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UNIVERSIDADE IGUAÇU CAMPUS V – ITAPEURNA EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO: O METAL ESTRATÉGICO BRASILEIRO Vinícius BARBOSA1 & Luiz QUEIROZ2 1 Universidade Iguaçu - Campus V, Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), curso de Engenharia de Petróleo, Rio de Janeiro, Brasil. 2 Universidade Estadual do Norte Fluminense, licenciado em Química; Universidade Estadual do Norte Fluminense, mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais, Rio de Janeiro, Brasil. *Vinicius Barbosa. <viniciusbarbosabastos@hotmail.com> * Luiz Fernando Queiroz. <lftqueiroz@gmail.com> RESUMO EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO: O METAL ESTRATÉGICO BRASILEIRO, é um metal que atrai o objetivo de investigar e avaliar as estruturas de exploração e comercialização através de uma abordagem política e econômica. Além de mostrar a importância estratégica do metal no desenvolvimento econômico brasileiro. O nióbio torna o Brasil um país privilegiado por deter as maiores reservas conhecido, e devido a isso leva muitos países desenvolvidos a questionarem a venda do mesmo num preço muito inferior ao que seria capaz. Considerado um recurso estratégico nos EUA, o nióbio é empregado em sua maioria na fabricação de equipamentos de transporte sendo alguns como água, gás e óleo, material bélico, reatores nucleares, trilhos de trens, chapas de construção civil, contêineres, área médica, dentre outros. Assim, através dos tópicos abaixo, será visto que o nióbio é uma das maiores riquezas encontradas em solo brasileiro, tendo um valor comercial alto, podendo causar um grande salto na economia brasileira tornando o Brasil uma grande potência de exportação e exploração mineral, já que há uma prospecção muito ampla e positiva em toneladas há serem exploradas. Palavras-chave: Estratégia, Economia, Recurso. ABSTRACT EXPLORATION OF THE NIÓBIO: BRAZILIAN STRATEGIC METAL, is a metal that attracts the objective of investigating and evaluating the structures of exploration and commercialization through a political and economic approach. In addition to showing the strategic importance of the metal in Brazilian economic development. Niobium makes Brazil a privileged country because it holds the largest known reserves, and because of this, many developed countries question the sale of the same at a price much lower than it would be able. Considered a strategic resource in the USA, niobium is mostly used in the manufacture of transport equipment, some of which are water, gas and oil, military equipment, nuclear reactors, train tracks, construction plates, containers, medical areas, among others. Thus, through the topics below, it will be seen that niobium is one of the greatest riches found in Brazilian soil, having a high commercial value, and may cause a great jump in the Brazilian economy making Brazil a great power of export and mineral exploration, already that there is a very wide and positive prospect in tonnes there are exploited. 1. INTRODUÇÃO Descoberto no início do século XIX pelo britânico Charles Hatchett (CBMM, 2017), o nióbio é considerado um recurso estratégico. Elemento de número 41 na tabela periódica dos elementos químicos, classificado como metal de transição. (TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). Detém uma densidade de 8,57 g/cm³ e seu grau de dureza na escala de Mohs são de seis, numa escala de um a dez. Se misturado com o ferro, cria uma espécie de superliga, mais leve e resistente que o aço comum. As condições presentes na indústria petroquímica exigem uma rigorosa especificação em relação aos requisitos presentes em tubulações. A utilização de nióbio por meio de aspersão térmica é uma alternativa viável em relação àquelas realizadas por soldagem já que no Brasil encontram-se as maiores reservas de nióbio do mundo. Também é um metal supercondutor com ponto de fusão a 2.468 °C e seu ponto de ebulição a 4.477 °C, o que o torna altamente resistente à temperatura externa e corrosão. Figura 1: Tabela de algumas das propriedades do nióbio (Nb). Fonte: DEMIN, UFMG, IGC – Nióbio (2014) Dessa forma esse elemento mineral é utilizado hoje em dia na fabricação de gasodutos, turbinas de avião, lentes óticas, tomógrafos utilizados