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Paleontologia de Vertebrados – Parte II Prof. Lidiane Disciplina de Paleontologia Diversidade de Peixes (Agnatos e Gnatostomados). A) Haikouichthys, vertebrado basal – Cambriano Inferior. B) Myllokunmingia, possível vertebrado basal – Cambriano Inferior. (C) Conodonte, possível vertebrado agnato - Cambriano a Triássico Tardio. (D) Pharyngolepis, vertebrado agnato - Siluriano (E) Jamoytius, –Siluriano. (F) Feiticeira, craniado agnato recente. (G) Lampreia, vertebrado agnato recente. H) Shuyu zhejiangensis, Ostracodermi - Siluriano. I) Acanthodii, gnatostomado – Siluriano inferior a Permiano superior. J) Hyneria, Sarcopterígio – Devoniano. Extremidade cefálica distinta com órgãos sensoriais; Musculatura faríngea e arcos branquiais; Adição de tecidos mineralizados (escudos dérmicos, endoesqueleto, dentes); Desenvolvimento de mandíbula (Agnatha Gnatostomatha); Desenvolvimento de nadadeiras. Nadadeiras com suporte ósseo. Evolução dos primeiros vertebrados A B C D E F G H I J Agnatha: vertebrados sem mandíbulas Os primeiros Vertebrata: vertebrados agnatos 28 mm de comprimento; Cabeça mal definida que se encerra numa possível boca; 5/6 pares de fendas branquias; Miômeros em forma de v; Possível notocorda; Cavidade pericárdica; Nadadeira dorsal e possível nadadeira ventro-lateral. Myllokumingia do Cambriano Inferior de Yunnan, China. Myllokumingia (Cambriano Inferior) Os primeiros Vertebrata: vertebrados agnatos 25 mm de comprimento; Mais de 500 espécimes reconhecidos; Morfologia corpórea hidrodinâmica; Cabeça bem definida com olhos e cápsula nasal pareada; 7 fendas branquiais; Notocorda com proto- vértebra; Miômeros em forma de W; Nadadeiras dorsal e ventral. Haikouichthys do Cambriano Inferior de Yunnan, China. A) Reconstituição em vida, e B) fóssil. Fonte: Feinberg & Mallatt, (2013). Haikouichthys (Cambriano Inferior) Microfósseis (0,2 - 6mm); pequenas estruturas de apatita (semelhante ao esmalte ou dentina); Depósitos marinhos; Cambriano ao Triássico superior. Pareciam possuir: crânio notocorda miômeros raios de nadadeiras; Fendas branquiais ausente Classe Conodonta Foto e figura esquemática do conodonte fóssil do Granton Shrimp Beds da Escócia. Fonte: Barham (2015). Classe Conodonta Classe Conodonta Elemento conodonte fóssil do gênero Idiognathodus de Bailey Falls, Illinois, EUA. Fonte: Purnell & Donoghue (1997) . Modelo da estrutura original do aparelho em 3D de Idiognathodus de Bailey Falls, Illinois, EUA. Fonte: Purnell & Donoghue (1997) Classe Conodonta Classe Conodonta (A) Reconstrução da vista dorsal de Novispathodus.(B) Orientação do aparato na cabeça do conodonte. Fonte: Goudemand et al. (2011). Grande importância bioestratigráfica do Paleozóico. - Mudanças morfo-evolutivas rápidas; - Tamanho pequeno; - Ampla distribuição geográfica e registro estratigráfico; - Abundância relativa nos sedimentos; - Composição química de fácil preservação. Retêm traços como Estrôncio/Neodímio e registram assinatura isotópica da água do mar, refletindo a química dos oceanos em que viviam. Classe Conodonta Marinhos, hábitos bentônicos e pelágicos; Maioria em condições estenohalinas; Maiores registros em latitudes baixas; Predadores; Ocorrências com cefalópodes, peixes (pelágicos), equinodermos, braquiópodos, trilobitas, radiolários e graptólitos; Ampla distribuição mundial. Paleoecologia: Classe Conodonta Períodos de abundância e extinção dos conodontes durante o Paleozóico e o Triássico (Clark, 1972). Classe Conodonta Devoniano e Carbonífero superior da Bacia do Solimões (Formação Jandiatuba); Carbonífero superior da Bacia do Amazonas (Formação Itaituba) Paranaíba; Permiano da Bacia do Acre (Formação Cruzeiro-Eirunepê) e do Paraná. No Brasil, os conodontes ocorrem no: