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EXERCÍCIOS DE SUCESSÕES COM RESPOSTA

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EXERCÍCIOS DE SUCESSÕES 
Jorge Luiz falece no mês passado, no estado civil de casado no regime de comunhão parcial de bens com Ivone. O casal teve quatro filhos: Marcelo, Íris, Januário e Felipe, sendo que o último já é falecido há dois anos, tendo deixado dois filhos: Rosemar e Julieta. Os bens do de cujus, são os seguintes: um automóvel adquirido na constância do casamento, avaliado em R$ 42.000,00, um terreno recebido no ano passado, como herança de seu pai, avaliado em R$ 56.000,00, um imóvel residencial, adquirido pelo casal hoje avaliado em R$ 120.000,00. O casal havia doado para o filho Januário o valor de R$ 12.000,00, sem dispensa de colação.
RESULTADO:
Separar a meação- regime CPB
Automóvel- 21.000,00 para Ivone
21.000,00 para sucessão
Terreno- 56.000,00- bem particular- só da sucessão
Imóvel residencial- 60.000,00 para Ivone
60.000,00 para sucessão
Valor da MEAÇÃO DE IVONE- 81.000,00 
Valor da herança de Jorge Luiz- 137.000,00
Herdeiros- Marcelo
 Íris
 Januário- com dever de colação de 6.000,00 (metade de 12.000,00, pois a doação foi do casal)
 Felipe- representado por Rosemar e Julieta
 Ivone- com a reserva de ¼ (concorre sobre a totalidade do patrimônio, conforme critério adotado em aula)
Como não há testamento, fazer a colação sobre o patrimônio total:
137.000,00 + 6.000,00 = 143.000,00
D) Retirar ¼ para cônjuge sobrevivente;
¼ de 143.000,00= 35.750,00 – parte de Ivone
Dividir o restante entre os descendentes, descontado a parte adiantada (colação) de Januário:
143.000,00- 35.750,00= 107.250,00
107.250,00 dividido por 4 descendentes= 26.812,50
VALORES A SEREM PARTILHADOS ENTRE OS HERDEIROS:
IVONE- R$ 35.750,00
MARCELO- R$ 26.812,50
ÍRIS- R$ 26.812,50
JANUÁRIO- R$ 26.812,50- 6.000,00 (COLAÇÃO)= 20.812,50
FELIPE- receberia R$ 26.812,50, será representado por:
 ROSEMAR- R$ 13.406,25
 JULIETA- R$ 13.406,25 
2-Carmem, solteira, no ano de 2000 fez doação de R$ 40.000,00 para seu sobrinho Renato. Na época seu patrimônio era de R$ 60.000.00. No mês passado Carmem faleceu deixando como parentes vivos seus avós maternos Luíza e Mário e seu avô paterno Olavo. Seu patrimônio na abertura da sucessão é de R$ 120.000,00. Deixa em testamento o valor de R$ 60.000,00 para a pessoa jurídica X.
 A) Como Carmem tem herdeiros necessários (avós), a doação feita em 2000 tem uma parte inoficiosa que pode ser buscada em Ação de Anulação da Doação Inoficiosa. Assim, com patrimônio na época de R$ 60.000,00, a doação só poderia ser de R$ 30.000,00. Assim, R$ 10.000,00 deve ser devolvido;
B) O patrimônio a ser partilhado, de R$ 120.000,00, passará para R$ 130.000,00. 
C) Como existe testamento, é preciso verificar se, com a doação válida, Carmem não esgotou a parte disponível, pois existem herdeiros necessários. Assim, deve-se somar a parte válida da doação no patrimônio da herança:
R$ 130.000,00 + 30.000,00= R$ 160.000,00 (valor do patrimônio reconstruído)
D) Este valor de R$ 160,000,00 deve ser dividido entre parte disponível e a legítima a ser preservada:
 PARTE DISPONÍVEL- 80.000,00
 PARTE DA LEGÍTIMA- 80.000,00
E) Da parte disponível já foi ocupado R$ 30.000,00 na doação válida, sobrando assim R$ 50.000,00 para ser colocado em testamento.
