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Teste de Ensaio de trac¸a˜o em temperatura ambiente Mykaelle Cristina,1, ∗ Renan da P. Maciel,1, † Pedro Zaramella,1 and Danilo Machado1 1Instituto de F´ısica, Universidade Federal de Uberlaˆndia, Uberlaˆndia 38400-902, Minas Gerais, Brazil (Dated: 9 de Junho de 2017) O experimento de ensaio de trac¸a˜o realizado neste trabalho estuda a resisteˆncia de um corpo de prova submetido a um grande esforc¸o f´ısico. Na ma´quina de ensaios, fixou-se um tubo meta´lico na vertical. Foram realizados esforc¸os crescentes em sua direc¸a˜o de alinhamento ate´ que houvesse ruptura. A velocidade com que a tensa˜o era gerada no material foi suficientemente lenta para que a trac¸a˜o fosse uniforme em toda extensa˜o do corpo. Todas as deformac¸o˜es causadas no material foram mensuradas pela pro´pria ma´quina de ensaios. Por meio disto foi obtido o gra´fico tensa˜o-deformac¸a˜o, onde foi poss´ıvel analisar todas as etapas de alongamento do material em relac¸a˜o a` tensa˜o aplicada. Assim, analisamos a tensa˜o ma´xima de trac¸a˜o, de escoamento, de ruptura, encruamento e de estricc¸a˜o sobre o material utilizado. Palavras-chave: Ensaio de tensa˜o, forc¸a, deformac¸a˜o ela´stica, propriedades dos metais I. INTRODUC¸A˜O E´ comum deparar com estruturas meta´licas que esta˜o submetidas a cargas excessivas no dia-a-dia (e.g. pontes, elevadores, arranha-ce´us, trelic¸as). Usualmente, para que estas estruturas na˜o falhem em servic¸o, sa˜o realizadas diversas ana´lises teo´ricas e experimentais para compreender as propriedades f´ısicas do material a ser utilizado. Nestas ana´lises tornam-se necessa´rio considerar fatores como: natureza da forc¸a aplicada e durac¸a˜o de sua aplicac¸a˜o. Isto e´ importante para que, em alguns materiais, na˜o sejam causadas fraturas devido a uma exagerada deformac¸a˜o. Algumas propriedades mecaˆnicas importantes (e.g resisteˆncia, dureza, ductilidade) de um material sa˜o analisadas por meio da relac¸a˜o entre a resposta do material a uma forc¸a aplicada. Os principais mecanismos utilizados para descrever propriedades deste comportamento consideram cargas que podem ser de trac¸a˜o, compreensa˜o ou cisalhamento. Onde a magnitude pode ser constante ou na˜o, em relac¸a˜o ao tempo. Em particular, este trabalho concentra-se em analisar propriedades mecaˆnicas de um material meta´lico por meio de cargas de trac¸a˜o. Onde a precisa˜o depende, evidentemente, da precisa˜o dos aparelhos de medida que sa˜o utilizados na execuc¸a˜o do experimento. Este tipo de sistema tambe´m e´ conhecido como ensaio de trac¸a˜o. Neste consiste fixar as extremidades de um corpo de prova (CP) verticalmente na ma´quina de trac¸a˜o para que se aplique uma forc¸a. Desse modo, e´ aplicada a tensa˜o gradativamente ate´ a ruptura do material. O corpo de prova utilizado era circular entretanto, a mesma ana´lise pode ser realizada com Cps retangulares. Assim, sob estas condic¸o˜es analisam-se as propriedades esta´ticas devido a` taxa de tensa˜o aplicada ao material. Geralmente este tipo de teste esta´ associado a` temperaturas e presso˜es, pore´m estas grandezas na˜o sera˜o consideradas aqui. II. FUNDAMENTOS TEO´RICOS - ALGUMAS