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Apostila - Teoria Geral da Administração

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1
1º Semestre 2013
Apostila I
ADMINISTRAÇÃO - Introdução
Professor Mozart
Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos
EAGS - SAD
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
2
“Concurso não se faz para passar, mas até
passar.” Will iam Douglas
Professor Mozart Rocha
Teoria Geral da Administração - TGA
Apostila 01
Programa Oficial de Administração – EAGS/SAD
1. INTRODUÇÃO À TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO
Administração: ciência e técnica.
Conceitos, conteúdo e objeto de estudo da administração. Estado
atual da administ ração e sua apl icação na sociedade
moderna.
2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO
Influência dos filósofos: cientistas, empreendedores e
organizações.
3. A ABORDAGEM CLÁSSICA DA
ADMINISTRAÇÃO Administração Científica.
Teoria Clássica da Administração.
4. A ABORDAGEM HUMANÍSTICA DA
ADMINISTRAÇÃO Teorias Transitivas da Administração.
Teorias das Relações Humanas.
Decorrências da Teoria das Relações
Humanas.
5. A ABORDAGEM NEOCLÁSSICA
DA ADMINISTRAÇÃO Teoria
Neoclássica da Administração.
Decorrência da Abordagem Neoclássica:
processo administrativo, tipos de
organização e departamentalização.
Administração por Objetivos (APO).
6. A ABORDAGEM
ESTRUTURALISTA DA
ADMINISTRAÇÃO
Modelo burocrático da organização. Teoria
estruturalista da administração.
7. A ABORDAGEM
COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO
Teoria comportamental da administração. Teoria do
Desenvolvimento Organizacional.
8. A ABORDAGEM SISTÊMICA DA
ADMINISTRAÇÃO Informática e administração.
Teoria matemática da administração.
Teoria dos sistemas.
9. A ABORDAGEM CONTINGENCIAL DA
ADMINISTRAÇÃO
Teoria da contingência
10. NOVAS TENDÊNCIAS DA
ADMINISTRAÇÃO
A Era da Informação: mudanças e incertezas. Qualidade
total e Melhoria Contínua.
Reengenharia.
Benchmarking.
Capital Intelectual.
Estratégia organizacional e conclusões sobre a
Administração do Século XXI.
11. CONTROLE
Importância. Conceito. Características.
Classificação e tipos de padrões.
12.AÇÃO ADMINISTRATIVA
Os fatores de produção.
Setores funcionais básicos da empresa.
13. ADMINISTRAÇÃO
Administração da produção' conceito e generalidades.
Administração de Marketing: conceito e generalidades.
Administração de pessoal: conceito e generalidades. Administração
financeira: conceito e generalidades.
Bibliografia:
CHIAVENATO, Idalberto, Teoria geral da administração. 6.ed. rev. e
atualizada. Rio de Janeiro: Campus, v. 1, 2001.
Teoria geral da administração. 6.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro:
Campus, v. 2, 2002.
Parte I
Introdução à Teoria Geral da
Administração
Objetivo pedagógico
 Introdução
 Habilidades do Administrador
 Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração
 A Administração na Sociedade Moderna
 As perspectivas Futuras da
Administração
 As Megatendências
As Instituições que compõem e
dinamizam a sociedade moderna não
funcionam ao acaso. Elas precisam ser
administradas. Essas instituições são
constituídas de pessoas que administram
conhecimentos, recursos físicos e
materiais, financeiros, tecnológicos,
mercadológicos, etc. As pessoas nascem,
crescem, aprendem, vivem, trabalham, se
divertem, são tratadas e morrem dentro
das organizações. Há uma estreita
interdependência: a vida das pessoas depende das
organizações e estas dependem da atividade e do trabalho
das pessoas. A sociedade moderna depende das
organizações. Ela é basicamente uma sociedade de
organizações. Para que as organizações possam ser
adequadamente administradas, elas precisam ser estudadas,
conhecidas e analisadas. Essa é a razão pela qual a Teoria
das Organizações (TO) sempre caminhou à frente da Teoria
Geral da Administração (TGA), dando-lhe as bases Teóricas
de suporte. No fundo, a TGA é uma decorrência das
conclusões extraídas da TO.
A administração trata do planejamento, da organização
(estruturação), da direção e do controle de todas as
atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorre
dentro de uma organização. Sem a Administração, as
organizações jamais teriam condições de sobreviver e
crescer. A TGA é campo do conhecimento humano que se
ocupa do estudo da Administração das organizações em
geral e das empresas em particular.
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
3
Existem três tipos de habilidades que o administrador
deve possuir para trabalhar com sucesso: a Habilidade
técnica, a humana e a conceitual:
 Habilidade técnica: consiste em utilizar
conhecimentos, métodos, técnicas e
equipamentos necessários para a realização
de tarefas específicas por meio da experiência
profissional, isto é, hardware disponível.
 Habilidade humana: consiste na capacidade
de discernimento para trabalhar com pessoas,
comunicar, compreender suas atitudes e
motivações e desenvolver uma liderança
eficaz.
 Habilidade conceitual: consiste na
capacidade para lidar com idéias e conceitos
abstratos. Essa habilidade permite que a
pessoa faça abstrações e desenvolva
filosofias e princípios gerais de ação; software.
A combinação dessas habilidades varia à medida
que a pessoa sobe na escala hierárquica, de posições de
supervisão a posições de alta direção. Na medida em que
se sobe para os níveis mais elevados da organização,
diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto
aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Nos
níveis inferiores, os chefes e supervisores precisam
apenas de habilidade técnica para lidar com as tarefas.
Nos níveis mais altos, os executivos precisam
gradativamente de habilidades conceituais para decidir
sobre os destinos de sua organização.