para ressonância magnética, em indústrias aeroespacial, nuclear e bélica. O nióbio é dotado de flexibilidade e elasticidade, o que permitem que se possam utilizar tais recursos em diversos tipos de aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos para transporte de água, gás e petróleo a longa distância devida sua grande capacidade anticorrosiva, resistente aos ácidos agressivos como, por exemplo, os naftênicos. Segundo uma matéria do site INEST (Instituto de Estudos Estratégicos) ligas de nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias espacial e nuclear durante a corrida espacial na década de 1950. Figura 2: Nióbio visto por um microscópio. Fonte: niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br 2. RESERVAS DE NIÓBIO 2.1 NO MUNDO A Diretoria de Planejamento e de Desenvolvimento da Mineração-Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM), vinculados ao Ministério das Minas e Energia (MME), apresentam a seguinte tabela: Figura 3: Tabela do comparativo de reservas do Brasil em relação a outros países. Fonte: DNPM/AMB; USGS 2.2 NO BRASIL O nióbio existe em diversos países, porém é no Brasil que se abriga o maior número de reservas conhecidas no mundo totalizando 98% de todas que foram descobertas até hoje seguido por Canadá (1,11%) e Austrália (0,46%). Além de estar em 1º lugar na produção de nióbio com mais 90% da comercialização do planeta com cerca de 842.560.000 de toneladas atualmente alocadas em jazidas locais, o mineral se torna o 3º mais exportado do país. As maiores reservas existentes no Brasil encontram-se respectivamente em Minas Gerais (75%), Amazonas (21%) e Goiás (3%). Existem outras reservas como, por exemplo, em São Gabriel da Cachoeira (AM) considerada o maior depósito do mundo, mas essa jazida requer uma tecnologia avançada para que se tenha um considerável aproveitamento econômico. Além disso, há jazidas menores localizada em locais de fronteira ou locais que são demarcadas como terra indígena como, por exemplo, em Roraima e até mesmo na Amazônia, impossibilitando assim a exploração. Figura 4: Tabela das maiores concentrações de reservas de nióbio (Nb) no Brasil. Fonte: DNPM/AMB 2.2.1 RESERVAS DEMARCADAS COMO TERRA INDÍGENA Apesar de o Brasil ser o maior produtor e detentor mundial do nióbio, são atribuídas apenas 55% da produção. Estima-se que grande parte da produção é contrabandeada. Existem denúncias que a própria FUNAI esteja envolvida no contrabando. Em Roraima supõe-se que exista uma reserva maior que todas já conhecidas no país, chamada Raposa/Serra do Sol, mas atualmente é impossível explorar o terreno, pois ele está alienavelmente pertencente a território indígena junto com outra reserva denominada Ianomâmi. A reserva localizada na Raposa/Serra do Sol detém além da maior reserva de nióbio conhecida, a maior reserva de diamantes do mundo. Tais áreas fecham praticamente toda a fronteira norte do estado, em forma de reserva indígena, sendo que boa parte dessa fronteira se mede com a Venezuela, país no qual o líder é um socialista que apoia FARC, governos comunistas e até AL Qaeda, prejudicando assim a desenvoltura econômica brasileira. Segundo o CPRM, o Serviço Geológico Brasileiro, a reserva no Morrodos Seis Lagos, localizado no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, pode ter uma reserva de minerais com presença de nióbio de até 2,8 bilhões de toneladas, mas questões logísticas e burocráticas devido à demarcação inviabilizam comercialmente a exploração. O deputado federal Jair Bolsonaro, um dos defensores da exploração do nióbio afirma que índios em diversos lugares do Amazonas impedem a passagem de caminhões e cobram pedágio clandestino para deixá-los passarem e que na hora de negociarem às terras de demarcação eles se fazem de “coitados”. É um crime o que estão fazendo com o território nacional! Hoje nós já temos demarcado como terra indígena uma área maior do que a Região Sudeste (BOLSONARO, 2015). Outro fato argumentado por Bolsonaro (2015) é sobre a reserva Ianomâmi. A reserva Ianomâmi, lá em Roraima, e um pedacinho no Amazonas, tem duas vezes o tamanho do Rio de Janeiro, para 9 mil índios! Isso é um crime! O Brasil tem que ser nosso! Segundo o site somostodosum, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso promoveu a demarcação de tal área em 1998 e o ex-presidente Lula homologou e demarcou 1.747.646 hectares como terra indígena Raposa/Serra do Sol em 2005. Tal área abriga comunidades que totalizam em média 9 mil índios dos povos Macuxi, Taurepang, Patamona, Ingaricó e Wapichana. Somando com outra reserva indígena existente isso dá 256.649Km² para índios que nunca viveram nas áreas e muito menos reivindicaram nada. Esse território chega a ser praticamente do tamanho de toda a Inglaterra, que tem 258.256Km² e abriga aproximadamente 60 milhões de habitantes. 