F) Como o valor testado é de R$ 60.000,00, só poderá ser entregue à pessoa jurídica X o valor de R$ 50.000,00, a fim da legítima ser preservada.
G) A legítima de R$ 80.000,00 será dividida pelas duas linhas de ascendentes : materna e paterna, e , posteriormente entre os avós maternos.
H) VALORES A SEREM PARTILHADOS ENTRE OS HERDEIROS:
PESSOA JURÍDICA X- R$ 50.000,00
LUÍZA- R$ 20.000,00
MÁRIO- R$ 20.000,00
OLAVO- R$ 40.000,00
3- Marcos e Luciana vivem em união estável desde 1988. O casal teve dois filhos: Téo e Iva. Em 2001, Luciana doou sem dispensa de colação o valor de R$ 30.000,00 à filha Iva. No mês passado faleceu Luciana, sendo que o patrimônio do casal, monta o valor de R$ 148.000,00 e Luciana ainda deixa um terreno, recebido como herança, no valor de R$ 24.000,00
A) Separar a meação- regime CPB
 Bens comuns- 148.000,00
 Meação de Marcos- R$ 74.000,00
 B) Herança a ser partilhada com Marcos: somente a meação de Luciana, então: 74.000,00 dividido pelos dois filhos e companheiro, resta a herança de R$ 24.666,66 para Marcos.
 C) Herança dos filhos : sobra da meação da de cujus : R$ 49.333,33 + o bem particular de R$ 24.000,00= R$ 73.333,33
 D) Colação da doação recebida por Iva – R$ 73.333,33 + 30.000,00= R$ 103.333,33 a ser dividido pelos dois filhos
 E) ) VALORES A SEREM PARTILHADOS ENTRE OS HERDEIROS:
Marcos- R$ 24.666,66
Iva – R$ 51.666,66 – 30.000,00 (colação)= R$ 21.666,66 
 Téo- R$ 51.666,66
4) Mônica, casada em separação convencional de bens com Eurico desde 1990, falece em acidente de trânsito em 02 de janeiro deste ano. Ela não deixa descendentes nem ascendentes. Seus parentes mais próximos são seus irmão Godofredo e Amélia. Em 1998, quando o patrimônio particular de Mônica era de R$ 180.000,00, ela doou o valor de 60.000,00 para um asilo X.. Mônica falece com um patrimônio particular de R$ 130.000,00 e deixa em testamento o valor de R$ 42.000,00 para seu irmão Godofredo. Não existe patrimônio comum do casal. 
O problema já deixa claro que o regime é de separação convencional de bens e que o casal não possui bens em comum, porém o cônjuge Eurico é herdeiro necessário, portanto é necessário verificar a validade do testamento;
A doação feita em 1998 era válida, não ultrapassando a parte disponível da época de 90.000,00, porém deve ser trazida para cálculo a fim de se verificar se não foi esgotada a parte disponível com essa liberalidade. Portanto, soma-se esse valor com o patrimônio da época da abertura da sucessão, 130.000,00+60.000,00= temos 190.000,00 de patrimônio reconstruído (sem a liberalidade);
Divide-se o patrimônio reconstruído em duas partes para resguardar a legítima: 190.000,00 : 2= 95.000,00 de parte da legítima e 95.000,00 de parte disponível. 
Na parte disponível subtrai-se a doação válida (parte disponível já ocupada): 95.000,00 60.000,00- 60.000,00, então restando 35.000,00
Assim, o testamento somente poderá ser cumprido até 35.000,00, sendo o restante reservado para a legítima.
