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TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO EM PACIENTE COM LEUCEMIA E PNEUMONIA UM ESTUDO DE CASO

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TRATAMENTO​ ​FISIOTERAPÊUTICO​ ​EM​ ​PACIENTE​ ​COM​ ​LEUCEMIA​ ​E​ ​PNEUMONIA​ ​- 
UM​ ​ESTUDO​ ​DE​ ​CASO 
 
Luana​ ​Machado​ ​Viveiros​1 
1.​ ​Acadêmica​ ​de​ ​fisioterapia​ ​na​ ​instituição​ ​UNIPAMPA 
 
RESUMO 
Objetivo​: analisar um paciente leucêmico com pneumonia e quais as repercussões da 
atuação fisioterapêutica na clínica deste paciente. ​Relato de caso: paciente com 59 anos de idade 
realizou acompanhamento fisioterapêutico durante 3 sessões, no período de agosto de 2017, devido 
a quadro de dispnéia intensa, correlacionado com quadro de pneumonia além do paciente apresentar 
leucemia. As técnicas fisioterapêuticas incluíam terapias manuais para reexpansão, uso de 
espirômetro de incentivo e manobras de higiene brônquica, Flutter, e também o tratamento médico 
medicamentoso. ​Resultados: Houve remição do quadro da pneumonia, comprovada por achados 
radiológicos e ausculta pulmonar que foi modificada a cada sessão. ​Conclusão: a fisioterapia 
respiratória hospitalar se mostrou eficaz na reversão de um caso de pneumonia associada a 
tratamento​ ​medicamentoso. 
Palavras​ ​chaves:​​ ​Pneumonia,​ ​Leucemia,​ ​Fisioterapia​ ​respiratória. 
 
INTRODUÇÃO 
A leucemia é caracterizada por uma proliferação anormal das células sanguíneas, com isso 
há uma diminuição no número dessas células maduras no sangue, causando anemia, leucopenia, 
plaquetopenia.​1 
Existem 4 classificações de leucemias, sendo divididas entre mielóide crônica (LMC), 
mielóide aguda (LMA), linfótica crônica (LLC), linfótica aguda (LLA).​2 Seu diagnóstico é feito através 
da alteração do hemograma, quando isso ocorre, exame de mielograma, biópsia, imunofenotipagem 
e cariótipo são necessários para correta classificação, esses exames são feitos através da análise da 
medula óssea.​3 Apesar do hemograma completo ser possível verificar uma alteração na quantidade 
de leucócitos, uma leucopenia que é sugestiva de leucemia, mas através de exame não é possível 
classificar.​5 
A diferença entre crônica e aguda está no modo como é a evolução dessa doença, quando 
crônica a descoberta decorre normalmente exames de rotina ou no percurso da doença quando as 
células leucêmicas aumentam e com isso o risco para contrair infecções aumenta e geralmente 
ocorre​ ​inchaço​ ​dos​ ​linfonodos,​ ​esses​ ​sintomas​ ​quando​ ​iniciam​ ​vão​ ​se​ ​agravando​ ​lentamente.​6 
Na maioria dos países ocidentais a leucemia representa 1,2% de todos os cânceres.​5 Mas 
devido a sua taxa de mortalidade girar em torno de 40%, então a necessidade de ser estudado se faz 
relevante.​5 A maior incidência de LMA está na etnia branca ​7,8​, sexo masculino ​9,10 sendo de 1,3 
homens​ ​para​ ​cada​ ​1​ ​mulher.​ ​​11,12 
Devido a imunossupressão esses pacientes têm alto risco de desenvolver infecções, cerca 
de​ ​80%​ ​destes​ ​pacientes​ ​com​ ​leucemia​ ​aguda​ ​irão​ ​desenvolver​ ​algum​ ​quadro​ ​de​ ​pneumonia.​13 
Com objetivo de analisar um paciente leucêmico com pneumonia e quais as repercussões da 
atuação​ ​fisioterapêutica​ ​na​ ​clínica​ ​deste​ ​paciente. 
 