3. AÇOS INOXIDÁVEIS Aços inoxidáveis no Brasil costumam ser produzidos em barras, chapas e também em forma de fio, segundo KURI, SEBASTIÃO ELIAS (1984). De acordo com Kuri e Sebastião Elias, o nióbio tem por objetivo assegurar a estabilidade dos aços e a resistência dos mesmos contra à corrosão inter granular, fenômeno que ocorre frequentemente em juntas de aço inoxidável soldadas. Falando pelo lado metalúrgico, o nióbio tem uma forte tendência a formar carbonitretos complexos e ser um elemento estabilizador da estrutura terrítica, sendo muito importante no uso de aços do tipo 20Cr/25Ni/Nb, que são utilizados na indústria nuclear NICHOLSON (1975). Sendo um metal altamente resistente à corrosão de diversos ácidos, o nióbio é resistente à corrosão, à maioria dos ácidos orgânicos e ácidos minerais com temperaturas de até 100°C, com exceção do ácido fluorídrico. Uma polarização realizada catodicamente de nióbio pode destruir o aço devido à fragilização causada pelo hidrogênio, já uma polarização anodicamente cria um filme passivo altamente estável mantendo a estabilidade, protegendo o metal contra à corrosão. Resiste ao ataque de diversos metais líquidos como por exemplo, o Urânio abaixo de 1400°C e também da água do mar, tendo assim grande utilidade para dutos e tubulações da área do petróleo e gás. De acordo com o artigo de KURI, SEBASTIÃO ELIAS (1984), a adição de nióbio aos aços inoxidáveis pode abrir novos mercados para economia brasileira. Neste trabalho, estuda-se o efeito da adição de elevados teores de nióbio (até 2% em peso), na formação, estabilidade e dissolução transpassiva de filmes de óxidos superficiais formados em condições potencio táticas e potencio dinâmicas, em aços inoxidáveis de baixo teor de carbono, e de composição do tipo 304L. Analisa-se a microestrutura e as propriedades mecânicas à temperatura ambiente, embora a ênfase principal seja dada às propriedades increntes ao filme de óxido superficial, que cresce nas condições de corrosão. O nióbio diminui o peso do aço quando alguns gramas são adicionados a toneladas. Para uma tonelada de minério de ferro, são necessários apenas 200 gramas de nióbio, resultando em uma liga mais flexível, que pode ser moldada. Usado em pontes, tubulações, carros ou qualquer outra máquina, especialmente aeronaves, esse aço resiste a altas pressões e temperatura. “Essa liga feita por nióbio é tecnologicamente brasileira”, explicou o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Carlos Nogueira. 3.1 EMPREGABILIDADES EM ALTA TECNOLOGIA Sendo um recurso altamente estratégico, o nióbio é empregado na construção de supercondutores, no qual é um campo em que diversos físicos e pesquisadores estudam a utilização de novos componentes eletrônicos para computadores de alto desempenho à levitação magnética em trens de alta velocidade (trem bala), além de estar sendo avaliado como uma alternativa para o tântalo. Há inúmeras aplicações tecnológicas para o nióbio como, por exemplo, em indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais, soldas elétricas. Devido a sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias como, por exemplo, os piercings. Superligas para fabricação de componentes de motores de jatos, subconjuntos de foguetes, ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências à combustão. As aplicações não siderúrgicas do nióbio estão em lentes ópticas, catalisadores químicos, turbinas de aviões, turbinas terrestres de geração de eletricidade, lentes ópticas e equipamentos de geração de imagens de uso médico. O metal estratégico também é capaz de melhorar de forma notável o uso dos aços inoxidáveis especiais na indústria do petróleo. Tais melhorias empregar-se-iam na condução de fluidos em alta pressão