Classe Conodonta Relações filogenéticas dos vertebrados dentro dos Chordata. Este diagrama representa parentescos prováveis entre vertebrados primitivos, incluindo vertebrados agnatos viventes e extintos e os primeiros vertebrados com maxilas. Fonte: Pough (2008). Agnatos recentes não possuem osso, mas são conhecidos no depósito fossilífero a partir do Carbonífero. Possuem características muito primitivas (ex: feiticeiras são mais primitivas que os conodontes, ostracodermes e vertebrados ordovicianos) Agnatos atuais - Cyclostomata Feiticeiras (Myxinoidea ou Hyperotreti) 40 sp. Lampreias (Hyperoartia) 40 sp. Myxinoidea ou Hyperotreti (Carbonífero - Recente) Marinhas com distribuição cosmopolita; Habitam águas profundas e frias; Solitárias, porém podem ser coloniais; Necrófagos; Secretam muco pela parede do corpo. Não possui vértebras (Craniata – grupo irmão dos demais Vertebrata), nem nadadeiras pares. Agnatos atuais - Cyclostomata Hyperoartia (Carbonífero - Recente) Marinhas. Encontradas em regiões temperadas; Parasitas de outros peixes; Apresentam estruturas vertebrais cartilaginosas (arcuália); Única narina situada no topo da cabeça; Olhos grandes, corpo pineal; Fendas branquiais; Sem nadadeiras pares Mordaciidae Agnatos atuais - Cyclostomata Primeiros vertebrados inequívocos, dotados de revestimento ósseo dérmico (inovação particular de mineralização); Agnatos; Animais aquáticos e bentônicos; Variavam em tamanho ( 10-50cm); Possivelmente filtradores, porém algumas formas poderiam se alimentar de presas pequenas e de corpo mole. Muito abundantes no Siluriano e Devoniano. Classe Ostracodermi (Ostra=concha, derma=pele). (Cambriano superior – Devoniano superior) Impressões da face interna do escudo cefálico dorsal sugerem um trato olfatório; Presença de nadadeira mediana; Somente formas derivadas possuem apêndices pares laterais(nadadeiras peitorais) (Cambriano superior – Devoniano superior) Classe Ostracodermi Como nunca foi encontrada uma vértebra nos ostracodermos, provavelmente a notocorda persistia no adulto. Classe Ostracodermi Os grupos melhor conhecidos são os Pteraspida (ptera=asa, aspid=escudo) e os Cephalaspida (cephal=cabeça, aspid=escudo). Pteraspida Cephalaspida Classe Ostracodermi Alguns não possuíam carapaça, mas escamas dispersas ou corpo nu: Anaspida Classe Ostracodermi Os mais basais provém do Ordoviciano da Bolívia (Saccabambaspis). Ainda não foram encontrados no Brasil. Classe Ostracodermi Maioria dos principais grupos de agnatos coexistiram com os primeiros gnatostomados 50 Ma de coexistência (Ordoviciano- Devoniano); Redução inicial da diversidade dos ostracodermes no final do Devoniano Inferior pode estar relacionada ao rebaixamento do nível do mar, resultando na perda de habitats marinhos costeiros; A extinção dos ostracodermes no Devoniano Superior ocorreu juntamente com as extinções em massa de muitos invertebrados marinhos. Os gnatostomatos também sofreram extinções em massa no Devoniano Superior. Classe Ostracodermi Evolução dos vertebrados - Gnathostomata Gnathostomata = com maxilas e mandíbula •presença de dentes verdadeiros •presença de nadadeiras pares O surgimento das maxilas ocorreu com a incorporação dos primeiros pares de arcos branquiais à cabeça. Um maior número de possibilidades de movimentação potencializou a ação da seleção natural, agilizando o processo evolutivo dos vertebrados(aprimoramentos evolutivos: locomoção, predação, sensoriais, circulação) Gnatostomado generalizado Diversidade dos Gnatostomados Primeiros Gnatostomados: Classe Placodermi Ocorrência: do Siluriano ao Devoniano. Corpo recoberto com placas dérmicas ósseas (armadura cefálica e armadura torácica). Mandíbulas com dentes. Podem ser ancestrais de tubarões (possuíam clásper) e acantódios. Devido à