DEFINIC¸O˜ES Nesta sec¸a˜o sera´ introduzido os conceitos que auxiliam na ana´lise das propriedadades mecaˆnicas de um material submetido ao experimento de ensaio de tensa˜o. Comumente a ma´quina de ensaios de trac¸a˜o e´ projetada para alongar o corpo-de-prova a uma taxa constante. Nesta mensura-se a carga instantaˆnea aplicada de forma cont´ınua e simultaneamente. Abaixo temos um esboc¸o da ma´quina e do corpo-de-prova padra˜o de trac¸a˜o: Extensômetro Corpo de Prova Figura 1: Representac¸a˜o esquema´tica da ma´quina de ensaios1. 2 A. Propriedades mecaˆnicas As propriedades mecaˆnicas compreendem na resposta dos materiais a`s influeˆncias mecaˆnicas externas. Isto prove´m da capacidade de desenvolverem deformac¸o˜es (revers´ıveis ou irrevers´ıveis), e resistirem a` fratura - Fig. 2. Encontrar a tensa˜o no ensaio de trac¸a˜o requer considerar a a´rea, o alongamento e a carga aplicada sobre amostra. Ale´m disso, deve-se considerar a normalizac¸a˜o da carga e do alongamento de acordo com os seus paraˆmetros de tensa˜o e deformac¸a˜o de engenharia �, para minimizar os fatores geome´tricos. Esta deformac¸a˜o e´ definida em termos do comprimento original do CP l0 e o comprimento instantaˆneo li, onde i referencia o alongamento para cada carga atribu´ıda ao CP; assim, � = li − lf l0 = ∆l l0 . (1) Estes fatores geome´tricos sa˜o relevantes no instante que a sec¸a˜o reta do corpo de prova diminui devido ao seu alongamento, pois isto dificulta a medic¸a˜o realizada no sistema. Esta tensa˜o e´ definida pela relac¸a˜o σ = F A0 , (2) em que termo σ da equac¸a˜o acima expresa a tensa˜o (em Megapascal - MPa),F a forc¸a aplicada e A0 a a´rea da sec¸a˜o inicial do corpo, onde e´ diretamente aplicada a tensa˜o no sistema. Deformac¸a˜o ela´stica O instante em que o material recupera suas dimenso˜es originais, apo´s parar com a tensa˜o aplicada a seus extremos, e´ conhecida como fase de deformac¸a˜o ela´stica. Nesta fase o processo e´ revers´ıvel e na˜o permanente. E esta precede a deformac¸a˜o pla´stica e obedece a lei de Hooke σ = E�. (3) Onde σ e´ a tensa˜o de trac¸a˜o, E o mo´dulo de elasticidade (ou de Young), que esta´ relacionado diretamente com as forc¸as das ligac¸o˜es interatoˆmicas, e � e´ a deformac¸a˜o. Esse mo´dulo representa a resisteˆncia mecaˆnica do material e quanto maior for seu valor, menor sera´ a deformac¸a˜o ela´stica provocada pela tensa˜o aplicada. No entanto, embora a aplicac¸a˜o da tensa˜o no CP ser vertical, ainda assim havera´ Material Mo´dulo de Mo´dulo de Coeficiente elasticidade cisalhamento de Poisson (GPa) (GPa) 1. Tungsteˆnio 407 160 0.28 2. Ac¸o 207 83 0.30 3. Nı´quel 207 76 0.31 4. Titaˆnio 107 45 0.34 5. Cobre 110 46 0.34 6. Lata˜o 97 37 0.34 7. Alumı´nio 69 25 0.33 8. Magne´sio 45 17 0.35 Tabela I: Mo´dulos de elasticidade, cisalhamento e o coeficiente de Poisson para alguns metais comuns1. deformac¸o˜es na transversal. Considerando os termos das deformac¸o˜es �x, �y e �z em suas respectivas direc¸o˜es (x, y, z), a raza˜o entre as deformac¸o˜es laterais com a axial e´ definida por v = −�x �z = �y �z . (4) A equac¸a˜o acima representa o ca´lculo do coeficiente de Poisson. O sinal negativo existente na definic¸a˜o deste