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EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO: O METAL ESTRATÉGICO BRASILEIRO

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UNIVERSIDADE IGUAÇU CAMPUS V – ITAPEURNA 
 
 
 
 
 
 
 
EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO: O METAL ESTRATÉGICO BRASILEIRO 
 
 
 
 
Vinícius BARBOSA1 & Luiz QUEIROZ2 
 
 
 
1 Universidade Iguaçu - Campus V, Faculdade de Ciências Exatas e Tecnológicas (FACET), 
curso de Engenharia de Petróleo, Rio de Janeiro, Brasil. 
2 Universidade Estadual do Norte Fluminense, licenciado em Química; Universidade Estadual 
do Norte Fluminense, mestre em Engenharia e Ciência dos Materiais, Rio de Janeiro, Brasil. 
*Vinicius Barbosa. <viniciusbarbosabastos@hotmail.com> 
* Luiz Fernando Queiroz. <lftqueiroz@gmail.com> 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
EXPLORAÇÃO DO NIÓBIO: O METAL ESTRATÉGICO BRASILEIRO, é um 
metal que atrai o objetivo de investigar e avaliar as estruturas de exploração e comercialização 
através de uma abordagem política e econômica. Além de mostrar a importância estratégica 
do metal no desenvolvimento econômico brasileiro. O nióbio torna o Brasil um país 
privilegiado por deter as maiores reservas conhecido, e devido a isso leva muitos países 
desenvolvidos a questionarem a venda do mesmo num preço muito inferior ao que seria 
capaz. Considerado um recurso estratégico nos EUA, o nióbio é empregado em sua maioria 
na fabricação de equipamentos de transporte sendo alguns como água, gás e óleo, material 
bélico, reatores nucleares, trilhos de trens, chapas de construção civil, contêineres, área 
médica, dentre outros. Assim, através dos tópicos abaixo, será visto que o nióbio é uma das 
maiores riquezas encontradas em solo brasileiro, tendo um valor comercial alto, podendo 
causar um grande salto na economia brasileira tornando o Brasil uma grande potência de 
exportação e exploração mineral, já que há uma prospecção muito ampla e positiva em 
toneladas há serem exploradas. 
 
Palavras-chave: Estratégia, Economia, Recurso. 
 
 
ABSTRACT 
 
EXPLORATION OF THE NIÓBIO: BRAZILIAN STRATEGIC METAL, is a 
metal that attracts the objective of investigating and evaluating the structures of exploration 
and commercialization through a political and economic approach. In addition to showing the 
strategic importance of the metal in Brazilian economic development. Niobium makes Brazil 
a privileged country because it holds the largest known reserves, and because of this, many 
developed countries question the sale of the same at a price much lower than it would be able. 
Considered a strategic resource in the USA, niobium is mostly used in the manufacture of 
transport equipment, some of which are water, gas and oil, military equipment, nuclear 
reactors, train tracks, construction plates, containers, medical areas, among others. Thus, 
through the topics below, it will be seen that niobium is one of the greatest riches found in 
Brazilian soil, having a high commercial value, and may cause a great jump in the Brazilian 
economy making Brazil a great power of export and mineral exploration, already that there is 
a very wide and positive prospect in tonnes there are exploited. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
Descoberto no início do século XIX pelo britânico Charles Hatchett (CBMM, 
2017), o nióbio é considerado um recurso estratégico. Elemento de número 41 na tabela 
periódica dos elementos químicos, classificado como metal de transição. (TEIXEIRA, 
ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). Detém uma densidade de 8,57 g/cm³ e seu grau de 
dureza na escala de Mohs são de seis, numa escala de um a dez. Se misturado com o ferro, 
cria uma espécie de superliga, mais leve e resistente que o aço comum. As condições 
presentes na indústria petroquímica exigem uma rigorosa especificação em relação aos 
requisitos presentes em tubulações. A utilização de nióbio por meio de aspersão térmica é 
uma alternativa viável em relação àquelas realizadas por soldagem já que no Brasil 
encontram-se as maiores reservas de nióbio do mundo. Também é um metal supercondutor 
com ponto de fusão a 2.468 °C e seu ponto de ebulição a 4.477 °C, o que o torna altamente 
resistente à temperatura externa e corrosão. 
 
Figura 1: Tabela de algumas das propriedades do nióbio (Nb). 
 