A TGA se propõe principalmente a desenvolver
habilidade conceitual, embora não deixe de lado as
habilidades humanas e técnicas. Em outros termos, ela
busca desenvolver a capacidade de pensar, de definir
situações organizacionais complexas, de diagnosticar e de
propor soluções. As aplicações práticas da TGA serão
desenvolvidas através das diferentes disciplinas
especializadas da Administração, como Produção,
Finanças, Marketing e Recursos Humanos.
A ADMINISTRAÇÃO E SUAS
PERSPECTIVAS
Em uma época de complexidades, mudanças e
incertezas como a que atravessamos hoje, a
Administração tornou-se uma das mais importantes áreas
da atividade humana. Vivemos em uma civilização na qual
o esforço cooperativo do homem é a base fundamental da
sociedade, e a tarefa básica da Administração é a de fazer
as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e
eficaz. O avanço tecnológico e o desenvolvimento do
conhecimento humano, por si apenas, não produzem
efeitos se a qualidade da administração efetuada sobre os
grupos organizados de pessoas não permitir uma
aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais. A
Administração, como veremos adiante, está sendo
considerada a principal chave para a solução dos mais
graves problemas que afligem atualmente o mundo moderno.
Peter Drucker, autor neoclássico, afirma que não
existem países desenvolvidos e países subdesenvolvidos,
mas sim países que sabem administrar a tecnologia e os
seus recursos disponíveis e potenciais e países que ainda
não o sabem. O mesmo ocorre com as organizações.
Administração: Ciência e Técnica
A ciência significa conhecer, compreender e explicar a
realidade. A ciência busca primordialmente o conhecimento e
a explicação.
A técnica por sua vez, é uma complementação da
ciência. Seu objetivo é a operação ou manipulação da
realidade, isto é, sua transformação por meio de normas ou
procedimentos executados sobre a realidade das coisas e
objetos.
O conceito de arte encerra um conjunto de atitudes
absolutamente diferentes do conteúdo das ciências e técnicas.
A arte não busca a explicação nem a compreensão da
realidade de um objeto (tal como a ciência) e tampouco busca
transformar ou operacionalizar as coisas (tal como a técnica).
Descartamos a Administração como arte pois nela não
cabem vivências espirituais ou interpretaçõesemocionais da
realidade. Sendo assim o mais adequado é considerar a
Administração com Ciência e Técnica ao mesmo. A Ciência é
a técnica da administração atuam de forma complementar e
interativa: o campo explicativo da ciência alimenta a técnica e
do progressos e aplicações da técnica surge a realimentação
das explicações científicas.
Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração
A palavra administração vem do latim ad (direção,
tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e
significa aquele que realiza uma função abaixo do comando
de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No
entanto, a palavra administração sofreu uma radical
transformação no seu significado original. A tarefa da
Administração é interpretar os objetivos propostos pela
organização e transformá-los em ação organizacional por
meio do planejamento, organização, direção e controle de
todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos
os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da
maneira mais eficiente e eficaz. Assim, a Administração é o
processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de
recursos, a fim de alcançar objetivos.
A Teoria Geral da Administração começou com a
“ênfase nas tarefas” (atividades executadas pelos operários
em uma fábrica), através da Administração Científica de
Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a
“ênfase na estrutura” com a Teoria Clássica de Fayol e com a
Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde da
Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a
“ênfase nas pessoas”, por meios da Teoria das Relações
Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria
Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento
Organizacional. A “ênfase no ambiente” surgiu com a Teoria
dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da
Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a “ênfase
na tecnologia”. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas,
estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – provocou há seu
tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um
gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada teoria
administrativa privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas
cinco variáveis, omitindo ou relegando a segundo plano todas
as demais.
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
4
O Estado Atual da Teoria Geral da Administração
Existem cinco variáveis básicas que influenciam
poderosamente a TGA: tarefas, estrutura, pessoas,
ambiente e tecnologia. Cada teoria administrativa procura
valorizar uma ou algumas dessas variáveis básicas. Ao
longo do século XX, essas teorias administrativas – cada
qual com suas diferentes contribuições e diferentes
enfoques – contribuíram de maneira cumulativa e
abrangente para o desenvolvimento da TGA. Na verdade,
cada teoria surgiu como uma resposta aos problemas
empresariais mais relevantes de sua época, e foi bem-
sucedida ao apresentar soluções adequadas para tais
problemas. De certo modo, todas as teorias administrativas
são perfeitamente aplicáveis às situações atuais e o
administrador precisa conhecê-la bem para Ter à sua
disposição um naipe de alternativas adequadas a cada
situação.
A administração tornou-se importante na condução
da sociedade moderna. Ela não é um fim em si mesma,
mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas
da melhor forma, com o menor custo e com a maior
eficiência e eficácia.
A Administração na Sociedade Moderna
O século XX é o século da Administração. A
Administração é uma disciplina relativamente nova. A
Administração é um fenômeno universal no mundo
moderno, cada organização necessita de um
administrador ou na verdade um a equipe de
administradores em vários níveis e nas várias áreas e
funções exercidas na organização.
O administrador é um Professional cuja formação é
ampla e variada: precisa conhecer disciplinas
heterogêneas como Matemática, Direito, Psicologia,
Sociologia, Estatística, etc.
Perspectivas Futuras da Administração
Cada época desenvolve uma forma organizacional
adequada ao seu desenvolvimento e às suas
características específicas. Saímos da Era da
Industrialização e estamos ingressando na Era da
Informação. Isso significa que a forma organizacional do
fim do século XX (organização burocrática) está
desaparecendo e dando lugar a novas arquiteturas
organizacionais soltas e mais adequadas às novas
demandas da era da pós-industrialização. Cada vez mais,
os desafios da administração serão:
1. Crescimento das Organizações;
2. Concorrência mais aguda;
3. Sofisticação da tecnologia;
4. Taxas elevadas de inflação;
5. Globalização da economia e internacionalização dos
negócios e
6. Visibilidade maior das organizações.
As Megatendências
A sociedade moderna está passando por grandes
transformações: as chamadas megatendências, cujos
reflexos nas organizações e na sua administração são
profundos e marcantes. Essas megatendências são:
1. Da sociedade industrial para a sociedade de
informação
2. Da tecnologia simples para a alta tecnologia.
3. Da economia nacional para a economia
mundial.
