Buscar

Volume I Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

ENTIDADE DE UTILIDADE PÚBLICA 
LEI Nº 13.483, DE 25 DE JUNHO DE 2008 
D.O. 26 DE JUNHO DE 2008 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
 Fone/Fax: (81) 3266.4414 
Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº - Dois Irmãos – Recife – PE 
CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br www.oceanario.org.br 
 
 
Prezado(a) Senhor(a), 
 
Estamos disponibilizando o Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de 
Pernambuco em formato digital. 
 
O diagnóstico é um retrato da Pesca Artesanal do litoral pernambucano. Seu objetivo é registrar 
pescadores (homens 3.365 e 1.712 mulheres). 
 
Esta pesquisa foi elaborada pelo Instituto Oceanário de Pernambuco e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da Universidade Federal Rural de Pernambuco, com financiamento do Governo 
do Estado através da Secretaria Especial de Juventude e Emprego. Tivemos a colaboração do 
Ministério da Pesca e Aquicultura em Pernambuco, Fundação Joaquim Nabuco, Pastoral dos 
Pescadores, Movimento dos Pescadores de Pernambuco (MOPEPE) além de Colônias e 
Associações de Pescadores. 
 
O presente diagnóstico está apresentado em quatro arquivos, cada um representando um 
volume, devido à complexidade de informações. O volume I ou inicial, aborda de uma forma 
generalizada, os elementos dos municípios e das comunidades que encontram-se detalhados nos 
volumes restantes. Consta neste volume: a introdução, a metodologia, os resultados estatísticos 
das áreas litorâneas estudadas, incluindo a Ilha de Fernando de Noronha. 
 
A divisão em quatro áreas foi embasada nas condições geológicas e geomorfológicas, 
ecossistemas aquáticos, ocupação demográfica e atividades pesqueiras. Os volumes seguintes, 
II, III e IV, correspondem às áreas Norte, Metropolitana e Sul, respectivamente. 
 
O interesse é que este trabalho sirva como base de análise para diversos públicos, como: 
governo federal, estadual e municipal, organizações não governamentais, os movimentos 
sociais dos pescadores, pesquisadores, estudantes, e os próprios atores do processo: os 
pescadores (as) artesanais e seus familiares. 
 
 
 
 
 
Luiz Lira 
Coordenador da Pesquisa Diagnóstico 
Diretor Científico do Instituto Oceanário 
o perfil socioeconômico e socioambiental dos pescadores que trabalham nas indústrias 
naturais de alimentos, que são considerados os rios, estuários, manguezais, lagoas e a 
plataforma continental. Foram visitadas 71 comunidades e entrevistados 5.077 
DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO DA 
PESCA ARTESANAL DO LITORAL DE 
PERNAMBUCO
VOLUME - I
2010
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Ficha catalográfica 
 
 
 Pernambuco / coordenador geral Luiz Lira; comissão de 
 redação Luiz Lira, Beatriz Mesquita, Mônica Maria 
 Cavalcanti Souza, Cezar Augusto Leite, Ana Paula de 
 Almeida Leite, Amanda Machado Farias, Carolina Galvão. 
 4 v. : il. ; 30 cm 
 
 Conteúdo: v. 1. Síntese do litoral pernambucano, incluso 
 Fernando de Noronha – v. 2. Área Norte – v. 3. Área 
 Metropolitana – v. 4. Área Sul. 
 Inclui referências e anexos. 
 
 
 CDD 639.098134 
 
1. Pesca artesanal – Pernambuco 
2. Análise socioeconômica 
3. Análise socioambiental 
4. Educação ambiental 
 I. Lira, Luiz, coord. 
II. Mesquita, Beatriz 
 III. Souza, Mônica Maria Cavalcanti 
 IV. Leite, Cezar Augusto 
 V. Leite, Ana Paula de Almeida 
 VI. Farias, Amanda Machado 
 VII. Galvão, Carolina 
 VIII. Instituto Oceanário de Pernambuco 
 IX. UFRPE. Departamento de Pesca e Aquicultura 
 
 
 
Instituto Oceanário de Pernambuco 
Rua Benigno Cordeiro Galvão, 900 – Jaguaribe – Ilha de Itamaracá – PE 
CNPJ: 01.888.264/0001-96 
Fone/Fax: (81) 3266.4414 
Rua Dom Manoel de Medeiros, s/nº - Dois Irmãos – Recife – PE 
CEP: 52171-900 – Pró-Reitoria de Extensão - UFRPE 
E-mail: oceanario@oceanario.org.br Site: www.oceanario.org.br 
 
D536 Diagnóstico socioeconômico da pesca artesanal do litoral de 
 -- 1. reimpr. -- Recife : Instituto Oceanário de Pernambuco : 
 Departamento de Pesca e Aqüicultura da UFRPE, 2010. 
Governo do Estado de Pernambuco
Eduardo Henrique Accioly Campos
Governador
Secretaria Especial de Juventude e Emprego - SEJE
Pedro José Mendes Filhos 
Secretário Estadual de Juventude e Emprego
Ins! tuto Oceanário de Pernambuco
Presidente 
Alexandre Carvalho 
Diretor Cien" fi co 
Luiz Lira
Diretora de Projetos
Ana Paula de Almeida Leite
Pesquisadores
Cezar Augusto de Almeida Leite
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Hermon Augusto da Costa Braga Junior 
Coordenador Geral
Luiz Lira
Coordenador Administra! vo
 Alexandre Carvalho
Coordenadores de Área
Silvanda Galvão de Arruda
Vanildo Souza de Oliveira
Litoral Sul
Consultores do Diagnós! co
Ricardo Gama Soares
André Luis San! ago Maia
 Gecynalda Soares da Silva Gomes 
Jasiael Felipe da Costa
Ana Paula de Almeida Leite
Equipe Técnica
Equipe do Diagnóstico ^ocioeconƀŵico 
da Pesca Artesanal no litoral de Pernambuco
Cezar Augusto de Almeida Leite
Litoral Metropolitano
Litoral Norte 
José Carlos Pacheco dos Santos
Beatriz Mesquita Jardim Pedrosa
Ana Paula Gonçalves da Silva
Amanda Machado de Moura Farias
Bernardo Ramos de Barros Dias
Carolina da Cunha Galvão Cardoso
Darlany Benedita Cabral Sá da Rocha
Felipe César Barros da Silva
Hermon Augusto da Costa Braga Junior
Isabela Maria da Silva Araújo
Mirela Assunção Simões
Mônica Mª Cavalcan! de Azevedo Souza
Sandra Regina da Silva Galvão
Wellane Cassett Araújo Guedes
Daniel Locatelli Santos
O Instituto Oceanário e o Departamento de Pesca 
e Aquicultura da UFRPE, dedicam o Diagnóstico 
da Pesca Artesanal ao Prof. Hamilton Cavalcanti 
Costa (in memorian), pelos serviços prestados aos 
pescadores e pescadoras do litoral pernambucano.
 “Di! cil não é a compreensão, é querer compreender” 
Mestre Gabriel 
Agradecimentos
O Instituto Oceanário de Pernambuco (IOPE) vem expressar, através do seu Presidente 
Alexandre Carvalho e do Coordenador Geral do Diagnóstico Socioeconômico da 
Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco, Luiz Lira, o reconhecimento e apoio 
de todas as instituições e pessoas que contribuíram para o presente trabalho. 
Agradecemos:
Ao Governo do Estado de Pernambuco através do Dr. Pedro Mendes, Secretário 
Especial de Juventude e Emprego (SEJE), pelo apoio fi nanceiro e pela credibilidade 
depositada. Aos técnicos da SEJE: Pedro Mello, Zafi ra Peixoto, Maria Ribeiro e 
Marta Loreto.
Ao Ministério da Pesca e Aqüicultura na pessoa do superintendente em Pernambuco, 
Dr. Sérgio Mattos, que facilitou as entrevistas junto aos pescadores registrados 
naquela instituição. 
À Universidade Federal Rural de Pernambuco, por meio da Pró-Reitoria de Extensão, 
pelo acolhimento em seu espaço físico, e do Departamento de Pesca e Aqüicultura, 
por liberar os pesquisadores Vanildo
Souza de Oliveira e José Carlos Pacheco, bem 
como, à Fundação Apolônio Salles de Desenvolvimento Educacional pela gerência 
fi nanceira dos recursos do Projeto Diagnóstico.
Ao Movimento de Pescadores de Pernambuco (MOPEPE), que iniciou a ação e 
mobilizou os pescadores, líderes e comunitários contra a poluição dos rios que 
cortam a cidade do Recife, e que com postura equilibrada e ética, juntou-se a nós no 
acompanhamento do trabalho de campo. À Pastoral dos Pescadores (CPP), pelas críticas
e auxílio no processo de discussão. Às Colônias de Pescadores e Associações 
de Pescadores, pelo acolhimento e informações concedidas ao longo da nossa 
caminhada por todo o litoral de Pernambuco, muitas vezes nos concedendo seu 
espaço físico e agendando reuniões. 
No sentido de homenagear e agradecer a todos os pescadores, pescadoras e 
cidadãos que militam em prol da causa da Pesca Artesanal, listamos os seguintes 
representantes: Jasilma Amorim Muller (Cabo - MOPEPE), Terezinha Filha (Ilha 
de Deus - MOPEPE), Edson da Cruz Correia (Fly- Ilha de Deus - MOPEPE), 
Manoel Vicente Rodrigues Filho (Dega – Jatobá - MOPEPE), Valdir de Souza 
Gonzales (Ponte de Limoeiro - MOPEPE), Bartolomeu José Souza (Ilha do Maruim 
- MOPEPE), Luciane Santos do Nascimento (Morena - MOPEPE), Renata Manzi 
de Souza (CPP), José Jonas Pereira Silva (Comunidade do Bode), Edileuza Silva 
do Nascimento (Dª Leu - Brasília Teimosa), Josias Clementino (Jorge da Praia- 
MONAPE), Cícero Santino de Oliveira (Itapissuma), Manoel Messias (Sirinhaém). 
À Fundação Joaquim Nabuco, pela colaboração dos pesquisadores Tarcísio 
Quinamo, Beatriz Mesquita e Cristiano Ramalho e a Fundação de Amparo à Pesquisa 
de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (FUNDAÇÃO PROZEE), na 
pessoa do presidente Natalino Matsui. 
À equipe do projeto: os coordenadores Silvanda Galvão, Vanildo Oliveira e 
José Carlos Pacheco; os consultores, pela assessoria e disponibilidade, Beatriz 
Mesquita, Ricardo Gama, André Luis Maia e Gecynalda Gomes; aos educadores/
entrevistadores de campo, que acreditaram no sucesso desse trabalho, Amanda 
Farias, Ana Paula Silva, Bernardo Dias, Carolina Cardozo, Cezar Leite, Darlany 
Rocha, Felipe Silva, Isabela Araújo, Jasiael Costa, Mirela Simões, Sandra Galvão 
e Wellane Guedes; as pessoas que reuniram e formataram todo esse material: Mônica 
Souza, Cezar Leite, Beatriz Mesquita, Ana Paula Leite, Amanda Farias e Carolina 
Galvão. À Hermon Augusto Braga Júnior, que estava sempre na retaguarda, para 
facilitar o trabalho de campo e de laboratório com dedicação e profi ssionalismo.
 