Fonte: DEMIN, UFMG, IGC – Nióbio (2014) 
 
Dessa forma esse elemento mineral é utilizado hoje em dia na fabricação de 
gasodutos, turbinas de avião, lentes óticas, tomógrafos utilizados para ressonância magnética, 
em indústrias aeroespacial, nuclear e bélica. 
O nióbio é dotado de flexibilidade e elasticidade, o que permitem que se possam utilizar tais 
recursos em diversos tipos de aços inoxidáveis e ligas de metais não ferrosos para transporte 
de água, gás e petróleo a longa distância devida sua grande capacidade anticorrosiva, 
resistente aos ácidos agressivos como, por exemplo, os naftênicos. 
Segundo uma matéria do site INEST (Instituto de Estudos Estratégicos) ligas de 
nióbio, como Nb-Ti, Nb-Zr, Nb-Ta-Zr, foram desenvolvidas para utilização nas indústrias 
espacial e nuclear durante a corrida espacial na década de 1950. 
 
 
 
Figura 2: Nióbio visto por um microscópio. 
 
Fonte: niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br 
 
2. RESERVAS DE NIÓBIO 
 
2.1 NO MUNDO 
 
A Diretoria de Planejamento e de Desenvolvimento da Mineração-Departamento 
Nacional de Produção Mineral (DNPM), vinculados ao Ministério das Minas e Energia 
(MME), apresentam a seguinte tabela: 
 
Figura 3: Tabela do comparativo de reservas do Brasil em relação a outros países. 
 
Fonte: DNPM/AMB; USGS 
 
 
2.2 NO BRASIL 
 
O nióbio existe em diversos países, porém é no Brasil que se abriga o maior 
número de reservas conhecidas no mundo totalizando 98% de todas que foram descobertas até 
hoje seguido por Canadá (1,11%) e Austrália (0,46%). Além de estar em 1º lugar na produção 
de nióbio com mais 90% da comercialização do planeta com cerca de 842.560.000 de 
toneladas atualmente alocadas em jazidas locais, o mineral se torna o 3º mais exportado do 
país. 
As maiores reservas existentes no Brasil encontram-se respectivamente em Minas 
Gerais (75%), Amazonas (21%) e Goiás (3%). Existem outras reservas como, por exemplo, 
em São Gabriel da Cachoeira (AM) considerada o maior depósito do mundo, mas essa jazida 
requer uma tecnologia avançada para que se tenha um considerável aproveitamento 
econômico. Além disso, há jazidas menores localizada em locais de fronteira ou locais que 
são demarcadas como terra indígena como, por exemplo, em Roraima e até mesmo na 
Amazônia, impossibilitando assim a exploração. 
 
Figura 4: Tabela das maiores concentrações de reservas de nióbio (Nb) no Brasil. 
 
Fonte: DNPM/AMB 
 
2.2.1 RESERVAS DEMARCADAS COMO TERRA INDÍGENA 
 
Apesar de o Brasil ser o maior produtor e detentor mundial do nióbio, são 
atribuídas apenas 55% da produção. Estima-se que grande parte da produção é 
contrabandeada. Existem denúncias que a própria FUNAI esteja envolvida no contrabando. 
Em Roraima supõe-se que exista uma reserva maior que todas já conhecidas no 
país, chamada Raposa/Serra do Sol, mas atualmente é impossível explorar o terreno, pois ele 
está alienavelmente pertencente a território indígena junto com outra reserva denominada 
Ianomâmi. A reserva localizada na Raposa/Serra do Sol detém além da maior reserva de 
nióbio conhecida, a maior reserva de diamantes do mundo. Tais áreas fecham praticamente 
toda a fronteira norte do estado, em forma de reserva indígena, sendo que boa parte dessa 
fronteira se mede com a Venezuela, país no qual o líder é um socialista que apoia FARC, 
governos comunistas e até AL Qaeda, prejudicando assim a desenvoltura econômica 
brasileira. Segundo o CPRM, o Serviço Geológico Brasileiro, a reserva no Morrodos Seis 
Lagos, localizado no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, pode ter uma 
reserva de minerais com presença de nióbio de até 2,8 bilhões de toneladas, mas questões 
logísticas e burocráticas devido à demarcação inviabilizam comercialmente a exploração. 
O deputado federal Jair Bolsonaro, um dos defensores da exploração do nióbio 
afirma que índios em diversos lugares do Amazonas impedem a passagem de caminhões e 
cobram pedágio clandestino para deixá-los passarem e que na hora de negociarem às terras de 
demarcação eles se fazem de “coitados”. É um crime o que estão fazendo com o território 
nacional! Hoje nós já temos demarcado como terra indígena uma área maior do que a Região 
Sudeste (BOLSONARO, 2015). Outro fato argumentado por Bolsonaro (2015) é sobre a 
reserva Ianomâmi. 
 