4. Do curto prazo para o longo prazo.
5. Da democracia representativa para a
democracia participativa.
6. Das hierarquias para a comunicação lateral
intensa.
7. Da opção dual para opção múltipla.
8. Da centralização para descentralização.
9. Da ajuda institucional par a auto-ajuda.
Resumo
 Existem organizações lucrativas (chamadas empresas)
e organizações não-lucrativas (como o Exército, Igreja,
serviços públicos, entidades filantrópicas, organizações
não-governamentais etc.)
 Teorias das Organizações – TO sempre caminhou à
frente das Teoria Geral da Administração (TGA), dando-
lhe as bases teóricas de suporte. No fundo, a TGA é uma
decorrência das conclusões extraídas da TO.
 A Administração trata o planejamento, da organização
(estruturação), da direção e do controle de todas as
atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que
ocorrem de uma organização.
 O administrador é um gerador de riqueza, seja material
ou financeira, seja intelectual.
 A Lei da Indeterminação do físico alemão Werner
Heinsenberg (1901-1976), pela qual o processo de se
observar um fenômeno altera esse fenômeno.
 Existem três habilidades do administrador: habilidade
técnica, a humana e a conceitual.
 Na medida em que se sobe para os níveis mais
elevados da organização, diminui a necessidade de
habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade
de habilidade conceitual.
 A TGA se propõe principalmente a utilizar a habilidade
conceitual, embora não deixe de lado as habilidades
humanas e técnicas.
 As aplicações práticas da TGA serão desenvolvidas
através das diferentes disciplinas especializadas da
Administração, como Produção, Finanças, Marketing e
Recursos Humanos.
Que o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a
Aprovação!!!
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
5
1º Semestre 2012
Apostila II
ADMINISTRAÇÃO – Os Primórdios da
Administração
Professor Mozart
Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos
EAGS - SAD
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
6
“Concurso não se faz para passar, mas até
passar.” Will iam Douglas
Professor Mozart Rocha
Teoria Geral da Administração - TGA
Apostila 02
Parte II
Os Primórdios da Administração
Antecedentes Históricos da Administração
Objetivo pedagógico
 Mostrar a incipiente preocupação com a
Administração dede a Antiguidade até o
início do século XX.
 Alinhar a influência dos filósofos, da
organização eclesiástica, da organização
militar e dos economistas liberais.
 Mostrar a influência da Revolução Industrial
e como ela preparou o terreno para as
primeiras tentativas de se construir uma
Ciência da Administração.
 Mostrar a influência dos empreendedores,
pioneiros.
Influência dos Filósofos
administração recebeu influencia da Filosofia
desde os tempos da Antigüidade. O filósofo
grego Sócrates, em sua discussãocom
Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a Administração
como uma habilidade pessoal separada do conhecimento
técnico e da experiência.
Platão, discípulo de Sócrates, analisou os problemas
políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e
cultural do povo grego. Em sua obra, A república, expõe a
forma democrática de governo e de administração dos negócios
públicos.
Aristóteles, discípulo de Platão, deu o impulso inicial à
Filosofia, abrindo as perspectivas do conhecimento humano. No
livro Política, sobre a organização do Estado, distingue as três
formas de administração pública:
1 – Monarquia ou governo de um só (que pode degenerar em
tirania)
2 – Aristocracia ou governo da elite (que pode degenerar em
oligarquia)
3 - Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em
anarquia)
Ao longo dos séculos que vão da Antigüidade até o
início da Idade Moderna a Filosofia concentrou-se em
preocupações distanciadas dos problemas administrativos.
Francis Bacon, filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica
Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a
preocupação prática de se separar experimentalmente o que é
essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se
ao princípio administrativo da “prevalência do principal sobre o
acessório”.
O maior expoente da época foi René Descartes. Filósofo,
matemático e físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna.
Criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à matemática e
Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-se pelo livro O
Discurso do Método, no qual descreve seu método filosófico
denominado “método cartesiano”, cujos princípios são:
1 Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: Consiste
em não aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não
se souber com evidência aquilo que é realmente verdadeiro.
2 Princípio da Análise ou de Decomposição: Consiste em
dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas
partes quantas sejam possíveis e necessárias à sua solução,
a fim de resolver cada uma separadamente.
3 Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em
conduzir ordenadamente os pensamentos e o raciocínio,
começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples
de se conhecer, para passar gradualmente aos mais difíceis.
4 Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em
fazer verificações e revisões em tudo, para que nada seja
omitido ou deixado de lado.
Vários princípios da administração, como os da divisão
do trabalho, da ordem e do controle, são decorrentes dos
princípios cartesianos.
Influência da Organização da Igreja Católica
través dos séculos, as normas administrativas e os
princípios da organização pública foram se
transferindo das instituições dos Estados para as
Instituições da Igreja Católica e organizações
militares. Isso porque a unidade de propósitos e objetivos –
princípios fundamentais na organização eclesiástica e militar –
nem sempre é encontrada na ação Política dos Estados, movida
por objetivos contraditórios de cada partido, dirigente ou classe
social.
Ao longo dos séculos, A Igreja Católica estruturou a sua
organização com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior
(assessoria) e a coordenação funcional para assegurar
integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e
eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar sob
o comando de uma só cabeça executiva: o Papa. A estrutura da
organização eclesiástica serviu de modelo para muitas
organizações que incorporaram seus princípio e normas
administrativas.
Influência da Organização Militar
organização militar influenciou as teorias da
Administração ao longo do tempo. A organização
linear tem suas origens na organização militar dos
exércitos da Antigüidade e da época medieval. O princípio da unidade
de comando (pelo qual cada subordinado só pode Ter um superior) é
o núcleo central das organizações militares. A hierarquia – ou seja, a
escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade –
provém da organização militar. Com o passar dos tempos, na medida
em que o volume de operações militares aumenta, cresce também a
necessidade de delegar autoridade para os níveis mais baixos da
organização militar.
