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Estrutura da Matéria – Profa. Eliana Valle Ligações Químicas LIGAÇÕES QUÍMICAS União entre átomos formando moléculas, agrupamentos de átomos ou sólidos iônicos; As ligações que mantêm os átomos juntos definem as propriedades da matéria. Como os diferentes tipos de ligações químicas podem explicar as propriedades físicas e químicas das substâncias? Observe a diferença entre: � Ligações químicas: ligações entre átomos (ou íons). � Ligações (ou forças ou interações) intermoleculares: ligações (ou interações) entre moléculas ou entre íons e moléculas. São bem mais fracas que as ligações químicas. LIGAÇÕES QUÍMICAS Exemplo: Como explicar os estados físicos da matéria em termos de ligações químicas (ou interações intermoleculares)? LIGAÇÕES QUÍMICAS Outras questões que podem ser respondidas, a partir da compreensão das ligações químicas: � Por quê o fosfato de cálcio é tão duro que a natureza o adotou para a formação dos ossos? � Por quê é tão difícil fazer compostos a partir do nitrogênio do ar? � Como podemos fazer aviões e foguetes mais fortes e leves? LIGAÇÕES QUÍMICAS Diferentes tipos de ligações originam compostos com diferentes propriedades. Formação de ligação química entre dois átomos ocorre se: ⇒ arranjo resultante de seus núcleos e elétrons tem energia mais baixa do que a energia total dos átomos separados Há mudanças nas posições dos elétrons de valência dos átomos. LIGAÇÕES QUÍMICAS Elétrons da camada mais externa Elétrons de Valência • Os elétrons em um átomo se dividem em: elétrons de valência e elétrons do caroço (core, + internos). • Os elétrons de valência são os elétrons da camada mais externa. Eles determinam as propriedades químicas de um átomo porque as reações químicas resultam na perda, ganho ou rearranjo desses elétrons. Elemento Configuração Camada de valência Na [Ne] 3s1 3s1 Si [Ne]3s23p2 3s23p2 As [Ar]3d104s24p3 4s24p3 Co [Ar]3d74s2 3d74s2 • Elétrons nas camada d totalmente preenchida são elétrons internos (do caroço). Conhecimento da estrutura eletrônica dos átomos permite: ⇒prever a ocorrência de ligações químicas, os tipos de ligações e o número de ligações. Classificação das ligações químicas: � ligações iônicas; � ligações covalentes; � ligações metálicas; LIGAÇÕES QUÍMICAS Materiais metálicos (laranja) Materiais poliméricos não-porosos (azul escuro) Materiais poliméricos porosos (espumas) (azul claro) Materiais poliméricos medianamente porosos (azul intermediário) Materiais cerâmicos de alta tecnologia (vermelho) Materiais cerâmicos tradicionais (salmão) Materiais metálicos: ligações metálicas Materiais poliméricos: ligações covalentes e interações intermoleculares Materiais cerâmicos: ligações covalentes e iônicas LIGAÇÕES QUÍMICAS Iônico Molecular Covalente Metálico Unidades nos pontos reticulares Íons positivos e negativos Moléculas Átomos Íons positivos Forças de ligação entre as unidades Ligações iônicas *Forças dipolo-dipolo Forças de London Covalente Atração entre o “mar” elétrons e os íons positivos Dureza Razoavelmente duro, quebradiço Mole Muito duro Mole a duro Ponto de fusão Razoavelmente alto Baixo Muito alto Médio a alto Condutividade elétrica Baixa Baixa Baixa Boa a ótima Exemplos NaCl K2CO3 (NH4)2SO4 Na3PO4 CO2 C6H6 H2O CH4 SiC SiO2 (quartzo) C(diamante) Al2O3 Na Ag Fe W Ligações e propriedades dos sólidos * forças intermoleculares LIGAÇÕES QUÍMICAS Tipo de sólido Substância