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Digestório 2

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7) Gastrite aguda: Inflamação da mucosa gástrica, de causa geralmente desconhecida, que acarreta a quebra da 
barreira protetora da mucosa gástrica o aumento da produção de HCL, sendo caracterizada por um infiltrado 
inflamatório. 
Se suspeito de uma gastrite tenho que pensar primeiramente qual é a causa, principal (uso de AINES – maxicam, 
meloxicam, doenças metabólicas...). Após descartar todas as possibilidades da causa da irritação gástrica através 
dos exames complementares (exames ok, porém o animal continua vomitando), deve-se fazer uma biópsia de 
mucosa gástrica – essa pode ser feita retirando um fragmento da mucosa através de laparotomia, ou por 
endoscopia (mais barato), porém a primeira opção é considerada como melhor, e solicitar o histopatológico – a 
partir deste, nos possibilita chegar a um diagnóstico diferencial. 
 Na gastrite aguda as causas podem ser por utilização de: Antinflamatório não esteroidal inibidores da Cox1, 
corticosteroides, doenças metabóllicas (renal, hepática), dieta inadequada / agentes irritantes, corpo estranho, 
doenças infecciosas, pancreatite. A dor que deve ser tratada é uma dor incapacitante, pois hoje em dia, qualquer 
dor é tratada com antinflamatórios por conta da dor dos animais, e não precisa, pois é autolimitante. 
Antinflamatório é a principal causa gastrite. 
Sintomas: Anorexia, vômito e melena. Hematêmese nos casos mais graves, raramente dor abdominal e postura 
antiálgica (apresenta sensibilidade abdominal e fica encolhidinho para confortar a dor). Se caso, esses animais 
tiverem sangramento na mucosa gástrica, o principal sintoma é melena – fezes enegrecidas (sangue digerido nas 
fezes). 
Tratamento: Antiácidos (ranitidina, omeprazol – se for mais grave pode associar os dois), Antiemético 
(Ondansetrona). A dipirona (não entra no protocolo de gastrite) é utilizada muito para dor crônica e não há 
como consequência um desencadeamento de gastrite. 
Diagnóstico: Anamnese, exame físico, fitofagia, exames laboratoriais (hemograma, FR, FH), exames 
complementares (Raio x, US, endoscopia). Usar sempre o bom senso para solicitar os exames a serem feitos. 
Para a escolha do raio x ou ultrassom: se consigo palpar a massa solicita US, se caso não, eu solicito um raio x 
para identificar um corpo estranho. Em casos de osso, se for um só dá pra “pescar” na endoscopia, agora se for 
muitos encaminha para a cirurgia. 
*Doenças renais e hepáticas podem causar vômitos e gastrite porém só fazem parte da doença, não é o sintoma 
principal. 
Tratamento de gastrite aguda: reestabelecer o equilíbrio hídrico/ eletrolítico e manejo alimentar. Em casos 
brandos utiliza-se anti eméticos (ondasetrona) e antagonistas H2 (ranitidina). Casos graves trata-se com 
ondansetrona (anti emético), ranitidina, omeprazol (antiácido), sucralfato (protetor de mucosa). 
*Em casos de corpo estranho, não se pode dar ranitidina, o tratamento é cirúrgico. 
*Em casos de troca de rações, o correto é que não seja comum que os animais não sintam diferenças em rações 
premium de diferentes marcas por conta de utilizarem o mesmo milho, soja – matéria prima. 
8) Gastrite crônica: Doença inflamatória da mucosa gástrica, de causa geralmente desconhecida, caracterizada 
por infiltrado inflamatório. O animal vomita de 2 a 3 vezes por semana e nesses dias em que há vômito ele não 
se alimenta. Só passa a ser crônica quando o tratamento para a aguda (ondansetrona, ranitidina, omeprazol, 
sucralfato) não funcionou bem, e mesmo assim o animal continua tendo vômitos algumas vezes durante a 
semana. 
Após descartar todas as possibilidades, o próximo passo é realizar uma endoscopia ou laparotomia com biópsia 
da mucosa gástrica. Prefere-se a laparotomia do que a endoscopia pelo fato do custo e de coletar um fragmento 
mais significativo. 
Diagnóstico: Exames complementares para eliminação. Uso de AINES.... Slides 
Diagnóstico diferencial: A partir da bióspia, pode-se obter um diagnóstico diferencial. O animal pode sofrer de 
gastrite linfocitica plasmocítica ou gastrite eosinofilica – nos dois casos, ocorre uma inflamação antigênica da 
proteína da dieta, ou seja, o animal tem alergia da proteína da dieta, ocasionando uma reação imunomediada 
contra essa proteína. O animal também pode apresentar neoplasias gástricas – linfoma/ carcinoma, e as 
gastrites linfocitica plasmocitica e eosinofilica, também podem evolui para neoplasias gástricas. 
9) Gastrite linfocitica – plasmocítica; Gastrite eosinofílica: Provavelmente tenho uma reação antigênica contra 
alguma proteina da dieta. Neoplasias gástricas (linfoma / carcinoma). Os exames complementares: endoscopia 
ou laparotomia para biópsia / histopatológico; Em casos de hipoadrenocorticismo fazer relação Na/K e teste de 
estimulação com ACTH. 