A reserva Ianomâmi, lá em Roraima, e um pedacinho no Amazonas, tem duas vezes 
o tamanho do Rio de Janeiro, para 9 mil índios! Isso é um crime! O Brasil tem que 
ser nosso! 
 
Segundo o site somostodosum, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso 
promoveu a demarcação de tal área em 1998 e o ex-presidente Lula homologou e demarcou 
1.747.646 hectares como terra indígena Raposa/Serra do Sol em 2005. Tal área abriga 
comunidades que totalizam em média 9 mil índios dos povos Macuxi, Taurepang, Patamona, 
Ingaricó e Wapichana. Somando com outra reserva indígena existente isso dá 256.649Km² 
para índios que nunca viveram nas áreas e muito menos reivindicaram nada. Esse território 
chega a ser praticamente do tamanho de toda a Inglaterra, que tem 258.256Km² e abriga 
aproximadamente 60 milhões de habitantes. 
 
3. AÇOS INOXIDÁVEIS 
 
Aços inoxidáveis no Brasil costumam ser produzidos em barras, chapas e também 
em forma de fio, segundo KURI, SEBASTIÃO ELIAS (1984). De acordo com Kuri e 
Sebastião Elias, o nióbio tem por objetivo assegurar a estabilidade dos aços e a resistência dos 
mesmos contra à corrosão inter granular, fenômeno que ocorre frequentemente em juntas de 
aço inoxidável soldadas. 
Falando pelo lado metalúrgico, o nióbio tem uma forte tendência a formar carbonitretos 
complexos e ser um elemento estabilizador da estrutura terrítica, sendo muito importante no 
uso de aços do tipo 20Cr/25Ni/Nb, que são utilizados na indústria nuclear NICHOLSON 
(1975). 
Sendo um metal altamente resistente à corrosão de diversos ácidos, o nióbio é 
resistente à corrosão, à maioria dos ácidos orgânicos e ácidos minerais com temperaturas de 
até 100°C, com exceção do ácido fluorídrico. Uma polarização realizada catodicamente de 
nióbio pode destruir o aço devido à fragilização causada pelo hidrogênio, já uma polarização 
anodicamente cria um filme passivo altamente estável mantendo a estabilidade, protegendo o 
metal contra à corrosão. 
Resiste ao ataque de diversos metais líquidos como por exemplo, o Urânio abaixo de 1400°C 
e também da água do mar, tendo assim grande utilidade para dutos e tubulações da área do 
petróleo e gás. 
De acordo com o artigo de KURI, SEBASTIÃO ELIAS (1984), a adição de 
nióbio aos aços inoxidáveis pode abrir novos mercados para economia brasileira. 
 
Neste trabalho, estuda-se o efeito da adição de elevados teores de nióbio (até 2% em 
peso), na formação, estabilidade e dissolução transpassiva de filmes de óxidos 
superficiais formados em condições potencio táticas e potencio dinâmicas, em aços 
inoxidáveis de baixo teor de carbono, e de composição do tipo 304L. Analisa-se a 
microestrutura e as propriedades mecânicas à temperatura ambiente, embora a 
ênfase principal seja dada às propriedades increntes ao filme de óxido superficial, 
que cresce nas condições de corrosão. 
 
O nióbio diminui o peso do aço quando alguns gramas são adicionados a 
toneladas. Para uma tonelada de minério de ferro, são necessários apenas 200 gramas de 
nióbio, resultando em uma liga mais flexível, que pode ser moldada. Usado em pontes, 
tubulações, carros ou qualquer outra máquina, especialmente aeronaves, esse aço resiste a 
altas pressões e temperatura. “Essa liga feita por nióbio é tecnologicamente brasileira”, 
explicou o secretário de Geologia, Mineração e Transformação Mineral do MME, Carlos 
Nogueira. 
 