 
VALORES A SEREM PARTILHADOS ENTRE OS HERDEIROS:
EURICO- R$ 95.000,00
GODOFREDO- R$ 35.000,00
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Direito Civil VI - Questões Comentadas de Direito das Sucessões I
Questões Comentadas de Direito das Sucessões I
1. João, fazendeiro, residia 3 meses em sua fazenda em Ipatinga, 3 meses em sua fazenda em Cachoeiro de Itapemirim, 3 meses em São Paulo e 3 meses em Vitória com a família. Em 2010 veio a falecer em sua fazenda em Ipatinga e sua família o procurou para que os orientasse sobre:
a) O local da abertura da sucessão:
Tendo-se em vista a pluralidade de domicílios, uma vez que o de cujus a depender da época do ano se estabelecia residência em locais diferentes, o local da abertura da sucessão será qualquer deles.
b) O foro competente para o inventário:
O foro competente para o processamento do inventário, conforme preceitua o §1º do art. 94 do CPC, também será qualquer deles.
c) Qual o momento em que se transmite a herança aos herdeiros:
A herança se transmite aos herdeiros no exato momento da abertura da sucessão, a qual, por sua vez, se dá no exato momento da morte, natural ou presumida do autor da herança. Há, portanto, coincidência cronológica entre a morte, a abertura da sucessão e a transmissão da herança, não havendo dissolução de continuidade na titularidade das relações jurídicas do defunto. Essa transferência imediata da herança aos herdeiros do de cujus ocorre por meio de uma ficção jurídica , em virtude do denominado princípio de saisine, e se justificana medida em que não se pode admitir a existência de direitos sem titulares. Não se pode olvidar, no mais, que essa transferência imediata da propriedade dos bens do morto se dá de forma automática e, portanto, ainda que estes ignorem o fato.
2. Maria nasceu em Alegre, aos 17 anos foi fazer cursinho em Vitória. Com 18 anos prestou vestibular para Universidade situada em São Paulo obtendo a aprovação. Formada foi contratada para trabalhar em Ribeirão Preto onde veio a falecer. Qual o local da abertura da sucessão e o foro competente para o processo de inventário?
O local da abertura da sucessão e o foro competente para processar o inventário são coincidentes e, conforme consta do art. 1.875 do CC, será o lugar do último domicílio do falecido. Assim o sendo, como Maria residia em Ribeirão Preto, sendo este seu último domicílio, será ai que vislumbraremos a abertura da sucessão bem como será ai o foro competente para o processamento do inventário.
3. Igor, cigano, não possui residência fixa. Gosta da liberdade de desmontar e montar sua tenda em qualquer lugar que lhe convenha. Um dia, não tão belo, veio a ser atropelado e depois de alguns dias no hospital da cidade em que se encontrava veio a falecer. Qual o local da abertura da sucessão e o foro competente para o ajuizamento do inventário?
Como Igor não possuía domicílio certo , encontrando-se sempre em locais diversos, a abertura da sucessão se dará no local em que estiverem localizados seus bens, sendo esta a determinação constante do inciso I do parágrafo único do art. 96 do CPC. Caso os bens do de cujus se encontrem em locais distintos , a abertura da sucessão se dará no local de seu óbito. O importante é estar claro que não há como se admitir a multiplicidade de inventários relativos a uma mesma herança, sendo, por isso, necessário se eleger um único local para se considerar aberta a sucessão, sendo este o foro competente para processar o inventário.
4. Vitor, em virtude de uma relação rápida com Joana, veio a ter um filho. Quando do parto, Joana lhe entregou o filho e sumiu no mundo, ninguém sabendo de seu paradeiro. A mãe de Vitor faleceu quando do seu parto e seu pai veio falecer um ano antes de seu filho nascer. Em 2009, Vitor veio a perder seu filho em um acidente de automóvel. Hoje ele lhe procura querendo deixar todo o seu patrimônio para uma instituição de combate ao câncer infantil. Como você o orientaria?
Não possuindo Vitor nenhum herdeiro necessário, haja vista que seus ascendentes e seu descendente são pre-mortos, pode ele perfeitamente dispor da totalidade de seu patrimônio para depois de sua morte. É perfeitamente possível, portanto, que ele em testamento constitua a instituição de sua escolha como sua herdeira universal.
5. Pietro, pai de Junia, Julieta e Julio, faleceu em 2010. Junia, com o falecimento do pai, lhe procura com a intenção de vender uma casa, que compõe a herança, para terceiro. Qual orientação você dará a ela?
