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PROCESSO CIVIL III

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PROCESSO CIVIL III
Aula 2 – 10/08/2015
Conciliação e mediação são institutos que não se confundem, eis que no primeiro o conciliador tem liberdade para sugerir as partes uma possível solução para o litígio, enquanto que o mediador trabalhará no enfraquecimento das resistências demonstradas pelas partes e que as impede de alcançar uma composição para a solução do litígio. 
Art. 3º Lei 9099/95 (JEC)
I – valor da causa
II – não precisam observar o teto de 40 salários mínimos, porque o critério para estabelecimento da competência está na matéria tratada. 
III – não precisam observar o teto de 40 salários mínimos, porque o critério para estabelecimento da competência está na matéria tratada. 
IV - valor da causa
Obs: o autor não está obrigado a ajuizar a ação no rito do juizado especial cível. O que pode ser escolhido é o procedimento comum (vara cível) ou especial (JEC). Uma vez escolhida a vara cível, não se poderá escolher o procedimento comum - ordinário ou sumário. 
Obs.: vide parágrafo 2º, art. 3º. – decorar
Art. 3º Lei 10259/01 (JEF)
Valor da causa não pode exceder a 60 salários mínimos
Obs.: Muito importante o que está disposto no parágrafo 3º, art. 3º dessa lei. A competência é absoluta. 
Obs.: vide parágrafo 1º, art. 3º - decorar
Art. 2º da lei 12153/09 (JEFP)
Vide Parágrafo 1º do art. 2º
Em se tratando de juizado especial cível estadual cabe ao autor optar pelo rito comum (ordinário ou sumário), a depender da hipótese ou especial estabelecido pela lei 9099/95.
No que diz respeito aos juizados especiais de fazenda pública ou juizado especial federal a competência em razão do valor da causa é absoluta, razão porque o demandante não poderá optar entre um rito e outro. O que se tem aqui é exceção à aquilo que prevê o CPC, tendo em vista que à luz do código a competência em razão do valor da causa é tratada como relativa. 
				Aula 3 – 12/08/2015
Art. 8º, caput e parágrafo 1º da lei 9099/95
No caput – as pessoas que não podem ser partes, nem autoras e nem rés. 
Parágrafo 1º do art. 8º - pessoas que podem ser partes 
Além das pessoas expressamente indicadas no 1º do art. 8º da lei 9099/95 também poderão propor ação perante os juizados o espólio representado pelo inventariante nos termos do art. 12 do V do CPC, bem como os condomínios, estes representados pelos síndicos ou na falta destes por seus administradores. 
Obs.: não custa frisar que o espólio é despido de personalidade jurídica sendo dotado apenas de personalidade judiciária, o que lhe permite estar em juízo na condição de Autor ou Réu para defender os direitos relativos ao conjunto de bens deixados pelo falecido.
Art. 6º, I da lei 10259/2001
Além dos inscritos Art. 6º, I da lei 10259/2001, o microempreendedor individual também pode ser parte autora, em analogia legis ao II, do para 1º do art. 8º da lei 9099/95. 
Diferentemente do que ocorre nos juizados estaduais o incapaz pode figurar como autor nos juizados federais.
Lei 12153/2009
Art. 5º - o microempreendedor individual também pode ser parte autora.
Procuradores
Art. 9º da lei 9099/95
Em causas de valor igual ou inferior a 20 salários mínimos, qualquer pessoa tem ius postulandi.
Obs.: se o Réu fizer pedido contraposto acima de 20 salários mínimos faz-se necessário a presença de um advogado, segundo o enunciado do FONAJES.
Vide art. 9º
Procedimentos dos Juizados Especiais Cívil Estadual
Nos termos do art. 14 da lei 9099/95 o processo junto ao JEC tem início com a apresentação do pedido a secretaria do juizado.
Ato seguinte será designada data para audiência de conciliação.
Na sequência será o Réu citado para que compareça ao ato processual antes referido, sob pena de a luz do art. 20 ser declarado revel. Com efeito, a ausência do autor a audiência de conciliação importa na extinção do feito ao passo que na ausência do Réu impõe o julgamento antecipado da lide (efeito processual da revelia) e a presunção de veracidade das alegações do autor (efeito material da revelia), salvo se o contrário resultar do contexto fático-probatório.
Presentes as partes e obtida a conciliação aplica-se o parágrafo único do art. 22.
Aula 4 - 17/08/2015
Sistema recursal dos juizados
Art. 162 do CPC
Parágrafo 1º - Conceito de sentença
Parágrafo 2º - conceito de decisões interlocutórios
Parágrafo 3º - conceito de despachos
Art. 41 da lei 9099/95
Em face da sentença cabe recurso inominado.
Art. 48 da lei 9099/95 - embargos declaratórios em face de sentença ou em face de acórdão. 
Art. 163 do CPC – acordão 
Art. 504 do CPC – “dos despachos (que são atos de mero impulsão) não cabe recurso”
Obs.: quando o despacho tiver sentido de decisão caberá recurso.
Decisão recorrível em sede de juizado:
Sentenças: recurso inominado
Acórdãos: vai caber a depender da matéria recurso extraordinário
Tanto em face de sentenças ou acórdãos vai caber recurso de embargos de declaração. 
Obs.: art. 640 súmula do STF.
Em sede de JEC estadual as decisões interlocutórias são irrecorríveis. Então, se não cabe recurso não pode precluir a matéria. 