coeficiente e´ necessa´ria para que seu valor torne-se positivo. Ja´ que as deformac¸o˜es transversais e longitudinais possuem sinais contra´rios. Esse coeficiente pode ser calculado quando a amostra e´ considerada isotro´pica, isto e´, apresenta caracteristicas de maneira uniforme em toda a sua extensa˜o. Para estes materiais, comumente encontram-se valores pro´ximos a 0, 20. Em geral, este coeficiente pode variar de zero (coeficiente correspondente a` cortic¸a) a 0, 50 (valor da borracha). Para muitos metais e outras ligas, os valores desse coeficiente variam entre 0,25 e 0,35. Abaixo segue uma tabela com alguns valores desse coeficiente para metais comuns: os mo´dulos de cisalhamento G e de elasticidade E esta˜o relacionados entre si e com o coeficiente de Poisson de acordo com a seguinte equac¸a˜o v = E 2G − 1. (5) Deformac¸a˜o Pla´stica A maioria dos materiais meta´licos tem deformac¸a˜o ela´stica persistente ate´ deformac¸o˜es de aproximadamente 0,005. Ale´m desse ponto, que e´ o limite de elasticidade, a tensa˜o na˜o sera´ proporcional a` deformac¸a˜o do material e a lei de Hooke 3 perde validade. Usualmente ocorrera´ uma deformac¸a˜o permanente(pla´stica) e na˜o recupera´vel. A transic¸a˜o da regia˜o ela´stica para a pla´stica e´ gradual para a maioria dos metais; ocorre uma curvatura no in´ıcio da deformac¸a˜o pla´stica, que aumenta mais rapidamente com o aumento da tensa˜o. Essa deformac¸a˜o e´ permanente, pois esta´ relacionada diretamente com as forc¸as das ligac¸o˜es interatoˆmicas, decorrente do deslocamento de a´tomos (ou mole´culas) para novas posic¸o˜es na estrutura do metal, ou seja, as ligac¸o˜es com os a´tomos vizinhos originais sa˜o quebradas e ha´ enta˜o a formac¸a˜o de ligac¸o˜es com novos a´tomos vizinhos, onde esse fenoˆmeno e´ chamado de “deslizamento”. Escoamento E´ a fase de in´ıcio da deformac¸a˜o pla´stica. Esta consiste num amplo alongamento do material sem acre´scimo significativo de carga. O ponto de escoamento e´ determinado quando ocorre o afastamento da linearidade da curva tensa˜o-deformac¸a˜o. Nesse limite as tenso˜es sa˜o diretamente proporcionais a`s deformac¸o˜es. O limite de escoamento corresponde a` tensa˜o necessa´ria para promover uma deformac¸a˜o permanente no material. Geralmente, a transic¸a˜o entre as regio˜es ela´stica e pla´stica e´ muito bem definida em materiais meta´licos, pois ela ocorre de forma abrupta. Encruamento e limite de resisteˆncia a` trac¸a˜o Apo´s o escoamento ocorre o encruamento. Nesta etapa ocorrera´ um endurecimento devido a quebra dos gra˜os que compo˜em o material quando deformados. O material resiste cada vez mais a` trac¸a˜o externa, exigindo uma tensa˜o cada vez maior para se deformar. E´ necessa´rio atingir um valor ma´ximo conhecido como de limite de resisteˆncia a` trac¸a˜o. Esse limite e´ calculado pela correspondeˆncia entre a relac¸a˜o da tensa˜o ma´xima atingida no ensaio e a a´rea inicial da secc¸a˜o transversal inicial do CP. O ponto ma´ximo da curva corresponde a` tensa˜o ma´xima que e´ suportada pelo CP. Isto significa que se a tensa˜o aplicada for mantida, o ensaio fraturara´. Nesta etapa incia-se a formac¸a˜o de pequenas estricc¸o˜es, ou pescoc¸o (fenoˆmeno