A
A
A
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
7
O conceito de hierarquia na organização militar é tão
antigo quanto à própria guerra. A evolução do princípio de
assessoria e de estado-maior teve sua origem no século XVIII
na Prússia, com o Imperador Frederico II, o Grande. Para
aumentar a eficiência do seu exército, criou um estado-maior
(staff) para assessorar o comando (linha) militar. Os oficiais de
assessoria trabalhavam independentemente, numa separação
entre planejamento e execução das operações de guerra.
Oficiais formados no estado-maior eram transferidos para
posições de comando e novamente para o estado-maior, o que
assegurava experiência e vivência nas funções de gabinete, de
campo e novamente de gabinete.
Outra contribuição da organização militar é o princípio de
direção, por meio do qual todo soldado deve saber o que se
espera dele e o que ele deve fazer.
No início do século XIX, o general prussiano Carl Von
Clausewitz escreveu o Tratado sobre a Guerra e os Princípios
da Guerra. Foi o inspirador dos teóricos da Administração que
se basearam na organização e estratégia militares para adaptá-
las à organização e estratégia empresariais.
Clausewitz considerava a disciplina um requisito
fundamental para a organização. Para ele, toda organização
requer planejamento, no qual as decisões devem ser científicas
e não intuitivas.
Influência da Revolução Industrial
om a invenção da máquina a vapor por James
Watt e a sua aplicação à produção, surgiu uma
nova concepção de trabalho que modificou
completamente a estrutura social e comercial da época,
provocando profundas mudanças de ordem econômica, política
e social que, num lapso de um século, foram maiores do que as
mudanças havidas em todo o milênio anterior. É a chamada
Revolução Industrial, que passou por duas épocas distintas:
1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e
do ferro
1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou do aço e da
eletricidade
A 1ª Revolução Industrial apresenta quatro fases
distintas:
1ª fase: Mecanização da indústria e da agricultura.
2ª fase: Aplicação da força motriz à indústria.
3ª fase: Desenvolvimento do sistema fabril.
4ª fase: Espetacular Crescimento dos transportes e das
comunicações.
A 2ª Revolução Industrial começa por volta de 1860,
provocada por três acontecimentos importantes: o novo
processo de fabricação do aço; o aperfeiçoamento do dínamo e
a invenção do motor de combustão interna.
Da calma produção do artesanato, em que os operários
eram organizados em corporações de ofício regidos por
estatuto, em que se conheciam, passou-se rapidamente para o
regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes
fábricas. Houve uma súbita modificação da situação provocada
por dois aspectos, a saber:
 A Transferência da habilidade do artesão para a
máquina.
 A substituição da força do animal ou do músculo
humano pela maior potência da máquina a vapor,
permitindo maior produção e maior economia.
Assim, a Revolução Industrial provocou profundas
modificações na estrutura empresarial e econômica da época.
Mas não chegou a influenciar os princípios de administração
das empresas então utilizadas. Os dirigentes de empresas
trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das
demandas de uma economia em rápida expansão e tinham por
modelo as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos
anteriores.
A organização e a empresa moderna nasceram com a
Revolução Industrial graças a fatores como:
a) A ruptura das estruturas corporativas da Idade
Média;
b) O avanço tecnológico, graças à aplicação dos
progressos científicos à produção, com a
descoberta de novas formas de energiae a
enorme ampliação de mercados.
c) A substituição do tipo artesanal por um tipo
industrial de produção.
Influência dos Economistas Liberais
o término do século XVIII, os economistas clássicos
liberais conseguem aceitação de suas teorias. A reação
para o liberalismo culmina com a revolução Francesa.
Os bens naturais, sociais e econômicos são inalienáveis e deve existir
uma harmonia preestabelecida em toda coletividade de indivíduos.
Segundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência
estatal, pois o trabalho segue os princípios econômicos e a mão-de-
obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o comércio
ou o mercado de matérias-primas.
As idéias básicas dos economistas clássicos liberais
constituem os germes do pensamento administrativo de nossos dias.
Adam Smith é o fundador da economia clássica, cuja idéia central é a
competição. Os mercados em que vigora a competição funcionam
espontaneamente, de modo a garantir a alocação dos recursos e da
produção sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o único
papel econômico do governo é a intervenção na economia quando o
mercado deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja,
quando não ocorre competição livre. Em seu livro A Riqueza Das
Nações, publicado em 1776, Adam Smith apregoa que a origem da
riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização
das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos que,
mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como base
fundamental da Administração Científica.
James Mill (1773-1836), outro economista liberal, sugeria
em seu livro Elementos de Economia Política, publicado em 1826,
uma série de medidas relacionadas com os estudos de tempos e
movimentos como meio de obter incremento nas indústrias da
época.
Em 1817, David Ricardo publica seu livro Princípios de
Economia Política e Tributação, no qual aborda o trabalho capital,
renda, custo, produção , preços e mercados.
John Stuart Mill (1806-1873), filósofo utilitarista, publicou
também um livro, Princípios de Economia, no qual propõe um
conceito de controle extremamente voltado para o problema de
como evitar furtos e mercados.
Karl Marx e Friedrich Engels foram os criadores do
chamado socialismo científico e do materialismo histórico,
publicam em 1848 o Manifesto Comunista, um verdadeiro
programa de comunismo.
Em 1867, Marx publica o primeiro volume de O Capital e,
mais adiante, suas teorias a respeito de mais-valia com base na
teoria do valor-trabalho.
No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo
passam a obrigar o capitalismo a enveredar pelo caminho do
aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos e na
sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida
pelas exigências proletárias, menos graves se tornam as injustiças
e mais acelerado se configura o processo de desenvolvimento da
tecnologia. Dentro dessa situação, surgem os primeiros esforços
nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e
processo de racionalização do trabalho.