Na pratica forense (as turmas recursais) admite-se mandado de segurança com sucedâneo recursal em sede de juizado, entretanto o STF não admite por violar a economia processual. 
Nos termos do art. 162 do CPC os atos jurisdicionais constituem-se em: sentenças, decisões interlocutórias e despachos. 
A partir da identificação do conteúdo da decisão jurisdicional encontrará a parte o recurso cabível interponível.
Em sede de Juizado duas são as decisões judiciais recorríveis, quais sejam: sentenças e acórdãos. 
Em face das sentenças podem as partes interpor recurso inominado, nos termos do art. 41 da lei 9099/95. Este recurso será decidido por uma turma composta de 3 juízes que ao final proferirão acórdão. O recurso inominado deve ser interposto no prazo de 10 dias devendo estar devidamente preparado.
Obs.: O que é preparo? Recebe o nome de preparo o valor que deve ser pago pelo recorrente para que seu recurso seja admitido. Por óbvio, estão dispensado do preparo os hipossuficientes. 
Contra os acórdãos pode caber, nos termos da súmula 640 do STF, recurso extraordinário, desde que no processo seja discutida questão constitucional dotada de repercussão geral conforme previsto no art. 102, parágrafo 3º da CF/88. 
Percebe-se, diante do que foi dito acima, que as decisões interlocutórias são irrecorríveis no âmbito dos juizados especiais estaduais. Diante desta irrecorribilidade, firmou-se jurisprudência no sentido de admitir a impetração de mandado de segurança como sucedâneo recursal. Neste caso, o mandado de segurança, faz as vezes do recurso. 
Todavia, o STF ao julgar o recurso extraordinário nº 576.847, com repercussão geral reconhecida rechaçou a utilização do mandado de segurança como substitutivo recursal. 
Obs.: Quando o STF julga um recurso extraordinário com repercussão geral espera-se que todos os demais integrantes do poder judiciário nacional sigam a tese firmada pela mais alta corte, para que não se fomente na sociedade o sentimento de insegurança jurídica. 
Os recursos extraordinários em face dos acórdãos proferidos pelas turmas recursais deve ser interposto no prazo de 15 dias, e também exige preparo, aplicando-se a mesma coisa para os hipossuficientes. 
Por fim, caberão embargos de declaração em face tanto das sentenças como dos acórdãos, que deverão ser opostos no prazo de 5 dias, a teor do que dispõe o art. 49 da lei 9099/95. 
Atenção: nos termos do art. 50 da lei 9099/95 o recurso de embargo de declaração, quando opostos em face das sentenças, possuem efeito suspensivo, em contraposição ao art. 538 do CPC, que dota-os de efeitos interruptivos. Essa incongruência foi corrigida pelo novo CPC, de modo que a partir de sua vigência a redação do art. 50 da 9099/95 será alterada e os embargos de declaração passarão a ser dotados de efeitos interruptivos. 
Diante da irrecorribilidade das decisões interlocutórias estas não serão acobertadas pela preclusão, de modo que poderão se impugnadas quando da interposiçãodo recurso inonimado.
O sistema recursal nos juizados especiais federais segue o modelo do juizado estadual, com exceção da recorribilidade das decisões interlocutórias proferidas com base no art. 4º da lei 10259/01. 
A lei 12153/09 que cuida dos juizados de fazenda pública segue o modelo federal e permite em seu art. 4º recurso das decisões interlocutórias concessivas de liminares ou antecipações de tutela. 
Aula 5 - 19/08/2015 (COMEÇA AQUI PARA PROVAS)
TEORIA GERAL DOS RECURSOS
Conceito: recurso é meio de impugnação das decisões judiciais idôneo a ensejar dentro do mesmo processo a reforma, invalidação, esclarecimento ou integração do ato jurisdicional atacado.
Principal característica: voluntariedade. É o ato voluntário de uma das partes. 
Obs.: o MP e o terceiro prejudicado também poderá interpor um recurso. 
Os recursos possuem a natureza de prolongamento do direito público subjetivo de ação. 
Art. 496 do NCPC
A remessa necessária, duplo grau de jurisdição, remessa oficial ou reexame necessário não é recurso, mas sim CONDIÇÃO DE EFICÁCIA DE ALGUMAS SENTENÇAS, notadamente aquelas elencadas nos incisos I e II do art. 496 do NCPC. 
. Quando a sentença for contrária a fazenda pública ela estará sujeita a remessa necessária.
Fazenda pública: união, estados, DF, municípios, respectivas autarquias e fundações. 
Hipóteses cabíveis e não cabíveis: art. 496
São 3 os fundamentos utilizados para negar a qualidade de recurso ao reexame necessário, quais sejam: 
1º - enquanto os recursos são manifestações voluntárias das partes, do MP, ou do terceiro prejudicado o reexame necessário é ato do juiz, sobre o qual aquelas pessoas não possuem ingerência;
2º - o código elenca os recursos existentes em rol taxativo (art. 994NCPC), e dele não consta alusão ao reexame necessário;
3º - para todo recurso existe a fixação de prazo processual que deverá ser observado quando da sua interposição ou oposição, não havendo, no entanto prazo estabelecido para que os juízes remetam suas sentenças ao duplo grau obrigatório.