3.1 EMPREGABILIDADES EM ALTA TECNOLOGIA 
 
Sendo um recurso altamente estratégico, o nióbio é empregado na construção de 
supercondutores, no qual é um campo em que diversos físicos e pesquisadores estudam a 
utilização de novos componentes eletrônicos para computadores de alto desempenho à 
levitação magnética em trens de alta velocidade (trem bala), além de estar sendo avaliado 
como uma alternativa para o tântalo. 
Há inúmeras aplicações tecnológicas para o nióbio como, por exemplo, em 
indústrias nucleares devido a sua baixa captura de nêutrons termais, soldas elétricas. Devido a 
sua coloração é utilizado, geralmente na forma de liga metálica, para a produção de joias 
como, por exemplo, os piercings. Superligas para fabricação de componentes de motores de 
jatos, subconjuntos de foguetes, ou seja, equipamentos que necessitem altas resistências à 
combustão. 
As aplicações não siderúrgicas do nióbio estão em lentes ópticas, catalisadores 
químicos, turbinas de aviões, turbinas terrestres de geração de eletricidade, lentes ópticas e 
equipamentos de geração de imagens de uso médico. 
O metal estratégico também é capaz de melhorar de forma notável o uso dos aços 
inoxidáveis especiais na indústria do petróleo. Tais melhorias empregar-se-iam na condução 
de fluidos em alta pressão como óleo, gás e água, construção de caças de alto desempenho e 
motores de mísseis. 
A CBMM, indústria de metalurgia na qual explora o nióbio, tem um programa 
bastante amplo designado a estudos, aperfeiçoamento das aplicações e produtos a serem 
desenvolvidos a partir do nióbio. Segundo o próprio site da CBMM eles detêm alguns 
projetos realizados em seu centro de tecnologia, tais como: 
 
• Otimização do sistema de homogeneização de minério para atingir altos níveis de 
recuperação; 
• Desenvolvimento de novas tecnologias para recuperar outros elementos presentes no 
minério; 
• Melhoria na recuperação de rejeitos com eliminação de deslames no processo de 
concentração; 
• Aumento da recuperação de ferronióbio na Unidade de Metalurgia; 
• Aumento da produtividade da Unidade de Óxidos; 
• Otimização do sistema de recirculação de água além do atual patamar de 95%. 
 
4. METODOLOGIA DE EXPLORAÇÃO 
 
Temos como exemplo de exploração e produção o método usado pela CBMM em 
Araxá-MG. A empresa se compromete em explorar as minas visando manter o uso racional de 
recursos, além de toda quantidade de minério de nióbio explorado ser transformada em 
produto final de alto valor agregado. 
A CBMM detém as maiores reservas provada de pirocloro do mundo, mineral que 
contém nióbio. Após a retirada do minério da mina, ele passa por um processo de 
homogeneização antes de ser encaminhado para unidade de concentração onde o grau do 
pirocloro é enriquecido por meio de um processo que compreende a moagem úmida, 
separação magnética, deslame e flutuação. 
O pirocloro agora já concentrado passa por um refino através de piro metalúrgico 
onde ocorre a remoção de impurezas, tais como enxofre, fósforo e chumbo. Feito isso o 
pirocloro pode haver duas saídas, sendo uma delas o ferronióbio (um dos proutos finais da 
produção). A outra saída fica por conta de mais um tratamento que se dá na unidade química, 
onde o concentrado é submetido a uma purificação química para atingir alto nível de pureza 
na forma de óxido de nióbio. 
O ferronióbio padrão, resultante do refino do pirocloro, é britado e embalado de 
acordo com a demanda e encomendas individualizadas. Feito isso são encaminhadaspara a 
unidade de expedição. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Processo de embalagem do ferronióbio. 
 
Fonte: CBMM 
 
Figura 6: Ferronióbio britado. 
 
Fonte: CBMM 
 
O ferronióbio (FeNb) é o principal produto da CBMM. Utilizado na fabricação de 
aços inoxidáveis, aços termo resistentes e aços microligados com alta resistência. Um dos 
usos finais dos aços é a fabricação de dutos, componentes estruturais e carrocerias de 
automóveis. 
Já o óxido de nióbio pode passar por outro refino além da unidade química. O 
óxido pode passar pela unidade especial de óxidos, onde são realizados outros processos para 
alcançar um produto excepcionalmente puro, denominado óxido de nióbio grau óptico 
(produto que se utiliza para fabricação de lentes de alta tecnologia). 
Caso o óxido de nióbio não venha a passar pela unidade especial de óxidos, ele 
será encaminhado para unidade de ligas especiais para que seja então convertido em 
ferronióbio e níquel-nióbio grau vácuo por meio de redução aluminotérmica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 7: Redução aluminotérmica do óxido de nióbio. 
 