C
A
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
8
Influência dos Pioneiros e Empreendedores
O século XIX assistiu a um monumental desfilo de
inovações de mudanças no cenário empresarial. O mundo estava
mudando. E as empresas também. As condições para o
aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando
gradativamente.
Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura
administrativa definida. Poucas empresas exigiam serviços de um
administrador. Em geral eram negócios de família, em que dois ou
três parentes cuidavam das atividades principais. O presidente era
tesoureiro, comprador ou vendedor e atendia aos agentes
comissionados.
A partir de 1870, surgiram os primitivos impérios industriais,
aglomerados de empresas que se tornaram grandes demais para
serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares.
Procurava-se maior eficiência na produção, compras,
distribuições e vendas. Os meios de reduzir custos diminuíram, as
margens de lucro baixaram, o mercado foi-se tornando saturado e
as empresas começaram a procurar mercados por meio da
diversificação de produtos. A velha estrutura funcional começou a
emperrar. Surge a empresa integrada e multidepartamental.
Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram
financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma
questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores
pensavam. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos
grandes organizadores da empresa moderna. Estava chegando a
era da competição e da decorrência como concorrência dos
seguintes fatores:
1 – Desenvolvimento tecnológico e disseminação do conhecimento
que permitiu que um crescente número de empresas e nações
concorressem nos mercados mundiais.
2 – O livre comércio.
3 – A mudança dos mercados vendedores para mercados
compradores.
4 – O aumento da capacidade de investimento de capital e
elevação dos níveis de ponto de equilíbrio.
5 – A rapidez do ritmo de mudança tecnológica, que torna obsoleto
um produto ou reduz drasticamente seus custos de produção.
6 – O crescimento dos negócios e das empresas.
Todos esses fatores iriam completar as condições propícias
para a busca de bases científicas para a melhoria da prática
empresarial e para o surgimento da teoria administrativa.
ABORDAGEM CLÁSSICA
O sucesso das organizações dependerá de sua capacidade
de ler a realidade externa, rastrear mudanças e transformações,
identificar oportunidades ao seu redor para responder pronta e
adequadamente a elas, de um lado, e reconhecer ameaças e
dificuldades para neutralizá-las ou amortecê-las, de outro lado.
A ênfase pragmática nas técnicas e no “como fazer as
coisas”, com a utilização de fórmulas e receitas universais de
gerência já utilizadas com sucesso, sem que se visualize cada
nova e diferente situação, não basta. Mais importante do que saber
como fazer é saber o que fazer. Nisso reside a essência
fundamental da administração contemporânea: a visão estratégica
de cada operação, ou em outras palavras: a necessidade de
visualizar cada tarefa, cada atividade em um contexto ambiental
mais amplo e que se modifica a cada momento
No despontar do século XX, surgiu a Abordagem Clássica da
Administração. Ela é desdobrada em duas orientações diferentes e,
até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com
relativa coerência:
1. De um lado, a Administração Científica desenvolvida nos
Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. A
preocupação era aumentar a eficiência no nível operacional,
isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na
divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do
cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da
organização. Neste sentido a abordagem da Administração
Científica, é uma abordagem de baixo para cima (do operário
para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo
(organização da fábrica). Predominava a atenção para o método
de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma
tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. O
cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do
operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc.,
que constituem a chamada organização racional do trabalho
(ORT): uma engenharia industrial dentro de uma concepção
pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal característica da
Administração Científica.
2. De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologistas da
organização, desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros
de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica. A
preocupação era aumentar a eficiência da empresa por meio da
forma e disposição dos órgãos componentes da organização
(departamentos) e de suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase
na anatomia (estrutura) e fisiologia (funcionamento) da
organização. A abordagem da Teoria Clássica é umaabordagem
inversa à administração Científica: de cima para baixo (da direção
para a execução) e do todo (organização) para as suas partes
componentes (departamentos). A ênfase na estrutura é a sua
principal característica.
Origens da Abordagem Clássica
As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às
conseqüências geradas pela Revolução Industrial e podem ser
resumidas em dois fatos genéricos, a saber:
1. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas,
ocasionando gradativa complexidade na sua administração e
exigindo uma abordagem científica e mais apurada que
substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes.
2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência
das organizações, no intuito de se obter o melhor rendimento dos
recursos e fazer face à concorrência e à competição entre as
empresas. Surge a divisão do trabalho entre os que pensam e os
que executam. Os primeiros fixam os padrões de produção,
descrevem os cargos, fixam funções, definem métodos e normas
de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o
surgimento do taylorismo nos Estados Unidos e do fayolismo na
Europa.
Resumo
 Sempre existiu no decorrer da história da humanidade
alguma forma rudimentar de administrar as organizações.
 O desenvolvimento das idéias e teorias a respeito da
Administração foi muito lento até o século XIX, acelerando-se a
partir do início do século XX.
 A influência de filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles,
nos conceitos de Administração na Antiguidade é muito forte.
Com a Filosofia Moderna, destacam-se Bacon (Pai da Lógica
Moderna) e René Descartes. Na física Clássica se destaca
Newton. O racionalismo e o reducionismo imperam.
 A organização Eclesiástica da Igreja Católica influenciou o
pensamento administrativo e as formas de estruturação das
empresas.
 A organização militar influenciou a Administração, contribuindo
com princípios administrativos.
 A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico,
social, político e econômico que permitiu o surgimento da teoria
administrativa.
 Os economistas liberais como Adam Smith proporcionaram
suporte para o aparecimento de princípios de Administração que
teriam aceitação posteriormente. As idéias de Marx e Engels
promoveram o surgimento do socialismo e do sindicalismo.
 A influência dos pioneiros de dos empreendedores foi
fundamental par a criação das condições básicas para o
surgimento da Teoria Administrativa.