Obs.: Utiliza-se o verbo interpor quando o recurso for julgado por órgão jurisdicional diverso daquele que proferiu a decisão recorrida. Reserva-se o verbo opor para as hipóteses em que o julgamento do recurso será feito pelo próprio órgão jurisdicional que proferiu a decisão recorrida.
	Não é toda a sentença que se sujeitará ao duplo grau obrigatório. Os parágrafos 3º e 4º do art. 496 se ocupam das hipóteses de dispensa da remessa necessária. O primeiro se vale do critério quantitativo da condenação, ao passo que o segundo se utiliza do critério da pacificação da matéria, isto é, se a sentença estiver em conformidade com a jurisprudência judicial ou administrativa não haverá remessa necessária. 
Princípios processuais recursais
Duplo grau de jurisdição
Há divergência na doutrina quanto a existência ou não desse princípio. Corrente majoritária: não existe, vez que não está expressamente disposto na CF e nem mesmo no CPC. 
Aula 6 dia 24/08/2015
Princípio da Taxatividade
Os recursos devem estar previstos em lei nacional e elencados em rol fechado, isto é, taxativo. Desse modo, não se admite por exemplo que regimento interno de tribunal crie recursos, pois tal papel é exclusivo do poder legislativo.
Obs.: O novo CPC extinguiu o recurso de agravo retido, dispondo agora a respeito do agravo de instrumento e agravo interno, respectivamente, nos incisos II e III do art. 994 do NCPC. 
Princípio da singularidade ou unirrecorribilidade
Para cada decisão existe um tipo de recurso e para cada decisão deve ser apresentado um único recurso por vez. 
Deve ser observado, no entanto, que os embargos de declaração poderão ser opostos em face de qualquer decisão judicial, desde que presentes os pressupostos para o seu cabimento. 
Princípio da Proibição de Reforma para pior ou “Ne Reformatio in Pejus”
O recurso só pode significar possibilidade de melhora na situação jurídica do recorrente. Dito isso, resta claro que o órgão jurisdicional revisor não poderá agravar a situação do recorrente na ausência de recurso da parte contrária.
O princípio em tela não impede que o tribunal ao julgar recurso de apelação, por exemplo conheça de decadência ou de prescrição e tal fato importe no agravamento da situação jurídica do recorrente, tendo em vista que tais matérias são apreciáveis de ofício.
Recurso Adesivo
Havendo sucumbência recíproca, hipótese em que autor e réu são vencidos e vencedores simultaneamente poderá a parte, que não manifestou recurso independente interpor recurso na modalidade adesiva. Recurso adesivo não é espécie de recurso, mas forma pela qual poderão ser interposta a apelação, o recurso especial e o recurso extraordinário.
Quanto ao prazo, este será o mesmo que a parte dispuser para responder ao recurso principal apresentado, sendo certo que a resposta ao recurso denomina-se contrarrazões.
O recurso adesivo fica subordinado ao recurso principal, razão pela qual a inadmissibilidade deste impedirá o julgamento daquele. Da mesma forma, a renúncia/desistência apresentada pelo recorrente principal impedirá o julgamento do adesivo.
Juízo de admissibilidade x Juízo de mérito
Juízo de admissibilidade é etapa antecedente lógica e necessariamente o juízo de mérito, momento no qual é verificado o preenchimento dos requisitos intrínsecos e extrínsecos de admissibilidade recurso. É comum que nesta etapa os órgãos jurisdicionais valham-se de das seguintes expressões: “recebo/deixo de receber o recurso”, “admito/deixo de admitir o recurso”, “conheço/deixo de conhecer do recurso”.
Aula 7 dia 31/08/2015
Juízo de mérito: órgão jurisdicional competente para o julgamento do recurso somente ingressará no mérito deste no caso de: ultrapassamento do juízo de admissibilidade. Com efeito, exercer juízo de mérito é negar ou dar provimento ao recurso, quer seja para anular, quer seja para reformar, quer seja para esclarecer/integrar ou dissipar contradição.
Requisitos de admissibilidade recursal
Requisitos intrínsecos: cabimento/adequação, interesse recursal, legitimidade, inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer. 
Cabimento/adequação: Para cada decisão existe um recurso cabível, de modo que cumpre ao recorrente interpor o recurso adequado para à sua pretensão recursal.
Interesse recursal: Quem nada perdeu não tem interesse em recorrer, razão pela qual somente o sucumbente é dotado de interesse recursal.
Obs.: Deve ser frisado que o advogado conquanto não seja parte possui interesse recursal em ver majorada a verba honorária. Por essa razão, pode o advogado recorrer de forma autônoma mesmo que o seu cliente não tenha sucumbido.
Aula 8 – 02/09/2015
Legitimidade: O terceiro para que seja reconhecido como legitimado a interposição de recursos deve demonstrar o seu interesse jurídico no resultado da demanda. 
Obs: art. 138 p. 1º do NCPC – Embora o CPC trate o “amicus curiae” como terceiro, este não possui legitimidade para a interposição de recursos, salvo quando se tratar de decisão judicial que julgar incidente de resolução de demandas repetitivas. 
Inexistência de fato impeditivo ou extintivo do direito de recorrer: qualquer comportamento da parte capaz de demonstrar sua concordância com o provimento jurisdicional a impedirá de recorrer ou tornará extinto este direito. Neste sentido, ver art. 1000 NCPC. 