Agradecemos também, aos pesquisadores, técnicos e representantes de classe que 
nos concederam as entrevistas: Sérgio Mattos (MPA) Fernando Acioli (APA Costa 
dos Corais), Cláudio Rabelo (FAEPE), Assis Lacerda (CPRH), Laurineide Santana e 
Bill Santos (CPP), Magnus Machado (Centro de Mamíferos Aquáticos) e João Carlos 
Borges (Projeto Peixe Boi). 
À Administração da Ilha de Fernando de Noronha na pessoa de Marieta Borges Lins 
e Silva, ao Museu do Tubarão através de Leonardo Veras, a José Martins, do Projeto 
Golfi nho Rotador, pelo acolhimento e disponibilidade. 
Apresentação
O Diagnóstico dos Pescadores Artesanais do Estado de Pernambuco é uma iniciativa 
pioneira em projetos do tipo, visto sair da tradicional metodologia acadêmica que 
apresenta em seus trabalhos uma linguagem técnica bem específi ca. O contexto desta 
publicação se distância do campo puramente científi co para adentrar nas necessidades 
de planejamento e gestão pública, sendo fruto da demanda do governo estadual e 
principalmente dos próprios pescadores. 
Diante de uma realidade tão complexa dessas comunidades, três pontos foram traçados 
objetivando uma melhor interpretação dos fatos: o primeiro ponto está relacionado 
ao número de entrevistas, que neste caso, procurou abordar o máximo de pessoas 
possíveis; o ponto seguinte partiu do comprometimento com a linguagem, que deveria 
ser de fácil acesso, assim como, da retirada das tradicionais referências bibliográfi cas 
do corpo do texto, as quais seriam utilizadas realmente quando necessárias. Por último, 
restou o comprometimento de organizar uma série infi nita de dados, que facilitassem 
e prendessem a atenção do leitor na busca por informações detalhadas de cada região, 
comunidade ou aspectos mais particulares.
O presente diagnóstico está apresentado em quatro volumes devido à complexidade de 
informações. O volume I ou inicial, aborda de uma forma generalizada, os elementos 
dos municípios e das comunidades que encontram-se detalhados nos livros restantes. 
Consta neste volume: a introdução, a metodologia, os resultados estatísticos das 
áreas litorâneas estudadas, as principais considerações fi nais obtidas, além de toda a 
estatística realizada na Ilha de Fernando de Noronha. Estão presentes também, resumos 
de outros Diagnósticos da Pesca realizados no Estado, para caso o leitor deseje alguma 
informação complementar. Igualmente, ao invés de referências bibliográfi cas o trabalho 
traz uma série de bibliografi as sugeridas, no intuito de oferecer mais subsídios ao leitor 
sobre a pesca artesanal.
A divisão em quatro áreas foi embasada nas condições geológicas e geomorfológicas, 
ecossistemas aquáticos, ocupação demográfi ca e atividades pesqueiras. Os 
volumes seguintes, II, III e IV, correspondem às áreas Norte, Metropolitana e Sul, 
respectivamente. Esses livros reúnem os resultados estatísticos específi cos por 
municípios e comunidades, bem como observações e análises realizadas. Constam 
ainda, de entrevistas com técnicos e/ou pessoas envolvidas nas questões da pesca 
artesanal, de características sócio-ambientais e de conclusões. O arquipélago de
Fernando de Noronha, quarta área, se faz presente no volume I, anteriormente citado. 
Encontra-se incorporado neste livro, devido as suas condições atípicas de afl oramento 
vulcânico da Cordilheira Meso-Atlântica e profundidade de 4.000 m, assim como 
pelo distinto tipo de pesca que realiza.
O interesse é que este trabalho sirva como base de análise para diversos públicos, 
não só o governo ou os movimentos sociais dos pescadores, mas também, estudantes, 
organizações não governamentais e os próprios atores do processo: os pescadores 
artesanais e seus familiares.
A parceria entre o Instituto Oceanário e a Universidade Federal Rural de Pernambuco, 
através do Departamento de Pesca e Aqüicultura, foram fundamentais, assim como 
outras instituições científi cas, organizações sociais e especialmente o Movimento dos 
Pescadores de Pernambuco (MOPEPE) 
Luiz Lira
 Coordenador da Pesquisa Diagnóstico
 
11 
 
Lista de Figuras 
 
Figura 1. Região do Litoral de Pernambuco e seus municípios. .......................................................... 20 
Figura 2. Comunidades Pesquisadas: Litoral Norte. ........................................................................... 25 
Figura 3. Comunidades Pesquisadas: Litoral Metropolitano. .............................................................. 26 
Figura 4. Comunidades Pesquisadas: Litoral Sul. ............................................................................... 27 
Figura 5. Produção pesqueira do Estado de Pernambuco. ................................................................... 29 
Figura 6. Distribuição dos entrevistados por área. .............................................................................. 30 
Figura 7. Percentual dos documentos trabalhistas dos pescadores....................................................... 32 
Figura 8. Distribuição dos entrevistados segundo o estado civil. ........................................................ 33
Figura 9. Distribuição dos entrevistados segundo o tipo de casa. ........................................................ 34 
Figura 10. Distribuição dos entrevistados segundo o material em que foi construída a casa. ............... 34 
Figura 11. Condições sanitárias dos domicílios dos entrevistados....................................................... 35 
Figura 12. Itens presentes nos domicílios dos entrevistados. .............................................................. 36 
Figura 13. Distribuição da atividade principal na pesca por área estudada. ......................................... 40 
Figura 14. Caracterização dos tipos de embarcação e aparelho utilizado pelos que tem atividade 
pesqueira. .......................................................................................................................................... 42 
Figura 15. Tipo de embarcação segundo o aparelho utilizado. ............................................................ 43 
Figura 16. Distribuição da renda mensal familiar e individual na atividade principal segundo a área. . 50 
Figura 17. Arquipélago Fernando de Noronha. .................................................................................. 58 
Figura 18. Nível de escolaridade dos pescadores. ............................................................................... 62 
Figura 19. Entrevistados que participaram de cursos de capacitação................................................... 64 
Figura 20. Pescadores à oferta de capacitação. ................................................................................... 64 
Figura 21. Renda familiar total por mês. ............................................................................................ 65 
Figura 22. Pescadores/ família contemplados por benefícios sociais. .................................................. 65 
Figura 23. Pescadores filiados à Associação/ Colônia. ....................................................................... 66 
Figura 24. Roberto Carlos G. de Morais (Robertinho) critica a restrição da atividade pesqueira, 
notadamente da pesca da Sardinha. .................................................................................................... 67 
Figura 25. Embarcações de pesca, turismo e de abastecimento. Porto Santo Antônio. ........................ 68 
Figura 26. Museu dos Tubarões: Pesquisa científica e educação ambiental......................................... 68 
Figura 27. Sede da Associação Noronhense de Pescadores. ............................................................... 69 
Figura 28. Barcos pesqueiros capturando sardinha. Praia do Leão. ..................................................... 69 
 
 
12 
 
Figura 29. Usina de tratamento do lixo. Observe o processo de compostagem. ................................... 70 
Figura 30. Equipamento eficiente de saúde. ....................................................................................... 70 
 
 
13 
 
Lista de Tabelas 
Tabela 1. Número de questionários aplicados entre os anos de 2008 e 2009. ...................................... 21 
Tabela 2. Número de entrevistados por área e comunidade. ............................................................... 22 
Tabela 3. Número de pescadores por área. ......................................................................................... 31 
Tabela 4. Quantidade de entrevistados com familiares trabalhando de forma remunerada................... 34 
Tabela 5. Escolaridade dos entrevistados e dos chefes de família. ...................................................... 37 
Tabela 6. Histórico de doenças e problemas de saúde. ....................................................................... 37 
Tabela 7. Localidade dos postos de saúde ou hospitais utilizados. ...................................................... 38 
Tabela 8. Caracterização da atividade principal do entrevistado. ........................................................ 39 
Tabela 9. Tipo de comercialização da produção na atividade pesqueira. ............................................. 44 
Tabela 10. Fatores que prejudicam a atividade pesqueira. .................................................................. 45 
Tabela 11. Fontes de renda/atividade extras que os entrevistados possuem, gostariam de ter ou 
trabalharam. ...................................................................................................................................... 46 
Tabela 12. Caracterização do tipo de treinamento/capacitação. .......................................................... 47 
Tabela 13. Caracterização da vontade de se capacitar e do fato de possuir outras habilidades. ............ 48 
Tabela 14. Distribuição da renda mensal familiar e individual na atividade principal. ........................ 49 
Tabela 15. Benefícios recebidos por algum programa social. ............................................................. 50 
Tabela 16. Distribuição da renda familiar mensal dos entrevistados segundo o Programa Social. ....... 51 
Tabela 17. Caracterização da participação dos entrevistados em algum tipo de associativismo. .......... 52 
Tabela 18. Distribuição da atividade principal dos entrevistados segundo o associativismo que 
apresentaram mais associados............................................................................................................ 52 
Tabela 19. Caracterização do conhecimento de algum órgão/ação/instituição que realize algum tipo de 
ação na área de meio ambiente no seu município. .............................................................................. 53 
 
 
14 
 
Sumário 
 
Apresentação 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
 
Lista de Figuras 
Lista de Tabelas 
Introdução ............................................................................................................... ............ 
 
16 
Metodologia ........................................................................................................................ 19 
 Área de Estudo.................................................................................................................... 19 
 Coleta de Dados ................................................................................................................ 19 
Estatística da Pesca Litorânea ....................................................................................... 29 
 1 - Produção Pesqueira em Pernambuco......................................................................... 29 
 2 – Análise Estatística............................................................................................ 
 