Fonte: CBMM 
 
Forno de fusão é usado para vaporizar todas as impurezas do já refinado nióbio 
metálico, produto que contém 99,9% de nióbio. 
 
Figura 8: Forno de fusão. 
 
Fonte: CBMM 
 
Por fim temos o processo de expedição de todos os produtos de nióbio, sendo eles 
alguns como Nióbio Metálico, Ferronióbio Grau Vácuo e Níquel-Nióbio Grau Vácuos. 
Nióbio Metálico: em virtude da sua grande resistência a corrosão, propriedades 
supercondutoras e grande desempenho em temperaturas extremamente elevadas, o nióbio é 
utilizado em acelerados de partículas de alta energia, tomógrafos de ressonância magnética e 
em fábricas de produtos químicos. 
Níquel-Nióbio e Ferronióbio Grau Vácuo: empregados na grande maioria em 
motores de aviões e turbinas de geração de energia elétrica. Esse produto também é altamente 
resistente a altas temperaturas e corrosão. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 9 e 10: Produtos embalados e prontos para distribuição 
 
Fonte: CBMM 
 
Figura 11: Fluxograma do processo de produção da CBMM 
 
Fonte: CBMM 
 
5. MERCADO 
 
Segundo PEREIRA (2015) o nióbio contido no concentrado liderou em números a 
produção realizada no ano de 2009, sendo acompanhada respectivamente pela liga Fe-Nb e o 
Óxido de nióbio. 
 
• Contido no concentrado: 88.920 toneladas 
• Liga Ferro-Nióbio: 34.746 toneladas 
• Óxido de nióbio: 2.333 toneladas. 
 
A Anglo American destina toda sua produção de Fe-Nb para atender o mercado 
estrangeiro. A CBMM também destina toda sua produção de óxido de nióbio para o 
mercado estrangeiro. Em 2007, o consumo de óxido de nióbio da alta pureza ficou 
restrito aos EUA (94,2%), Japão (4,4%) e países da União Europeia (1,4%). No 
entanto, uma pequena parte da produção da empresa de Araxá (aproximadamente 
5%) da liga Fe-Nb foi dirigida ao mercado nacional (TEIXEIRA, ULHÔA, 
FERREIRA, SANTOS, 2014). 
 
Figura 12: Gráfico de produção brasileira de nióbio (Nb). 
 
Fonte: BEM-DNPM 
 
A partir de 2004 a produção brasileira teve um aumento significativo, em virtude 
do grande crescimento de países asiáticos como China e Índia (PEREIRA, 2014). O ápice do 
crescimento deu-se entre 2006 e 2007, atingindo 19% da produção de concentrado e 26,17% 
na liga Fe-Nb. 
O processo de produção brasileiro de nióbio é autossuficiente o bastante para 
suprir toda a demanda do mercado interno, quanto quase toda à demanda mundial. A China 
em 2009 foi o país que mais importou nióbio do Brasil, deixando para trás os EUA e diversos 
países da União Europeia. 
Desde 1981, o Brasil não exporta mais minério beneficiado, apenas a liga Ferro-
Nióbio e o Óxido de Nióbio (PEREIRA, 2014). 
 
0
10,000
20,000
30,000
40,000
50,000
60,000
70,000
80,000
90,000
100,000
1
9
9
7
1
9
9
8
1
9
9
9
2
0
0
0
2
0
0
1
2
0
0
2
2
0
0
3
2
0
0
4
2
0
0
5
2
0
0
6
2
0
0
7
2
0
0
8
2
0
0
9
Concentrado de
pirocloro
índice
óxido de nióbio
índice
Nióbio contido na
liga Fe-Nb
índice
Figura 13: Gráfico do saldo da balança comercial de nióbio 1998-2009. 
 
Fonte: MDIC/SECEX 
 
5.1 IMPORTÂNCIAS DO NIÓBIO NO DESENVOLVIMENTO BRASILEIRO 
 
O Brasil sozinho tem uma produção equiparada ao restante da produção mundial e 
apesar de ser o maior produtor de nióbio do mundo, o Brasil não inclui o nióbio na sua bolsa 
de valores. 
 