Requisitos extrínsecos
P. 5º, art. 1003 do NCPC – Estabelece prazo de 15 dias para os recursos – regra geral. 
Tempestividade: cumpre o recorrente a tempestividade quando efetua o protocolo de seu recurso dentro do prazo assinado pela lei. 
Preparo: via de regra, os recursos sujeitam-se ao prazo de 15 dias com exceção dos embargos de declaração, cujo prazo de oposição é de 5 dias (art.1023 NCPC)
Com o advento do novo código os prazos processuais, aí incluídos os recursais, somente serão contados quanto aos dias úteis nos termos do art. 219 do CPC. 
O MP, a advocacia pública, a defensoria pública e os advogados de escritórios distintos dispõemde prazo em dobro para recorrer em razão do que preveem os arts. 180, 183, 186 e 229 do NCPC respectivamente. 
Tratando-se de feriado local a parte recorrente tem o ônus de comprová-lo quando da interposição do recurso, nos termos do p. 6º do art. 1003 do NCPC.
Tratando-se de processo eletrônico os advogados dos escritórios distintos não disporão da prorrogativa de manifestarem-se no prazo em dobro, de acordo com o p. 2º do art. 229 do NCPC.
PEGAR A AULA 09/09
Aula dia 14/09/2015
Efeito devolutivo
Tantum devolutum quantum apelatum 
Cabe ao recorrente delimitar a extensão da devolutilidade de seu recurso, de modo que apenas será objeto de análise por parte do órgão jurisdicional competente para o julgamento do recurso aquilo que tenha sido objeto de insurgência por parte do recorrente. Delimitado pois, o objeto do recurso (extensão da devolutilidade) a analise quanto ao pedido recursal não encontra mais limites, o que permite afirmar que qualquer fundamento poderá ser utilizado para o provimento quanto para o improvimento do recurso. 
Obs.: não há violação do principio da reformaticions in pejus quando o tribunal julga por exemplo questões preliminares ou prejudiciais de mérito, visto se tratar de matérias de ordem pública.
Art. 1012 do NCPC – Efeito Suspensivo
O recurso de apelação por força do art. 1012 Do NCPC é dotado de efeito suspensivo, o que permite concluir que uma vez interposta a apelação no prazo legal, nenhum efeito produzirá a sentença, salvo se estivermos diante de uma das exceções contidas nos incisos do parágrafo primeiro do referido artigo. 
A existência de efeito suspensivo quanto ao recurso de apelação impede que se promova o seu cumprimento (execução).
Teoria da causa madura (art. 1013, parágrafo 3º NCPC)
Presente uma das hipóteses do parágrafo 3º do art. 1013 do NCPC o tribunal independentemente do retorno do processo a primeira instância enfrentará o mérito da lide, decidindo-a inclusive pela primeira vez se for o caso. 
A justificativa para a presente possibilidade passa pela desnecessidade de produção de provas, bem como pela necessidade de solução da controvérsia em prazo razoável (art. 5º, LXXVIII) e ainda pelo princípio da instrumentalidade das formas.
Sendo caso de aplicação da teoria da causa madura, não será possível alegar supressão de instância.
AGRAVO DE INSTRUMENTO
No CPC 1973, o recurso de agravo funcionava como gênero que comportava duas espécies, quais sejam: o agravo retido e o agravo de instrumento.
Ambos eram vocacionados a impugnação de decisões interlocutórias, sendo que o segundo deles tinha sua utilização restrita para os casos em que a decisão
pudesse impor a parte lesão grave e de difícil reparação, bem como nos casos de inadmissão do recurso de apelação, servindo ainda para atacar os efeitos em que a apelação era recebida. 
O agravo retido ao menos nos termos do art. 522 do CPC 1973 era a regra, enquanto que o agravo de instrumento figurava como exceção.
Em razão da tentativa de pratica de tomar o agravo de instrumento como regra, o legislador do CPC 2015 eliminou o recurso de agravo retido, permanecendo apenas o agravo de instrumento para hipóteses taxativas previamente estabelecidas no rol do art. 1015 do novo CPC.
O agravo de instrumento com sua nova fisionomia, não se confunde em nenhuma medida com o recurso de agravo interno, este previsto no art. 1021 do NCPC. Enquanto aquele se revela cabível e adequado a impugnação de decisões interlocutórias, este tem por esculpo impugnar apenas decisões monocráticas proferidas por relatores quando da análise e processamento de qualquer recurso que tenha de ser julgado por órgão colegiado.
Por força do art. 1016 e diferentemente do que ocorre com o recurso de apelação, o recurso de agravo de instrumento será interposto diretamente no tribunal competente para o seu julgamento. 
Inovação relevante é a introduzida pelo artigo 1018 do NCPC, que torna faculdade a comunicação dirigida ao juiz prolator da decisão recorrida a interposição do recurso.
Não é demais dizer que no CPC 1973 a ausência dessa comunicação caso fosse alegada pelo recorrido importava na inadmissibilidade do recurso de agravo de instrumento. 
Aula dia 16/09/2015
Art. 1018 – processo eletrônico - faculdade
Art. 1018, par. 2º e 3º - processo físico – obrigatoriedade, sob pena de inadmissibilidade do recurso.
Regularidade formal no agravo de instrumento
A regularidade formal no recurso de agravo de instrumento vem regulada nos arts. 1016 e 1017 do NCPC, devendo ser realçada a disposição contida no inciso I do art. 1017 que estabelece os documentos que obrigatoriamente serão utilizados na formação do instrumento.