30 
2.1 – Descrição da Amostra........................................................................................
 
 
30 
2.2 – Identificação Pessoal................................................................................... ....... 
 
30 
2.3- Perfil Socioeconômico......................................................................................... 
 
33 
2.4- Atividade Econômica .......................................................................................... 
 
39 
 
Considerações Finais........................................................................................................ 
 
55 
Diagnósticos Socioeconômico da Pesca Artesanal em Fernando de Noronha.. 
 
57 
1 – Análise Estatística...................................................................................................... 
 
60 
1.1- Perfil Socioeconômico......................................................................................... 61 
1.2 - Atividade Econômica..........................................................................................
62 
2 – Análise Socioambiental......................................................................................... 
 
66 
3 – Ilha de Fernando de Noronha: considerações finais................................................ 
 
71 
 
15 
 
Alguns Resumos dos Diagnósticos da Pesca Realizados em Pernambuco......... 
 
73 
Literaturas Sugeridas......................................................................................... 80 
Anexos................................................................................................................ 88 
 
 
 
 
 
16 
 
 
Introdução 
O litoral de Pernambuco possui 187 km de extensão e ocupa 2,3% de todo o litoral brasileiro. 
Abriga em suas 14 zonas estuarinas um ecossistema produtivo aos quais estão associadas 
inúmeras espécies de peixes, crustáceos e moluscos. Estas fábricas naturais de alimentos são 
responsáveis por mais de 60% do pescado estadual e se destacam por gerar alternativa de 
renda para milhares de pessoas, que encontram no manguezal e na plataforma continental 
fontes importantes de alimento. 
A Pesca Artesanal representa a maior parcela da produção pesqueira do Estado, é 
caracterizada pelo trabalho familiar e comunitário, utilizando técnicas e tecnologias 
tradicionais, quer a pé ou com uso de embarcações, como: jangadas, canoas, baiteras e barcos 
motorizados de pequeno porte. As artes de pesca empregadas nesta modalidade para captura 
do pescado incluem: coleta manual, vara de pesca, linha e anzol, tarrafa, redes de cerco, de 
emalhe, de arrasto e armadilhas, com fins comerciais e/ou de subsistência. 
O presente trabalho retrata a Pesca Artesanal no litoral pernambucano e objetiva conhecer o 
perfil socioeconômico dos pescadores e pescadoras que utilizam os ecossistemas fluvial, 
estuarino e marítimo como recurso alimentar e financeiro. 
Para que o atual estudo abrangesse todo litoral pernambucano foi preciso dividi-lo em: Litoral 
Norte, Litoral Metropolitano, Litoral Sul e Ilha de Fernando de Noronha. A estratégia do 
trabalho utilizou o procedimento da pesquisa fenomenológica, onde a maioria das 71 
comunidades estudadas foram sugeridas pelos próprios pescadores. 
O trabalho realizado em campo baseou-se na Pesquisa-Ação, a qual o entrevistador procurava 
adentrar ao mundo dos entrevistados na busca de uma relação de troca. No processo da escuta 
e no estabelecimento de uma relação de respeito e confiança surgiram informações da 
realidade do pescador e da sua comunidade. As 52 perguntas constantes no questionário eram 
respondidas com interesse e conhecimentos empíricos, que ao aflorarem enriqueciam a troca 
entre o profissional do Instituto Oceanário e o „trabalhador aquático‟. 
 
17 
 
Os questionários, assim como as observações do contexto ambiental, foram aplicados de 
janeiro de 2008 a fevereiro de 2009 e respondidos por 3.359 homens e 1.718 mulheres. 
Procurou-se enfocar o perfil socioeconômico do entrevistado, a sua atividade econômica, a 
participação em organizações representativas, o envolvimento no campo do meio ambiente, 
entre outros. Todos os dados foram tratados por um programa estatístico e, posteriormente 
analisados por consultores complementando as conclusões e sugestões explicitadas no 
trabalho. 
 Os dados de produção pesqueira e principais espécies capturadas por municípios são oriundos 
do ESTATPESCA (2006). As informações socioeconômicas sobre os municípios foram 
transcritas do Serviço Geológico do Brasil/CPRN (2005), além do site do IBGE. 
A localização das comunidades entrevistadas foram plotadas nas imagens de satélite do 
Programa Google Earth, assim como os registros dos municípios do litoral pernambucano. 
A quantidade e complexidade dos dados trabalhados possibilitarão, ainda, vários trabalhos 
científicos que juntamente com artigos publicados, contribuirão para a verticalização do 
conhecimento da Pesca Artesanal no litoral de Pernambuco. 
As informações geradas foram discutidas em seminários internos e os resultados apresentados 
através da oficina técnica realizada na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), 
para pescadores e pescadoras, diretores de Colônias e Associações, pesquisadores da UFRPE, 
pesquisadores da Fundaj, técnicos da Agência Estadual do Meio Ambiente e Recursos 
Hídricos (CPRH), representantes da Comissão da Pastoral de Pescadores de Pernambuco 
(CPP) e da ONG Caranguejo-Uçá. Neste encontro foram discutidas propostas de intervenções 
necessárias nas comunidades estudadas. Ficou evidenciado tanto no evento quanto na 
pesquisa, que o maior inimigo da Pesca Artesanal, e conseqüentemente do pescador é a 
poluição dos rios, estuários e manguezais associados. 
O Diagnóstico revela que os 5.077 pescadores entrevistados somados, aos seus 28.177 
dependentes familiares vivem da Pesca Artesanal. Entretanto, se for considerado o dado 
oficial do Ministério da Pesca e Aquicultura de Pernambuco em que 8.517 pescadores 
litorâneos estão cadastrados, esta projeção atinge cerca de no mínimo 47.269 dependentes, 
 
18 
 
sabendo-se ainda, que estes dados são subestimados, pois não atinge a totalidade dos 
pescadores pernambucanos. 
A linguagem acessível deste trabalho serve para facilitar a consulta por estudiosos da Pesca 
Artesanal, bem como profissionais de outras áreas, especialmente o pescador. A participação 
de pescadores com o conhecimento vivido e a experiência na atividade pesqueira foi 
fundamental, pois o seu conhecimento empírico agregado ao conhecimento científico é a base 
desta fotografia, denominada “Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de 
Pernambuco”. 
 
19 
 
Metodologia 
 
Área de Estudo 
 
O Estado de Pernambuco encontra-se entre as coordenadas geográficas de 07°15‟45‟‟/ 
09°28‟18‟‟ de latitude Sul e de 034°48‟35‟‟/ 041°19‟54‟‟ de longitude oeste. Seu litoral, com 
187 km de extensão, abrange 16 municípios, que para serem contemplados no presente 
diagnóstico precisaram ser divididos em: Litoral Norte, Litoral Metropolitano e Litoral Sul. 
Além dos litorais supracitados, houve a inserção no trabalho da Ilha de Fernando de Noronha 
(Figura 1). A divisão dos municípios foi realizada através da busca de informações junto às 
comunidades participantes e embasada nas condições geológicas e geomorfológicas, 
ecossistemas aquáticos, ocupação demográfica e atividades pesqueiras. A estratégia do 
trabalho de campo utilizou o procedimento da pesquisa fenomenológica, onde a maioria das 
71 comunidades visitadas foram indicadas pelos pescadores. 
 
Coleta dos Dados 
 
O trabalho realizado em campo foi baseado na Pesquisa-Ação, a qual o entrevistador 
procurava adentrar o mundo dos entrevistados na busca de uma relação de troca. No processo 
da escuta e no estabelecimento de uma relação de respeito e confiança, surgiram informações 
da realidade do pescador e da sua comunidade. As 52 perguntas apresentadas no questionário 
do anexo I, eram respondidas com interesse e conhecimentos empíricos, que ao aflorarem 
enriqueciam a troca entre o profissional do Instituto Oceanário e o „trabalhador aquático‟. 
 
 
20 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 1. Região do Litoral de Pernambuco e seus municípios.
 
21 
 
Os questionários, assim como as observações do contexto ambiental, foram aplicados de 
janeiro de 2008 a fevereiro de 2009 (Tabela 1). Procurou-se enfocar o perfil socioeconômico 
do entrevistado, a sua atividade econômica, a participação em organizações representativas, o 
envolvimento no campo do meio ambiente e outros. Cada questionário foi
examinado 
individualmente para verificação de possíveis erros de preenchimento, em seguida, foram 
digitados em um formulário de entrada de dados construído no programa Epi Info
1
. Após a 
digitação, os dados foram agrupados e armazenados no programa ACCESS
2
, para validação e 
os resultados tabulados com o auxílio do programa estatístico SPSS
3
. Posteriormente, houve a 
análise por consultores, complementando assim, as conclusões e sugestões explicitadas no 
Diagnóstico. 
Tabela 1. Número de questionários aplicados entre os anos de 2008 e 2009. 
 
Mês da entrevista 
Ano 
2008 2009 
Janeiro 4 87 
Fevereiro 66 236 
Março 1161 – 
Abril 1047 – 
Maio 326 – 
Julho 1 – 
Setembro 2 – 
Outubro 741 – 
Novembro 820 – 
Dezembro 586 – 
Total 5077 
 
 
 
1
 Software de domínio público criado pelo CDC (Centers for Disease Control and Prevention) que reúne 
aplicações de banco de dados. Nessa pesquisa foi usado, especialmente, para criar questionários de protocolos. 
2
 Um sistema relacional de administração de banco de dados da Microsoft que permite o desenvolvimento rápido 
de aplicações que envolvem tanto a interface a ser utilizada pelos usuários como também a modelagem e 
estrutura de dados. 
3
 Statistical Package for the Social Sciences. Um programa estatístico muito utilizado na vertente de 
manipulação de grandes bancos de dados. 
 
22 
 
Os dados de produção pesqueira, artes de pesca e principais espécies capturadas por 
municípios são oriundos da ESTATPESCA
4
 (2006). As informações socioeconômicas sobre 
os municípios foram transcritas do Serviço Geológico do Brasil/CPRN (2005) além do site do 
IBGE. 
O número de entrevistas que totalizou 5.077, sendo 3.359 homens e 1.718 mulheres, foi 
calculado com base no número de pescadores solicitados pela própria Secretaria Especial de 
Juventude e Emprego (SEJE), a partir dos levantamentos iniciais já existentes e visando 
atingir grande parte das pessoas envolvidas na pesca no litoral de Pernambuco. Foram 
entrevistados 2.689 pescadores (as) no Litoral Norte, 1.352 no Litoral Metropolitano, 1.011 
no Litoral Sul e 25 na Ilha de Fernando de Noronha, dispostos (as) por comunidade conforme 
tabela 2. 
Tabela 2. Número de entrevistados por área e comunidade. 
 