A herança se transfere aos herdeiros como uma unidade, sendo indivisível e considerada, em virtude de disposição legal, bem imóvel. Desta forma, temos que a herança, com a morte d seu autor, se transfere a todos os herdeiros em sua totalidade, de modo que os mesmos possuem a herança em condomínio. Não é possível a venda de bem individualizado que componha a herança por parte de qualquer dos coerdeiros individualmente, sendo tal venda considerada nula. Entretanto, Junia poderá ceder o seu quinhão, mas para tanto deverá oferecê-lo primeiro aos demais herdeiros, só podendo ela ceder seu direito a terceiro estranho caso não haja interesse dos demais herdeiros ou caso o interessado não esteja disposto a pagar por ele o mesmo valor que seria pago pelo terceiro.
REGRA:
6- José de Arimatéia tendo deixado os filhos Pedro e Mariana. Pedro vive em união está há mais de cinco anos com Sílvia Morette, com quem tem três filhos. Pedro renunciou à herança. A quem será deferido o quinhão que lhe corresponderia? Por quê? Justifique e fundamente a resposta.
R: O destino do quinhão do renunciante é abordado na parte final dos arts. 1.810 e 1.811 do CC e aponta para não incidência do direito de representação na renúncia da herança. O quinhão renunciado será entregue aos demais herdeiros da mesma classe ( no caso Mariana). Se não houver herdeiros da mesma classe, convocar-se-á o herdeiro da classe mais próxima( netos do de cujus) que herdaria por direito próprio e não por representação.
7. Arnaldo de Mello faleceu em 12 de fevereiro de 2003 era casado com Maitê de Mello, porém já está desta senhora separado de fato há mais de três anos e, convivia com Marlene Pereira Rabello com quem aliás, teve um filho de nome Arnaldo . Estando o filho com doze anos na ocasião da abertura da sucessão. Arnaldo tinha sua mãe viva, Dona Virgínia com 82 anos de idade e ainda lúcida. E, havia também o irmão mais velho de Arnaldo, Mário.
Pergunta-se:
a) Quem são os herdeiros necessários do espólio de Arnaldo de Mello?
R: Primeiramente há de se saber se os bens deixados por Arnaldo foram adquiridos onerosamente durante a união estável. Mas, é certo que o seu filho Arnaldo ( filho também de Marlene) é seu descendente e herdeiro necessário.Comprovado que o patrimônio fora adquirido onerosamente durante a união estável, a companheira a lei lhe atribui quota equivalente à cota cabível ao filho( art.1.790, inciso I do CC).
Saliente-se que Maitê em virtude da separação de fato acima de dois anos, não é herdeira necessária de Arnaldo. Mas poderá fazer jus a meação em razão do regime de bens. Art. 1.830 CC.
Meação não é herança.
b) Terá direito real de habitação Maitê ? E, Marlene?
R: O direito real de habitação ao companheiro deve ser respeitado por não está revogada a Lei 9.278/1996, seja em razão de interpretação analógica do art. 1.831 informado pelo art. 6º, caput da CF/1988.
c)Em qual hipótese não haverá meação e nem herança para Marlene Pereira Rabello?Justifique e fundamente juridicamente as respostas
R: Não haverá meação para Marlene caso não haja bens adquiridos onerosamente durante a união estável. Não haverá direito sucessória à companheira se houver apenas bens particulares que então serão devotados apenas aos herdeiros necessários.art. 1.790 CC
8. Quais são os requisitos necessários para o cônjuge ser considerado herdeiro? O C. C de 1916 previa o cônjuge como herdeiro facultativo. Diferencie o conceito de herdeiro facultativo e herdeiro necessário ou reservatário. Qual quinhão que caberá ao cônjuge sobrevivente se concorrer com um ascendente do falecido? 
Justifique e fundamente juridicamente todas as respostas.
R: O art. 1830 CC descreve os requisitos necessários para o cônjuge ser considerado herdeiro, o cônjuge não pode ter sido separado judicialmente e nem divorciado; Caso pendente seja a ação dissolutória José Luiz Gavião de Almeida, a morte de um dos cônjuges torna prejudicada a lide, pondo fim ao processo.Daí, ser resguardado o direito sucessório do cônjuge. sobrevivente.
