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Clareamento Dental

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Antes de começar a fazer um clareamento deve-se verificar o que esta causando o manchamentoClareamento Dental Parte I
Agentes clareadores
Etiologia e proposta de tratamento
Diagnostico das diferentes alterações cromáticas é o primeiro passo para obter sucesso no tratamento clareador
Melhor prognostico e um plano de tratamento adequado
Esmalte espesso: nas proximais e na incisal tem um contorno translucido (lanterna). Pode-se usar acima de C15%
Pouco esmalte: aparece mais dentina (lanterna). Jamais passar de C10% ou H6%.
Resultados mais previsíveis – microabrasão
Reduzem a falsa expectativa, imprevistos e inconvenientes
Qual o melhor meio para se colocar um dente se ele sofrer avulsão?
O leite, porque ele tem a mesma osmolaridade do LP e também tem EGF (Fator de crescimento epitelial), que favorece o crescimento epitelial daquela região
Por que não pode colocar mais de C15% em um dente com pouco esmalte?
Porque a concentração de peróxido de hidrogênio em C15% é em torno de 5%, Todos os agentes clareadores tem baixo peso molecular, penetram pelo espaço interprismático que tem ligações de ponte de hidrogênio que são facilmente quebradas e chegam à dentina. Se eu colocar uma concentração maior, o esmalte é fino ai eu vou ter uma ação mais potente do agente clareador, e não há necessidade, 10 ou 15% tanto faz, os dois vão chegar na dentina.
Alterações extrínsecas
Ação de substancias cromógenas provenientes da dieta como outros elementos que se depositam na película adquirida
	Alterações cromáticas extrínsecas
	Sugestão de tratamento
	Escurecimento ocasionado por consumo de tabaco com característica localizada
	Profilaxia com pedra-pomes e água, pasta profilática ou aplicação de jato de bicarbonato
	Presença de calculo supragengival
	Raspagem coronária para remover o cálculo e alisamento da superfície
	Presença de placa bacteriana
	Profilaxia com pedra-pomes e água, pasta profilática ou aplicação de jato de bicarbonato
	Escurecimento causado por substancias cromógenas advindas da dieta alimentar, com características mais localizadas em determinadas regiões
	Profilaxia com pedra-pomes e água, pasta profilática ou aplicação de jato de bicarbonato
	Escurecimento generalizado da arcada com ingestão frequente de alimentos ou bebidas de coloração forte.
	Clareamento caseiro ou de consultório
Alterações intrínsecas
Ocasionadas por desordens no metabolismo durante a formação do dente, causando alterações na composição ou espessura dessa estrutura. 
Fluorose
Manchas, em geral esbranquiçadas, mas nos estágios mais avançados parecem marrom-escura , que aparecem nos dentes por excesso de flúor, geralmente de forma simétrica (se eu tenho no 12 eu tenho no 22). Acomete crianças de 01-12 anos. Varia de nível, de acordo com o índice de Dean (índice que condiciona a fluorose), são 5 níveis:
Questionável – diferenciação de uma fluorose ou uma mancha branca hipoplásica. A mancha branca hipoplásica com o jato de ar ela é opaca e a fluorose é brilhante (interna)
Muito leve
Leve (com algum comprometimento estético) – quando essa mancha ocupa toda a V e tem um pouco de calcificação escurecida no esmalte.
Moderada (com grande comprometimento estético)
Severa (com comprometimento estético e funcional, problemas ósseos (recaptação de cálcio, quelação), fraturas, problemas renais e de aprendizagem em crianças).
Hipoplasia de esmalte
Tipo de amelogênese imperfeita que pode ser definida como uma formação incompleta ou defeituosa da matriz orgânica do esmalte durante a formação do germe dentário. É opaca.
Questionar a mãe – perguntar se o filho caiu quando era criança e bateu o dente da frente, se bateu, muito provavelmente houve uma intrusão que comprometeu a estrutura orgânica do dente.
Dentinogênese imperfeita
Esta condição provoca descoloração de dentes (a maior parte das vezes em cores azul acinzentada ou marrom amarelada, porque a dentina esta desorganizada) e translúcido (esmalte). Caracterizada pela dentina opalescente. Os dentes usualmente desgastam-se rapidamente, deixando curtos cotos castanhos.