caracteres das maxilas, os placodermos são isolados de todos os outros vertebrados mandibulados. Os dentes não correspondem aos dos outro gnatostomados, sendo ossos dérmicos modificados que não eram substituídos. O arco hióide não está diretamente envolvido na suspensão da mandíbula. Primeiros Gnatostomados: Classe Placodermi Os primeiros placodermos foram os Arthrodira (Arths=articulação, dira=pescoço), que se assemelhavam aos ostracodermes na aparência e hábitat. Dunkleosteus terrelli Poderiam chegar a 9 metros de comprimento e algumas placas tinham até 5cm de espessura. Classe Placodermi Não há registros de placodermes no Brasil. Registros Gondwânicos: Ocorrem na Formação de Belém, Devoniano Médio da Bolívia; Norte e Sul da África e outras massas continentais gondwânicas; Abundantes no Hemisfério Norte. Classe Placodermi Lunaspis, Devoniano inferior Classe Chondrichthyes Divide-se em duas subclasses: Subclasse Elasmobranchii (tubarões e raias) 815 espécies Subclasse Holocephali (quimeras) 31 espécies viventes Considerados fósseis-vivos de vertebrados primitivos. Notocorda contínua foi substituída por centros vertebrais cartilaginosos. O esqueleto é cartilaginoso, sem ossos verdadeiros. (Ordoviciano - Recente) Subclasse Elasmobranchii Subclasse Holocephali Classe Chondrichthyes (Ordoviciano - Recente) MORFOLOGIA EXTERNA • Corpo fusiforme • BOCA ventral e rostro (parte frontal) pontudo; • Extremidade posterior coluna vertebral desvia-se para cima terminado lobo superior da cauda - CAUDA HETEROCERCA • Nadadeiras pares – peitorais e pélvicas (macho clásper) • 1 ou 2 dorsais • 1 caudal • 1 anal (maioria tubarões) • MACHO – parte medial da nadadeira pélvica modificada - CLÁSPER • NARINAS pares (bolsas de fundo cego) – Ventrais e anteriores a boca. • OLHOS LATERAIS – sem pálpebras • ESPIRÁCULOS – atrás dos olhos (remanescentes da 1ª fenda branquial) • 5 fendas branquiais anteriores a nadadeira peitoral • PELE resistente coriácea • Coberta por ESCAMAS PLACÓIDES DÉRMICAS – semelhantes a dentes; • Dispostas de forma a reduzir a turbulência da água que flui ao longo do corpo durante natação Classe Chondrichthyes (Ordoviciano - Recente) Dentes formados por dobra do epitélio bucal (lâmina dental) não conecta na cartilagem mandibular; Bateria dentária constantemente renovado. Classe Chondrichthyes (Ordoviciano - Recente) Primeira irradiação (Paleozóico): A mandíbula era sustentada pelo 2o arco visceral, o arco hióide, de modo anfistílico (anfi = duplo; styl = suporte). Apresentavam um avanço significativo nos mecanismos de alimentação comparados com os seus contemporâneos placodermos - a troca dos dentes desgastados. A irradiação moderna, a dos cações atuais e raias, provavelmente evoluiu a partir de uma linhagem semelhante àquelas da primeira irradiação. A suspensão da mandíbula é do tipo hiostílica (apenas um ponto de articulação com o hiomandibular),o que dá mobilidade à mandíbula, permitindo que ela assuma várias posições diferentes, associadas à diferentes oportunidades alimentares. Classe Chondrichthyes (Ordoviciano - Recente) Classe Chondrichthyes – Registros fossilíferos Registros mais abundantes: dentes, espinhos e escamas; Dente Carcharadon megalodon Escama placóide em MEV. Classe Chondrichthyes – Registros fossilíferos Paleozóico: Norte: bacias do Amazonas (Carbonífero, Formação Itaituba) e Parnaíba (Permiano, Formação Pedra de Fogo e Poti); Sul: na Bacia do Paraná (Carbonífero- Permiano, Formações Irati, Teresina, Corumbataí, Rio do Rasto). Mesozóico: Norte e Nordeste: Bacia do Acre (Cretáceo, Formação Moa), Barro, Araripe (Formações Missão Velha e Santana), Pernambuco-Paraíba (Formações Gramame). Cenozóico: Nordeste: Bacia Pernambuco-Paraíba (Formações Maria Farinha). Classe Chondrichthyes Registros de