Entre 1997 e 2008, houve um crescimento nas exportações da liga Ferro-Nióbio, 
tanto em quantidade exportada, quanto em valores em dólares FOB. Em 1997 foram 
exportadas 13.947 toneladas da liga Fe-Nb e em 2008, 48.562 toneladas, um 
crescimento de 248,2%. Já em valores exportados, em 1997 foi de US$ (FOB) 
211.600,00 e em 2008, US$ 1.601.902,00, um crescimento de 557,1%. Quanto ao 
óxido de nióbio foi observada uma queda na quantidade e um aumento nos valores 
exportados quanto em valores exportados de 49,4% e 45,4 % respectivamente 
(TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS, 2014). 
 
Figura 14: Tabela de valores da produção brasileira e mundial entre os anos 2000 e 2008.
 
Fonte: Adaptado de IBRAM/DNPM 
 
 
0
200,000
400,000
600,000
800,000
1,000,000
1,200,000
1,400,000
1,600,000
1,800,000
1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009
1
0
0
0
 U
S
$
 F
O
B
Anos
Figura 15: Gráfico comparativo entre as produções brasileira e mundial. 
 
Fonte: TEIXEIRA, ULHÔA, FERREIRA, SANTOS – Nióbio (2014) 
 
Figura 16: Tabela de exportações brasileiras por país, no período de 2004 a 2008. 
 
Fonte: Adaptado de DNPM (2010) 
 
Nota-se que nesse período analisado os maiores importadores da liga Fe-Nb em 
ordem crescente foram: Holanda (países Baixos), Estados Unidos, Japão, China, Alemanha, 
Canadá, Coréia do Sul, México, Coreia do Norte, Índia, Taiwan (Formosa), Reino Unido, 
Arábia Saudita, Finlândia, Argentina, Itália, Venezuela e Rússia, representando mais de 95% 
do total exportado. 
 
A CBMM exporta 95% da sua produção para 350 clientes, em mais de 50 países, 
sendo a única empresa nacional a produzir e exportar o óxido de nióbio, toda a sua 
comercialização de liga e óxido é realizado através de empresas subsidiárias 
internacionais: CBMM Europe BV em Amsterdã (Holanda); Reference Metals 
Company Inc., Pittsburgh, Estado da Pensilvânia, nos Estados Unidos e CBMM 
Asia Pte, Cingapura, bem como através de seus distribuidores na China, a 
Citiniobium Trading, e a GFE-Mir/CBMM, na Rússia. As subsidiárias desenvolvem 
toda a parte de logística, distribuição e desenvolvimento do mercado sendo 
responsáveis pelo estabelecimento de convênios e parcerias com clientes e entidades 
científicas para desenvolvimento de novos produtos (TEIXEIRA, ULHÔA, 
FERREIRA, SANTOS, 2014). 
 
A Anglo American Brasil exporta 100% da sua liga Fe-Nb pelo porto de Santos-
SP, sobretudo para Alemanha, Estados Unidos, Japão e Holanda, dentre outros clientes na 
Austrália, Ásia e Oriente Médio. 
 
Figura 17: Gráfico do saldo da balança comercial do nióbio entre 1997 à 2008. 
 
Fonte: DNPM 
 
Por meio do gráfico disponibilizado pela DNPM, vê-se que o saldo da balança 
comercial dos produtos derivados de nióbio cresceu 367,76% no período analisado. 
Registrou-se um crescimento de 83% entre 2004 e 2005 e devido ao boom chinês registrou-se 
105% entre 2006 e 2007. Já em 2008 o saldo ultrapassou a barreira de US$(FOB) 
1.000.000.000,00. 
O preço médio da liga Fe-Nb foi analisadoentre 2006 e 2009 e teve um 
crescimento significativo, o que leva a acreditar que nas próximas décadas o valor suba ainda 
mais (PEREIRA, 2014). 
 
• 2006- US$ 13.512,15 Ton-FOB (Fe-Nb) 
• 2007- US$ 22.764,11 Ton-FOB (Fe-Nb) 
• 2008- US$ 32.986,74 Ton-FOB (Fe-Nb) 
• 2009- US$ 43.320,78 Ton-FOB (Fe-Nb) 
 
Segundo previsão do DNPM, o consumo mundial terá um crescente em sua 
demanda. No gráfico abaixo foi colocado três cenários diferentes, com expectativas distintas, 
percebe-se o crescimento será em larga escala. 
 
