam a mesma coisa. Em 2000 e alguma coisa esse exame foi unificado e agora ele é igual na totalidade do território.
FONTES:
Onde estão? 
Constituição federal.
Estatuto da advocacia e da OAB (lei federal número 8906/94).
Regulamento geral da advocacia E do estatuto da OAB.
Novo código de ética. 
Alguns provimentos do conselho federal da ordem.
Tanto o regulamento e o código são criados pela própria OAB, manifestação de auto normatividade, a lei federal deu poder para OAB fazer isso
Art. 54. Compete ao Conselho Federal:
V - editar e alterar o Regulamento Geral, o Código de Ética e Disciplina, e os Provimentos que julgar necessários
Art. 33. O advogado obriga-se a cumprir rigorosamente os deveres consignados no Código de Ética e Disciplina.
Parágrafo único. O Código de Ética e Disciplina regula os deveres do advogado para com a comunidade, o cliente, o outro profissional e, ainda, a publicidade, a recusa do patrocínio, o dever de assistência jurídica, o dever geral de urbanidade e os respectivos procedimentos disciplinares.
Recusa de patrocínio: relação do advogado com o cliente, quando você patrocina o cliente, é quando ele representa seu cliente, ou seja, recusa de patrocínio é deixar de querer representar o cliente.
Dever de assistência jurídica: se for chamado para o auxilio de alguém que não tem advogado.
Defensores dativos: defendem pessoas que não querem se defender, pois o processo não pode seguir em frente sem uma defesa.
Dever geral de urbanidade: dever de atuar respeitosamente.
Processos disciplinares contra advogados.
CONSTITUIÇÃO FEDERAL:
Art. 133. O advogado é indispensável à administração da justiça, sendo inviolável por seus atos e manifestações no exercício da profissão, nos limites da lei.
Não existe hierarquia dentro das profissões do direito.
Inviolabilidade dentro da profissão, ou seja, ele pode fazer algumas coisas dentro das profissões sem punições.
ADIN (ação direta de institucionalidade), assegura a segurança da constituição, a o conselho federal OAB pode propor a ADIN.
O QUE É A OAB:
Existe outros conselhos, mas os demais conselhos são órgão públicos e a OAB não é, eles são autarquias, órgãoum pouco independente, mas fiscalizados pelo poder público e os seus funcionários são registrados como um servidor público, para comprar algo é necessária uma licitação. Os presidentes são eleitos pelos próprios membros.
A OAB é classificada como instituição do controle estatal, órgão privado, ou seja, os funcionários possuem carteira assinada, as contribuições não são tributos, o tribunal de contas da união não fiscaliza a OAB, não precisa de licitação, é dotada de funções constitucionais especiais...
O advogado exerce uma função pública - diferença entre o advogado e o juiz, o juiz é remunerado pelo estado e o advogado pelos seus clientes, com os advogados é exercido o ministério privado, e não existe subordinação entre essas profissões. As autoridades devem dispensar do advogado no exercício da profissão o tratamento compatível com a dignidade da advocacia, e os advogados são dotados de vários direitos apara assegurar o exercício da sua profissão.
A lei equipara o advogado com os profissionais do MP, menos os membros do ministério público. 
Os atos praticados por não advogados ou por advogados suspensos, são atos nulos e vai gerar as devidas punições. 
https://www.jusbrasil.com.br/busca?q=Art.+7+do+Estatuto+da+Advocacia+e+da+Oab+-+Lei+8906%2F94 ler esse link – Art. 7 do estatuto da OAB.
4ª AULA
Finalidades institucionais da OAB:
Só a OAB pode representar a atividade da advocacia.
Compete a OAB realizar a seleção do advogado.
Fiscaliza os advogados.
Atuação pró-societatis – a distingue de outros órgãos profissionais, prerrogativa especial. 
Atuação interna corporis – cobrar as contribuições profissionais, seleção dos advogados, disciplina os advogados...
ESTRUTURA DA OAB: Organizada federativamente, assim como brasil tem um poder federal central e estaduais, a OAB está organizada dessa forma existe o concelho federal da OAB que fica em Brasília e conselhos seccionais da OAB que ficam nos estados.
Conselho federal: se subdivide em sub órgão como por exemplo o conselho pleno, o órgão especial do conselho pleno, 1ª, 2ª e 3ª câmara, diretoria e presidência.
COMPOSTO por um presidente, conselheiro federal (escolhido por cada conselho seccional - 3 de cada estado- não existe eleições diretas para o conselho federal {adv. Vota COAB que vota nos conselheiros}), pelos ex-presidentes do conselho (direito de participar somente com voz), os agraciados com a medalha Ruy Barbosa (direito a voz - o Conselho Federal pode presentear um advogado que se destacou) e o presidente do IAB (membros do conselho federal e tem direito a voz), os presidentes dos conselhos seccionais (podem participar das reuniões do conselho mas não são considerados membros e só possuem direito a voz). Art. 51 do estatuto da OAB. 
Representa a federação dos conselhos seccionais.