Observe que separado judicialmente o cônjuge, este é afastado da sucessão, quer seja culpado ou inocente quanto ao descumprimento dos deveres matrimoniais.
A separação de fato por mais de dois anos possibilita o divórcio direto e, então, como regra, o cônjuge sobrevivente não terá direito sucessório. Mas poderá o cônjuge ser chamado a herdar, por pender presunção relativa como lembra Giselda Hironaka. Mas, pode ser afastada por prova em contrário, por exemplo, pela companheira sobrevivente.
Deve provar que a separação de fato se deu sem culpa sua, e nesse caso, poderá ter direito sucessório. O art. 1830 CC deve ser interpretado desta forma: se a convivência tornou-se impossível por culpa do falecido, o cônjuge sobrevivente participará da sucessão sobre o patrimônio que existia até a ocorrência da separação de fato. 
Não herda os bens deixados pelo falecido e adquiridos após a separação de fato.
Herdeiro necessário é previsto em lei, é herdeiro de primeira classe, é o mais prestigiado pelo legislador quelhe reserva de pleno direito, a metade dos bens da herança que constitui a legítima. São previstos no art. 1.829 CC.
Herdeiro testamentário, colaterais, companheiro. A lei o chama a herdar somente diante da falta absoluta de herdeiros legítimos.
(art. 1.591. 1.594).
O art. 1.837 CC Será de um terço a cota hereditária do cônjuge se herdar em concorrência com ascendente, e será a metade se concorrer com um só ascendente( que é o caso da questão).
9. Em setembro de 2002 faleceu sem deixar testamento, no auge de seus 45 anos Karen SILVA artista plástica de destaque, mãe dedicada de Johansan da SILVA de 18 anos, filho de Carlo da SILVA , já falecido há mais de quatorze anos.
Karen SILVA morava em refinado edifício Chopin em cujas unidades residiam pessoas tradicionais e abastadas da sociedade carioca em companhia de DAVID COSME, há mais de dez anos, juntamente com o filho de sua união anterior (Johansan).O apartamento 202 em que morava a família coube à falecida, em decorrência de partilha amigável, por escritura pública, homologada pelo juiz competente e formalizada por Karen SILVA e por seu irmão ROMEU, únicos herdeiros de GUSTAVE DA SILVA. Formulação da questão:
a) Descreva com base na narrativa acima e em face de Karlinda, como será deferida a sucessão legítima.
R: Johansan( descendente, é herdeiro necessário) . Em princípio o companheiro não poderá habilitar-se de imediato no inventário para salvaguardar sua meação no patrimônio construído durante a união estável, sem antes, ser declarada e reconhecida a união estável.
Há participação na herança ditada pelo art. 1.790 do CC quanto aos bens adquiridos onerosamente na vigência da união estável. O que exclui o apartamento pois esse foi oriundo de partilha amigável formalizada por Karen e seu irmão Romeu anterior a união estável.
b) Carlo Silva (o primeiro marido de Karen) terá direito sucessório sobre o espólio deixado em tela?
R: Não, pois esse cônjuge não é herdeiro necessário e nem meeiro. Vide art.1.830 CC. O casal já tinha se separado, art. 1.829 CC.
c) Em que hipótese o irmão de Karen, receberia toda a herança deixada por Karen?/Justifique e fundamente juridicamente todas as respostas.
R: Trata-se de sucessão de colateral (art. 1.591 CC) não são herdeiros necessários e para excluí-lo, é necessário haver descendentes, ascendentes ou cônjuge. A única forma do irmão de Karen herdar a totalidade do patrimônio deixado por sua irmã , é diante a ausência total de descendentes, ascendentes , cônjuge ou companheiro.
10. A respeito da indignidade na sucessão, responda:
a) É necessário haver condenação penal para tipificar-se a indignidade do herdeiro?
b) Se houver uma excludente de criminalidade como por exemplo, a legítima defesa, ou estado de necessidade resta afastada a pena de exclusão?
c) Configura a indignidade caso já esteja morta a pessoa contra a qual foi dirigida a calúnia?