Verificada irregularidade ou deficiência na formação do instrumento, o relator com base no par. 3º do mesmo artigo 1017 permitirá ao agravante corrigir a irregularidade no prazo de 5 dias, de acordo com o par. Único do art. 932.
Tratando-se, todavia, de processo eletrônico, o par. 5º do 1017 dispensa os documentos contidos nos incisos I e II do mesmo artigo, ficando facultado ao recorrente anexar outros documentos que no seu entender sejam uteis a compreensão da controvérsia. 
Papel do relator no agravo de instrumento
O relator ao exercer juízo positivo do agravo de admissibilidade do agravo de instrumento observará as determinações contidas nos incisos do art. 1019. 
Inicialmente verificará se é caso ou não de conceder efeito suspensivo ao recurso ou ainda se é caso ou não de antecipar total ou parcialmente a tutela recursal.
Concede-se efeito suspensivo quando a decisão agravada for de conteúdo positivo, isto é, quando impuser ao agravante uma obrigação de fazer, não fazer ou dar. Antecipa-se a tutela recursal na hipótese de decisão de conteúdo negativo, ou seja, nos casos em que o agravante não obteve o que almejava na primeira instancia.
Passo seguinte adotará o relator providencias no sentido de cientificar o agravado, intimando-o pessoalmente por carta ou por meio de publicação dirigida ao seu advogado.
Por fim, se o caso for comunicará o MP do agravo para que se manifeste se quiser. 
Aula dia 21/09/2015
Obs quanto ao caso concreto da semana 3
O CPC consagra duas hipóteses nas quais o magistrado poderá retratar-se quando estiver diante de recurso de apelação, quais sejam: 
1ª hipótese: sentença que indefere a petição inicial, nos termos do art. 331.
2ª hipótese: sentença de improcedência prima “facie”.
Nestes casos, o magistrado poderá revogar sua própria sentença, determinando o prosseguimento da ação.
RECURSO DE AGRAVO INTERNO
O recurso de agravo interno revela-se cabível/adequado para impugnar decisão monocrática proferida por relator quando da análise de recurso ou de ação de competência originária. 
Possui o agravo interno pois o escopo de transferir o julgamento do recurso ao seu juízo natural, qual seja, órgão colegiado. É correto, deste modo, afirmar que o agravo interno consubstancia-se em manifestação ou densificação do princípio da colegialidade. 
O p. 5º do art. 1021 preconiza requisito extrínseco de admissibilidade ao exigir o pagamento da multa imposta pela interposição de agravo interno manifestamente improcedente ou inadmissível, como causa para a admissão de qualquer outro recurso. 
Aula 23/09/15
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO
Os embargos de declaração são oponíveis em face de qualquer decisão judicial, aí incluídos os despachos. Com efeito, para que a premissa anteriormente fixada revele-se correta, temos que compreender o art. 1001 em conjunto com todo o sistema do NCPC, para em seguida concluirmos que via de regra não caberá recurso para impugnar despachos, ressalvada a possibilidade de oposição dos aclaratórios (sinônimo de embargo de declaração).
Para o recurso de embargo de declaração deve ser utilizado o verbo opor, já que serão julgados pelo próprio magistrado prolator da decisão embargada. 
No tocante ao prazo, os embargos de declaração rompem com a regra geral do prazo de 15 dias (art.1003, p.5º) e deverão ser opostos no prazo de 5 dias (art.1023).Os embargos de declaração são gratuitos, uma vez que não se exige preparo para que sejam opostos (art.1023).
Embargos de Declaração com Efeitos Modificativos ou Infringentes (art.1023,p.2º)
Diz-se que os embargos possuem efeitos modificativas ou infringentes quando o seu eventual acolhimento possuir aptidão para promover alteração substancial na decisão embargada. Nestes casos o p. 2º do art. 1023 obriga o magistrado a franquear a manifestação em contraditório por parte do embargado. Esta exigência não constava do CPC 73, mas já era jurisprudência pacífica no TJ/RJ e no STF. 
Embargos de Declaração Pre-questionadores (súmula 98 do STJ)
Nos termos da súmula 98 do STJ, os embargos de declaração opostos com o intuito de promover o pre- questionamento não poderão ser considerados protelatórios e por essa razão não poderá ser imposta multa ao embargante, cuja previsão consta no p.2º do art. 1026.
Pre-questionar significa forçar o julgador do processo a se manifestar sobre determinado princípio, artigo ou tese jurídica sustentada pelo embargante, de modo a permitir acesso as denominadas “vias extraordinárias”. Isto é, sem que haja sem prequestionamento (prévia decisão). Não poderá a parte recorrer ao STF ou ao STJ, respectivamente por meio da interposição de recurso extraordinário ou especial. Deste modo, devemos compreender vias extraordinárias como sendo o acesso aos tribunais de superposição. 
Cabimento
1º hipótese: decisão obscura.
Sustenta a doutrina que é obscura a decisão judicial que não seja ou não esteja suficientemente clara. Decorre desta afirmação, que a análise da obscuridade possui alta carga de subjetivismo. No caso de obscuridade, o embargante formulará pedido recursal com o objetivo de ver aclarada a decisão que aos seus olhos é obscura. 