chamado de empescoc¸amento). Toda deformac¸a˜o procedente fica confinada neste local. Segue abaixo uma ilustrac¸a˜o da forc¸a aplicada ao CP ate´ sua ruptura. Diâmetro C om pr im en to in ic ia l C om pr im en to fi na lFase de Ruptura Fase de deformação Área Figura 2: Esta imagem ilustra todas as etapas referentes ao experimento de trac¸a˜o de ensaio. Nesta podemos visualizar o efeito do aumento da tensa˜o sobre o CP ate´ sua ruptura. Ductilidade Esta propriedade caracteriza o material que deforma-se plasticamente ate´ sua ruptura. Por meio desta caracter´ıstica, analisa-se o grau de deformac¸a˜o que um material suporta. Em geral, um material que se rompe sem receber uma carga significativa, em seu regime pla´stico, e´ denominado fra´gil. Usualmente, a ductilidade e´ uma caracter´ıstica importante observada nos metais, devido ao favorecimento concedido pelo rearranjo espacial de seus a´tomos. Pois os permitem relaxar sem que haja rompimento entre suas ligac¸o˜es. Para expressar matematicamente a ductilidade, utiliza-se o alongamento percentual (AL%) ou a reduc¸a˜o percentual da a´rea (RA%), tambe´m conhecido por coeficiente de estricc¸a˜o. Estes podem ser calculados pelas expresso˜es AL% = ( lf − l0 l0 ) · 100 (6) RA% = ( A0 −Ai A0 ) · 100, (7) onde primeira equac¸a˜o, tem-se que lf representa o comprimento no momento da fratura, e l0 e´ o comprimento original. Para 4 a segunda,A0 e´ a a´rea original da sec¸a˜o transversal e Af e´ a a´rea da sec¸a˜o transversal no ponto de fratura. Segue abaixo uma tabela com algumas propriedades para metais que sa˜o comumente utilizados. Material Limite de Limite de Ductilidade escoamento resisteˆncia a` (AL%) (MPa) trac¸a˜o (MPa) 1. Molibideˆnio 565 655 35 2. Tintaˆnio 450 520 25 3. Ac¸o(1020) 180 380 25 4. Nı´quel 138 480 40 5. Lata˜o 130 262 45 6. Ferro 75 300 68 7. Cobre 69 200 45 8. Alumı´nio 35 90 40 Tabela II: Limites de escoamento e de resisteˆncia a` trac¸a˜o e ductilidade de alguns metais comuns1. A capacidade que um material tem de absorver energia no instante em que e´ deformado elasticamente, e´ definido por resilieˆncia. A propriedade associada a esta capacidade e´ o mo´dulo de resilieˆncia Ur. Esta e´ obtida pela relac¸a˜o Ur = σl 2E (8) sendo σl o limite de escoamento. A unidade e´ dada por [ Jm3 ] ou [Pa]. Normalmente os materiais resilientes possuem limites de escoamento elevados e mo´dulos de elasticidade baixos. Por outro lado, a caracter´ıstica de um material que absrove energia ate´ sua ruptura e´ definida pela tenacidade. Esta particularidade pode ser analisada de duas formas distintas. Primeiro, considerar que a tenacidade e´ a a´rea sob a curva do gra´fico Tensa˜o x Deformac¸a˜o ate´ o ponto de fratura; segundo, utilizar as seguintes aproximac¸o˜es: ut ≈ σr�r Para materiais du´cteis (9) ut = 2 3 σr�r Para materiais fra´geis (10) Em suma, no experimento de ensaio de trac¸a˜o, obte´m-se o gra´fico tensa˜o x deformac¸a˜o. Neste analisamos todos os comportamentos supracitados que sa˜o apresentados pelo material. Entretanto, de todas as propriedades que citamos acima, na˜o foram calculados a tenacidade e o mo´dulo de cisalhamento. Nas sec¸o˜es a seguir, estudaremos o comportamento do