RESPOSTA:
Não se reclama a condenação penal para tipificar-se a indignidade. Basta prova da ocorrência do atentado contra a vida para sua aplicação. Mas, havendo condenação no crime, nem mais cabe qualquer discussão.
Resta afastada a pena de exclusão em face de qualquer excludente de criminalidade. Não se impede que as excludentes, ou as razões do afastamento da criminalidade seja provadas no juízo cível. Porém, desde que, reconhecidas na sentença criminal constituam coisa julgada no cível.
c) Nesse caso haverá ofensa ou desrespeito aos mortos ( art. 138, segundo parágrafo do CP) e mesmo assim se configura a indignidade
Fundamentação jurídica: arts. 1.814 CC,art. 1.816, art. 935 CC.
11. Consulente deseja saber se nas hipóteses de alienação onerosa de parte ideal de bem imóvel indivisível ou de direitos hereditários sobre a sucessão causa mortis pelo consorte ou co-herdeiros há ou não há necessidade de prévia notificação aos outros consortes ou co-herdeiros?Justifique e fundamente juridicamente as respostas.
R: Ceder a herança após a abertura da sucessão é perfeitamente possível ex viarts. 1.793 a 1.795 CC.
Na cessão de direitos hereditários, há a transferência, ou venda , da porção que toca a um determinado herdeiro, a outro herdeiro. Para sai perfectibilização, requer princípios e requisitos exigidos em todos contratos, como capacidade das partes, consensualidade, a bilateralidade , a comutatividade e a onerosidade , dentre outros elementos.
Formaliza-se a cessão hereditária por instrumento público, com vênia conjugal, exceto se viger regime de separação absoluta de bens.
Assim como na compra e venda pura há o direito de preferência do codomino, se a coisa é indivisível. Da mesma forma ocorre no pertinente à herança, que é indivisível a partir do momento da morte do de cujus até partilha.
É indispensável ciência dos co-herdeiros, condôminos, para que exerçam sua preferência ,se quiserem tanto por tanto.
Vide art. 1.795 CC Sem esta providencia notificatória, o co-herdeiro preterido poderá depositando o preço, adjudicar para si o quinhão cedido, desde que busque desconstituir a avença no prazo de cento e oitenta dias após a transmissão, e contato naturalmente da data da efetiva ciência.
O STF já firmou entendimento nesse sentido apoiado no art. 1.139 do C.C. revogado, que corresponde ao art. 504 do atual diploma civil.
12. Pablo José da Silva inventariante dos bens deixados por falecimento de Horácio da Silva e Mirna Constancia da Silva interpôs agravo de instrumento, uma vez que inconformado com a respeitável decisão interlocutória proferida nos autos dos inventário dos bens deixados pelos referidos extintos, onde o juiz da primeira Vara da Família e Sucessões desta Capital determinou que o ora agravante apresentasse plano de partilha contemplando o quinhão da menor Ellen da Silva na parte dos bens deixados pelo falecimento de Mirna ( ocorrido após 5 de outubro de 1988).
Sustenta, resumidamente o agravante que a adoção de Selma da Silva, pré-morte e genitora de Ellen, foi levada a efeito pelos extintos em 20 de agosto de 1963, por escritura pública ratificada em 3 de novembro de 1969 e 8 de fevereiro de 1975.
Diz, por isso que, a adoção ora em comento não gerou direito sucessório por força do art. 377 do C.C.
Arremata, estabelecendo que a decisão interlocutória hostilizada ofendeu as garantias constitucionais do direito adquirido e do ato jurídico perfeito.
Pergunta-se assiste razão ao recorrente?
Explique e fundamente juridicamente a resposta.
Resposta:
Indaga-se, Rizzardo, se há representação dos filhos de pai adotado, ou netos do adotante. A resposta é afirmativa. E vale a fundamentação da isonomia de qualquer espécie de filhos.
Antes da Constituição Federal Brasileira de 1988 afirmava-se em aresto: “Concorrendo os descendentes do filho adotivo com outro filho adotivo da inventariante, tem ele direito à herança por direito de representação...”