Chondrichthyes no Brasil (principalmente dentes) : Iansan beurleni (Santos, 1968), do Membro Romualdo da Formação Santana (Cretáceo) Acanthodii* Ocorrência: do Siluriano ao Permiano. *Mosaico de características de grupos de Gnatostomados. Inicialmente de ambientes marinhos e posteriormente encontrados em todos os ambientes aquáticos. São encontrados na Form. Manacapuru (Dev. Bacia do Amazonas), Form. Itaituba (Carb. Bacia do Amazonas), Form. Pimenteiras (Dev. Bacia do Parnaíba). Diversidade dos Gnatostomados Devoniano: a Idade dos Peixes Classe Osteichthyes “Peixes” Grupo mais diversificado dentre todos os vertebrados (+30.000 espécies viventes); Esqueleto ósseo. Inclui peixes e tetrápodes (anfíbios, répteis, etc). Nadadeiras medianas e pares sustentadas por raios cartilaginosos (Subclasse Actinopterygii) ou ósseos (Subclasse Sarcopterygii). Maxila e mandíbula bem desenvolvidas, articuladas com o crânio. A respiração é através de brânquias ou pulmões. Existe uma grande diversidade de habitat aquáticos marinhos e de água doce. (Siluriano - Recente) Subclasse Actinopterygii (Siluriano - Recente) Nadadeiras suportadas por "raios“(=lepidotríquias); Nadadeira caudal (homocerca); Aberturas branquiais protegidas por um opérculo ósseo; Grupo diverso com mais de 27 mil espécies. Infraclasse: Chondrostei (Jurássico-Recente) Holostei (Triássico - Recente) Teleostei (Triássico - Recente) Reconstituição de Andreolepis (Actinopterygii) e escamas ganoides do Siluriano Tardio do Norte da Eurásia. Registro mais antigo de peixe Actinopterígeo: Subclasse Actinopterygii (Siluriano - Recente) No Brasil, os vestígios mais antigos de actinopterígios provém da Formação Manacapuru (Devoniano Inferior, Grupo Trombetas, Bacia do Amazonas). Muitos gêneros e espécies de Teleósteos têm sido descritos, procedentes de várias bacias paleozóicas, mesozóicas e cenozóicas. Destacam-se a ictiofauna da Bacia do Araripe (principalmente da Formação Santana) e da Bacia de Taubaté (Oligoceno). Cladocyclus Vinctifer Subclasse Actinopterygii (Siluriano - Recente) Nadadeiras peitorais e pélvicas carnosas possuem um único elemento esquelético basal; Cobertura externa da escama é de Cosmina (material derivado da dentina); Modificações nas maxilas e na articulação da mandíbula, arcos branquiais e cintura peitoral; Dentes cobertos por esmalte; Pulmonados ou não. Subclasse Sarcopterygii (Devoniano - Recente) Ancestrais de todos os vertebrados basais! 4 infraclasses (maioria extinta): Dipnoiformes, Onychodontia, Achnistia e Rhypidistia Sarcopterygii / Dipnoi: O grupo contém aproximadamente 280 espécies fósseis e apenas 6 espécies e 3 gêneros atuais. - Ceratodontiformes: peixes pulmonados australianos. - Lepidosireniformes: peixes pulmonados sulamericanos e africanos. Lepidosiren paradoxa (Piramboia). Subclasse Sarcopterygii (Devoniano - Recente) Dipterus valenciennesi - (Dev) Lake Orcadie, Scotland Sarcopterygii / Coelacanthimorpha (Actinista): Apresentam nadadeiras lobadas (único grupo a apresentar 7 nadadeiras carnudas); Escamas cosmóides. Observação: até 1939 eram conhecidos apenas por fósseis. SubclasseSarcopterygii (Devoniano - Recente) Latimeria Subclasse Sarcopterygii (Devoniano - Recente) No Brasil, dipnóicos e celacantos ocorrem nos seguintes depósitos: Bacia do Acre, Formação Solimões, Mioceno; Bacia do Parnaíba: Formação Pedra de Fogo (Permiano), Formação Codó e Itapecuru (Cretáceo); Bacia do Araripe: Formação Brejo Santo, Missão Velha e Santana (Cretáceo); Bacia do Recôncavo: Formação Ilhas (Cretáceo) Bacia Sanfranciscana: Formação Quiricó (Cretáceo) Bacia do Paraná: Formação Rio do Sul, Corumbataí e Estada Nova (Permiano). Axelrodichthys araripensis Subclasse Sarcopterygii (Devoniano - Recente)
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