Energia reticular(kJ.mol-1) Ponto de fusão (0C) Iônico NaCl CaF2 CaO 788 2590 3520 801 1423 2614 Molecular H2 CH4 CO2 0,8 9 25 -259 -182 -78(sublima) Covalente C (grafite) SiC SiO2 (quartzo) 714 1235 1865 3600 2700 (sublima) 1610 Metálico Na Ag Cu 108 285 340 98 962 1083 Energias reticulares* e pontos de fusão LIGAÇÕES QUÍMICAS * Quantidade de energia necessária para separar as partículas que compõem um mol de sólido, expressa em ∆H. Energia potencial mínima Maior estabilidade Formação de ligação química Ocorre a aproximação dos átomos pela atração núcleo-elétron; A atração minimiza a repulsão núcleo-núcleo e diminui a energia potencial Com a elevada aproximação, a repulsão entre os núcleos é dominante As energias de atração e repulsão devem se igualar Comprimento de ligação ou energia de ligação Força resultante entre os dois átomos da ligação química: FT = FA + FR No equilíbrio: FA + FR = 0 → distância internuclear de equilíbrio = ro A energia potencial é expressa como: Para sistemas atômicos: → E = EA + ER EA = energia de atração, ER = energia de repulsão, E = energia resultante entre os dois átomos ∫= FdrE RA r R r A r EEdrFdrFFdrE +=+== ∫∫∫ ∞∞∞ Muitas propriedades dos materiais podem ser conhecidas pelas forças interatômicas que mantêm os átomos unidos! Atrativas FA e Repulsivas FR Força e energia potencial interatômica em função da separação interatômica Força e energia potencial interatômica em função da separação interatômica ou FT Curva de energia potencial → somatória das curvas de energia de atração e de repulsão. No equilíbrio, energia potencial é mínima: E = Eo⇒ energia de ligação (ou energia de dissociação) Energia necessária para separar os dois átomos Notar que a maior contribuição para a Eptotal provém da Epatração Eprepulsão contribui com cerca de 10 % da Eptotal A explicação para a formação da ligação química foi desenvolvida, em 1916, pelo físico alemão Walther Ludwig Julius Kossel (1888-1956) e pelo químico norte-americano Gilbert Newton Lewis (1875-1946), em trabalhos independentes e publicados, respectivamente, no Annalen de Physik 49, p. 229 e Journal of the American Chemical Society 38, p. 762. Para Kossel e Lewis, a valência química, isto é, a capacidade de combinação dos elementos químicos, se devia a um par de elétrons que era compartilhado pelos átomos desses elementos. G. N. Lewis 1875 - 1946 Valência de um átomo passou a ser vista como a quantidade de elétrons que um átomo deveria receber, perder ou compartilhar para tornar sua última camada (camada de valência) igual a do gás nobre de número atômico mais próximo. Valência – conceito introduzido por Kekulé e Couper Símbolos (ou estruturas) de Lewis para os elementos � símbolo do elemento é circundado por um número de pontos, correspondentes ao número de elétrons na camada de valência do átomo. � a camada interna não é escrita, pois ela está completa, correspondendo à configuração de um gás nobre. � os elétrons são colocados um de cada vez, ocupando os quatro lados em torno do símbolo e são colocados emparelhados, se necessário. LIGAÇÕES QUÍMICAS Família do elementos representativos da Tabela Periódica → fornece o número de elétrons na camada de valência LIGAÇÕES QUÍMICAS 1. Desenhe o esqueleto da estrutura do composto mostrando quais átomos estão ligados um ao outro. Coloque o elemento menos eletronegativo no centro. 2. Conte o número de e- de valência. Adicione 1 para cada carga negativa. Subtraia 1 para cada carga positiva. 