4
 Projeto de Monitoramento da Atividade Pesqueira no Litoral Nordestino, desenvolvido pela Fundação de 
Amparo à Pesquisa de Recursos Vivos na Zona Econômica Exclusiva (Fundação PROZEE), pela Secretaria 
Especial de Pesca e Aquicultura da Presidência da República (SEAP/PR) e pelo Instituto Brasileiro do Meio 
Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (IBAMA). 
Área Comunidade Nº entrevistas % 
Litoral Norte 
 
 
 
 
Porto de Jatobá 183 3,6% 
Inhamã 39 0,8% 
Cobras 91 1,8% 
Mangue Seco 132 2,6% 
Beira Mar 24 0,5% 
Nova Cruz I 59 1,2% 
Nova Cruz II 60 1,2% 
Veloz/Itapissuma 108 2,1% 
Espinheiro 61 1,2% 
Pilar 98 1,9% 
Jaguaribe 39 0,8% 
Chie 28 0,6% 
Vila Velha 27 0,5% 
Beira Mangue-Cidade Criança 102 2,0% 
Nossa Senhora da Conceição/Itapissuma 76 1,5% 
 
23 
 
Cajueiro/Itapissuma 132 2,6% 
Atapuz 88 1,7% 
Tejucupapo 401 7,9% 
Carne de Vaca / Goiana 56 1,1% 
Povoação de São Lourenço / Goiana 148 2,9% 
Barra de Catuama / Goiana 101 2,0% 
Beira Mar I / Igarassu 29 0,6% 
Beira Mar III / Igarassu 42 0,8% 
Escorregou Tá Dentro / Igarassu 13 0,3% 
Ponta de Pedras / Goiana 133 2,6% 
Malvinas 28 0,6% 
Várzea/Itapissuma 103 2,0% 
Baldo do Rio/Goiana 57 1,1% 
Grêmio/Itapissuma 99 1,9% 
Botafogo/Itapissuma 32 0,6% 
Mangabeira/Itapissuma 87 1,7% 
Canabrava/ Goiana 13 0,3% 
Subtotal 2689 53,0% 
Litoral Metropolitano 
Pau Amarelo/Paulista 65 1,3% 
Enseadinha 73 1,4% 
Janta/Paulista 57 1,1% 
Maria Farinha/Paulista 17 0,3% 
Ilha de Deus/Recife 230 4,5% 
Ilha do Maruim/Recife 128 2,5% 
Ponte de Limoeiro/Recife 88 1,7% 
Bode/Recife 113 2,2% 
Espaço Ciência/Olinda 31 0,6% 
Brasília Teimosa/Recife 256 5,0% 
Boa Viagem/Recife 6 0,1% 
Piedade/Jaboatão dos Guararapes 79 1,6% 
Barra de Jangada/Jaboatão dos Guararapes 10 0,2% 
Lagoa do Náutico/Jaboatão dos Guararapes 42 0,8% 
Ponte dos Carvalhos/Cabo 15 0,3% 
Suape/Cabo 22 0,4% 
Carmo (Colônia dos Pescadores de Olinda), 
 
27 0,5% 
 
24 
 
 
 
No Litoral Norte os municípios estudados foram os de Goiana, Itapissuma, Igarassu, Abreu e 
Lima, e Itamaracá cujas comunidades totalizaram 32 (Figura 2). No Litoral Metropolitano os 
municípios foram: Paulista, Olinda, Recife, Jaboatão e Cabo que totalizaram 22 comunidades 
(Figura 3). Para o Litoral Sul os municípios pesquisados foram: Ipojuca, Sirinhaém, Rio 
Formoso, Tamandaré, Barreiros e São José da Coroa Grande, com 16 comunidades (Figura 4). 
Pontes do Recife/ Recife 35 0,7% 
Beira Rio/ Recife 29 0,6% 
Açude Apipucos 20 0,4% 
Caranguejo Tabaiares 9 0,2% 
Subtotal 1352 26,6% 
Litoral Sul 
Barra de Sirinhaém/Sirinhaém 188 3,7% 
Rio Formoso/Rio Formoso 180 3,5% 
Quilombola/Rio Formoso 46 0,9% 
Centro/São José da Coroa Grande 185 3,6% 
Várzea do Una/São José da Coroa Grande 73 1,4% 
Abreu do Una/São José da Coroa Grande 79 1,6% 
Barreiros/Barreiros 19 0,4% 
Tamandaré/Tamandaré 78 1,5% 
Porto de Galinhas/Ipojuca 37 0,7% 
Salinas/Ipojuca 27 0,5% 
Maracaípe/Ipojuca 1 0,0% 
Serrambi/Ipojuca 11 0,2% 
Vila de Sirinhaém/Sirinhaém 9 0,2% 
Vila de Aver o Mar/Sirinhaém 33 0,6% 
Santo Amaro/ Sirinhaém 25 0,5% 
Agrovila - Sirinhaém 20 0,4% 
Subtotal 1011 19,9% 
Fernando de Noronha 
Fernando de Noronha 25 0,5% 
Subtotal 25 0,5% 
Total 5077 100,0% 
 
25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 2. Comunidades Pesquisadas: Litoral Norte. 
 
26 
 
 
Figura 3. Comunidades Pesquisadas: Litoral Metropolitano. 
 
27 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 4. Comunidades Pesquisadas: Litoral Sul.
 
28 
 
 
A participação de pesquisadores do Instituto Oceanário e da Universidade Federal Rural de 
Pernambuco, nos eventos científicos relacionados à Pesca Artesanal, a consulta expressiva da 
bibliografia de cientistas reconhecidos pelo setor pesqueiro, as entrevistas realizadas com 
técnicos, coordenadores e dirigentes de instituições oficiais, além da Oficina Técnica realizada 
na Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), para pescadores e pescadoras, 
diretores de Colônias e Associações, pesquisadores da UFRPE, pesquisadores da Fundaj, 
técnicos da Agência Estadual do Meio Ambiente e Recursos Hídricos (CPRH), representantes 
da Comissão da Pastoral de Pescadores de Pernambuco e da ONG Caranguejo-Uçá, foram 
também estratégias metodológicas na busca de informações para o respectivo Diagnóstico. 
 
 
 
 
29 
 
Estatística da Pesca Litorânea 
 
 1- Produção Pesqueira em Pernambuco 
 
Segundo o ESTATPESCA a produção total de pescado, no Estado, proveniente da pesca 
artesanal, para o ano de 2006, correspondeu a 13.999,5 t (Figura 5) e a receita gerada por tal 
atividade, tendo como base o preço de primeira comercialização, foi de 37,2 milhões de reais. 
Os responsáveis por 35,4% da receita total foram os municípios de Itapissuma e Goiana, 
seguidos do município de Jaboatão dos Guararapes com 10,9% e São José da Coroa Grande 
com
9,9%. Os municípios 
de Igarassu e Abreu e 
Lima foram os que 
apresentaram as menores 
arrecadações. 
 
 
Figura 5. Produção 
pesqueira do Estado de 
Pernambuco. 
 
 
 
É importante ressaltar que o grupo das espécies: manjuba (sardinha laje), marisco, ostra, siri, 
sururu e mais o item denominado OUTROS (reunião de várias espécies), representaram mais 
de 50,9% de toda a produção do Estado em 2006. Ainda é possível verificar, no anexo II, as 
nominações populares desses peixes segundo os pescadores. 
 
 
Produção pesqueira anual do Estado de Pernambuco
0
3000
6000
9000
12000
15000
1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006
Período (anos) 
Pro
duç
ão 
(t) 
 
 e
 Fonte: ESTATIPESCA, 2006 
 
30 
 
 
53,0%
26,6%
19,9%
0,5%
Norte
Metropolitana
Sul
Fernando de Noronha
2 – Análise Estatística 
 
A estatística foi calculada com o número total de 5077 pescadores (as) correspondendo ao 
percentual de 100%. Em algumas questões presentes no questionário, o entrevistado poderia 
marcar várias opções, o cálculo do percentual, neste caso, precisou ser realizado em cima dos 
100% (5077) para cada múltipla escolha, assim não excederia o número total de questionários 
aplicados. Será possível verificar em algumas tabelas um total inferior ao estudado, porém é 
importante que se destaque que estes totais nada mais são do que as respostas afirmativas 
sobre determinado assunto. 
 
2.1 – Descrição da Amostra 
 
Das 5.077 entrevistas realizadas em Pernambuco, 2.689 foram aplicadas no Litoral Norte, 
1.352 no Litoral Metropolitano, 
1.011 no Litoral Sul e apenas 
25 na Ilha de Fernando de 
Noronha (Figura 6). 
 
 
Figura 6. Distribuição dos 
entrevistados por área. 
 
Em termos de comunidade, a de Tejucupapo, situada no Litoral Norte do Estado é a que 
apresenta o maior número de entrevistas (401 pessoas). No Litoral Metropolitano, as 
comunidades com mais entrevistados foram as de Brasília Teimosa (256) e Ilha de Deus (230) 
e no Litoral Sul, as de Barra de Sirinhaém (188), de Rio Formoso (180) e do Centro de São 
José da Coroa Grande (185). Na ilha de Fernando de Noronha foram realizadas 25 entrevistas. 
 
Entrevista
s 
 
 
31 
 
2.2 – Identificação Pessoal 
 
Dos 5.077 entrevistados no litoral pernambucano, 4.969 (97,9%) são pescadores, sendo 3.316 
(66,7%) do sexo masculino e 1.653 (33,3%) do feminino. Foi possível verificar então, que em 
todas as áreas o número de pescadores conseguiu ser superior a 95% (Tabela 3). 
 
 
Tabela 3. Número de pescadores por área. 
 
