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Educação Corporativa no contexto da Formação Contínua Uma política pública de emprego importante é a qualificação profissional contínua, principalmente daqueles grupos vulneráveis em risco de desemprego,pequenas empresas e principalmente daqueles que atuam no âmbito do desenvolvimento regional, local e formação de Arranjos Produtivos Locais (APL´s). O intuito dessa qualificação é elevar a escolaridade desses trabalhadores, melhorar suas habilidades profissionais e elevar os padrões de competitividade e produtividade das empresas. Normalmente a Educação Corporativa, resume-se a atender o “top” de seu quadro gerencial, ou dos quadros técnicos médios, e o “chão de fábrica” fica a “ver navios” no processo de qualificação. É preciso elevar o conjunto dos trabalhadores no processo de qualificação profissional. Sem dúvida, a própria criação da Educação Corporativa e de suas Universidades Corporativas é uma exigência para enfrentar a tempo a velocidade das mudanças e as “pressões da competição e dos avanços. Os Centros Públicos de Emprego devem ser a porta principal do Sistema Público de Emprego. Atualmente são os postos do SINE (1135 Agências de Emprego no país). In: Integração e redefinição das Políticas Públicas de Emprego e Nova Repactuação do Sistema Público de Emprego: com resultados ativos no emprego, trabalho e renda e ampliação da gestão participativa. Deve-se,portanto, ampliar mais o público a ser atendido. É idéia do Ministério do Trabalho estabelecer um pacto de Formação Contínua,através de um organismo tripartite, onde empresários, trabalhadores e governo atuem de forma permanente e contínua junto aos grupos sujeitos ao desemprego, pequenas empresas , Arranjos Produtivos Locais, Políticas de desenvolvimento regional e local. Seriam planos setoriais de formação contínua, atendendo a toda cadeia produtiva, em particular pequenas empresas. Esses planos se desenvolveriam através de ramos de atividades econômicas. Nesse pacto, além de recursos do governo federal, haveria compartilhamento de recursos empresariais (por exemplo: da educação corporativa ou outros), do Sistema “S” para uma ação integrada e articulada. Essa ação também seria compartilhada com o MEC, através das Escolas Técnicas Federais, os Estados e Municípios através de seus organismos de educação profissional, além do grande número de escolas existentes no Sistema “S”. Esse modelo é adotado por diversos países europeus da costa mediterrânea, como Espanha, Itália e França. Importante que a Educação Corporativa das grandes e médias empresas atuem para atender “ao chão de fábrica” com recursos próprios, podendo ser estabelecidas parcerias com as representações de trabalhadores, mediante recursos retornáveis do FAT, com ressarcimento do principal mais TLJP, ou seja, através de uma linha de financiamento da qualificação profissional articulada com a elevação da escolaridade dos/as trabalhadores/as. Educação Corporativa e Certificação Profissional É necessário um Sistema Nacional de Certificação Profissional, tendo o governo um papel normativo entre o Ministério do Trabalho e o Ministério da Educação, com a cooparticipação dos demais Ministérios como Indústria e Comércio (INMETRO),Turismo, Saúde e outros. Caberá a esse conjunto de Ministérios uma definição do marco legal e as respectivas competências à luz das experiências internacionais. É importante que na definição dos parâmetros e diretrizes gerais desta certificação haja uma permanente participação dos atores sociais em forma de gestão tripartite (governo, trabalhadores e empresários). A Certificação Empresarial (voltada para os interesses do negócio) deve estar articulada com o desenvolvimento de conhecimentos, habilidades e competências mais amplas (entre elas as competências sociais), demandadas pelo setor econômico/cadeia produtiva e pelo mundo do trabalho, que caracterizam a Certificação Profissional. Na definição dos certificadores deverá haver espaços prioritários para o Sistema “S”, Escolas Técnicas Federais, Estaduais e Municipais e uma atuação complementar da Educação Corporativa. Conclusões Pode-se concluir quanto à relação da Educação Corporativa com as Políticas Públicas de Emprego: a) A educação corporativa deve ser o espaço complementar, do direito de educação, como colaboração das empresas (sociedade) visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho, sempre acompanhado do processo de gestão participativa, preservando-se os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; b) A educação corporativa que visa integração com clientes, fornecedores e comunidade, deve inserir-se e cooperar com as Políticas Públicas de Emprego, notadamente com o Sistema Público de Emprego colaborando na intermediação de mão-de-obra, orientação e qualificação profissional e busca do primeiro emprego; c) A educação corporativa que visa o processo de formação contínua dos quadros das grandes empresas deve cooperar também no processo de qualificação profissional contínua principalmente dos grupos sujeitos ao desemprego, pequenas empresas e Arranjos Produtivos Locais; d) A Educação Corporativa também deverá atuar de forma complementar, com a participação de outros atores no Sistema Nacional de Certificação Profissional.
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