	Congênitas
	Características
	Tratamento
	Fluorose
	Manchas marrons, branco opaco ou até defeito no esmalte por alteração metabólica dos ameloblastos
	Clareamento com microabrasão
Tratamento restaurador
	Hipoplasia do esmalte
	Manchas brancas até castanho-escuras (redução na espessura ou quantidade de esmalte por razões sistêmicas, locais ou hereditárias)
	Clareamento
Tratamento restaurador
	Dentinogênese imperfeita
	Manchas marrons, amarelo-marrons ou até cinzas
	Tratamento restaurador, porque é a dentina que esta corada, o clareamento clareia somente esmalte
Como eu sei se a hipoplasia do esmalte é rasa? Quando eu pego a luz branca e coloco por V e não vejo a P.
Alterações intrínsecas congênitas
Icterícia grave
Decorrente do aumento da produção de bilirrubina e à dificuldade de sua captação pelo fígado. Os dentes decíduos poderão assumir uma coloração azul-esverdeada e, algumas vezes, marrom, particularmente observável em dentes anteriores.
Eritroblastose fetal
A anemia hemolítica congênita é devido à incompatibilidade do fator Rh da mãe e do feto. Ocorre a deposição de pigmento no esmalte e na dentina nos dentes em desenvolvimento, conferindo-lhes uma coloração marrom, castanho ou azulado.
Tetraciclina
O período mais susceptível aos efeitos desta vai do sexto ao décimo mês de gestação, para os dentes decíduos, e do sétimo mês de vida intra-uterina até aproximadamente os oito anos de idade, para os dentes permanentes. A tetraciclina liga-se ao cálcio e é incorporada aos cristais de hidroxiapatita até a sua mineralização, fazendo com que, desta forma, os dentes tomem a cor destes tecidos mineralizado, mais amarelados e amarronzados. A incorporação de tetraciclina envolve predominantemente a dentina cuja matriz está em formação durante o período de consumo do medicamento.
Prescrever amoxicilina, clindamicina, cefalexina, etc.
Variantes da tetraciclina: 
Clortetraciclina (marrom acinzentada)
Dimetilclortetraciclina e Oxitetraciclina (amarelado)
 Doxiciclina (sem coloração). 
O manchamento vai variar em extensão, coloração, profundidade e a localização que vai determinar o tipo de tratamento.
Grau 1: manchamento mínimo, amarelo-claro, marrom claro ou cinza-claro, uniformemente confinado aos ¾ incisais dos dentes. Prognóstico favorável (3 sessões em consultório ou 1 semana caseiro), porque ele esta mais pra incisal.
Grau II: coloração amarelo profundo ao marrom cinza, 6 sessões de consultório, 3 em um dia e 3 no outro ou 15 dias de caseiro.
Grau III: composto por manchas azuladas ou cinzas escuras, com presença de faixas ou bandas. Responde bem ao tratamento, porem, as bandas permanecem após tratamentos extensos, devendo-se associar obrigatoriamente ao tratamento restaurador.
Grau IV: apresenta manchas severas, principalmente no terço cervical. Prognóstico desfavorável, não tem como clarear, fazemos facetas.
Minociclina
Derivado semi-sintético da tetraciclina que causa manchas nos dentes dos adolescentes que usam medicamentos a base de minociclina para tratamento da acne. Diferentemente da tetraciclina, a minociclina é absorvida pelo trato gastrointestinal e não combina bem com o cálcio dos dentes. A pigmentação ocorre pela quelação com o ferro e formação de complexos insolúveis. Manchas brancas.
As manchas são muito parecidas com as da tetraciclina, caracterizadas por faixas esbranquiçadas concêntricas nos dentes e nas unhas, mas responde bem ao clareamento.
Alterações cromáticas intrínsecas – pré-eruptivas
	Adquiridas pré-eruptivas
	Características
	Tratamento
	Icterícia grave
	Manchas verde-azuladas ou marrons nos dentes decíduos
	Clareamento
Tratamento restaurador
	Eritroblastose fetal
	Coloração verde-azuladas ou marrons nos dentes decíduos
	Clareamento
Tratamento restaurador
	Tetraciclina
	Tipo I – manchas amarelas ou cinza-claro
Tipo II – manchas amarelo-escuras
Tipo III – manchas cinza-escuro/azul comfaixas definidas
Tipo IV – manchas muito escuras
	Tipo I – clareamento
Tipo II – clareamento ou tratamento restaurador
Tipo III – tratamento restaurador
Tipo IV – tratamento restaurador
Alterações cromáticas intrínsecas – pós-eruptivas
	Adquiridas pós-eruptivas
	Características
	Tratamento
	Traumatismo com necrose pulpar
	Escurecimento pela degradação da hemoglobina em ferro e combinação com sulfereto de hidrogênio após sangramento intrapulpar.