 
 
 
 
A idade variou entre 14 e 85 anos e apresentou uma média de 38 anos para os homens e 37 
para as mulheres. As áreas que apresentaram à menor e a maior média de idade foram 
respectivamente, o Litoral Norte com 36 anos e Fernando de Noronha, com 45 anos. Vale 
lembrar que todos os entrevistados de Fernando de Noronha são do sexo masculino. 
Quando questionados se já haviam participado de outras pesquisas semelhantes, cerca de 
4.556 (89,7%) pessoas responderam que não, mostrando por tanto, que informações precisas 
da real necessidade desses pescadores encontravam-se ocultas. 
 
Dos 4.938 pescadores que possuem documentos trabalhistas, 2.245 (45,5%) têm pelo menos 
uma das carteiras de pescador (do IBAMA, da SEAP
5
, da Capitania dos Portos, da Associação 
de pescadores ou da Colônia de pescadores). Observa-se que entre estas carteiras a que 
 
5
 Atualmente conhecida como Superintendência Federal da Pesca e Aqüicultura de Pernambuco do Ministério da 
Pesca e Aqüicultura (SFPA-PE/MPA). 
 
Área 
Pescador (a) 
Total 
Sim Não NS/NR 
Norte 2630 46 13 2689 
Metropolitana 1308 34 10 1352 
Sul 1006 5 0 1011 
Fernando de Noronha 25 0 0 25 
Total 4969 85 23 5077 
 
32 
 
apresentou maior número de associados foi a da Colônia de pescadores 36,2%. No entanto, 
como os entrevistados poderiam marcar mais de uma opção, a maior representatividade foi da 
carteira de trabalho (CTPS) que totalizou 79.3% das respostas (Figura 7). 
 
 
Figura 7. Percentual dos documentos trabalhistas dos pescadores. 
 
0% 20% 40% 60% 80% 100%
CTPS - Carteira de 
Trabalho 
Carteira da colônia de 
pescadores 
Carteira de Associação de 
pescadores 
Carteira de pescador –
Capitania Portos
Carteira de pescador-SEAP 
Carteira de pescador-
IBAMA 
Sim Não
 
33 
 
 
18,8%
23,9%
2,5%
3,8%
0,1%
50,9%
Casado
Solteiro
Viúvo
Mora junto
Separado/Desquitado/Divorciado
NS/NR
2.3- Perfil Socioeconômico 
 
Em Pernambuco, as 5.077 entrevistas realizadas contemplaram 3.365 homens e 1.712 
mulheres. Destes entrevistados, 3.401 (67,0%), representados por 2.651 homens e 750 
mulheres, são chefes de 
família. Quanto ao estado 
civil, 70,0% são casados ou 
afirmaram morar junto e 24% 
são solteiros (Figura 8). 
 
 
 
Figura 8. Distribuição dos 
entrevistados segundo o estado 
civil. 
 
 
Das 4.976 pessoas que responderam a questão sobre a quantidade de filhos (as), 4.101 (82,4%) 
possuem filhos. Desses, 1.835 (44,7%) possuem apenas um ou dois filhos, 1.322 (32,2%) três 
ou quatro e 944 (23,0%) cinco ou mais filhos. Ainda quando questionados qual a faixa etária 
de seus filhos, 2.740 pescadores têm pelo menos um filho menor de 16 anos, 1.389 têm 
filho(s) com idade entre 16 e 24 anos e 748 têm filho(s) com mais de 24 anos. Desse total de 
4.877 de filhos, 3.800 encontram-se freqüentando escolas. 
 
Ao descrever o perfil familiar e domiciliar dos (as) pescadores (as) entrevistados (as), nota-se 
que, o número médio de moradores nas residências é de 4,6 e de famílias por residências é 1,2. 
As pessoas possuem em média 2,8 filhos, sendo 1,8 a média dos filhos que dependem 
financeiramente do entrevistado. 
Os resultados, referentes à questão sobre remuneração, mostram que 3.211 (63,2%) 
entrevistados têm, em sua residência, pelo menos um familiar com 10 anos ou mais 
trabalhando de forma remunerada (Tabela 4). Destes, 99,6% trabalham de forma remunerada 
na pesca. 
Estado Civil 
 
34 
 
 
82,5%
9,6%
7,5%
0,3%
0,1%
Casa própria
Casa alugada
Casa cedida/emprestada
Outro
NS/NR
Tabela 4. Quantidade de entrevistados com familiares trabalhando de forma remunerada. 
 
Trabalhando de forma remunerada % 
Pelo menos uma pessoa 63,2 
Ninguém 35,4 
NS/NR 1,3 
Total 100,0% 
Número de entrevistados 5077 
 
 
a) Habitação: condições físicas e sanitárias 
Observa-se entre os pescadores 
que 82,5% possuem casa própria e 
17,1% casa alugada, cedida ou 
emprestada (Figura 9). 
 
 
 
 
Figura 9. Distribuição dos 
entrevistados segundo o tipo de casa. 
 
 
Os materiais predominantes utilizados na construção dessas residências foram alvenaria 
(79,0%) e taipa (14,9%) (Figura 10). Ainda nos domicílios, de acordo com as questões 
sanitárias, 79,0% dos entrevistados possuem água encanada, 58,7% fossa, 82,1% banheiro e 
70,9% coleta de lixo. Os que 
possuem energia elétrica totalizam 
96% (Figura 11). Um fator 
importante a ser relatado, é a falta de 
rede de esgoto para cerca de 80% 
das pessoas. 
 
Figura 10. Distribuição dos 
entrevistados segundo o material em 
que foi construída a casa. 
Habitação 
 
 
79,0%
14,9%
0,3%
0,8%
4,3%
0,6%
Alvenaria
Taipa
Madeira
Caiçara
Outro
NS/NR
Material de Construção 
 
 
35 
 
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Água encanada
Esgoto
Fossa
Banheiro
Energia elétrica
Coleta de lixo
Sim
Não
 
Figura 11. Condições sanitárias dos domicílios dos entrevistados. 
 
b) Bens materiais: transporte, utensílios domésticos e telefonia 
Dos bens materiais relacionados ao transporte, o mais utilizado é a bicicleta, com 51,2% das 
respostas. Com relação aos eletrodomésticos, destacam-se: o fogão (89,2%), a TV (88,6%), a 
geladeira (74,7%), o liquidificador (65,5%), o aparelho de som (60,4%) e o vídeo/DVD 
(55,9%). Na telefonia, os aparelhos móveis (celulares) representaram 55,9%, enquanto que o 
telefone fixo só 5,2% (Figura 12). 
 
36 
 
0.0% 10.0% 20.0% 30.0% 40.0% 50.0% 60.0% 70.0% 80.0% 90.0% 100.0%
Microondas
Computador
Fogão
Vídeo/DVD
Liquidificador
Freezer
TV
Aparelho de som
Geladeira
Bicicleta
Telefone Celular
Aspirador de pó
Motocicleta
Telefone fixo
Máquina de lavar roupa
Carro
Sim
Não
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 12. Itens presentes nos domicílios dos entrevistados. 
 
c) Escolaridade 
Segundo o grau de escolaridade, verifica-se que o maior valor dos entrevistados (27,2%), bem 
como dos chefes de família (23,5%), representa o Ensino Fundamental II incompleto. O total 
correspondente aos que sabem, no máximo, escrever o seu próprio nome é de 13,8% para os 
pescadores e 17,3% para os chefes de família. Apesar de algumas pessoas afirmarem possuir 
outro grau de escolaridade, nenhum foi especificado (Tabela 5). É importante lembrar que a 
média de idade dos entrevistados é de 31 anos e dos chefes de família é 41 anos. 
 
 
 
37 
 
Tabela 5. Escolaridade dos entrevistados e dos chefes de família. 
 
Nível de escolaridade 
Entrevistado Chefe de família 
% % 
Escreve o nome 13,8 17,3 
Ensino Fundamental I incompleto 21,6 21,4 
Ensino Fundamental I completo 16,2 15,8 
Ensino Fundamental II 
incompleto 27,2 23,5 
Ensino Fundamental II completo 6,5 4,8 
Ensino Médio incompleto 4,9 3,7 
Ensino Médio completo 6,6 4,9 
Curso técnico 0,2 0,2 
3º grau (graduação) 0,2 0,2 
Outros 1,3 1,7 
NS/NR 1,3 6,4 
Total 100,0 % 100,0 % 
Número de entrevistados 5077 5077 
 
d) Saúde 
O histórico de doenças mostra que 3.106 (61,2%) pessoas declararam ter algum tipo de 
doença. Dentre os problemas de saúde de interesse deste estudo, os mais representativos são: 
problemas de coluna (49,4%), outras doenças nos olhos (30,2%), hipertensão (19,9%), artrose 
(18,4%) e outras doenças (29,8%) (Tabela 6). Das 925 pessoas que citaram ter outras doenças, 
183 (19,8%) foram do sistema nervoso, 142 (15,4%) cardiovasculares, 138 (14,9%) do sistema 
esquelético, 116 (12,5%) do trato digestório e 105 (11,4%) respiratórias. 
 
 
Tabela 6. Histórico de doenças e problemas de saúde. 
 
Doenças % 
Catarata 
Sim 2,1 
Não 97,9 
Outras doenças nos olhos 
Sim 30,2 
Não 69,8 
Problemas de coluna 
Sim 49,4 
Não 50,6 
Doenças de pele 
Sim 7,0 
Não 93,0 
Doença de rins 
Sim 5,2 
 
38 
 
Não 94,8 
Artrose/Doenças de junta 
Sim 18,4 
Não 81,6 
Reumatismo 
Sim 3,7 
Não 96,3 
Diabetes 
Sim 3,6 
Não 96,4 
Doenças pelo mergulho 
(descompressões, embolias, 
outras) 
Sim 0,5 
Não 99,5 
Hipertensão 
Sim 19,9 
Não 80,1 
Outras 
Sim 29,8 
Não 70,2 
Total para cada alternativa 100% 
Número total de respostas 3106 
 
Segundo os pescadores, 97,9% costumam utilizar serviços de posto de saúde ou hospital. 
Considerando esta afirmação, observa-se na tabela 7 que, 58,0% utilizam os serviços 
encontrados na vizinhança, 38,2% no próprio município, 5,1% na capital e apenas 3,3% 
utilizam serviços médico-hospitalares em municípios próximos. 
Tabela 7. Localidade dos postos de saúde ou hospitais utilizados. 
 