Embora se possa sustentar que a representação seja exceção, no caso da adoção não há como afastar o benefício em favor do agravado, quando concorre com irmão de seu pai. Por isso, é defensável o entendimento de que o parentesco civil se prolonga até os filhos do adotado.
A representação do filho adotado na sucessão dos pais do adotante ficou singela em face do art. 1.626 que modificou a regra sobre a matéria que vigorava no art. 376 do C.C. de 1916.
A adoção atribui situação de filho ao adotado, rompendo qualquer vínculo com pais e parentes consanguíneos, exceto quanto aos impedimentos matrimoniais.
Enquanto que em face do art. 376 do revogado codex, o parentesco se limitava ao adotante e adotado, de modo que a sucessão não atingia os parentes do adotado, como seus descendentes.
Na inexistência de descendentes ou ascendentes do adotante, recaía a herança para os colaterais.
Foi exatamente essa a posição do STJ no Resp 740.127/SC da Terceira Turma, julgado em 11.10.2005, DJU 13.12.2006: “Nas questões que versam acerca de direito sucessório, aplica-se a lei vigente ao tempo da abertura da sucessão.
As adoções constituídas sob a égide dos arts. 376 e 378 do CC/1916não afastam parentesco natural, resultante da consanguinidade, estabelecendo um novo vínculo de parentesco civil tão somente entre adotante e adotado.
Tem, portanto legitimidade ativa para instaurar procedimento de arrolamento sumário de bens, o parente consanguíneo de segundo grau na linha colateral( irmão natural), notadamente quando pela ordem vocacional hereditária, ausentes descendentes, ascendentes, cônjuge ou companheiro do falecido”.
8. A renúncia à herança efetuada por pessoa capaz, casada sob o regime legal de bens, depende do consentimento do consorte? Quais são os tipos de renúncia à herança existentes?
Justifique e fundamente juridicamente a resposta.
Resposta:
A renúncia é ato de disponibilidade patrimonial, de caráter irrevogável e não ocorre de forma tácita, sendo apenas expressa e por instrumento público.
Poderá ser a renúncia abdicativa onde o renunciante abre mão de seu quinhão em favor do monte, e retroage à data de abertura da sucessão. Já a renúncia translativa ou in favorem o renunciante delibera em favor de certa pessoa, havendo assim típica cessão de direitos.
Há dissenso em doutrina a respeito da necessidade de autorização do cônjuge para efetivação dessa renúncia. Isso porque o art. 1.647, I proíbe ao cônjuge( com exceção do regime de separação convencional) “alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis”.
Assim a regra do art. 1.647 é norma restritiva e como pondera Clóvis Beviláqua que o repúdio a herança é sempre alienação. Carlos Roberto Gonçalves concorda entendendo que há necessidade da vênia conjugal, já Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona sustentam o contrário. Maria Helena Diniz também entende que o herdeiro renunciante casado pode aceitar ou renunciar herança inerentemente do prévio consentimento do cônjuge.
Rizzardo entende que para eficácia da renúncia faz-se necessário o consentimento do outro cônjuge não herdeiro.
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Questão 1: Tício e Mévia foram casados pelo regime da comunhão parcial de bens. 
Durante o casamento, adquiriram dois imóveis em São Paulo, cada qual no valor de R$ 200.000,00 e Tício recebeu de herança um imóvel de R$ 100.000,00. Nasceram 4 
filhos: “A”; “B”; “C” e “D”. Antes do casamento, Tício tinha um imóvel de R$ 100.000,00. Falecido Tício, como se rá a divisão de patrimônio entre a viúva e os filhos de Tício? (SERVIR-SE DA CORRENTE MAJORITÁRIA) 
 
Resposta: 
Em se tratando de casamento realizado pelo regime da comunhão parcial de bens, 
havendo bem particular, diz a corrente majoritária que a viúva receberá a meação dos 
bens adquiridos durante o casamento (bens comuns) e concorrerá com os filhos nos 
bens particulares e também na meação dos bens comuns do falecido. 