material utilizado neste trabalho por meio deste gra´fico. III. MATERIAIS E ME´TODOS MATERIAIS UTILIZADOS Ma´quina para ensaio de trac¸a˜o; Extensoˆmetro; Corpo de prova (CP); Paqu´ımetro; Um aparelho gerador de gra´fico Papel milimetrado A ana´lise realizada foi separada em duas etapas. Primeiro, antes de colocar o material na ma´quina de ensaios, foi acoplado um extensoˆmetro ao CP. Durante este per´ıodo foi observado que a amostra utilizada comportou-se segundo a previsa˜o da lei de Hooke. As informac¸o˜es extra´ıdas nesta etapa foram: tensa˜o aplicada e o alongamento sobre o CP. Segundo,retirou-se o extensoˆmetro. Permitiu-se que a amostra continasse a se alongar, ao passo que a forc¸a aplicada provocasse a total ruptura do CP. Toda a ana´lise gra´fica deste processo foi registrada pela pro´pria ma´quina de ensaios. Esta assinalou todas as etapas relacionadas ao alongamento do metal num papel milimetrado. IV. RESULTADOS E DISCUSSO˜ES O comportamento de materiais meta´licos em ensaios de trac¸a˜o tende a ser semelhante. O gra´fico que representa este comportamento, em geral, e´ do tipo a seguir: Figura 3: esta imagem e´ poss´ıvel identificar as va´rias fases pelas quais o material passa ao longo do experimento. A figura a seguir apresenta o gra´fico original obtido neste ensaio de trac¸a˜o: 5 Figura 4: Gra´fico tensa˜o por deformac¸a˜o gerado pela ma´quina de ensaios. E´ poss´ıvel notar que o ponto que marca a transic¸a˜o da fase ela´stica para a fase pla´stica e´ muito bem definido, como era de se esperar para um metal. Neste ponto, ainda, pode se perceber que a deformac¸a˜o ocorre para um valor de tensa˜o quase constante, o que e´ caracter´ıstico do material tambe´m. Na sequeˆncia, o ponto mais alto da curva e´ o denominado limite de resisteˆncia a` trac¸a˜o. Mo´dulo da elasticidade Todas as grandezas mensuradas no sistema foram sumarizadas na tabela a seguir. Nº de Diviso˜es T (KgF )± 10KgF 4 1040 6 1340 8 1680 10 1980 12 2260 Tabela III: A coluna do nu´mero de diviso˜es corresponde aos valores demarcados pelo extensoˆmetro. Suas diviso˜es correspondem a` 10−2 mm. Por meio dos valores da tensa˜o extra´ıdas da ma´quina, calculou-se a tensa˜o de engenharia σ, considerando a a´rea da sec¸a˜o transversal (antes de aplicar quaisquer forc¸a) do CP como 66, 5 mm2. Desse modo, calculou-se a deformac¸a˜o de engenharia � utilizando a eq.1. Neste ca´lculo baseou-se nas diviso˜es do extensometro, onde cada uma era de 10−2 ± 0, 5 · 10−2 mm. Todos valores obtidos esta˜o representados na tabela (IV). Os valores considerados ate´ aqui correspondem a` faixa onde o material que se comporta de forma ela´stica, obedecendo a Lei de Hooke. Isto significa que, se fosse retirada a tensa˜o aplicada em qualquer �(10−7) σ(10−8) 4, 0± 3 1, 57± 0, 2 6, 0± 0, 5 2, 02± 0, 2 8, 0± 0, 6 2, 53± 0, 2 10, 0± 0, 9 2, 98± 0, 03 12, 0± 0, 1 3, 40± 0, 03 Tabela IV: Tabela representativa da relac¸a˜o entre tensa˜o (σ) e deformac¸a˜o (�) do CP estudado. momento desta faixa, o material retornaria ao seu comprimento original. Sendo assim, fazendo um gra´fico σ x �, podemos estimar o mo´dulo de elasticidade E pelo coeficiente angular da reta obtida por meio do ajuste linear dos