RELATO​ ​DE​ ​CASO 
RVR, sexo masculino, nasceu em 1958. Em agosto de 2017 apresentou quadro grave de 
dispnéia, sendo que procurou atendimento no pronto socorro, recebendo diagnóstico de pneumonia, 
sendo internado. Até este momento existia apenas a suspeita de leucemia devido aos achados no 
hemograma de leucopenia, sendo necessário o encaminhamento para outra cidade para a realização 
dos demais exames para que o diagnóstico fosse fechado e a leucemia classificada. Apresentando 
uma​ ​anemia​ ​com​ ​eritrócitos​ ​a​ ​2,20​ ​milhões/mm​3​,​ ​realizando​ ​transfusão​ ​sanguínea​ ​com​ ​duas​ ​bolsas. 
Foi prescrito atendimento fisioterapêutico hospitalar, sendo no dia 14/08/2017 realizada a 
avaliação e primeira intervenção. Sua ausculta pulmonar apresentava murmúrio vesicular presente 
com roncos difusos à direito com crepitações grossas em ⅓ inferior direito, frrêmito-tóraco-vocal 
apresentou broncofonia à direita, seus sinais vitais pré-intervenção foram pressão arterial 150/92 
mmhg frequência cardíaca de 76 bpm, frequência respiratória de 19 rpm e temperatura de 36,2°c. 
Utilização de musculatura acessória na respiração, com ritmo respiratório normal e amplitude 
superficial, tosse produtiva e eficaz, o nível de consciência foi classificado como sonolento, 
desorientado, pouco colaborativo, apresentou sensibilidade doloroso preservada, dependência para 
higiene, alimentação e vestuário e semi-dependente para trocas posturais, hipotrofia global. Após a 
avaliação mediante a necessidade de promover higiene brônquica, reexpansão pulmonar e 
mobilizações,​ ​utilizando​ ​técnicas​ ​fisioterapêuticas. 
Foram realizadas 3 sessões de fisioterapia, em dias consecutivos com duração de 30 a 40 
min​ ​dependendo​ ​da​ ​necessidade​ ​e​ ​cansaço​ ​demonstrado​ ​pelo​ ​paciente. 
As técnicas fisioterapêuticas utilizadas incluíam: Nebulização com 3 ml de soro fisiológico, 15 
gotas Atrovent, 5 gotas de Berotec conforme prescrição médica, Flutter, espirômetro de incentivo - 
Respiron,​ ​vibrocompressão,​ ​tosse​ ​assistida,​ ​mobilização​ ​ativo-assistida,​ ​mobilização​ ​passiva. 
 
RESULTADO 
Após cada sessão eram refeitos os sinais vitais e ausculta pulmonar, sendo que após a 
intervenção sempre os roncos iniciais não eram mais auscultados. A ausculta pulmonar iniciais entre 
as​ ​sessões​ ​foram​ ​notados​ ​diminuição​ ​dos​ ​roncos. 
 
 
Figura​ ​1​.​ ​​ ​Radiografia​ ​de​ ​tórax​ ​AP:​ ​diminuição​ ​das​ ​áreas​ ​de​ ​consolidação,​ ​infiltrados​ ​e 
desaparecimento​ ​dos​ ​broncogramas​ ​aéreos. 
Os exames realizados nos dias 9, 16, 18, 19 de agosto é possível notar a diminuição dos 
infiltrados e consolidações além do desaparecimento dos broncogramas aéreos. Mas os 
hemogramas subsequentes ainda apresentavam quadro de anemia, e uma leucopenia de 5.500 para 
2.200 a 1.600 /mm​3 e uma plaquetopenia de 212 pra 136 mil/mm​3​, sendo que o médico optou por 
interromper o atendimento fisioterapêutico. Após 3 dias da última sessão de fisioterapia o paciente 
veio​ ​a​ ​óbito. 
 