Figura 18: Gráfico de projeção da demanda por nióbio até 2030, considerando três possíveis cenários. 
 
Fonte: DNPM (2010) 
 
Figura 19: Gráfico da evolução dos preços da liga Fe-Nb e dos óxidos de nióbio no período de 1997 à 2008. 
 
Fonte: DNPM/MME 
6. CONCLUSÃO 
 
Assim, partindo do princípio que o nióbio é um metal altamente estratégico e com 
grande prospecção tecnológica e econômica, podemos esperar que um dia o Brasil mude a sua 
política de exploração e comercialização desse metal. 
Diante de tais fatos, vemos que o nióbio tem um alto valor após o processo de 
exploração e produção, podendo ser capaz de guinar grande parte da economia do país. Além 
de vermos também que a maior parte dessa riqueza mineralógica se encontra em território 
indígena, mas que podem ser explorados de forma correta para que ninguém seja 
desfavorecido no final. 
O que falta para o Brasil no quesito nióbio, é apenas comprometimento político, já 
que nós temos às maiores reservas do mundo, mão de obra, mercado de exportação da matéria 
prima e uma estimativa de produção e lucro altamente rentável. 
Com uma política econômica séria, seria possível reverter grande parte dos 
royalties do nióbio para diversas áreas defasadas do país, como saúde e educação, fazendo 
assim o país avançar de forma econômica e tecnológica. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
Em nome de mineral 'xodó', Bolsonaro quer vetar novas áreas indígenas. Disponível em: 
<http://www1.folha.uol.com.br/poder/2017/05/1881709-em-nome-de-mineral-xodo-
bolsonaro-quer-vetar-novas-areas-indigenas.shtml> Acessado em 20/08/2017. 
 
A Raposa e os Nióbios. Disponível em: 
<http://somostodosum.ig.com.br/artigos/espiritualidade/a-raposa-e-os-niobios-7897.html> 
Acessado em 21/08/2017. 
 
Nióbio e a reserva indígena “raposa serra do sol”. Disponível em: 
<http://www.progresso.com.br/opiniao/niobio-e-a-reserva-indigena-raposa-serra-do-sol> 
Acessado em 21/08/2017. 
 
Ativos reais, nióbio, plasma, fusão nuclear, energia e... Roraima. Disponível em> 
<http://artigosrebeccasantoro.blogspot.com.br/2008/08/ativos-reais-nibio-plasma-fuso-
nuclear.html#!/tcmbck> Acessado em 20/08/2017. 
 
Discursos e notas taquigráficas. Disponível em: 
<http://www.camara.leg.br/internet/sitaqweb/TextoHTML.asp?etapa=3&nuSessao=087.1.55.
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%20%20%20%20%20%20%20%20&Data=28/04/2015&txApelido=JAIR%20BOLSONAR
O&txEtapa=Sem%20reda%C3%A7%C3%A3o%20final> Acessado em 20/08/2017. 
 
O nióbio, você sabe o que é? Enéas explica. Disponível em: <http://lado-oculto-nova-ordem-
mundial.blogspot.com.br/2013/06/o-niobio-voce-sabe-o-que-e-eneas-explica.html> Acessado 
em 30/07/2017. 
 
2006: Prof. Enéas fala sobre Nióbio; ONGs + reservas indígenas. Disponível em: 
<http://niobiomineriobrasileiro.blogspot.com.br/2011/12/2006-prof-eneas-fala-sobre-
niobio.html> Acessado em 30/07/2017. 
 
 
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carbono. Disponível em: <http://repositorio.unicamp.br/jspui/handle/REPOSIP/265545> 
Acessado em 22/8/2017. 
Centro de tecnologia. Disponível em: <http://www.cbmm.com.br/pt/Paginas/technology-
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Processo de produção. Disponível em: <http://www.cbmm.com.br/pt/paginas/manufacturing-
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Análise do papel do nióbio para o desenvolvimento do Brasil na perspectiva da teoria da 
administração política. Disponível em: 
<https://www.portalseer.ufba.br/index.php/rebap/article/view/15617/10731> Acessado em 
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Nióbio. Disponível em: <https://www.passeidireto.com/arquivo/26210423/niobio---geologia-
economica---ufmg> Acessado em 03/09/2017.

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