pontos. O gra´fico obtido e´ apresentado a seguir: Figura 5: Gra´fico obtido para a relac¸a˜o entre tensa˜o (σ) e deformac¸a˜o (�) da fase ela´stica do CP. O comportamento linear e´ claramente observado e o valor obtido para o mo´dulo de elasticidade, E, foi (33, 1± 0, 6)106 Psi, valor este muito pro´ximo do mesmo mo´dulo para o ac¸o. O mo´dulo de elasticidade esta´ relacionado a` frequeˆncia natural de vibrac¸a˜o da estrutura. Um componente com baixo mo´dulo tem uma frequeˆncia natural de vibrac¸a˜o menor do que algum outro que tenha maior mo´dulo, desde que a massa espec´ıfica seja a mesma. Coeficiente de Poisson Para investigar a isotropia do CP utilizado, calculou-se o coeficiente de Poisson. Nesta operac¸a˜o levou-se em conta a deformac¸a˜o de engenharia (nas direc¸o˜es perpendiculares a` trac¸a˜o) �x, �y que correspondem a variac¸a˜o do diaˆmetro do CP. O mesmo foi realizado para a deformac¸a˜o na vertical (�z). Ao 6 passo que, nesta etapa considerou-se li = (126, 85 ± 0, 05)mm e l0 = 100, 0mm, onde representaram o comprimento final e inicial da amostra. Tambe´m foi verificado que o diaˆmetro inicial do CP era (9, 20 ± 0, 05)mm e o final de (5, 55 ± 0, 05). Desse modo, o coeficiente de Poisson obtido foi de ν = (0, 401± 0, 008). Assim, ao comparar os valores obtidos com os da literatra - ver tabela (V) - percebe-se que o CP utilizado recebeu toda tensa˜o aplicada de maneira uniforme. Isto e´, por meio da deformac¸a˜o apresentada pelo material confirmou-se que este era isotro´pico. Ductilidade Pelo alongamento percentual da amostra no decorrer de todo o ensaio, extraiu-se informac¸o˜es acerca da ductilidade do material. Utilizando lf = (126, 85 ± 30, 05)mm e l0 = 100, 0mm, obteve-se que Al% = (26, 9 ± 0, 1)%. Este resultado e´ consistente para CP du´cteis. Dessa forma, com este valor concluiu-se que o CP aproxima-se do ac¸o - ver tabela comparativa(V). Resilieˆncia O mo´dulo de resilieˆncia obtido foi: Ur = (0, 24 ± 0, 01) J/m3. Essa informac¸a˜o foi relevante para reconhecer o tipo de material utilizado no experimento como sendo ac¸o - ver tabela (V). Gra´fico reescalonado do ensaio Figura 6: Este gra´fico representa, em escala, a figura indicada anteriormente -fig. 3. O gra´fico do ensaio que originalmente estava um papel milimetrado fornecido pelo equipamento que realizou o ensaio foi refeito e reescalado para uma melhor observac¸a˜o e entendimento da relac¸a˜o de tensa˜o de trac¸a˜o com a deformac¸a˜o do material. Assim podemos observar de forma nume´rica a relac¸a˜o entre os pontos do gra´fico, sabendo tambe´m valores importantes para a caracterizac¸a˜o do material em questa˜o, tais pontos como o limite de proporcionalidade ( ou limite inferior de escoamento), o limite de escoamento, o limite de resisteˆncia e o valor para a ruptura do material. Esses pontos e alguns pontos tambe´m importantes esta˜o representados teoricamente na figura que esta´ no in´ıcio dos resultados e discusso˜es. Com os dados ja´ obtidos podemos, atrave´s de comparac¸o˜es com valores tabelados em teoria, estimar qual material estamos usando e talvez ate´ mesmo caracterizar dentro de um tipo de material sua composic¸a˜o. Organizando os dados em tabelas e comparando