DISCUSSÃO 
Como resultado vimos uma remissão do quadro de pneumonia, sendo possível identificar 
pela ausculta como pelos exames, que a associação entre o tratamento médico medicamentoso, 
associado com a fisioterapia foi efetivo no tratamento desse paciente. Em um estudo relatando a 
atuação da fisioterapia em pacientes internados com diagnóstico de pneumonia demonstrou que os 
pacientes que recebia o tratamento fisioterapêutico permaneciam mais tempo internados, mas tinham 
mais doenças associadas e uma taxa de mortalidade menor quando comparado ao grupo que não 
recebeu.​14 
Apesar da intervenção ter sido efetiva no quadro pulmonar, a leucemia continuou se 
agravando, sendo necessário a parada no tratamento fisioterapêutico, sendo que o desfecho 
desfavorável​ ​do​ ​quadro. 
O Flutter é um aparelho que tem como efeito fisiológico a oscilação das vias aéreas, 
aumentando o fluxo aéreo intermitente e pressão positiva na via aérea, devido a pressão expiratória 
positiva na via aérea, evitando colapso das prematuro das vias aéreas, ocorrendorecrutamento de 
unidades​ ​periféricas,​ ​auxiliando​ ​a​ ​remoção​ ​da​ ​secreção.​15 
A vibrocompressão é uma técnica utilizada principalmente em pacientes não colaborativos 
com​ ​secreção,​ ​que​ ​através​ ​de​ ​onda​ ​mecânica​ ​realiza​ ​a​ ​fluidificação​ ​do​ ​muco.​16 
O espirômetro de incentivo é uma técnica de expansão pulmonar, promovendo reinsuflação 
ou hiperinsuflação de alvéolos colapsados, por aumento da pressão transpulmonar decorrente da 
diminuição​ ​da​ ​pressão​ ​pleural.​17 
As mobilizações em pacientes acamados se fazem necessário devido a esse período ter 
como consequência a fraqueza, hipotrofia, a fibrose dos tecidos periarticulares, diminuição da massa 
óssea, diminuição da síntese de líquido sinovial, desorganização das fibras de colágeno, diminuição 
da extensibilidade dos tecidos e aumento da área de contato das fibras musculares com o colágeno 
do​ ​tendão,​ ​o​ ​que​ ​diminui​ ​a​ ​força​ ​gerada.​18 
As manobras realizadas durante as sessões pela fisioterapia descritas acima, se mostraram 
efetivas apesar do efeito não ser o suficiente para a melhora definitiva do paciente devido a patologia 
associada​ ​leucemia. 
 
​CONCLUSÃO 
Assim com os achados é possível afirmar que o atendimento fisioterapêutico dentro do 
ambiente hospitalar é relevante para maximizar o tratamento de patologias de ordem infecciosa 
pulmonar, mas não é capaz de tratar o paciente de neoplasias. Apenas realizando tratamento 
paliativo, focando na qualidade de vida até o momento do desfecho do caso, ou como no relatado 
quando​ ​alguma​ ​contraindicação​ ​no​ ​caso​ ​a​ ​plaquetopenia​ ​faz​ ​necessária​ ​a​ ​interrupção. 
 
​REFERÊCIAS 
1 Martins SLR.; Falcão RP. A importância da imunofenotipagem na Leucemia Mielóide Aguda. Rev. 
Assoc.​ ​Med.​ ​Bras.,​ ​​ ​São​ ​Paulo​ ​,​ ​​ ​v.​ ​46,​ ​n.​ ​1,​ ​p.​ ​57-62,​ ​​ ​Mar.​ ​​ ​2000. 
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<http://www.apcl.pt/leucemia/o-que-e-a-leucemia/tipos-de-leucemia>.​ ​Acesso​ ​em:​ ​27​ ​ago.​ ​2017. 
3 ONCOMED. Leucemias. Disponível em: 
<http://www.oncomedbh.com.br/site/?menu=Tipos%20de%20C%E2ncer&submenu=Leucemias>. 
Acesso​ ​em:​ ​27​ ​ago.​ ​2017. 
4 BIOMEDCONECT. LEUCEMIA LINFÓIDE X MIELÓIDE e AGUDA X CRÔNICA. Disponível em: 
<http://biomedconect.blogspot.com.br/2010/07/leucemia-linfoide-x-mieloide-e-aguda-x.html>. Acesso 
em:​ ​27​ ​ago.​ ​2017. 
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