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Psicologia Genética e Educação - Piaget

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Rielery da Silva Goulart
PIAGET – PSICOLOGIA GENÉTICA E EDUCAÇÃO
Resenha apresentada ao Professor Cláudio Peixoto, na disciplina de Psicologia da Aprendizagem, no Curso de Bacharelado em Psicologia, da Universidade Severino Sombra.
Vassouras, 17 de março de 2014
Resenha do Capítulo III: Piaget – Psicologia Genética e Educação, do livro Psicologia da Educação, de Marcos Vinícius da Cunha.
Jean Piaget foi um biólogo suíço, que viveu do final do século XIX ao final do século XX, muito interessado pela Epistemologia, área da Filosofia que elabora e discute teorias do conhecimento. Apesar de ter tido seus estudos adaptados para a Pedagogia, nunca fez teorias pedagógicas.
Piaget, assim como todos que se envolvem na área da Epistemologia, queria saber como o ser humano passa dos conhecimentos mais simples aos mais complexos, mas precisamente dos conhecimentos a posteriori aos conhecimentos a priori.
Os conhecimentos a posteriori só podem ser obtidos por meio do empirismo, com base em experiências, pelos órgãos do sentido. Já os conhecimentos a priori não necessitam da experiência, são universais, necessários, não dependem da subjetividade de quem os cria nem de condições do ambiente.
Ele percebeu que poderia entender como as crianças desenvolvem a cognição se estudasse o desenvolvimento do ser humano da infância a fase adulta, daí surgiu uma teoria de desenvolvimento da inteligência, denominado Psicologia Genética, pois estudava o ser desde sua origem (gênese) até o estado mais elevado.
O método piagetiano consiste em compreender como o indivíduo formula suas concepções sobre o mundo que o cerca, como soluciona problemas e explica fenômenos naturais. O método prevê a formulação de problemas abertos, as provas operatórias, iniciando diálogos entre pesquisador e pesquisado e, podendo recorrer a observações registradas.
A Epistemologia considera que o conhecimento só é possível quando o sujeito age sobre o objeto, buscando, pesquisando o objeto a ser conhecido, para superar o desequilíbrio entre eles. Assim, o objeto é inserido no Sujeito.
É o desequilíbrio entre o Sujeito e o Objeto que dá início ao processo de conhecimento, e, para isso há dois processos que levam ao equilíbrio Sujeito-Objeto, que nunca é definitivo, visto que o mundo está em constante mudança.
Assimilação – quando o sujeito se depara com um problema e tenta superá-lo utilizando conhecimentos prévios.
Acomodação – quando para superar o problema, necessita modificar seus conhecimentos prévios, adaptando-os à situação.
Na educação, cabe ao professor apresentar situações que causem desequilíbrio entre aprendiz e conteúdo, levando o aluno a agir sobre esses conteúdos.
Segundo Piaget, o meio pode ser um fator decisivo no desenvolvimento cognitivo e esse desenvolvimento envolve a passagem por quatro estágios, onde um necessita das aquisições do outro. Esses estágios foram separados cronologicamente, mas não são categóricos, nem sempre as idades são seguidas.
Sensório-motor – Do nascimento até aproximadamente 2 anos de idade. Caracteriza-se pela inexistência de imagens mentais; ação sobre o objeto por meio dos sentidos; predomínio da assimilação.
Pré-operatório – De 2 a 7 anos de idade. Marcado pela representação, as ações passam a ser feitas por meio de imagens mentais; progresso sensível da linguagem oral, comunicação se baseia no grupo social; transição da linguagem por símbolos, característica das crianças, para a linguagem por signos, elementos representativos típicos de uma cultura; início da transição do egocentrismo para a socialização.
Operatório concreto – De 7 a 12 anos de idade. Criança já opera mentalmente, de forma concreta, se a situação já fez parte de sua experiência empírica; reversibilidade do pensamento.
Operatório formal – Entre 12 e 16 anos de idade. Transformação dos esquemas cognitivos organizados em esquemas imaginados como possíveis; raciocínio abstrato e elaboração mental de hipóteses (raciocínio hipotético-dedutivo), sem demonstração empírica.
Juntamente com o desenvolvimento intelectual ocorre o desenvolvimento da sociabilidade.
Na fase inicial predomina o egocentrismo, onde a criança não consegue distinguir o seu eu dos outros, só há o seu ponto de vista, todo o universo gira em torno dela, até que passa a ter ações refletidas, pensadas e articuladas por meio de parâmetros do grupo social, mas, para isso o indivíduo passa por dois estados até chegar ao último.
O primeiro estado é denominado anomia, ausência de regras. A criança não apreende as regras existentes. Predomina, ainda, o egocentrismo e ocorrem monólogos coletivos, uma pseudoconversa, onde o interlocutor parece ser outro, quando não é.
O segundo estado é a heteronomia, em que a criança enxerga as ordens dos mais velhos como inalteráveis, o chamado respeito unilateral e realismo moral. O sujeito é passivo.
Para Piaget, só há socialização quando o sujeito participa ativamente da elaboração das regras sociais, sendo de extrema importância o diálogo para favorecer a internalização das regras pela criança, chegando assim à autonomia.
Portanto, é necessário o cuidado quanto ao uso da autoridade empregada pelo adulto, para que a criança perceba que as regras são modificáveis, dependem da vontade coletiva. Na educação, não é considerado conhecimento aquilo que o educando adquire de forma passiva, nem por meio de um único ponto de vista.
Estudos piagetianos têm contribuído para concepções educacionais divergentes. Alguns acreditam que não é necessário o planejamento antecipado, o currículo educacional, visto que o conhecimento depende do educando; a criança elabora os conhecimentos de forma espontânea. A esse ponto de vista chamamos Construtivismo Radical.
Outros usam os saberes formalizados como instrumentos que causem desequilíbrio ente aluno-objeto, planeja-se o tipo de indivíduo que deseja formar. Essa vertente é conhecida como Desajuste Ótimo.
Piaget acredita numa sociedade em que pessoas iguais discutem livremente suas ideias e definem regras em consonância; indivíduo e coletividade trabalham juntos em um ambiente democrático; por isso, é visto como o epistemólogo que instituiu instrumentos teóricos incentivadores da ação de educadores e cidadãos por uma escola e sociedade justa e igualitária, contribuintes para a constituição de um novo amanhã.
Bibliografia:
CUNHA, Marcus Vinícius da. Psicologia da Educação. Editora Lamparina. Rio de Janeiro, 2008.

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