3. Complete o octeto para todos os átomos exceto para hidrogênio. 4. Se a estrutura contém muitos elétrons, forme dupla e tripla ligações no átomo central, se necessário. Escrevendo Estruturas de Lewis Escreva a estrutura de Lewis do trifluoreto de nitrogênio (NF3). Etapa 1 – N é menos eletronegativo que F, coloque N no centro F N F F Etapa 2 – Conte os elétrons de valência N - 5 (2s22p3) and F - 7 (2s22p5) 5 + (3 x 7) = 26 elétrons de valência Etapa 3 – Desenhe ligações simplesentre os átomos de N e F e complete os octetos sobre os atomos de N e F . Etapa 4 - Cheque se todos os e- na estrutura são iguais ao numero de e- de valência? 3 ligações simples (3x2) + 10 pares isolados (10x2) = 26 elétrons de valência Escreva a estrutura de Lewis do íon carbonato (CO32-). Etapa 1 – C é menos eletronegativo que O, coloque C no centro O C O O Etapa 2 – Conte os elétrons de valência C - 4 (2s22p2) e O - 6 (2s22p4) -2 cargas – 2e- 4 + (3 x 6) + 2 = 24 elétrons de valência Etapa 3 – Desenhe ligações simples entre C e O e complete octeto sobre os átomos de C e O. Etapa 4 - Cheque se todos os e- na estrutura são iguais ao numero de e- de valência? 3 ligações simples (3x2) + 10 pares isolados (10x2) = 26 elétrons de valência Etapa 5 - Para muitos elétrons, forme duplas ligações e reconte o numero de e- 2 ligações simples (2x2) = 4 1 ligação dupla = 4 8 pares isolados (8x2) = 16 Total = 24 X X Uma ligação covalente é uma ligação química na qual dois ou mais elétrons estão compartilhados por dois átomos. Por que dois átomos deveriam compartilhar elétrons? F F+ 7e- 7e- F F 8e- 8e- F F F F Estrutura de Lewis do F2 Pares isolados Pares isolados Pares isolados Pares isolados Ligação covalente simples Ligação covalente simples 8e- H HO+ + OH H O HHou 2e- 2e- Estrutura de Lewis da água Ligação dupla – 2 átomos compartilham 2 pares de elétrons Ligação covalente simples O C O ou O C O 8e- 8e-8e- Dupla ligação Dupla ligação Ligação tripla – 2 átomos compartilham 3 pares de elétrons N N 8e-8e- N N Ligação triplaTripla ligação ou Tipo de Ligação Comprimento de ligação (pm) C-C 154 C====C 133 C≡≡≡≡C 120 C-N 143 C====N 138 C≡≡≡≡N 116 Comprimento de ligações covalentes Comprimento de ligação Ligação tripla < ligação dupla < ligação simples Distância entre os centros de dois átomos ligados H F FH Ligação covalente polar ou ligação polar é uma ligação covalente com densidade maior de elétrons em torno de um dos dois átomos Região rica em elétronsRegião pobre em elétrons Rico e-Pobre e- δ+ δ- Eletronegatividade é a habilidade do átomo em atrair para si os elétrons em uma ligação química. Afinidade eletrônica - mensurável, Cl é maior Eletronegatividade - relativa, F é maior X (g) + e- X-(g) Eletronegatividade nos elementos Variação da eletronegatividade com o número atômico Covalente compartilha e- Covalente Polar Transferência parcial de e- Iônica transfere e- Aumentando a diferença na eletronegatividade Classificação das ligações pela diferença de eletronegatividade Diferença Tipo de Ligação 0 Covalente ≥ 2 Iônica 0 < and <2 Covalente polar As ligações apresentam caráter predominantemente iônica ou covalente (polaridade das ligações), de acordo com a eletronegatividade dos elementos! Classifique as seguintes ligações como iônica, covalente polar, ou covalente: A ligação em CsCl; a ligação em H2S; e a ligação NN em H2NNH2. Cs – 0,79 Cl – 3,2 3,2 – 0,79 = 2,41 Iônica H – 2,2 