Aula dia 28/09/15
2º hipótese: contradição
Verifica-se a contradição quando a decisão judicial contiver proposições inconciliáveis entre si. A contradição deixa transparecer verdadeira confusão de ideias por parte do julgador e precisa ser eliminada para que as partes alcancem segurança jurídica quanto ao conteúdo do ato jurisdicional.
3ª hipótese: omissão
É omissa a decisão judicial quando o juiz deixar de se pronunciar sobre argumentos deduzidos pelas partes que em tese seriam capazes de contrariar a conclusão encontrada pelo julgador. Sem dúvida dois atos jurisdicionais são mais propensos a configuração da omissão, quais sejam: despacho saneador, que em verdade possui natureza de decisão interlocutória e tem como principais funções fixar o ponto sobre o qual controvertem autor e réu, bem como promover a distribuição do ônus da prova, além das sentenças.
4 hipótese: correção de erro material
Quando a decisão contiver erro material, como o nome incorreto das partes no processo, por exemplo podem os interessados valer-se da oposição de embargos de declaração para que seja corrigido o erro material.
Embargos de Declaração tidos por protelatórios (procastinatórios)
Historicamente a oposição de embargos de declaração foi expediente utilizados por advogado e representantes da fazenda como instrumento de retardamento da marcha processual. Diante desta contestação de ordem histórica e empírica o novo CPC no p. 2º do art. 1026 permite que o juiz ou o tribunal condene o embargante em multa não superior a 2% sobre o valor atualizado da causa. 
Caso a parte reitere a oposição de embargos protelatórios a multa será elevada a até 10% sobre o valor atualizado da causa. Neste último caso, a multa assumirá a condição de requisito extrínseco de admissibilidade e deverá ser depositada previamente a interposição de qualquer recurso, de acordo com o p. 3º do mesmo art. 1026.
Na vigência do CPC/73 o STJ consolidou sua jurisprudência permitindo a aplicação conjunta das multas pela litigância de má-fé e da aplicada em razão da oposição de embargos de declaração tidos por protelatórios. Como não houve, nesta parte, nenhuma inovação legislativa no texto do novo CPC, é forçoso concluir pela manutenção do entendimento firmado na vigência do CPC/73.
Princípio da Complementaridade 
p.4º do 1024
Se do julgamento dos embargos de declarações resultar a modificação da decisão contra a qual o embargado já tiver interposto outro recurso, não se operará a preclusão consumativa quando a parte modificada em razão do acolhimento dos aclaratórios, sendo facultado a outra parte complementar o seu recurso.
O p. 5º do 1024 infirma a inteligência sedimentada pelo STJ na súmula 418 e sua jurisprudência.
Obs.: p. 3º 1024 consagra o princípio da fungibilidade, pois permite que os embargos de declaração sejam conhecidos como agravo interno. 
AULA 19/10/15
Recurso Ordinário Constitucional
O Recurso Ordinário Constitucional será apreciado pelo STF ou pelo STJ, no exercício do segundo grau de jurisdição. Quando STF e STJ julgam o recurso em questão, não estão funcionando como instância extraordinária/excepcional, mas, como verdadeiro tribunal de revisão, o que lhes permite reapreciar inclusive matéria de fato e de provas.
Obs.: não se exige prequestionamento para a interposição de recurso ordinário. 
Recurso Ordinário para o STF (art. 1027,I)
Somente o impetrante de mandado de segurança, habeas data ou mandado de injunção poderá interpor recurso ordinário para o STF (legitimidade), desde que a decisão nas referidas ações constitucionais seja denegatória, isto é, contrária aos seus interesses (interesse recursal). 
Necessário se faz ainda que a decisão de única instância seja da lavra de tribunal superior (STJ, TST, STM e TSE) no exercício de suas competências originárias.
Recurso Ordinário para o STJ (art.1027, II, a)
Caberá ao STJ julgar recurso ordinário interposto em face de decisão proferida por TRFs, TJs ou pelo TJDFT no exercício de suas competências originárias e desde que se trate de decisão denegatória proferida em sede de mandado de segurança. 
Art. 1027,II,b
Nas denominadas causas internacionais que são aquelas onde figura como parte de um lado Estado estrangeiro ou organismo internacional e de outro município ou pessoa residente num país o recurso ordinário eventualmente interposto será decidido pelo STJ, independentemente do tipo de ação. 
Recurso extraordinário e recurso especial 
Excepcionais
. Extraordinário – STF -Violação a CF – art. 102,III, letras a, b, c e d da CF. 
. Especial – STJ – violação ao direito federal infraconstitucional – art. 105, III, a, b e c da CF. 
Os recursos acima apresentados servem apenas a reanálise ou ao rejulgamento do direito neles discutido. É dizer, não prestam a reanálise de matéria fática. Ver a esse respeito as súmulas 279 STF e 7 do STJ. 
Os recursos excepcionais exigem ainda que o recorrente demonstre a existência do prequestionamento da matéria de direito objeto da impugnação. Prevalece assim que o prequestionamento é requisito extrínseco próprio destes recursos. Alguns doutrinadores discordam desse pensar e fundamentam sua divergência no fato de que somente a CF poderia estabelecer requisitos para o cabimento de recursos nela previstos. 
Aula 21/10/15
A CF exige nos arts. 102 e 105 que para que o STF e o STJ possam conhecer, respectivamente, os recursos extraordinário e especial que as causas já tenham sido decididas pelas instâncias inferiores.