CURSO PROGRESSÃO
Profº Mozart
9
1º Semestre 2012
Apostila III
ADMINISTRAÇÃO – Abordagem
Clássica da Administração
Professor Mozart
Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos
EAGS - SAD
10
“Concurso não se faz para passar, mas
até passar.” Will iam Douglas
Professor Mozart Rocha
Teoria Geral da Administração - TGA
Apostila 03
Parte III
Abordagem Clássica
Administração Científica
Objetivo pedagógico
 Mostrar os fundamentos da Administração
Científica, os princípios de Administração e a
ORT, como base para a Administração.
 Identificar a ênfase nas tarefas e nos meios
(métodos e processos de trabalho) e na
busca pela eficiência.
 Identificar a nova filosofia da Administração
Científica.
 Esclarecer como a tecnologia influenciou o
pensamento da época.
 Delinear o conceito de homem econômico
 Identificar as limitações e restrições da
Administração Científica através de uma
apreciação crítica.
Abordagem Clássica
da Administração
o despontar do século XX, surgiu a Abordagem
Clássica da Administração. Ela é desdobrada em
duas orientações diferentes e, até certo ponto,
opostas entre si, mas que se complementam com relativa
coerência:
3. De um lado, a Administração Científica desenvolvida
nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. A
preocupação era aumentar a eficiência no nível
operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase
na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez
que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a
unidade fundamental da organização. Neste sentido a
abordagem da Administração Científica, é uma
abordagem de baixo para cima (do operário para o
gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o
todo (organização da fábrica). Predominava a atenção
para o método de trabalho, para os movimentos
necessários à execução de uma tarefa, para o tempo
padrão determinado para sua execução. O cuidado
analítico e detalhista permitia a especialização do operário
e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que
constituem a chamada organização racional do trabalho
(ORT): uma engenharia industrial dentro de uma
concepção pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal
característica da Administração Científica.
4. De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologistas
da organização, desenvolvida na França, com os trabalhos
pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria
Clássica. A preocupação era aumentar a eficiência da
empresa por meio da forma e disposição dos órgãos
componentes da organização (departamentos) e de suas
inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia
(estrutura) e fisiologia (funcionamento) da organização. A
abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à
administração Científica: de cima para baixo (da direção
para a execução) e do todo (organização) para as suas
partes componentes (departamentos). A ênfase na
estrutura é a sua principal característica.
Origens da Abordagem Clássica
As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam
às conseqüências geradas pela Revolução Industrial e podem ser
resumidas em dois fatos genéricos, a saber:
3. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas,
ocasionando gradativa complexidade na sua administração
e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que
substituísse o empirismo e a improvisação até então
dominantes.
4. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência
das organizações, no intuito de se obter o melhor
rendimento dos recursos e fazer face à concorrência e à
competição entre as empresas. Surge a divisão do trabalho
entre os que pensam e os que executam. Os primeiros
fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, fixam
funções, definem métodos e normas de trabalho, criando
as condições econômicas e técnicas para o surgimento do
taylorismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa.
ADMINISTRAÇÃO
CIENTÍFICA
A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a
ênfase nas tarefas, isto é, nas atividades cotidianas do operário. O
nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação
dos métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de
alcançar maior eficiência industrial. Os principais métodos
científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a
observação e a mensuração. A Escola da Administração Científica
foi iniciada no começo do século XX pelo engenheiro americano
Frederick W. Taylor. Taylor teve inúmeros seguidores (como
Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford e Barth).
1 – Primeiro Período de Taylor
O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação
do seu livro Shop Management (Administração de Oficinas), sobre
as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do
Estudo de Tempos e Movimentos. Taylor começou por baixo,
efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada
operário, decompondo seus movimentos e processos de trabalho,
aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente.
A
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11
2 – Segundo Período de Taylor
Corresponde à época da publicação do seu livro Princípios de
Administração Científica quando concluiu que a racionalização
do trabalho do operário deve ser acompanhada de uma
estruturação geral da empresa para tornar coerente a aplicação
dos seus princípios.
Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três
males:
- Vadiagemsistemática dos operários.
- Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do
tempo necessário para sua realização.
- Falta de Uniformidade das técnicas e métodos de trabalho.
Para sanar esses três males, idealizou um sistema que
denominou de Scientific Management e que foi difundido sob os
nomes de Administração Científica, Sistema de Taylor,
Gerência Científica, Organização Científica do trabalho e
Organização Racional do Trabalho. Segundo Taylor,
Administração Científica é antes uma evolução e não uma
teoria, tendo como ingredientes 75% de análise e 25% de bom
senso. A implantação da Administração Científica deve ser
gradual para evitar alterações bruscas que causem
descontentamento por parte dos empregados e prejuízo aos
patrões.
Apesar de sua atitude pessimista a respeito da natureza
humana, Taylor se preocupou em criar um sistema educativo
baseado na intensificação do ritmo de trabalho em busca da
eficiência empresarial e, em um nível mais amplo, reduzir a
perda que o país vinha sofrendo com a vadiagem e ineficiência
dos operários.
Administração como Ciência
Para Taylor, a organização do trabalho deve ser estudada e
tratada cientificamente e não empiricamente. A improvisação
deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a
Ciência da Administração. Inovou ao fazer a análise completa
do trabalho, inclusive dos tempos e movimentos, estabelecer
padrões de execução, treinar operários, especializar o pessoal,
inclusive o de gerência, instalar uma sala de planejamento, em
resumo, assumir uma atitude metódica ao analisar e organizar
a unidade fundamental de qualquer estrutura, adotando esse
critério até o topo da organização, tudo isso o eleva a uma
posição não comum no campo da organização.
A Administração Científica constitui uma combinação dos
seguintes ingredientes:
* Ciência, em lugar do empirismo.
* Harmonia, em vez de discórdia.
* Cooperação, não individualismo.
* Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida.
* Desenvolvimento de cada homem, no intuito de alcançar
maior eficiência e prosperidade.