como óleo, gás e água, construção de caças de alto desempenho e motores de mísseis. A CBMM, indústria de metalurgia na qual explora o nióbio, tem um programa bastante amplo designado a estudos, aperfeiçoamento das aplicações e produtos a serem desenvolvidos a partir do nióbio. Segundo o próprio site da CBMM eles detêm alguns projetos realizados em seu centro de tecnologia, tais como: • Otimização do sistema de homogeneização de minério para atingir altos níveis de recuperação; • Desenvolvimento de novas tecnologias para recuperar outros elementos presentes no minério; • Melhoria na recuperação de rejeitos com eliminação de deslames no processo de concentração; • Aumento da recuperação de ferronióbio na Unidade de Metalurgia; • Aumento da produtividade da Unidade de Óxidos; • Otimização do sistema de recirculação de água além do atual patamar de 95%. 4. METODOLOGIA DE EXPLORAÇÃO Temos como exemplo de exploração e produção o método usado pela CBMM em Araxá-MG. A empresa se compromete em explorar as minas visando manter o uso racional de recursos, além de toda quantidade de minério de nióbio explorado ser transformada em produto final de alto valor agregado. A CBMM detém as maiores reservas provada de pirocloro do mundo, mineral que contém nióbio. Após a retirada do minério da mina, ele passa por um processo de homogeneização antes de ser encaminhado para unidade de concentração onde o grau do pirocloro é enriquecido por meio de um processo que compreende a moagem úmida, separação magnética, deslame e flutuação. O pirocloro agora já concentrado passa por um refino através de piro metalúrgico onde ocorre a remoção de impurezas, tais como enxofre, fósforo e chumbo. Feito isso o pirocloro pode haver duas saídas, sendo uma delas o ferronióbio (um dos proutos finais da produção). A outra saída fica por conta de mais um tratamento que se dá na unidade química, onde o concentrado é submetido a uma purificação química para atingir alto nível de pureza na forma de óxido de nióbio. O ferronióbio padrão, resultante do refino do pirocloro, é britado e embalado de acordo com a demanda e encomendas individualizadas. Feito isso são encaminhadaspara a unidade de expedição. Figura 5: Processo de embalagem do ferronióbio. Fonte: CBMM Figura 6: Ferronióbio britado. Fonte: CBMM O ferronióbio (FeNb) é o principal produto da CBMM. Utilizado na fabricação de aços inoxidáveis, aços termo resistentes e aços microligados com alta resistência. Um dos usos finais dos aços é a fabricação de dutos, componentes estruturais e carrocerias de automóveis. Já o óxido de nióbio pode passar por outro refino além da unidade química. O óxido pode passar pela unidade especial de óxidos, onde são realizados outros processos para alcançar um produto excepcionalmente puro, denominado óxido de nióbio grau óptico (produto que se utiliza para fabricação de lentes de alta tecnologia). Caso o óxido de nióbio não venha a passar pela unidade especial de óxidos, ele será encaminhado para unidade de ligas especiais para que seja então convertido em ferronióbio e níquel-nióbio grau vácuo por meio de redução aluminotérmica. Figura 7: Redução aluminotérmica do óxido de nióbio. Fonte: CBMM Forno de fusão é usado para vaporizar todas as impurezas do já refinado nióbio metálico, produto que contém 99,9% de nióbio. Figura 8: Forno de fusão. Fonte: CBMM Por fim temos o processo de expedição de todos os produtos de nióbio, sendo eles alguns como Nióbio Metálico, Ferronióbio Grau Vácuo e Níquel-Nióbio Grau Vácuos. Nióbio Metálico: em virtude da sua grande resistência a corrosão, propriedades supercondutoras e grande desempenho em temperaturas extremamente elevadas, o nióbio é utilizado em acelerados de partículas de alta energia, tomógrafos de ressonância magnética e em fábricas de produtos químicos. Níquel-Nióbio e Ferronióbio Grau Vácuo: empregados na grande maioria em motores de aviões e turbinas de geração de energia elétrica. Esse produto também é altamente resistente a altas temperaturas e corrosão. Figura 9 e 10: Produtos embalados e prontos para distribuição Fonte: CBMM Figura 11: Fluxograma do processo de produção da CBMM Fonte: CBMM 5. MERCADO Segundo PEREIRA (2015) o nióbio contido no concentrado liderou em números a produção realizada no ano de 2009, sendo