S – 2,6 2,6 – 2,2 = 0,4 Covalente polar N – 3.0 N – 3.0 3,0 – 3,0 = 0 Covalente Regra do octetoGases nobres energia de ionização elevada afinidade eletrônica baixa são os únicos elementos que existem como átomos isolados, estáveis. A configuração eletrônica da camada de valência (exceto para o He) é ns2np6 (oito elétrons)→ está ligada a estabilidade→ átomos tendem a perder, ganhar ou compartilhar elétrons para ficar com essa configuração eletrônica (ficar com o octeto completo). Ex.: Cl configuração eletrônica : 1s22s22p63s23p5 Completa o octeto ganhando 1 e- Cl- 1s22s22p63s23p6 Não metais que têm a camada de valência quase completa, tendem a ganhar elétrons para completar o octeto. Ex.: alguns elementos da família 6A, 7A LIGAÇÕES QUÍMICAS aula_4_EM_2011 Li + F Li+ F - Ligação Iônica 1s22s1 1s22s22p5 1s2 1s22s22p6 [He] [Ne] Li Li+ + e- e- + F F - F -Li+ + Li+ F - LiF Estrutura de Lewis Par iônico Composto energia reticular MgF2 MgO LiF LiCl 2957 3938 1036 853 Q= +2,-1 Q= +2,-2 r F < r Cl Energia Eletrostática (Retículo) E = kQ+Q-r Q+ é a carga do cátion Q - é a carga do anion r é a distância entre os íons Energia Reticular (E) é a energia requerida para separar completamente 1 mol do sólido iônico em íons gasosos. Maior raio = mais fraca a atração = menor é a energia reticular Maior carga = maior atração = maior energia de retículo Entre os dois fatores, a carga do íons normalmente é a mais importante. Ciclo de Born-Haber para determinar a Energia Reticular ∆Htotal = ∆H1 + ∆H2 + ∆H3 + ∆H4 + ∆H5o ooooo Ligações iônicas Interações eletrostáticas Ligação não-direcional (Interações multidirecionais) LIGAÇÕES QUÍMICAS NaCl a magnitude da ligação é igual em todas as direções ao redor de um íon. LIGAÇÕES QUÍMICAS � ocorre através da transferência de elétrons de um átomo para outro. � há atração eletrostática entre os íons positivos e negativos formados. (aproximação de esferas com cargas opostas) � forma-se entre metais com poucos elétrons na camada de valência e baixa E. I. (têm tendência a perder elétrons) e não metais com E. I. relativamente alta e A. E. elevada (têm tendência a receber elétrons) � Metais com menores E. I.: alcalinos e alcalino-terrosos � Não metais com maiores A. E. : elementos das famílias 6A e 7A Cátions formados por elementos com baixa energia de ionização Ânions formados por elementos com elevada afinidade eletrônica LIGAÇÕES QUÍMICAS Ex.: Na configuração eletrônica : 1s22s22p63s1 Na+ 1s22s22p6 Símbolos de Lewis para a formação de íons Na+ e Cl-: Na• → Na+ + e- Metais alcalinos e alcalino-terrosos têm tendência a perder elétrons para ficar com o octeto completo Cl + e- Cl - Obs.: apenas os elétrons da C. V. do Na no estado fundamental são indicados. O que ocorre no caso de metais (que têm A.E. e E.I. baixas e poucos elétrons na C. V.)? perde 1e- para ficar com a camada anterior com octeto completo Ex.: Na e Cl formam ligação iônica? o átomo de sódio perde um elétron, formando um cátion (espécie com carga positiva) Na (1s22s22p63s1) → Na+ (1s22s22p6) + é ou: Na• → Na+ + e- o átomo de cloro ganha um elétron, formando um ânion (espécie com carga negativa) Cl (1s22s22p63s23p5) + é → Cl- (1s22s22p63s23p6) cloreto ou: Configuração eletrônica E. I. (kJ.mol-1) A. E. (kJ.mol-1) Na 1s22s22p63s1 494 52,9 Cl 1s22s22p63s23p5 1251 349 Cl + e- Cl - Pensando, inicialmente, na formação de íons Na+ e Cl- a partir de átomos de Na e Cl no estado gasoso: i) Nao(g) → Na + (g) + e ∆H = +494 kJ.mol-1 (= E. I. do Na) ii) Clo(g) + e → Cl - (g) ∆H = -349 kJ.mol-1 (= A. E. do Cl) ∆H1 = +145 kJ.mol-1 aumento de energia: desfavorável !!! Há atração eletrostática entre os íons Na+ e Cl-, segundo a lei de Coulomb, formando o par iônico Na+Cl-g) no estado gasoso : iii) Na+(g) + Cl-(g)→ Na+Cl-(g) ∆H2 = - 552 kJ.mol-1 (energia de atração eletrostática) Portanto, ∆H global = (+145 + (-552)) kJ.mol-1 = -407 kJ.mol-1 → houve diminuição de energia→ processo favorável !!! LIGAÇÕES QUÍMICAS Ligação iônica Estrutura da Matéria – Profa. Eliana Valle Por quê no caso de compostos iônicos são formados sólidos cristalinos ao invés de apenas pares iônicos no estado gasoso? 2 – Entalpia de formação de rede, ou energia reticular (∆HR ) Energia liberada quando os íons gasosos se aglomeram devido à atração eletrostática formando um cristal. 1 – Ligação Iônica não é direcional (campo de força eletrostático) Na+ Cl- Cl- Cl- Cl- Num sólido cristalino,a energia da rede leva em conta todas as interações entre os íons Na+ tem 6 íons Cl- em sua volta Cl- tem 6 íons Na+ em sua volta Na+(g) + Cl-(g) →→→→ NaCl(s) ∆∆∆∆H3 = - 787 kJ.mol-1 ∆H3 = ∆HR (em módulo) Assim, ∆HR = 787 kJ.mol-1 (energia do retículo (ou rede) NaCl(s) →→→→ Na+(g) + Cl-(g) ∆∆∆∆HR = 787 kJ.mol-1 Nesse caso: ∆H global = (+145 + -787) kJ.mol-1 = -642 kJ.mol-1 formação do retículo é ainda mais favorável que do par iônico Na+Cl-(g) Nao(g) →→→→ Na+(g) + e ∆∆∆∆H = +494 kJ.mol-1 (= E. I. do Na) Clo(g) + e →→→→ Cl-(g) ∆∆∆∆H = -349 kJ.mol-1 (= A. E. do Cl) ∆∆∆∆H1 = +145 kJ.mol-1 Energia de rede (ou reticular) � É a diferença entre a energia potencial dos íons aglomerados (empacotados) juntos em um sólido e a energia potencial dos íons livres no estado gasoso � A energia de rede é sempre positiva; � Se a energia de rede cristalina for muito elevada significa que os íons interagem fortemente entre si fazendo com que o sólido esteja firmemente unido. Como determinar a energia de rede? � As energias de rede não podem ser medidas diretamente 1 - Podem ser calculadas a partir de valores experimentais de dados termodinâmicos 2 - Determinada através do ciclo de Born-Haber. Entalpia de rede é a variação de entalpia molar padrão para o processo: MX (s) →→→→ M+ (g) + X- (g) ∆∆∆∆HR = Hm (íons, g) – Hm (sólido) Entalpia molar entre um sólido e um gás Cálculo da Energia Rede Considerando apenas um íon + e um - e supondo-se que eles se comportam como cargas pontuais, a energia de atração eletrostática, Ep ou U (energia potencial de Coulomb) é: ( ) ( ) 120 2 21 120 21 12 44 r ezz r ezezU piεpiε = × = e = Carga elementar (1,60218 x 10-19C) z1 e z2 = Cargas dos íons (números inteiros, positiva para o cátion e negativa para o ânion) ε0 = Permissividade (constante dielétrica) do vácuo 8,85419 x 10-12J- 1 .C2.m-1 r12 = É a distância entre os centros dos íons Em um sólido cada íon sofre a atração eletrostática de todos os outros íons de carga oposta e a repulsão de todas os outros íons de carga igual. A energia potencial coulombiana total é a soma de todas essas contribuições eletrostáticas. Na+ Cl- r12 U12 tem valor negativo→ leva a estabilidade Cálculo de Ep em um sólido iônico Exemplo: modelo unidimensional ln2x 4 ...) 