O conselho federal não funciona como o senado, o voto não é individual ele é único, ou seja, os votos são por delegação, o conselho da Bahia só pode dar um voto, e cada estado só pode ter um voto – só existe uma exceção eleição da diretoria o voto é individual. 
Toda vez que existir uma votação que cabe a interesse de algum concelho seccional, este não terá direito a voto. 
Conselhos seccionais: ficam nas capitais de cada estado, conselho pleno, órgão especial, diretoria, presidência, tribunal de ética e disciplina, caixa de assistência dos advogados e subseções (são representações do conselho seccional no interior, pois estes ficam sempre sediados nas capitais, não tem nenhuma autonomia administrativa).
Representa a classe, os advogados
COMPOSTO: parecido com o federal, porém tem os seus representantes eleitos por advogados em eleições periódicas e obrigatórias – direita. 
O número de conselheiros é determinado por uma forma matemática encontrada no regulamento geral da OAB que diz que se o conselho seccional tiver até 3000 advogados inscritos serão 24 conselheiros. Se o conselho tiver mais que 3000 advogados mais 1 conselheiro a cada 3000 inscritos a mais.
Existe um número máximo que são 60 conselheiros. 
O tribunal de ética e disciplina, é responsável por aplicar e processar os advogados que cometer alguma ilicitude.
Caixa de assistência aos advogados é um órgão obrigatório para todos os conselhos seccionais que tenham mais de 1500 inscritos. Existe para proporcionar ao advogado planos, de saúde, odontológicos, entre outras conveniências... todos os valores que for arrecadado pelos conselhos seccionais devem ser repassados para CAAB.
Regramentos (todos são federais, mas não são leis federais): 
REGULAMENTO GERAL DA OAB: atribuições do presidente, do órgão especial, da CAAB... (não vai ser cobrado na prova as atribuições de cada um)
CÓDIGO DE ÉTICA E DICIPLINA 
PROVIMENTOS
EAOAB
Atos privativos de advogados:
Somente os advogados podem (Art. 1º da lei federal):
São atos privativos do advogado a postulação perante qualquer órgão do poder judiciário, consultoria jurídica, a assessoria jurídica e a chefia de departamentos jurídicos de uma instituição (direção jurídica).
Postular = requerer. 
Em algumas situações não é necessário um advogado: habeas corpus, juizados especiais/civis estaduais (causas até 40 salários mínimos – 1ª instancia), juizados especiais civis federais (causas de qualquer valor – 1ª instancia), justiça do trabalho na 1ª e 2ª instancia.
 5ª AULA 
Requisitos da inscrição como Advogado – Art. 8º do estatuto ao Art. 14 do estatuto.
Capacidade civil.
Diploma de bacharel em direito (não é qualquer direito, é o diploma de bacharel em direito por uma instituição reconhecida pelo ministério da educação).
Quitação eleitoral.
Quitação militar (homens).
Comprovar a aprovação no exame da ordem (O exame pode ser feito em qualquer ano, ele não tem validade).
Não exerce profissões incompatíveis.
Inidoneidade moral, procedimento adotado pela OAB, editais que oportunizem que qualquer pessoa apresente fatos que desabonem o candidato.
Prestar compromisso com o conselho profissional.
EXISTEM DOIS TIPOS INSCRIÇÃO:
	PRINCIPAL
	SUPLEMENTAR
	Permite que atue sem limites dentro do território que tem a inscrição principal e o direito de praticar até 5 atos nos territórios dos outros conselhos seccionais por ano, sem qualquer necessidade de inscrição suplementar.
	Se for necessário praticar mais do que 5 atos em cada outro território que não seja o da sua inscrição.
As inscrições podem ter suas interrompidas:
Definitivo ou provisório – podem ser requeridos pelo próprio advogado.
Art. 11 e 12 do estatuto.
CANCELAMENTO:
Perda definitiva da inscrição.
O que sofrer a penalidade de exclusão.
Que falecer
Que passar a exercer em caráter definitivo um caráter com a advocacia. Ex: juiz.
Perder um requisito necessário para inscrição da OAB.
LICENCIAMENTO:
A sua inscrição permanece e retoma a mesma inscrição.
Não tem uma sanção, será sempre por iniciativa da pessoa ou do profissional.
Que passar a exercer atividades incompatíveis.
Sofrer doença mental considerada curável.
Incompatibilidade x impedimento: são proibições de exercer a advocacia em algum grau. Regimes de restrição do exército.
Incompatibilidade: RESTRIÇÃO TOTAL, não pode advogar nem mesmo em causa própria. Pode gerar 3 consequências jurídicas:
Se for anterior à inscrição: indeferimento do pedido de inscrição.
Se for posterior à inscrição e temporária: produzira o licenciamento.
Se for posterior e definitiva: produzirá o cancelamento.
Cargos que geram impedimento: chefes do poder (presidente), membros da mesa do poder legislativo, policial, militares dativos, os que trabalham com lançamentos de tributos, ocupante de gerencias em instituições financeiras...
Impedimento: restrição parcial, mais branda. Não inviabiliza que o advogado advogue. 
Cargos que geram incompatibilidade: servidor público federal, vereador, membros do poder legislativo...
 (Os professores de universidade pública não são impedidos).

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