O principal objetivo da Administração é assegurar o máximo de
prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de
prosperidade ao empregado. Taylor salienta que a maioria das
pessoas acredita que os interesses dos empregados e dos
empregadores são antagônicos. Ao contrário, a Administração
Científica parte da certeza de que os interesses de ambos são
um único interesse: a prosperidade do empregador não pode
existir por muito tempo se não for acompanhada da
prosperidade do empregado, e vice-versa.
Organização Racional do Trabalho
Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de
executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos
companheiros vizinhos. Notou que isso conduzia a diferentes
métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de
instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Há
sempre um método mais rápido e um instrumento mais
adequado que os demais (the one way) que pode ser
encontrado e aperfeiçoado por meio de uma análise científica e
um acurado estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a
critério pessoal de cada operário. Assim, a Administração
Científica impõe uma repartição de responsabilidades: a gerência
fica com o planejamento e a supervisão, enquanto o trabalhador
fica somente com a execução do trabalho. A gerência pensa e o
trabalhador executa. Essa tentativa de substituir métodos
empíricos e rudimentares por métodos científicos recebeu o
nome de Organização racional do trabalho (ORT). A
organização racional do trabalho se baseia em:
1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos
2. Estudo da fadiga humana.
3. Divisão do trabalho e especialização do operário
4. Desenho de cargos e de tarefas
5. Incentivos salariais e prêmios de produção
6. Condições ambientais de trabalho, como iluminação,
temperatura, conforto, etc.
7. Padronização de métodos e de máquinas
8. Supervisão funcional
Os Aspectos da ORT, tratados caso a caso.
Análise do trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos.
O instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários
era o estudo de tempos e movimentos (motion-time study). O
trabalho é executado melhor e mais economicamente por meio da
análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os
movimentos necessários à execução de cada operação de uma
tarefa.
Com isso, padronizava-se o método de trabalho e o tempo
destinado à sua execução. Método é a maneira de se fazer
alguma coisa para obter um determinado resultado. O estudo dos
tempos e movimentos permite a racionalização dos métodos de
trabalho do operário e a fixação dos tempos padrões para a
execução das tarefas.
Os objetivos do estudo de tempos e movimentos são:
1. Eliminação de todo o desperdício de esforço humano.
2. Adaptação dos operários à tarefa.
3. Treinamento dos operários.
4. Especialização do operário.
5. Estabelecimento de normas de execução do trabalho.
Frank B. Gilbreth foi um engenheiro americano que acompanhou
Taylor no esforço de aumentar a produtividade. Introduziu o
Estudo dos tempos e movimentos dos operários como técnica
administrativa para a racionalização do trabalho. Concluiu que
todo trabalho manual pode ser reduzido a movimentos
elementares (aos quais deu o nome de therbligh, anagrama de
Gilbreth) necessários à execução de qualquer tarefa.
Os movimentos elementares (therbligs) permitem decompor e
analisar qualquer tarefa. A tarefa de colocar parafusos representa
sete movimentos elementares: pegar o parafuso, transportá-lo até
a peça, posicioná-lo, pegar e transportar a chave de fenda até o
parafuso, utilizá-la e posicioná-la na situação anterior. O therblig
constitui a unidade fundamental do trabalho.
O conceito de eficiência é fundamental para a Administração
Científica. A análise do trabalho e o estudo dos tempos e
movimentos focalizam a melhor maneira de executar uma tarefa e
elevar a eficiência do operário. A organização racional do trabalho
busca a melhor maneira, isto é, o melhor método de trabalho para
se realizar a tarefa. O método define o padrão de desempenho,
que é equivalente a 100% do tempo padrão. A eficiência do
operário significa a relação entre o desempenho real e o
desempenho previamente estabelecido como eficiência igual a
100%. Emerson utiliza a expressão “engenharia da eficiência”
como uma especialidade na obtenção e maximização de
eficiência. Para ele, eficiência é a relação entre o que é feito e o
que pode ser feito. A conseqüência direta da eficiência é a
produtividade. Quanto maior a eficiência, tanto maior a
produtividade.
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12
Estudo da Fadiga Humana
O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e fisiologia
humanas. Gilbreth efetuou estudos sobre os efeitos da fadiga
na produtividade do operário. Verificou que a fadiga predispõe o
trabalhador para: diminuição da produtividade e da qualidade
do trabalho; perda de tempo; aumento da rotatividade de
pessoal; doenças; acidentes e diminuição da capacidade de
esforço. Em suma, a fadiga é considerada um redutor da
eficiência.
Divisão do trabalho e Especialização do operário
Uma das decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi
a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim de
elevar sua produtividade. Com isso, cada operário passou a ser
especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas
simples e elementares, para se ajustar aos padrões descritos e
às normas de desempenho estabelecidas pelo método. Com
isso, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer
a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado à
execução automática e repetitiva, durante toda a sua jornada
de trabalho. A idéia predominante era a que a eficiência
aumenta com a especialização: quanto mais especializado for
um operário, tanto maior será a sua eficiência.
Desenho de Cargos e Tarefas
Tarefa é toda e qualqueratividade executada por uma pessoa
no seu trabalho dentro de organização. A tarefa constitui a
menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma
organização. Cargo é o conjunto de tarefas executadas de
maneira cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo é especificar
seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as
relações com os demais cargos existentes. O desenho de
Cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e
combinado com outros para execução das tarefas.
Incentivos Salariais e Prêmios de Produção
Para obter a colaboração do operário, Taylor e seus seguidores
desenvolveram planos de incentivos salariais e de prêmios de
produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada
no tempo não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser
substituída por remuneração baseada na produção de cada
operário: o operário que produz pouco ganha pouco e o que
produz mais, ganha na proporção de sua produção. Era
necessário um estímulo salarial adicional para que os operários
ultrapassassem o tempo padrão. O tempo padrão – isto é, o
tempo médio necessário para o operário realizar a tarefa
racionalizada – constitui o nível de eficiência equivalente a
100%.