Em outras palavras é preciso que a primeira instância e/ou os tribunais já tenham se manifestado a respeito da matéria constitucional ou infraconstitucional, objeto de enfrentamento no recurso excepcional. A conclusão a que se chega é que STF e STJ não poderão ser os primeiros a se manifestarem sobre a questão/matéria aviada no recurso interposto.
Quando as instâncias inferiores já tiverem enfrentado o ponto objeto do recurso terá havido prequestionamento. A ausência de prequestionamento importará no não conhecimento dos recursos em questão. 
Obs. 1: Dos acórdãos proferidos por turma de juizado não cabe recurso especial, tendo em vista que o III do art. 105 da CF/88 exige decisão de tribunal para o cabimento de recurso especial e como sabido por obrado art. 98, I da CF/88 os processos de juizados especiais têm início e fim na primeira instância. Cabe, no entanto, destas decisões recurso extraordinário para o STF, desde que o acordão proferido por turma recursal manifeste-se contrariamente à correta interpretação que deva ser atribuída as normas da CF, sendo necessário ainda que o recorrente demonstre a repercussão geral da matéria discutida nos autos. 
Obs 2.: Em 2009 o STJ editou a resolução nº12/2009 que regula a possibilidade de apresentação de RECLAMAÇÃO, a ser ofertada quando acordão de turma recursal revelar-se contrário a sua jurisprudência pacificada.
REPERCUSSÃO GERAL (Art. 1035)
A emenda 45/04 denominada de reforma do poder judiciário instituiu um filtro para controlar a admissão ou não dos recursos extraordinários denominando-o de repercussão geral, cuja previsão consta no par. 3º do art. 102 da CF/88 com regulamentação no art. 1035 do NCPC. Quer-se com isso que o STF decida apenas recursos extraordinários que versem sobre matérias capazes de impactar de alguma forma na sociedade. Neste contexto vamos concluir que a repercussão geral está para o recurso extraordinário como requisito extrínseco específico e necessário a sua admissão. 
04/11/2015
Embargos de Divergência
O recurso de embargos de divergência é próprio dos tribunais superiores, quais sejam: STF e STJ e tem por objetivo eliminar divergência interna verificada entre seus órgãos fracionários, uniformizando assim a jurisprudência. 
A rigor, consoante se depreende dos incisos I, II e III do art. 1043 do NCPC os embargos de divergência tem cabimento a partir de acórdão que decide recurso extraordinário ou recurso especial. O inciso IV de seu turno introduz novidade no cenário jurídico, ao permitir a interposição do recurso em questão em face de acórdão que decida ação de competência originária do STF ou STJ.
OBS.: O art. 204 do NCPC conceitua acórdão como sendo a decisão proferida por órgão colegiado de tribunal.
Esquema importante para reconhecer qual recurso cabível
ATOS JUDICIAIS (arts. 203 e 204 do NCPC)
Que decidem uma questão – decisões latu sensu (dotadas de conteúdo meritório)
Que impulsionam o processo – despachos (atos meramente ordinatórios) – despidos de conteúdo meritório.
As decisões latu sensu (dotadas de conteúdo meritório) podem ser proferidas por:
Juízo singular: proferem sentenças ou decisões interlocutórias
Juízo colegiado que se dividem em:
2.a) Unipessoais (decisões monocráticas conferidas pelo relator): que podem ser finais ou interlocutórias
2.b) Colegiadas: que também podem ser finais ou interlocutórias
AÇÃO RESCISÓRIA
A coisa julgada é garantia constitucional prevista no art. 5º, XXXIV da CF, sendo verdadeiro corolário da segurança jurídica, eis que impede a rediscussão por meio de recursos de determinada decisão judicial. 
Coisa julgada material x Coisa julgada formal
Denomina-se coisa julgada material a impossibilidade de rediscussão de decisão extintiva, isto é, de decisão dotada de conteúdo meritório.
De outro lado, a coisa julgada formal é verificada em face de decisão que não possa ser objeto de discussão no mesmo processo, mas que poderá ser reapreciada em outro processo. A coisa julgada formal guarda relação com as decisões terminativas, ou seja, aquelas que encerram o processo sem se debruçar sobre o seu mérito.
Visto isso, já é possível conceituar a ação rescisória como sendo meio de impugnação voltado a desconstituição da coisa julgada.
Não se pode confundir, recurso também é meio de impugnação, mas de decisão ainda não acobertada pela coisa julgada. É dizer mais, a interposição de um recurso NÃO inaugura nova relação jurídico-processual, ao passo que o ajuizamento de ação rescisória instaura nova lide.
Em razão de sua excepcionalidade, o cabimento da ação rescisória é restrito as oito hipóteses constantes do art. 966 do CPC. 
Ainda por conta de sua excepcionalidade o ajuizamento de ação rescisória sujeita-se a biênio decadencial, cujo o início do prazo será a data do transito em julgado da última decisão proferida no processo, de acordo com o art. 975 do NCPC. Ultrapassado o referido prazo de 2 anos, forma-se a coisa soberanamente julgada.
09/11/15
Competência para o julgamento
O julgamento da ação rescisória é de competência de tribunal, falecendo esta em qualquer caso para os juízes de 1ª instância. 