	Clareamento endógeno e exógeno simultaneamente
	Traumatismo com vitalidade
	Escurecimento devido a um maior volume de dentina gerado pela dentina reacional
	Clareamento
	Impregnações metálicas ou de medicamentos intracanal
	Manchas escuras pela presença de resíduos de material restaurador que contenha íons metálicos ou medicamentos como iodofórmio
	Tratamento restaurador
	Envelhecimento
	Escurecimento por deposição de dentina secundária e desgaste natural do esmalte em função
	Clareamento
Química do clareamento dental
A molécula de peróxido de hidrogênio é que de fato agirá nos pigmentos dos dentes. Existe no mercado odontológico 3 substancias básicas capazes de promover o clareamento dental.
Todas elas se decompõem em peróxido de hidrogênio
Peróxido de hidrogênio
Peróxido de carbamida – se degrada em peróxido de hidrogênio e ureia.
A dentina está escura porque tem cadeias carbônicas longas ramificadas ou fechadas (bloqueio de luz).Perborato de sódio – peróxido de hidrogênio, perborato e oxigênio.
Mecanismo de ação
Se decompões em RL através de 3 reações
Hidroxil; peridroxil; anion superóxido
Oxigênio reativo que se transforma em oxigênio nascente
Anion peróxido de hidrogênio
As moléculas reativas atacam as cadeias longas dos pigmentos escuros e as transformam em moléculas menores e menos saturadas, portanto, menos coloridas e mais difusíveis
Os RL anion superóxido, oxigênio reativo ou o peróxido de hidrogênio vão oxidar as cadeias maiores tracionando elas em cadeias mais simples e menores fazendo com que haja clareamento dental. O resultado disso é CO2 + água, que é difundida pela dentina.
O clareador com duas seringas (para misturar) é melhor porque ele é ionizado na hora
, ele tem mais H+ para ionizar o dente.Grande parte dessas moléculas, agora com menor peso molecular, sai das estruturas dentárias por meio de difusão
pH do agente clareador
A luz degrada o peróxido de hidrogênioQuanto mais longe o ph for do eixo 7, mais efeitos deletérios ele terá, como descamação e erosão do esmalte. Não chega na camada aprismática mas provoca ondulações profundas ou não, quanto mais discrepante o pH for.
Barreira gengival
Para não chegar nos tecidos moles
Ela faz com que os dentes fiquem secos e sem água o peróxido de carbamida não se dissocia em gás carbônico e ureia, então a ação dele não é tão boa assim. Pior ainda é com isolamento abs.
Peróxido de hidrogênio
Concentrações de 20-40%. Caseiro é utilizado nas concentrações inferiores a 10%.
1-10% uso caseiro, gel em seringa, tiras auto-adesivas e verniz aplicado com pinceis ou canetas
30-40% uso profissional, de 10-15min, totalizando 2-3 aplicações por sessão de 1h. O liquido deve ser misturado com um espessante na forma de gel ou pó
Peróxido de carbamida
Geralmente ambulatorial (30-37%). Caseiro (10-22%)
Em contato com a água se dissocia em ureia (64%) e peróxido de hidrogênio (36%)
Ureia amônia e gás carbônico
A ureia se dissocia em amônia e gás carbônico
A amônia favorece a reação de clareamento (aumento do pH), só que essa degradação é lenta, em contato com a água ela se dissocia, mas os agentes clareadores que tem peróxido de carbamida também tem o carbocol, que é um acido poliacrílico que faz com que seja liberado lentamente.
Como tem uma concentração muito baixa de peróxido de hidrogênio (3% C10%), se não tiver carbocol vai muito rápido, então não vai dar tempo de penetrar no espaço interprismático e se difundir na dentina, por isso que o clareador fica 4h na boca. As 2 primeiras horas é o pico de liberação de peróxido de hidrogênio e as outras 2 ele fica platô e a ultima hora é somente degradação de gás carbônico e água.
O gás carbônico pelo seu efeito borbulhante favorece o deslocamento de íons e moléculas.
Perborato de sódio – tem pH 7
A técnica denominada ambulatorial ou walking bleach é indicada para clareamento de dentes despolpados.
Somente consultório e emprega como agente clareador o perborato de sódio associado ao peróxido de hidrogênio ou carbamida. O perborato nesta associação resulta em pH menos ácido, favorecendo a ionização da reação química, deixando o meio mais alcalino
Mecanismo de ação
Em contato com a água ele libera o metaborato de sódio (favorece o pH), peróxido de hidrogênio e oxigênio. O peróxido de hidrogênio é responsável pelo clareamento e o oxigênio favorece o deslocamento de moléculas de pigmento pelo efeito borbulhante

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