Localidade % 
Vizinhança 
Sim 58,0 
Não 42,0 
Capitais 
Sim 5,1 
Não 94,9 
Próprio município 
Sim 38,2 
Não 61,8 
Municípios próximos 
Sim 3,3 
Não 96,7 
Total para cada alternativa 100% 
Número total de respostas 4969 
 
 
39 
 
 
2.4- Atividade Econômica 
Das 5.077 entrevistas realizadas no litoral de Pernambuco, 4.969 delas, 66,6% homens e 
33,3% mulheres, são pescadores (as). A principal atividade exercida por eles é a pesca do tipo 
estuarina/manguezal (59,4%) (Tabela 8). 
Tabela 8. Caracterização da atividade principal do entrevistado. 
 
Atividade principal % 
Pesca estuarina/manguezal 59,4 
Pesca de mar de fora 18,3 
Pesca de mar de dentro 13,7 
Aposentado/benefício 1,7 
Comércio 0,4 
Aqüicultura 0,4 
Construção civil 0,4 
Funcionário público 0,3 
Serviços gerais 0,2 
Nenhuma 0,2 
Caseiro/serviços domésticos 0,2 
Turismo 0,1 
Indústria 0,1 
Agricultura (Cana) 0,1 
Agricultura (Outros) 0,1 
Outros 4,0 
NS/NR 0,4 
Total 100,0 
 
De acordo com as áreas estudadas, é possível verificar que em Fernando de Noronha 92,0% 
dos entrevistados pescam no mar de fora. Para o Norte, Litoral Metropolitano e Sul, a pesca é 
mais realizada nos estuários/mangue, correspondendo a um total de 71,0%, 41,9% e 54,5%, 
concomitantemente (Figura 13). A relação trabalhista dos (as) pescadores (as) mostra que 
70,7% são autônomos e 21,4% são empregados/parceiros. 
 
40 
 
 
5,7%
9,0%
2,1%
4,0%
1,4%
3,1%
0,7%
0,2%
1,0%
71,0%
41,9%
54,5%
0,0%
0,2%
0,2%
4,0%
14,3%
15,2%
10,8%
7,2%
29,3%
31,6%
92,0%
0,2%
0,3%
0,2%
0% 20% 40% 60% 80% 100%
Norte
Metropolitana
Sul
Fernando de
Noronha
Nenhuma
Pesca de mar de fora
Pesca de mar de dentro
Turismo
Pesca estuarina/manguezal
Aquicultura
Aposentado/benefício
Outros
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 13. Distribuição da atividade principal na pesca por área estudada. 
 
a) Jornada de Trabalho na Pesca 
O tempo médio que trabalham na atividade pesqueira é de 20 anos, a média de dias 
trabalhados por semana é de 4,5. Os maiores índices encontrados para a média de horas 
trabalhadas por dia estiveram entre 4 e 8 horas ou mais de 8 horas, correspondendo a 65,9% e 
28,9%, respectivamente. 
 
 
41 
 
b) Embarcações e Aparelhos de Pesca 
É de fundamental importância para o entendimento deste tópico, que o leitor utilize o trabalho 
intitulado “Aparelhos de Pesca e Embarcações Utilizados pelos Pescadores Artesanais do 
Litoral de Pernambuco”, presente no anexo III. 
 
O tipo de embarcação mais presente é a baitera utilizada por 32,6% das 5.048 pessoas com 
atividades gerais relacionadas diretamente à pesca. O bote motorizado foi citado por 16,1%. 
Na questão referente aos aparelhos utilizados para tal atividade, representando 46,3% do total, 
a coleta manual encontra-se entre as mais citadas, acompanhada da rede de 
emalhar/espera/caçoeira/malhadeira (31,4%) e linha de mão (19,9%). O uso de outros tipos de 
aparelho correspondeu a 12,0%, porém, eles não foram especificados (Figura 14). 
Uma vez sabendo quais as embarcações e os aparelhos de pesca mais utilizados foram 
realizados cruzamentos no intuito de investigar com detalhe qual a relação que possuíam. 
Verificou-se que 61,2% dos 811 pescadores que utilizam bote motorizado têm a pesca com 
linha de mão como principal técnica para captura do pescado, seguida pelas redes de 
emalhar/espera/caçoeira/malhadeira (55,5%). Já 59,1% dos 369 pescadores que usam canoa e 
45,5% dos 1.645 que empregam a baitera, possuem a coleta manual como principal prática de 
pesca. Dentre os 474 que trabalham com jangada, a
rede de 
emalhar/espera/caçoeira/malhadeira é a arte mais comumente utilizada, sendo citada por 
50,6% dos pescadores. Em contrapartida, o uso de espinhel e de curral, bem como a técnica do 
mergulho, não é uma prática comum entre os que pescam com alguma das embarcações 
listadas (Figura 15). 
 
 
 
 
42 
 
 
Figura 14. Caracterização dos tipos de embarcação e aparelho utilizado pelos que tem atividade pesqueira. 
 
 
 
0% 10% 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100% 
Outros 
Rede de emalhar/espera/ caçoeira/malhadeira 
Curral 
Mergulho 
Tarrafa 
Coleta Manual 
Linha/Vara de Pescar Siri 
Espinhel 
Covo/Lagosta 
Covo/Peixe 
Linha de Mão 
Mangotão 
Mangote 
Rede de Arrasto 
Jangada 
Baitera 
Canoa 
Bote motorizado 
Sim 
Não 
 
43 
 
Figura 15. Tipo de embarcação segundo o aparelho utilizado. 
 
Rede de Arrasto
Rede de Arrasto
Rede de Arrasto
Rede de Arrasto
Mangote
Mangote
Mangote
Mangote
Mangotão
Mangotão
Mangotão
Mangotão
Linha de Mão
Linha de Mão
Linha de Mão
Linha de Mão
Covo/Peixe
Covo/Peixe
Covo/Peixe
Covo/Peixe
Covo/Lagosta
Covo/Lagosta
Covo/Lagosta
Espinhel
Espinhel
Espinhel
Espinhel
Linha/Vara de Pescar Siri
Linha/Vara de Pescar Siri
Linha/Vara de Pescar Siri
Linha/Vara de Pescar Siri
Coleta Manual
Coleta Manual
Coleta Manual
Tarrafa
Tarrafa
Tarrafa
Mergulho
Mergulho
Mergulho
Mergulho
Curral
Curral
Curral
Curral
Rede de emalhar
Rede de emalhar
Rede de emalhar
Outros
Outros
Outros
Outros
Covo/Lagosta
Coleta Manual
Tarrafa
Rede de emalhar
0,0 20,0 40,0 60,0 80,0
B
o
te
 m
o
to
r
iz
a
d
o
C
a
n
o
a
B
a
it
e
r
a
J
a
n
g
a
d
a
 
44 
 
c) Comercialização do Pescado 
Segundo os (as) pescadores (as) dos municípios estudados, metade (50,1%) de sua produção é 
vendida diretamente ao consumidor e 45,4% repassadas para peixeiro/ pombeiro (Tabela 9). 
 
Tabela 9. Tipo de comercialização da produção na atividade pesqueira. 
 
Comercialização da produção % 
Pesca para subsistência/consumo próprio 
Sim 20,0 
Não 80,0 
Peixeiro/pombeiro 
Sim 45,4 
Não 54,6 
Empresas de beneficiamento 
Sim 0,7 
Não 99,3 
Venda direta ao consumidor 
Sim 50,1 
Não 49,9 
Colônia/associação/cooperativa 
Sim 2,0 
Não 98,0 
Atacadistas 
Sim 1,7 
Não 98,3 
Peixaria 
Sim 4,6 
Não 95,4 
Bar e restaurantes 
Sim 3,4 
Não 96,6 
Total para cada alternativa 100,0 % 
Número total de respostas 4641 
 
d) Impactos na Atividade Pesqueira 
Para 3.820 pessoas alguns fatores têm prejudicado a atividade pesqueira. Destes, 1.825 
apontaram a poluição das águas como o principal. Dos 793 entrevistados que mencionaram 
outros fatores, 576 citaram o mergulho, o assoreamento, a fiscalização excessiva, as redes de 
arrasto, a proibição de rede, as condições climáticas, o valor do pescado e o valor de 
equipamentos (Tabela 10). 
 
 
45 
 
Tabela 10. Fatores que prejudicam a atividade pesqueira. 
 
Fatores % 
Pesca excessiva/ muita pesca/ muita gente na pesca 
Sim 17,0 
Não 83,0 
Lixo 
Sim 16,0 
Não 84,0 
Poluição da água (rios, marés) 
Sim 47,8 
Não 52,2 
Falta de saneamento básico/ esgoto 
Sim 16,6 
Não 83,4 
Uso de agrotóxicos 
Sim 1,7 
Não 98,3 
Diminuição dos recursos naturais 
Sim 16,7 
Não 83,3 
Falta de políticas públicas direcionadas ao setor 
Sim 4,5 
Não 95,5 
Turismo 
Sim 1,2 
Não 98,8 
Falta de organização do setor 
Sim 6,7 
Não 93,3 
Monocultura da cana-de-açúcar 
Sim 2,4 
Não 97,6 
Aqüicultura 
Sim 7,1 
Não 92,9 
Falta de fiscalização na pesca 
Sim 3,2 
Não 96,8 
Pesca predatória (bomba/malha fina/veneno) 
Sim 18,0 
Não 82,0 
Indústria 
Sim 10,1 
Não 89,9 
Barcos/pescadores de outros locais 
Sim 1,7 
Não 98,3 
Número total de respostas 5077 
 
 
46 
 
e) Alternativas de Fontes de Renda 
A tabela 11 apresenta os resultados referentes à fonte de renda/atividade extra que os 
entrevistados possuem, gostariam de ter e que já trabalharam. Dos 5077 entrevistados, 1.540 
disseram possuir, além da pesca, outras fontes de renda/atividade. Entre as mais citadas estão: 
o comércio e a construção civil com 14,5% e 11,9%, respectivamente. Por outro lado, em 
relação aos 3.609 que gostariam de ter uma renda alternativa, as mais desejadas são os 
serviços gerais (22,4%) e o comércio (15,9%). Na especificação das fontes de renda/atividade 
mais almejadas, aproximadamente 40,0% dos que responderam outras usou o termo 
“qualquer” se referindo ao desejo de ter qualquer outra atividade. Para os 3.644 pescadores 
que já tiveram outras experiências de trabalho, 22,1% foram na construção civil, 17,8% como 
caseiro/serviços domésticos e 15,2% em serviços gerais. 
 
Tabela 11. Fontes de renda/atividade extras que os entrevistados possuem, gostariam de ter ou trabalharam. 
 