acompanhada respectivamente pela liga Fe-Nb e o Óxido de nióbio. • Contido no concentrado: 88.920 toneladas • Liga Ferro-Nióbio: 34.746 toneladas • Óxido de nióbio: 2.333 toneladas. A Anglo American destina toda sua produção de Fe-Nb para atender o mercado estrangeiro. A CBMM também destina toda sua produção de óxido de nióbio para o mercado estrangeiro. Em 2007, o consumo de óxido de nióbio da alta pureza ficou restrito aos EUA (94,2%), Japão (4,4%) e países da União Europeia (1,4%). No entanto, uma pequena parte da produção da empresa de Araxá (aproximadamente 5%) da liga Fe-Nb foi dirigida ao mercado nacional (TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). Figura 12: Gráfico de produção brasileira de nióbio (Nb). Fonte: BEM-DNPM A partir de 2004 a produção brasileira teve um aumento significativo, em virtude do grande crescimento de países asiáticos como China e Índia (PEREIRA, 2014). O ápice do crescimento deu-se entre 2006 e 2007, atingindo 19% da produção de concentrado e 26,17% na liga Fe-Nb. O processo de produção brasileiro de nióbio é autossuficiente o bastante para suprir toda a demanda do mercado interno, quanto quase toda à demanda mundial. A China em 2009 foi o país que mais importou nióbio do Brasil, deixando para trás os EUA e diversos países da União Europeia. Desde 1981, o Brasil não exporta mais minério beneficiado, apenas a liga Ferro- Nióbio e o Óxido de Nióbio (PEREIRA, 2014). 0 10,000 20,000 30,000 40,000 50,000 60,000 70,000 80,000 90,000 100,000 1 9 9 7 1 9 9 8 1 9 9 9 2 0 0 0 2 0 0 1 2 0 0 2 2 0 0 3 2 0 0 4 2 0 0 5 2 0 0 6 2 0 0 7 2 0 0 8 2 0 0 9 Concentrado de pirocloro índice óxido de nióbio índice Nióbio contido na liga Fe-Nb índice Figura 13: Gráfico do saldo da balança comercial de nióbio 1998-2009. Fonte: MDIC/SECEX 5.1 IMPORTÂNCIAS DO NIÓBIO NO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO O Brasil sozinho tem uma produção equiparada ao restante da produção mundial e apesar de ser o maior produtor de nióbio do mundo, o Brasil não inclui o nióbio na sua bolsa de valores. Entre 1997 e 2008, houve um crescimento nas exportações da liga Ferro-Nióbio, tanto em quantidade exportada, quanto em valores em dólares FOB. Em 1997 foram exportadas 13.947 toneladas da liga Fe-Nb e em 2008, 48.562 toneladas, um crescimento de 248,2%. Já em valores exportados, em 1997 foi de US$ (FOB) 211.600,00 e em 2008, US$ 1.601.902,00, um crescimento de 557,1%. Quanto ao óxido de nióbio foi observada uma queda na quantidade e um aumento nos valores exportados quanto em valores exportados de 49,4% e 45,4 % respectivamente (TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). Figura 14: Tabela de valores da produção brasileira e mundial entre os anos 2000 e 2008. Fonte: Adaptado de IBRAM/DNPM 0 200,000 400,000 600,000 800,000 1,000,000 1,200,000 1,400,000 1,600,000 1,800,000 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 1 0 0 0 U S $ F O B Anos Figura 15: Gráfico comparativo entre as produções brasileira e mundial. Fonte: TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS – Nióbio (2014) Figura 16: Tabela de exportações brasileiras por país, no período de 2004 a 2008. Fonte: Adaptado de DNPM (2010) Nota-se que nesse período analisado os maiores importadores da liga Fe-Nb em ordem crescente foram: Holanda (países Baixos), Estados Unidos, Japão, China, Alemanha, Canadá, Coréia do Sul, México, Coreia do Norte, Índia, Taiwan (Formosa), Reino Unido, Arábia Saudita, Finlândia, Argentina, Itália, Venezuela e Rússia, representando mais de 95% do total exportado. A CBMM exporta 95% da sua produção para 350 clientes, em mais de 50 países, sendo a única empresa nacional a produzir e exportar o óxido de nióbio, toda a sua comercialização de liga e óxido é realizado através de empresas subsidiárias internacionais: CBMM Europe BV em Amsterdã (Holanda); Reference Metals Company Inc., Pittsburgh, Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos e CBMM Asia Pte, Cingapura, bem como através de seus distribuidores na China, a Citiniobium Trading, e a GFE-Mir/CBMM, na Rússia. As subsidiárias desenvolvem toda a parte de logística, distribuição e desenvolvimento do mercado sendo responsáveis pelo estabelecimento de convênios e parcerias com clientes e entidades científicas para desenvolvimento