com a teoria temos a seguinte relac¸a˜o: Coeficientes Ac¸o Amostra utilizada ν 0, 30 (0, 40± 0, 01) E 306 Psi (33, 1± 0, 6)x106Psi Ur 0, 23 [MJ/m3] (0, 24± 0, 01) [MJ/m3] AL% 25% (26, 9± 0, 1)% Tabela V: Comparac¸a˜o entre os dados obtidos com a literatura1. A tabela de relac¸a˜o de valores de coeficientes encontrados com valores teo´ricos, ja´ apresenta qual material mais se assemelha a` nossa amostra, o ac¸o. Pore´m na˜o podemos caracterizar com qual tipo de ac¸o estamos trabalhando, ja´ que, com os erros associados aos resultados e incertezas de medidas na˜o conseguimos encaixar nossa amostra em um tipo especifico de ac¸o, tendo ao mesmo tempo diferentes tipos que se assemelham com pelo menos algum dos resultados ao mesmo tempo. Talvez com um maior nu´mero de pontos, isto e´, medidas no ensaio de trac¸a˜o, ter´ıamos melhores resultados com menores incertezas propagadas e poder´ıamos classificar o tipo espec´ıfico de liga ou especificar melhor qualquer que seja o material, ale´m de saber apenas com qual material estamos trabalhando usando de aproximac¸o˜es com valores tabelados na teoria. Tensa˜o e deformac¸a˜o verdadeiras A sutileza na˜o observada na medida realizada pelo equipamento, e´ a a´rea da sec¸a˜o transversal da amostra. Esta diminui ao longo do 7 ensaio, e isto influencia nos valores da tensa˜o de engenharia(σ). Dessa forma, o valor mensurado afasta-se do real, sendo necessa´rio realizar correc¸o˜es. Isto na˜o ocorreria se o equipamento utilizado acompanhasse a variac¸a˜o do diaˆmetro da amostra ao longo do ensaio. No entanto, por meio da comparac¸a˜o do gra´ficos de tensa˜o-deformac¸a˜o originado pelo CP, e o de correc¸a˜o, e´ poss´ıvel eliminar tais erros . Figura 7 A curva vermelha considera o estado complexo de tenso˜es na regia˜o do empescoc¸amento, como tambe´m a diminuic¸a˜o da a´rea da amostra como um todo. Com isto, torna-se poss´ıvel analisar que, de fato, a diminuic¸a˜o de a´rea seccional acarreta no aumento da tensa˜o de engenharia. V. CONCLUSA˜O Neste trabalho realizamos o experimento de ensaio de trac¸a˜o. Por meio deste, foram feitas ana´lises para estudar algumas propriedades dos metais. Foram necessa´rios considerar alguns fenoˆmenos como ductilidade, resilieˆncia, mo´dulo de elasticidade e coeficiente de Poisson para analisar o tipo de material utilizado. Portanto, atrave´s disto concluiu-se que corpo de prova deste experimento era do tipo ac¸o. No entanto, na˜o foi poss´ıvel identificar o tipo de ac¸o estudado. AGRADECIMENTOS Agradecemos ao apoio do te´cnico Francisco pela disponibilidade e manuseio do equipamento utilizado. Em especial a` professora Eliane Flores, agradecemos por permitir o acesso ao laborato´rio de resisteˆncia dos materiais. ∗ Contato: mykaellecos@gmail.com † Contato: r.maciel.000@gmail.com 1 William Callister. Cieˆncia e Engenharia de Materiais: Uma Introduc¸a˜o. Grupo Gen-LTC, 2000. Teste de Ensaio de tração em temperatura ambiente Resumo Introdução Fundamentos teóricos - algumas definições Propriedades mecânicas Materiais e métodos MATERIAIS UTILIZADOS Resultados e discussões Módulo da elasticidade Conclusão Agradecimentos Referências
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