Tratamento: Devo mexer na dieta, pois tenho uma reação imunomediada. Então tenho que alterar a dieta do 
animal oferecendo uma proteína hidrolisada ou uma proteína virgem – em que o animal nunca teve contato. Ex: 
Carne de carneiro, baleia, rã, desde que o animal nunca tenha comido na vida. Ou compro uma ração de 
hipersensibilidade – Ração hipoalergênica, onde a proteína é quebrada em fragmentos. 
DEVE FAZER CORTICOIDE - cortisona, porém apenas depois de sair o resultado. Pois se entrar com cortisona 
antes da quimioterapia em casos de linfoma, o medicamento irá quebrar o efeito do quimioterápico. Ex: gatos 
com essa gastrite pode se tornar um linfoma. 
O tratamento é realizado com dieta com proteína inédita ou hidrolisada, adicionar fibras na dieta, ondansetrona 
e omeprazol, prednisona (corticoide). Neoplasias: quimioterapia, excisão cirúrgica (retirada do fragmento), 
prognóstico reservado. 
*Gastrites: só atingem a mucosa gástrica, não avançam para o fundo. 
10) Úlcera gástrica: Lesão da mucosa gástrica que alcança a camada muscular (mais profunda que a gastrite). 
Causas mais comuns: A grande maioria das úlceras estarão relacionadas ao uso de anti inflamatórios 
principalmente com diclofenaco (cataflan/ voltaren) pelo menos 50% dos casos, corpo estranho, choque séptico 
ou hipovolêmico, mastocitomas, insuficiência renal ou hepática e neoplasias gástricas. 
Úlcera supurada: Causa muita dor abdominal, é grave e considerada uma emergência, como a lesão já atingiu a 
camada muscular gástrica, o próximo passo é extravasar líquido para a cavidade abdominal, causando uma 
peritonite. 
Sintomas: Anorexia, vômito, hematemese, melena, dor abdominal, postura anti álgica. Em caso de perfuração: 
peritonite e abdômen agudo (dor abdominal aguda). 
Diagnóstico: Procura-se uma causa de base, fazer raio x simples e contrastado, ultrassonografia, associando 
sempre com a anamnese, exame físico. Porém, sempre encaminha para a cirurgia – antes disso, deve-se manter 
a perfusão da mucosa com fluidoterapia, pois o aumento do fluxo sanguíneo / pressão, faz chegar mais sangue e 
nutrientes para o local da úlcera, ajudando a proteger e evitando necrose. 
Tratamento conservativo: 1- Manter a perfusão da mucosa (fluidoterapia agressiva) 2- Diminuir a acidez gástrica 
e proteger a mucosa de forma agressiva 3- Cirúrgico 4- Utiliza-se o sucralfato (protege a úlcera), ranitidina e 
omeprazol pra diminuir a acidez, ondansetrona e maropitan. Tratamento cirúrgico: em caso de peritonite ou má 
resposta no tratamento médico. 
11) Diarréia: Aumento de água nas fezes acompanhada ou não pelo aumento da frequência e intensidade dos 
movimentos peristálticos e do fluxo intestinal. 
Em relação ao tempo: Pode ser aguda, crônica e intermitente. 
É importante saber o local de origem dessa diarréia: 
1- Diarréia de intestino delgado: Digere e absorve – Apresenta muito gás – as bactérias de aproveitam 
da má digestão, volumosa, barulhenta. Normalmente caracterizada por apenas um episódio, o animaltende a 
emagrecer. 
2- Diarréia de intestino grosso: Absorve água – Diarréia mais grave, inicia com cólicas e calafrio. 
Caracterizada por ser muito líquida “tipo spray”, pois o organismo não consegue absorver a água. Pode ocorrer 
quando tem uma irritação no colon ele fica estimulando o peristaltismo, porém não defeca. Faz mímica também 
de defecação. Em termos de gravidade é pior pois o animal de desidrata bem mais. Caso a diarréia apresente 
muco, ela é proveniente de intestino grosso, pois é produzido para facilitar o trânsito. Ocorre vários episódios. 
12) Diarréia aguda: As causas / eitologia podem ser diversas: 
1- Infecciosa ( parasitárias, bacterianas, virais): Normalmente quando é por parasitas, o animal não para de 
comer, a dieta não foi alterada, portanto não deve ser causa alimentar. 
2- Medicamentosa (AINE, ATB, quimioterápicos). 
3- Nutricional (dieta, alergia ou intolerância alimentar). 
4-Extra intestinais (IR, IH, Pancreatite). 
5- Idiopática (gastroenterite hemorrágica idiopática) 
Diagnóstico: Resenha, anamnese, exame físico. Diagnósticos prováveis, exames complementares. 
Tratamento suporte: Tratar a causa de base, restrição alimentar (evitar comidas com muita gordura e muito 
condimentados), manter a volemia (fluidoterapia), antibioticoterapia. 