de novos produtos (TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). A Anglo American Brasil exporta 100% da sua liga Fe-Nb pelo porto de Santos- SP, sobretudo para Alemanha, Estados Unidos, Japão e Holanda, dentre outros clientes na Austrália, Ásia e Oriente Médio. Figura 17: Gráfico do saldo da balança comercial do nióbio entre 1997 à 2008. Fonte: DNPM Por meio do gráfico disponibilizado pela DNPM, vê-se que o saldo da balança comercial dos produtos derivados de nióbio cresceu 367,76% no período analisado. Registrou-se um crescimento de 83% entre 2004 e 2005 e devido ao boom chinês registrou-se 105% entre 2006 e 2007. Já em 2008 o saldo ultrapassou a barreira de US$(FOB) 1.000.000.000,00. O preço médio da liga Fe-Nb foi analisadoentre 2006 e 2009 e teve um crescimento significativo, o que leva a acreditar que nas próximas décadas o valor suba ainda mais (PEREIRA, 2014). • 2006- US$ 13.512,15 Ton-FOB (Fe-Nb) • 2007- US$ 22.764,11 Ton-FOB (Fe-Nb) • 2008- US$ 32.986,74 Ton-FOB (Fe-Nb) • 2009- US$ 43.320,78 Ton-FOB (Fe-Nb) Segundo previsão do DNPM, o consumo mundial terá um crescente em sua demanda. No gráfico abaixo foi colocado três cenários diferentes, com expectativas distintas, percebe-se o crescimento será em larga escala. Figura 18: Gráfico de projeção da demanda por nióbio até 2030, considerando três possíveis cenários. Fonte: DNPM (2010) Figura 19: Gráfico da evolução dos preços da liga Fe-Nb e dos óxidos de nióbio no período de 1997 à 2008. Fonte: DNPM/MME 6. CONCLUSÃO Assim, partindo do princípio que o nióbio é um metal altamente estratégico e com grande prospecção tecnológica e econômica, podemos esperar que um dia o Brasil mude a sua política de exploração e comercialização desse metal. Diante de tais fatos, vemos que o nióbio tem um alto valor após o processo de exploração e produção, podendo ser capaz de guinar grande parte da economia do país. Além de vermos também que a maior parte dessa riqueza mineralógica se encontra em território indígena, mas que podem ser explorados de forma correta para que ninguém seja desfavorecido no final. O que falta para o Brasil no quesito nióbio, é apenas comprometimento político, já que nós temos às maiores reservas do mundo, mão de obra, mercado de exportação da matéria prima e uma estimativa de produção e lucro altamente rentável. Com uma política econômica séria, seria possível reverter grande parte dos royalties do nióbio para diversas áreas defasadas do país, como saúde e educação, fazendo assim o país avançar de forma econômica e tecnológica. REFERÊNCIAS Em nome de mineral 'xodó', Bolsonaro quer vetar novas áreas indígenas. Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1881709-em-nome-de-mineral-xodo- bolsonaro-quer-vetar-novas-areas-indigenas.shtml> Acessado em 20/08/2017. A Raposa e os Nióbios. Disponível em: <http://somostodosum.ig.com.br/artigos/espiritualidade/a-raposa-e-os-niobios-7897.html> Acessado em 21/08/2017. Nióbio e a reserva indígena “raposa serra do sol”. Disponível em: <http://www.progresso.com.br/opiniao/niobio-e-a-reserva-indigena-raposa-serra-do-sol> Acessado em 21/08/2017. Ativos reais, nióbio, plasma, fusão nuclear, energia e... Roraima. 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Efeito da adição de nióbio na formação e estabilidade de filmes de óxidos superficiais de aços inoxidáveis de baixo teor de carbono. Disponível em> <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/264663> Acessado em 22/8/2017. Efeitos da adição de nióbio na estrutura e propriedades dos aços com médio e alto teor de carbono. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/265545> Acessado em 22/8/2017. Centro de tecnologia. Disponível em: <http://www.cbmm.com.br/pt/Paginas/technology- center.aspx> Acessado em 28/08/2017. Nióbio como uma ferramenta para o crescimento e desenvolvimento do país. Disponível em: <http://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br/2012/09/niobio-como-uma-ferramenta-para- o.html> Acessado em 16/08/2017. Processo de produção. Disponível em: <http://www.cbmm.com.br/pt/paginas/manufacturing- process.aspx> Acessado em 28/08/2017. Análise do papel do nióbio para o desenvolvimento do Brasil na perspectiva da teoria da administração política. 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