4 1 - 3 1 2 1 -1( 4 ...) - 4 3 - 2 (-x 4 1 00 0 P 2222 22222222 d ez d ez d ez d ez d ez d ezE piεpiε piε −=++= ++= Se as cargas dos íons têm o mesmo valor absoluto (+1 e -1, ou +2 e -2, por exemplo, então: z1 = +z e z2 = -z, e z1z2 = -z 2 d = rcátion + rânion Atração repulsão Cátions → rodeados por ânions � Grande contribuição atrativa → diminuição de energia. Além dos vizinhos mais próximos há outros cátions: � Contribuição repulsiva → aumento de energia. ln2x 4 0 P 22 d ezE piε −= Cálculo de Ep em um sólido iônico Para obter a expressão de energia de rede para um mol de íons multiplica-se a equação pela constante de Avogrado, NA (6,02214 x 1023 mol-1). Como uma cadeia unidimensional é simétrica em relação ao átomos central, a equação deve ser multiplicada por 2 d eNzE 0 A P 4 x 2ln2 22 piε −= 2 ln 2 é conhecido como constante de Madelung (A) e seu valor depende de como os íons estão distribuídos no retículo. É um fator geométrico do arranjo tridimensional. d eNzz AE 0 A 21 P 4 x 2 piε −= Usada para distribuição tridimensional com cargas diferentes. O valor da constante de Madelung de todas as estruturas cristalinas comuns foram calculados somando-se as contribuições de todos os íons presentes num dado retículo. Constante de Madelung (A) Tipo de estrutura cristalina A Cloreto de césio CsCl 1,793 Fluorita CaF2 2,519 Cloreto de sódio NaCl 1,748 Rutila TiO2 2,408 Corindo Al2O3 4,172 Wurtzita ZnS 1,641 Repulsões: oriundas da sobreposição dos orbitais Íons não são cargas pontuais e as repulsões têm que ser levadas em conta no cálculo da energia total. Levando-se em consideração as forças de atração e repulsão, a expressão da energia reticular fica: )11( ...4 )).(.()( 2 0 nr ZZN ArE oo e −= −+ εpi Equação de Born-Landé Valores de expoente de Born (n) Config. n He 5 Ne 7 Ar, Cu2+ 9 Kr, Ag+ 10 Xe, Au+ 12 Cadeia Linear de Átomos (cristal unidimensional) Na+ Cl-Na + Cl- Na + Cl- Cristal (tridimensional) )11( ...4 )).(.( 386,1)( 2 0 nr ZZN rE oo e −= −+ εpi )11( ...4 )).(.( 748,1)( 2 0 nr ZZN rE oo e −= −+ εpi 0 -1 -1,386 -1,748 E/E(par) par iônico cristal unidimensional cristal tridimensional O arranjo dos átomos na estrutura influencia a energia reticular do sistema. Ciclo de Born-Haber - M. Born, K. Fajans, F. Haber (1919) A energia da rede cristalina é determinada pelo uso da Lei de Hess (a variação total de energia de um processo depende somente das energias dos estados inicial e final, e não do caminho seguido). Etapa 1: ∆∆∆∆Hsub(K, átomo): + 89 kJ mol-1 Etapa 2: ∆∆∆∆Hdiss(Cl, átomos): + 122 kJ mol-1 Etapa 3: ∆∆∆∆Hion(ionização de K): + 418 kJ mol-1 Etapa 4: ∆∆∆∆He(ganho de e-de Cl): - 349 kJ mol-1 Etapa 5: ∆∆∆∆Hf(formação KCl): - 437 kJ mol-1 Etapa 6: soma de todos ∆∆∆∆H : -437= 89 + 122 + 418 + (-349) -∆∆∆∆HR (KCl) Etapa 7: cálculo ∆∆∆∆HR: +717 kJ mol-1 ΔHformação = ΔHsublimação + ΔHdissociação + ΔHionização + ΔHAfin. Eletrônica - ∆∆∆∆HR Início→ KCl (s) - 437 + 89 + 122 + 418 K+(g) + e- (g) Cl (g) - ∆∆∆∆HR (KCl) K(s) + 1/2 Cl2 (g) K(g) + 1/2 Cl2 (g) K(g) + Cl (g) K+(g) + Cl- (g) - 349 E n t a l p i a Calcular a Energia reticular do KCl Exercício • Faça o ciclo de Born-Haber para o NaCl e calcule Ereticular (∆HR) utilizando o ciclo de Born-Haber e a equação de Born-Landé. Compare os valores. Valores Experimentais ∆Hformação = - 411 kJ/mol ∆Hsublimação = 108 kJ/mol ∆Hdissociação = 122 kJ/mol ∆Hionização = 495 kJ/mol ∆HAfin. Eletrônica = - 349kJ/mol A=1,748 N=6,02x1023 mol-1 (pares de íons por mol) Z+=+1 (carga do Na+) Z-=-1 (carga do Cl-) e=1,602x10-19 C (carga do elétron) r0=2,81x10-10m (soma dos raios dos íons Na+ e Cl-) n= 8 (média entre os valores de n para Na+ e Cl-, expoente de Born) Eo= permissividade no vácuo =8,85x10-12 J-1.C2.m-1 )11( ...4 )).