 GEH virais – Parvo e Coronavirose: Gastroenterite hemorrágica. Normalmente acomete animais filhotes 
ou jovens. Evolução progressiva e rápida (não é de um dia para o outro). Sintomas: animal fica apático, 
triste, não come direito, vários episódios de êmese, fezes pastosas ou líquidas – de odor fétido, 
associado a anorexia total ou parcial. Esse odor fétido de ferrugem é decorrente do sangue nas fezes – 
que é composto de ferro. 
O animal desidrata rapidamente podendo levar a um choque hipovolêmico e/ ou séptico. 
O tratamento é sintomático: fluidoterapia (ringer lactato), Antibioticoterapia (não pega vírus, apenas em 
infecção bacteriana) nunca é recomendado que seja feito como prevenção. Porem na prática utiliza-se 
antibiótico (enrofloxacino, amox + clavulanato) como preventivo para que esse animal não piore, pois já esta 
hipotérmico, e com risco de choque/ sepse. Utiliza-se então, Ondansetrona e ranitidina, fluidoterapia com ringer 
lactato, antibioticoterapia com ressalvas. 
Diagnóstico: Clínico (resenha/ anamnese/ ex. físico); hemograma (inespecífico); SNAP/ PCR (valor preditivo baixo 
– pode dar muito falso negativo, além de que estando com o exame ou não, o tratamento continuará sendo o 
mesmo); Medir glicemia sempre (geralmente o animal apresenta hipoglicemia associada); 
*Ringer: Indicado para situações que causem acidose metabólica associada. Porém tanto faz! Pois sempre o seu 
intuito quando coloca o animal na fluido é dar água! 
 Diarreia aguda por verminoses: Helmintos - Toxocara sp, Ancylostoma sp: Geralmente acomete 
filhotes ou animais jovens. Sintomas: O animal não perde o apetite, podendo fazer coprofagia e 
parorexia (comer coisas estranhas), fezes pastosas ou líquidas, com hematoquesia, anemia de grau 
variado. Presença ou não de vermes nas fezes. 
Diagnóstico: Coproparasitológico. 
Tratamento: Se for nematóide e giardia: Pode se utilizar fembedazol (50 mg/kg/q24h) por 3 dias e repetir após 
14 dias. Se for cestóide: O único principio ativo que pega ele é o praziquantel. Nos casos de anemia grave utiliza-
se o sulfato ferroso. 
O Drontal plus possui: Praziquantel, plamoato de pirantel e febantel. Mais utilizado para controle e não para 
tratamento. Essas associações funcionam bem com cestoides, mas para funcionar com nematoides é necessário 
utilizar 3 dias seguidos, e repetir após 14 dias. Portanto, não é recomendado para tratar a doença, pelo fato de 
ser dose única. 
 Protozoário (Giardia) e coccideias: O animal apresentará diarréia pastosa, geralmente branda e 
remitente/ intermitente (fica indo e voltando). Raramente associada à anorexia, hipertermia ou 
desidratação clínica. 
Dagnóstico: Coproparasitológico. Para giárdia, fazer flutuação com sulfato de zinco (3 amostras consecutivas. Se 
na 1 vez der negativo, não pode descartar a possibilidade, apenas se descarta após os 3 dias seguidos). Muitas 
vezes o exame nem é realizado, por conta do tratamento continuar sendo o mesmo, então se faz o tratamento 
direto e se caso melhorar era a giardia. 
Tratamento: Giardia: Fembendazol ou albendazol ou metronidazol por 5 dias. Em Coccidias e isospora : é 
realizado com sulfas 
É importante: Tratar todos os contactantes , higienização do ambiente, fômites e todos os animais. Se o animal 
conviver com outros, em um canil, por exemplo, é necessário fazer o tratamento com todos os animais, pois o 
agente pode se espalhar e continuar contaminando intermitentemente (caso um animal melhore, o outro já 
estará contaminado), portanto, todos devem ser tratados de uma só vez. 
 Diarréia crônica: Etiologia: Sensibilidade alimentar – enterite linfocítica plasmocitica / eosinofilica 
(doença inflamatória intestinal) comum em gatos. Sindrome da ma digestao (IPE); Sindrome do 
intestino curto; Neoplasias intestinais; Responsivas a antibiótico / colite histiocítica. 
É comum em gatos ocorrer enterite ou clite linfocitica plasmocitica/ eosinofilica – doença inflamatória intestinal, 
que está relacionada a uma resposta imunomediada contra proteínas específicas da dieta. 
Diagnóstico: Biópsia. 
Tratamento: Mudar a dieta, oferecendo uma proteína virgem ou hdrolisada. Pode-se fazer corticoide, por ser 
doença imunomediada, porém é necessário fazer a biópsia antes para descartar a hipótese de linfoma – se for 
linfoma, o corticoide pode quebrar o efeito da quimioterapia. **Em cães oferece fibras. 
 Tríade felina: Enterite, Pancreatite, Colangite. Se o gato apresenta enterite linfocitica plasmocitica/ 
eosinofilica, pode apresentar a tríade felina. Doença que começam com as 3, são mais complicadas.

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