 
Mévia: Meação: imóvel de 200 + imóvel de 200 = 400 / 2 = R$ 200.000,00 
 Herança: meação de 200 + 
 imóvel de 100 (recebido por herança) + 
 imóvel de 100 (antes do casamento) = 400 (a ser dividido por Mévia e 4 filhos) 
 
Peça regra do artigo 1832, em concorrendo com seus filhos, caberá a viúva cota parte de 
no mínimo ¼ dos bens. Assim sendo: 
400/4 = 100 (1/4 de Mévia) 
300/4 (filhos) = 75 para cada filho 
 
Total: Mévia: R$ 200.000,00 (meação) + R$ 100.000,00 (herança) = R$ 300.000,00 Filhos: R$ 75.000,00 para cada filho 
 
 
 
Questão 2: A família de Tício é constituída por : Mévia, sua atual companheira, com 
quem vive em união estável há cinco anos. Geraldo e Otávio, dois filhos do primeiro casamento de Tício com Gertrudes, Alana e Silvia, filhas decorrentes da união estável com Mévia. Seu filho mais velho, Geraldo é falecido, tenho deixado dois netos, Geraldinho e M arcinha. Alana tem duas filhas, Clotilde e Samanta. O patrimônio de Tício é composto por dois imóveis que lhe restaram após o processo d e divórcio de Gertrudes, cada qual no valor de R$ 100.000,00, três casas adquiridas durante a união estável, cada qual no valor de R$ 200.000,000, sendo uma delas recebida por herança 
com cláusula de incomunicabilidade. Mévia recebeu, também por herança, durante a união estável, um carro, no valor de R$ 50.000,00. Com o falecimento de Tício, pergunta-se: a) Como será a divisão de patrimônio de Tício?
Resposta: 
Em se tratando de união estável, aplica-se a regra do artigo 1790, I e II do CC. Assim 
sendo, a companheira receberá a meação dos bens adquiridos onerosamente na constância da união estável e concorrerá com os filhos nos demais bens particulares(apenas quanto àqueles adquiridos onerosamente na constância da união estável). 
Mévia: Meação: casa de 200 + casa de 200 = 400/2 = R$ 200.000,00 
 Herança: 200 (meação do falecido) / 5 (Mévia e 4 filhos) = R$ 40.000,00 
 Total: R$ 240.000,00 + R$ 50.000,00 (carro que não se comunica) 
Filhos: Herança: 200 (meação do falecido) / 5 (Mévia e 4 filhos) = R$ 40.000,00 
 casa de 100 + c asa de 100 (bens particulares antes da união estável) / 4 filhos = 
R$ 50.000,00 
 casa de 200 (recebida por herança) / 4 filhos = R$ 50.000,00 
Total de cada filho: Otávio, Silvia e Alana: R$ 140.000,00 cada um 
A parte de Geraldo é dividida entre Geraldinho e Marcinha, cada qual recebendo R$ 70.000,00
b) Como seria a divi são de patrimônio se, ao invés da união estável, Tício e Mévia fossem casados pela C omunhão Total de bens e, além de todos os detalhes do enunciado, Alana tivesse sido declarada indigna. 
Resposta: 
Casados pela comunhão total de bens, todo o patrimônio, seja anterior ou durante o casamento se comunica, com exceção da casa recebida por herança com cláusula de 
incomunicabilidade. A viúva receberá a meação, mas não concorrerá com os filhos. 
 
Patrimônio total que se comunica: casa de 200 + casa de 200 + casa de 100 + casa de 100 + carro de 50 
Total: R$ 650.000,00 – Mévia (Meação) = R$ 325.000,00 
Filhos: R$ 325.000,00 / 4 = R$ 81.250.000,00 
 Casa de 200 (herança com cláusula de incomunicabilidade) / 4 = R$ 50.000,00 
 
 Total de cada filho: Otávio, Silvia e Alana: R$ 131.250,00 cada um 
A parte de Geraldo é dividida entre Geraldinho e Marcinh a, cada qual recebendo 
R$ 65.625,00

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