(.(.)( 2 0 nr ZZNA rE oo e −= −+ εpi Pode-se verificar que a formação de compostos iônicos é favorecida quando: � Se combinam elementos de baixa E. I. com elementos de alta A. E. � A energia da rede do composto iônico for elevada Ereticular = 787kJ/mol (Ciclo de Born-Haber) Ereticular = 756 kJ/mol (Eq. de Born-Landé) NaCl Fatores que influem na energia da rede � Cargas dos íons Maior carga → maior atração → maior energia reticular � Tamanhos dos íons d = (rcátion + rânion) quanto maior for d → mais fraca atração → menor será a energia de rede � Constante de Madelung (arranjo geométrico dos íons no cristal) Composto d (angstroms) ∆HR (kJ.mol-1) LiF ca. 1,96 1037 LiCl 2,57 852 LiI 3,02 761 NaCl 2,81 787 NaI 3,11 702 KF ca. 2,66 821 KCl 3,14 717 KBr ca. 3,28 689 KI 3,53 649 RbCl 3,29 695 Distâncias interiônicas e entalpias de rede (∆∆∆∆HR) de alguns haletos alcalinos Rede (ou retículo) cristalino: arranjo tridimensional ordenado de átomos ou íons. É constituído a partir de uma célula unitária. Célula unitária: menores unidades que se repetem e que tem todas as características de simetria do arranjo espacial dosátomos no retículo. n0 de coordenação mais comuns: 4, 6 e 8 no de coordenação menores que 4 são instáveis: não há bom contato entre cátion e ânion. Relação entre raios iônicos permite estimar o no. de coordenação rcátion/rânion determina o no de coordenação (no de ânions ao redor de um cátion e n0 de cátions ao redor do ânion) Quanto maior (rcátion/rânion)maior será o no de coordenação Micrografia mostrando cristais de NaCl (a) Célula unitária do NaCl, mostrando o empacotamento denso; (b) Estrutura com pontos representando os íons Corte mostrando algumas células unitárias do cristal de NaCl Cl- coordenado a 6 íons Na+ Na+ também está coordenado a 6 íons Cl- (a)Célula unitária do CsCl, mostrando o empacotamento denso; (b)Estrutura com pontos representando os íons no retículo. No CsCl os íons Cs+ e Cl- têm tamanhos parecidos, é possível acomodar um número maior de íons ao redor do íon central → são 8 íons Cl- ao redor do Cs+ Obs.: No NaCl os íons Na+ são bem menores do que os íons Cl-, por isso o no de coordenação é 6. Por quê os ossos são tão duros? Os íons Ca2+ e os íons PO43- atraem-se fortemente e agrupam-se firmemente para formar um sólido rígido e insolúvel! Por quê os sólidos iônicos são quebradiços? Por causa das idênticas atrações e repulsões fortes! Fortes interações multidirecionais Estrutura rígida do retículo cristalino Necessita de grande quantidade de calor Por quê o ponto de fusão é alto? Por quê conduzem corrente elétrica no estado fundido ? Produzem íons livres Exercícios 1) Faça o ciclo de Born-Haber para BaCl2 e calcule sua energia reticular usando o ciclo de Born-Haber Entalpia de formação do BaCl2: -858,6 kJ mol -1 Entalpia de sublimação do Ba: 180 kJ mol-1 Entalpia de ionização do Ba: 1467,9 kJ mol-1 Entalpia de dissociação do Cl2: 122 kJ mol -1 Afinidade eletrônica do Cl: -348,7 kJ mol-1 2) Qual dos seguintes compostos tem maior energia reticular: MgO e NaCl? Justifique. R: 2053,1 kJ mol-1 R: MgO Carga alta, raio pequeno Mg2+ + O2- → MgO Cargas elevadas, grande atração, íons pequenos: MgO é um refratário de altíssimo P.F. Estimando energias de rede relativas: NaCl e KCl: mesma estrutura Cargas: Na+, K+, Cl- rNa< rK →→→→ EP do NaCl > EP do KCl
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