Variáveis 
Possui outra fonte de 
renda/atividade 
Gostaria de ter outra 
 fonte de renda/atividade 
Trabalhou em outra fonte 
de renda/atividade 
% % % 
Pesca de mar de fora 
Sim 2,9 1,5 0,8 
Não 97,1 98,5 99,2 
Pesca de mar de dentro 
Sim 5,1 0,9 0,6 
Não 94,9 99,1 99,4 
Turismo 
Sim 2,6 1 0,6 
Não 97,4 99 99,4 
Pesca estuarina/manguezal 
Sim 9,5 1,1 0,9 
Não 90,5 98,9 99,1 
Aqüicultura 
Sim 1 0,3 0,8 
Não 99 99,7 99,2 
Funcionário público 
Sim 1,1 1,9 1,4 
Não 98,9 98,1 98,6 
Comércio 
Sim 14,5 15,9 10,2 
Não 85,5 84,1 89,8 
Caseiro/serviços domésticos 
Sim 5,7 6 17,8 
Não 94,3 94 82,2 
 
Agricultura (Cana) 
Sim 2,9 0,4 7,7 
Não 97,1 99,6 92,3 
 
47 
 
Agricultura (Outros) 
Sim 2,5 0,8 3,3 
Não 97,5 99,2 96,7 
Artesanato 
Sim 1,4 1,9 0,9 
Não 98,6 98,1 99,1 
Serviços gerais 
Sim 9,8 22,4 15,2 
Não 90,2 77,6 84,8 
Aposentado/benefício 
Sim 9,7 3,4 0,2 
Não 90,3 96,6 99,8 
Indústria 
Sim 0,3 4,7 7,9 
Não 99,7 95,3 92,1 
Construção civil 
Sim 11,9 6,4 22,1 
Não 88,1 93,6 77,9 
Outros 
Sim 25,1 36,7 24,7 
Não 74,9 63,3 75,3 
Total para cada alternativa 100,0% 100,0% 100,0% 
Número total de respostas 1540 3609 3644 
 
f) Capacitação 
De todos os entrevistados, 797 (15,7%) afirmaram ter feito algum tipo de capacitação. Destes, 
283 tiveram treinamento em capacitação técnica-produção (pesca/cultivo/turismo/artesanato) e 
495 declararam ter praticado alguma outra capacitação diferente das listadas no questionário. 
No entanto, não se observou nenhum treinamento que mereça destaque devido à sua 
freqüência (Tabela 12). 
 
Tabela 12. Caracterização do tipo de treinamento/capacitação. 
 
Tipo de Capacitação % 
Capacitação 
gerencial/administrativa/comercialização 
Sim 6,6 
Não 93,4 
 
Capacitação técnica-produção 
(pesca/cultivo/turismo/artesanato) 
 
Sim 35,5 
Não 64,5 
 
 
 
 
48 
 
Capacitação em meio ambiente 
Sim 1,6 
Não 98,4 
Outro 
Sim 62,1 
Não 37,9 
Total para cada alternativa 100,0% 
Número total de respostas 797 
 
Para 5.077 pescadores, 73,4% têm vontade de se capacitar, sendo 1.928 (38,0%) na atividade 
pesqueira e 1.799 (35,4%) em outras atividades. Desses, 465 (25,8%) usaram o termo 
“qualquer” se referindo ao desejo de se capacitar em qualquer atividade e 199 (11,1%) 
gostariam de se capacitar em informática. 
Em relação aos 2.376 (46,8%) que possuíam outras habilidades, as mais relatadas foram:
o 
artesanato com 25,2%, pedreiro/construção civil (22,5%) e cu1inária (6,7%) (Tabela 13). 
Tabela 13. Caracterização da vontade de se capacitar e do fato de possuir outras habilidades. 
 
Variáveis % 
Atualmente gostaria de se capacitar 
Não gostaria 26,3 
Na sua atividade principal (pesca) 38,0 
Em outra atividade 35,4 
NS/NR 0,3 
Possui outra(s) habilidade(s) 
Sim 46,8 
Não 41,9 
NS/NR 11,3 
Total para cada alternativa 100,0% 
Número total de respostas 5077 
 
g) Financiamento na Atividade Pesqueira 
A caracterização dos entrevistados em relação ao recebimento individual ou coletivo de 
crédito/financiamento, projeto produtivo ou assistência técnica, revelou que 738 (14,5%) 
pessoas receberam algum crédito, sendo que 466 (63,1%) foram através do Banco do 
Nordeste, 39 (5,3%) do Banco do Brasil e 35 (4,7%) de outros bancos. O crédito proveniente 
da própria Colônia de pescadores beneficiou apenas 13 (1,8%) entrevistados. 
 
49 
 
 
h) Renda Familiar 
A renda salarial para 84,5% dos pescadores que vivem em família, não ultrapassa 
mensalmente
6
 dois salários mínimos. É possível observar que 94,8% das rendas individuais, 
também são inferiores a dois salários mínimos, quando relacionadas com a atividade principal 
de cada entrevistado. Cabe assinalar que mesmo as famílias com renda total maior podem se 
revelar pobres, dependendo de quanto integrantes às componham (Tabela 14). 
 
Tabela 14. Distribuição da renda mensal familiar e individual na atividade principal. 
 
Faixas de renda 
(em salário mínimo) 
Renda familiar 
Renda na 
atividade principal 
Número médio de 
moradores 
% % 
Menos de ½ s.m. 18,6 47,9 4,1 
De ½ a menos de 1 s.m. 32,1 30,0 4,5 
De 1 a menos de 2 s.m. 33,8 16,9 4,7 
De 2 a menos de 5 s.m. 9,4 3,4 5,0 
5 ou mais s.m. 1,0 0,5 4,9 
NS/NR 5,1 1,4 5,6 
Total 100,0% 100,0% - 
Número total de respostas 5077 5077 4,6 
 
A renda quando analisada por área, revela que, o Litoral Norte é a que apresenta a menor 
renda familiar, assim como é a menor renda na atividade principal, devido à maior proporção 
de entrevistados na faixa de até um salário mínimo. Na ilha de Fernando de Noronha, observa-
se o inverso, ou seja, a maior proporção encontra-se acima de dois salários mínimos (Figura 
16). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
6 Considera-se o total de rendimentos da família, provenientes de todas as fontes, não apenas aquela que advém 
da atividade da pesca. 
 
50 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 16. Distribuição da renda mensal familiar e individual na atividade principal segundo a área. 
 
 
i) Programas Sociais 
 
As informações referentes aos benefícios recebidos através de algum programa social estão 
apresentadas na Tabela 15. De todos os entrevistados, 2.859 (56,3%) afirmaram receber algum 
benefício, sendo mais citado o programa Bolsa Família. 
 
Tabela 15. Benefícios recebidos por algum programa social. 
 
Programa social % 
Bolsa Família 
Sim 85,0 
Não 15,0 
Seguro desemprego 
Sim 0,9 
Não 99,1 
 
 
 
 
0% 10 % 20% 30% 40% 50% 60% 70% 80% 90% 100%
Norte
Metropolitana
Sul
Fernando de Noronha
Norte
Metropolitana
Sul
Fernando de Noronha
F
am
il
ia
r
N
a
 a
ti
v
id
a
d
e
 p
ri
nc
ip
a
l
Menos de ½ s.m.
De ½ a menos de 1 
s.m.
De 1 a menos de 2 
s.m.
A
t
i
v
i
d
a
d
e
 
P
r
i
n
c
i
p
a
l 
 
F
a
m
i
l
i
a
r 
 
51 
 
Seguro defeso 
Sim 5,5 
Não 94,5 
Benefício Assistência de Prestação Continuada 
– BPS/LOAS (aposentado deficiente/idoso) 
 
Sim 11,7 
Não 88,3 
PETI – Programa de Erradicação do Trabalho 
Infantil 
 
Sim 0,5 
Não 99,5 
Outros 
Sim 1,7 
Não 98,3 
Total para cada alternativa 100,0% 
Número total de respostas 5077 
 
A distribuição de entrevistados contemplados segundo a renda familiar mensal revela que, o 
Programa Bolsa Família também é o programa mais citado nas classes com rendas mais 
baixas. Proporções consideráveis de pessoas nas faixas de renda familiar mais alta citaram o 
Seguro defeso e o Benefício Assistência de Prestação Continuada – BPS/LOAS. Observa-se 
também que dos 151 que não responderam qual a renda familiar, 140 (92,7%) tem em sua 
residência alguém assistido pelo programa Bolsa Família (Tabela 16). 
 
Tabela 16. Distribuição da renda familiar mensal dos entrevistados segundo o Programa Social. 
 
 
Faixa de renda familiar n 
Programa Social 
Bolsa 
Família 
Seguro 
 Desemprego 
Seguro 
 Defeso 
Benefício 
Assistência de 
 Prestação 
Continuada 
PETI 
Menos de ½ s.m. 488 94,9% 0,2% 0,8% 3,5% 0,2% 
De ½ a menos de 1 s.m. 960 91,9% 0,8% 4,0% 4,0% 0,6% 
De 1 a menos de 2 s.m. 994 78,0% 1,2% 7,2% 18,4% 0,5% 
De 2 a menos de 5 s.m. 248 65,3% 1,6% 15,3% 30,2% 0,4% 
5 ou mais s.m. 18 38,9% 5,6% 27,8% 27,8% 0,0% 
NS/NR 151 92,7% 0,7% 0,0% 11,3% 0,0% 
Número total de respostas 2859 - - - - - 
 
52 
 
j) Organização Social 
Sobre o associativismo dos 5.077 entrevistados, 84,0% encontram-se associados à colônia 
(Tabela 17). Desses, 46,1% tem como atividade principal a pesca estuarina/manguezal. Esta 
também é a atividade principal dos 54,3% dos associados à associação de pescadores (Tabela 
18). 
Tabela 17. Caracterização da participação dos entrevistados em algum tipo de associativismo. 
 
Organização % 
Associação de moradores 
Sim 6,9 
Não 93,1 
Associação de produtores/serviços 
Sim 0,1 
Não 99,9 
Associação de pescadores 
Sim 14,7 
Não 85,3 
Colônia de pescadores 
Sim 84,0 
Não 16,0 
Cooperativa de produtores 
Sim 0,2 
Não 99,8 
Outra 
Sim 1,6 
Não 98,4 
Total para cada alternativa 100,0% 
Número total de respostas 5077 
 
Tabela 18. Distribuição da atividade principal dos entrevistados segundo o associativismo que apresentaram 
mais associados. 
 