O tribunal competente será aquele que proferiu a última decisão de mérito a respeito do processo onde se tenha formado a coisa julgada. Ex.: No caso de um recurso especial interposto em face de acordão proferido pelo TJRJ a análise da competência dependerá da admissão ou não do especial. Sendo o recurso admitido no STJ qualquer que seja o resultado final caberá a este tribunal decidir a rescisória. Em sentido contrário, no caso de o especial se quer ser admitido a competência para o julgamento da rescisória será do TJRJ, tendo em vista que foi o último órgão jurisdicional a se debruçar sobre o mérito da causa.
Legitimidade (art.967)
Vide art. 178
Procedimento da ação rescisória (art.968)
A ação rescisória como qualquer outro processo será deflagrada por uma petição inicial que deverá conter os requisitos genéricos do art. 319 e os requisitos específicos do art. 968, quais sejam:
Art. 968, I – pode ser que para o autor da ação rescisória baste a desconstituição da coisa julgada antes formada. Se assim for, ser-lhe-á exigido apenas a formulação de pedido rescindendo (pedido para desconstituir a coisa julgada). Todavia, na hipótese de ser necessário o rejulgamento da causa deverá o Autor postular pedido rescisório (pedido de nova rescisão). No caso de não bastar o pedido rescindendo e não ter sido formulado o pedido rescisório a petição inicial será inepta, oportunidade em que deverá ser deferido ao Autor da rescisória prazo para que emende sua petição inicial. Não sendo suprido por vício, deverá o tribunal extinguir o feito sem análise de mérito.
Art. 968, II – A ação rescisória está sujeita a requisito específico de procedibilidade consistente no depósito prévio de 5% sobre o valor da causa, valor da ação rescisória e, não, valor da causa primitiva onde se formou a coisa julgada, cuja rescisão é buscada. Não se sujeita a tal depósito a fazenda pública e o hipossuficiente. A hipossuficiência há de ser atual, isto é, há de ser aferida no bojo da ação rescisória. A não realização do depósito importará no indeferimento da inicial nos termos do par. 3º do art. 968. 
Participação do Réu na ação rescisória 
Por se tratar de ação autônoma, o Réu na ação rescisória deve ser citado para integrar a relação jurídica sob pena da total invalidade do processo (art. 239 CPC).
Obs 1: Andou mal o legislador no art. 970 quando diz que o Réu será citado para apresentar resposta. Isso porque nos termos do art. 335 do novo código o réu é citado para oferecer contestação, o que se contrapõe frontalmente ao regime do código de 1973 em que seu art. 297 dispunha que o réu seria citado para oferecer resposta, expressão genérica que abarcava a contestação, a reconvenção e a exceção.
Obs 2: O prazo de que dispõe o Réu para contestar é específico e unicamente aplicável as ações rescisórias, sendo o mínimo de 15 e o máximo de 30 dias nos termos do art. 970 do NCPC. O MP, a fazenda pública, a defensoria pública ou quando existirem dois ou mais réus representados por advogados distintos de escritórios distintos poderão contestar valendo-se do prazo em dobro. É preciso dizer ainda que no regime do código atual os prazos serão contados em dias úteis, nos termos do 219. 
AULA DIA 16/11/15
Incidente de Resolução de Demandas Repetitivas (IRDR – Art. 976 NCPC)
Conceito doutrinário de IRDR: Trata-se de incidente processual, que tem por escopo a uniformização jurisprudencial voltada a evitação de multiplicação de demandas idênticas. Instituto novo que não guarda qualquer paralelo com o CPC 73 e foi concebido para emprestar força normativa as decisões dos TJs e TRFs, ou seja, é incidente de competênciade tribunal de justiça ou de tribunal regional federal. De acordo com o p. 5º do art. 976 trata-se de incidente gratuito, o que foi pensado para que não fossem criado óbices a uniformização da jurisprudência.
Legitimidade: os legitimados para a instauração do IRDR constam do art. 977. 
Procedimento: a distribuição do IRDR será feita pelo Presidente do Tribunal (art.977), passando na sequência a presidência do relator do órgão colegiado competente para o julgamento previsto no regimento interno do tribunal para julgá-lo (art.978 c/c 982). O principal efeito processual da admissão do IRDR consta do art. 982, I e consiste na paralização de todos os demais processos que tramitam no Estado e na região. Quando que paralisa no Estado e na região? TJRJ – Paralisa todo o Estado do RJ, TRF 2ª Regiao abarca a sessão judiciaria do ES e do RJ, assim será diferente, suspenderá toda a região. O MP quando não houver suscitado o IRDR manifestar-se-á obrigatoriamente como fiscal da ordem jurídica (976, p.2º c/c 982, III). O IRDR permite a participação figura do amicus curiae, nos termos do art. 983; previsão legislativa alicerçada na necessidade da máxima qualidade possível da tese a ser formada ao final do julgamento. Ou seja, quanto maior o nº de pessoas que contribuírem com os seus conhecimentos para o julgamento do IRDR maior será a probabilidade de se alcançar justiça com a decisão ao final proferida.
Força vinculante: o IRDR se origina de um processo subjetivo onde se verifica a presença de Autor e Réu, mas a decisão nele tomada transcenderá aos limites subjetivos da causa. Melhor dizendo, não obstante o IRDR surgir de um processo específico, a decisão que nele for tomada vinculará a todos, sendo dotada pois de eficácia erga omnes, com força vinculante. O descumprimento da tese, ensejará o cabimento de RECLAMAÇÃO, a teor do que dispõe o art. 985.

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