 Tipo de associação 
Atividade principal 
Colônia de 
pescadores 
Associação de 
pescadores 
 % % 
Nenhuma 0,2 0,0 
Pesca de mar de fora 30,8 27,0 
Pesca de mar de dentro 17,7 10,5 
Turismo 0,1 0,3 
Pesca estuarina/manguezal 46,1 54,3 
Aqüicultura 0,2 1,1 
Funcionário público 0,2 0,6 
Comércio 0,2 0,3 
Caseiro/serviços domésticos 0,0 0,0 
Agricultura (Cana) 0,0 0,0 
 
53 
 
Agricultura (Outros) 0,0 0,3 
Artesanato 0,0 0,0 
Serviços gerais 0,1 0,0 
Aposentado/benefício 1,6 1,7 
Indústria 0,1 0,0 
Construção civil 0,0 0,6 
Outros 2,1 2,8 
NS/NR 0,2 0,6 
Total para cada alternativa 100,0% 100,0% 
Número total de respostas 2009 352 
 
l) Ações de Instituições Ligadas ao Meio Ambiente 
Sobre o conhecimento de instituições que realizem algum tipo de ação na área ambiental em 
seu município, os 2.059 (40,6%) entrevistados identificaram: o IBAMA (59,8%), a SEAP 
(24,1%) e o CIPOMA (17,8%) como os principais (Tabela 19). 
 
Tabela 19. Caracterização do conhecimento de algum órgão/ação/instituição que realize algum tipo de ação na 
área de meio ambiente no seu município. 
 
Órgão % 
Conselho de Defesa do Meio 
Ambiente 
Sim 1,6 
Não 98,4 
Órgão Ambiental no município 
(Secretaria, diretoria, chefia) 
Sim 3,4 
Não 96,6 
Código Municipal de Defesa do 
Meio Ambiente 
Sim 1,5 
Não 98,5 
SEAP 
Sim 24,1 
Não 75,9 
ONGs 
Sim 2,8 
Não 97,2 
IBAMA 
Sim 59,8 
Não 40,2 
Marinha/ Capitania dos
Portos 
Sim 13,7 
Não 86,3 
CIPOMA 
Sim 17,8 
Não 82,2 
 
54 
 
Universidades 
Sim 7,4 
Não 92,6 
Outros 
Sim 26,2 
Não 73,8 
Total para cada alternativa 100,0% 
Número total de respostas 2059 
 
55 
 
Considerações Finais 
 
As considerações aqui explicitadas configuram o quadro das 71 comunidades as quais o 
questionário foi aplicado. Consta principalmente das observações dos profissionais que 
durante o trabalho em campo, tiveram acesso aos relatos dos pescadores/marisqueiras que 
trabalham nos ecossistemas aquáticos estudados. Para melhor entendimento foram listadas em 
tópicos, descritos abaixo: 
 
 O diagnóstico visualizou um grande contingente de pescadores que moram na Região 
Metropolitana. Esses Pescadores Urbanos que não foram contemplados em outros 
diagnósticos publicados, e vivem da pesca ou complementam sua renda familiar através 
dela, são os que mais sofrem com a poluição. Condições ambientais mais favoráveis, como 
a despoluição das águas foram uma das alternativas mais citadas por eles; 
 
 A cada dia, os rios, estuários e manguezais recebem uma quantidade maior de pessoas que 
os utilizam como uma alternativa de sobrevivência e fonte de alimento. O Diagnóstico 
advoga que o maior problema para a pesca artesanal no Estado é a poluição hídrica desses 
locais por esgotos, dejetos industriais, vinhoto e resíduos sólidos. Essa questão crônica 
acaba não só prejudicando a produtividade pesqueira, como também, a subsistência dos 
pescadores e seus dependentes; além de outros usuários desses ecossistemas. 
 
 Foi verificado que algumas atividades têm conflitado com o setor da pesca, entre as mais 
citadas encontram-se: a carcinicultura, o turismo selvagem, a especulação imobiliária, bem 
como políticas públicas inadequadas. A pesca excessiva e predatória com uso de bombas, 
veneno e rede de malha fina, também são mencionadas no intuito de denunciar os 
pescadores que as promovem e acabam prejudicando o trabalho dos que dependem desta 
atividade; 
 
 
56 
 
 O poder público, apesar de ações pontuais, continua afastado dos profissionais da pesca. 
Este distanciamento ocorre muitas vezes porque estas ações superficiais contemplam 
pequenos grupos de pessoas mais informadas e engajadas nas instâncias de representação; 
 
 O movimento dos pescadores encontra-se em renovação, tomando caminhos diferentes. 
Várias associações que estão surgindo e algumas colônias vêm renovando seus quadros 
diretivos, apontando para um maior envolvimento dessa classe nos movimentos sociais. 
 
A pesca estuarina representa para Pernambuco, não só a maior produção de pescado, como 
também, absorve o maior número de pescadores/pescadoras, demonstrando sua importância no 
Estado. Além disso, a relevância biológica dos estuários e manguezais associados é de 
extrema importância na medida em que fertilizam as águas costeiras, contribuindo para a 
produtividade da plataforma continental. Assim, relacionamos que a manutenção da pesca 
marinha está dependente da conservação e recuperação dos nossos manguezais. 
 
 A quantidade de pessoas que dependem desses ecossistemas pesqueiros cresce a cada ano. Ao 
projetar o dado oficial do Ministério da Pesca e Aqüicultura de Pernambuco, em que 8.517 
pescadores litorâneos estão cadastrados, percebe-se que cerca de 47.269 pessoas dependem 
deste trabalhadores da pesca. É possível afirma ainda, que estes dados são subestimados, pois 
não atingem a totalidade dos pescadores do litoral pernambucano. 
 
O Diagnóstico Socioeconômico da Pesca Artesanal do Litoral de Pernambuco é uma 
esperança para os pescadores, e para as instituições que navegaram neste “Barco”. É uma 
forma de servir, espelhando o desejo que diz: “Pernambuco na frente com a força da gente”. 
 
 
 
 
DIAGNÓSTICO SOCIOECONÔMICO 
DA PESCA ARTESANAL NA ILHA DE 
FERNANDO DE NORONHA
 
58 
 
 
Fernando de Noronha é 
um arquipélago vulcânico 
pertencente à Cordilheira 
Dorsal Meso-Atlântica 
que localiza-se entre as 
coordenadas geográficas 
de 03
o
51' de latitude sul e 
32
o
25' de longitude oeste. 
Com uma área total de 26 
km
2
, encontra-se 
constituído por 21 ilhas, 
ilhotas e rochedos que 
distam aproximadamente 
345 km do cabo de São 
Roque, no Estado do Rio 
Grande do Norte e 545 
km de Recife, em 
Pernambuco. Além da 
ilha principal, que recebe 
o nome do arquipélago, 
destacam-se ainda as 
ilhas: Rata, do Meio, Sela 
Gineta, Cabeluda, do 
Morro do Leão e do 
Morro da Viúva (Figura 
17). 
 
Figura 17. Arquipélago 
Fernando de Noronha. 
 
 
59 
 
A ocupação de Fernando de Noronha é quase tão antiga quanto à do continente. Em 
decorrência da sua posição geográfica, o arquipélago foi uma das primeiras terras localizadas 
no Novo Mundo, sendo registrado em carta náutica desde o ano de 1500. No decorrer de sua 
história, entre os anos de 1942 e 1988, a ilha foi administrada por militares do Exército, da 
Aeronáutica e EMFA. Em 1988, por força da Constituinte, foi reintegrado ao Estado de 
Pernambuco, virou Parque Nacional Marinho (PARNAMAR/FN) e Área de Proteção 
Ambiental Estadual e hoje, é considerado um Distrito Estadual. 
 
A atividade turística ganha, a cada ano, uma conotação ecológica elitizada, uma vez que, além 
da taxa de preservação ambiental (TPA) paga por cada visitante, existe por parte dos 
moradores da ilha, uma transferência de informações sobre os cuidados com o meio ambiente 
que essas pessoas precisam ter. 
 
O turismo gera trabalho para a população nos setores de hospedagem, alimentação, transporte 
e comércio específico. Atualmente vem absorvendo grande parte dos pescadores devido às 
vantagens econômicas e conseqüentemente, diminuindo a tradicional transferência de 
conhecimento da arte da pesca de geração em geração, colocando em risco a continuidade da 
comunidade pesqueira de Fernando de Noronha. De acordo com a Associação Noronhense de 
Pesca (ANPESCA), algumas embarcações têm operado com pescadores contratados do 
continente devido à falta de mão de obra especializada. 
 
Historicamente a pesca, juntamente com a agricultura, respondia como uma das principais 
atividades econômicas da ilha. Segundo a historiadora Marieta Borges, na época do presídio a 
atividade pesqueira era realizada por presos que tinham o dever de voltar do mar com pescado, 
caso contrário, seriam castigados. Toda a produção era dirigida às autoridades, enquanto eles 
eram alimentados com arroz, feijão e carne de charque. Esse sistema perdurou por 201 anos e 
acabou originando os pescadores artesanais, que posteriormente se formariam das famílias de 
antigos presos, guardas e outros pequenos funcionários do sistema. 
 
Com a criação do PARNAMAR/FN, a atividade da pesca na área do Parque passou a ser 
controlada pelo IBAMA, o qual consentiu direitos de pesca apenas para antigos pescadores 
 
60 
 
como o Sr. Salviano e Júlio Grande, figuras conhecidas na história do Arquipélago. É 
importante salientar que esses direitos não são transferíveis aos descendentes e acabam se 
extinguindo na medida em que essas pessoas envelhecem ou morrem. Para os demais 
pescadores não contemplados, a única alternativa para desenvolver a pesca, é realizando-a na 
área externa ao parque. 
Os dados oficiais do ESTATPESCA
7
 (2005) afirmam que em relação às embarcações, os 
pescadores da ilha possuem: 1 jangada, 5 barcos pequenos, 17 barcos motorizados médios e 2 
barcos grandes. No entanto, essa estatística não contempla a produção pesqueira, que será 
apresentada então, através dos resultados das pesquisas realizadas pelo Prof.

Teste o Premium para desbloquear

Aproveite todos os benefícios por 3 dias sem pagar! 😉
Já tem cadastro?

Continue navegando