O plano de incentivo salarial funciona como o conciliador dos
interesses da empresa em obter um custo de produção cada
vez mais reduzido e acompanhado de maior produtividade e
maior rendimento, com os interesses dos operários em obter
salários mais elevados. Com efeito, a Administração Científica
levou o operário americano a ser um dos operários mais bem
pagos do mundo industrializado e detentor de elevado padrão
de vida, graças aos seus ganhos. Contudo, esse operário de
bom salário e de bom padrão de vida teve de suportar durante
longas décadas um trabalho simples, repetitivo, chato,
padronizado e monótono. É que os engenheiros da
Administração Científica partiam de certas pressuposições
errôneas a respeito da natureza humana.
Conceito de Homo Economicus
A administração Científica fundamenta-se no conceito de homo
economicus, isto é, do homem econômico: o trabalhador
influenciado exclusivamente por recompensas salariais,
econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura o
trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar
a vida por meio do salário que o trabalho proporciona.
Essa visão estreita da natureza humana – o homem econômico
– não se limitava a ver o homem como um empregado por
dinheiro. Pior ainda: via no operário da época, um indivíduo
limitado e mesquinho, preguiçoso e culpado pela vadiagem e
desperdício das empresas e que deveria ser controlado por meio
do trabalho racionalizado e do tempo padrão.
Condições e Trabalho
Taylor e seus seguidores verificaram que a eficiência depende
não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas
também de um conjunto de condições ambientais de trabalho que
garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga.
Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam
a constituir elementos importantes no aumento da eficiência. O
conforto do operário e a melhoria do ambiente físico passam a ser
valorizados, não porque as pessoas merecessem, mas porque
eram essenciais para a obtenção da eficiência do trabalhador.
Racionalização do Trabalho
A contribuição de Taylor à administração foi logo enriquecida com
uma torrente de outras contribuições feitas por contemporâneos.
Henry Lawrence Gantt, um engenheiro americano que trabalhou
com Taylor passou a se dedicar a uma nova profissão liberal: a de
engenheiro consultor em racionalização do trabalho. Enquanto
Taylor dava ênfase à análise e à organização do trabalho em si
como solução para os problemas de eficiência e produtividade,
Gantt dava maior atenção às pessoas que executam o trabalho.
Enquanto um se preocupava com o aspecto tecnológico e
metodológico, o outro se voltava para o aspecto psicológico e
humano, insistindo na importância do elemento humano na
produtividade. Urwick salienta que nos seus últimos anos de vida,
Gantt foi apontado como um apóstolo da paz industrial pelo seu
apelo para o reconhecimento mais amplo do elemento humano na
administração e do fato que influenciam o comportamento do
empregado.
Padronização
A organização racional do trabalho foi mais além e passou a se
preocupar também com a padronização dos métodos e processo
de trabalho, das máquinas e equipamentos.
Padrão é uma unidade de medida adotada e aceita comumente
como critério. A padronização é a aplicação de normas em uma
organização para obter uniformidade e, consequentemente,
redução de custos. A padronização passa a ser vital para a
Administração Científica na melhoria da eficiência.
Supervisão Funcional
A especialização do operário deve ser acompanhada da
especialização do supervisor e não de uma centralização da
autoridade. Taylor propunha a chamada supervisão funcional, que
nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada
qual especializado em determinada área e que tem autoridade
funcional sobre os mesmos subordinados. Assim a autoridade
funcional é relativa e parcial.
A supervisão funcional representa a aplicação da divisão do
trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes.
Essa concepção trouxe muitas críticas, pois se argumenta que um
operário não pode subordinar-se a dois ou mais chefes.
1 - Princípios da Administração Científica de Taylor
- Princípio do Planejamento.
- Princípio do Preparo.
- Princípio do Controle.
- Princípio da Execução.
2 – Princípios de Eficiência de Emerson
Harrington Emerson, um dos principais seguidores de Taylor,
procurou simplificar os métodos de trabalho. Popularizou a
Administração Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos
sobre seleção e treinamento de empregados.
3 – Princípios Básicos de Ford
O mais conhecido dos precursores da Administração Científica,
Henry Ford iniciou sua vida como mecânico, chegando a
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13
engenheiro chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um
modelo de automóvel e fundou sua primeira fábrica de
automóveis, que logo foi fechada. Em 1903, fundou a Ford
Motor Co. Sua idéia era fabricar carros – antes artesanais,
únicos, feitos sob medida, caríssimos e destinados a poucos
milionários – a preços populares dentro de um plano de vendas
e assistência técnica. Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a
grande inovação do século XX: a produção em massa. Embora
não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de
montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a
produção de maior número de produtos acabados com maior
garantia de qualidade e pelo menor custo possível. Em 1913 já
fabricava 800 carros por dia.
Por meio da racionalização da produção idealizou a linha de
montagem que permitiu a produção em série. O produto é
padronizado quanto ao material, mão-de-obra, maquinário,
desenho e ao mínimo custo possível. A condição precedente,
necessária e suficiente é a capacidade de consumo em massa
seja real ou potencial. A produção em massa baseia-se na
simplicidade. Três aspectos suportam o sistema:
* Ausência de interrupções
* O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de obrigá-lo a ir
buscá-lo.
* As operações são articuladas e coordenadas em todos os
seus elementos.
Ford adotou três princípios básicos, a saber:
- Princípio da intensificação.
- Princípio da economicidade
- Princípio da produtividade.
O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por
meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico.
4 – Princípio da Exceção
Taylor adotou um sistema operacional de controle bastante
simples baseado não no desempenho médio, mas nas
exceções ou desvios dos padrões normais. Em outros termos, o
que ocorre dentro dos padrões normais não deve ocupar a
atenção do administrador. Este deveria, prioritariamente,
verificar as ocorrências que se afastem dos padrões, ou seja,
as exceções, para corrigi-las adequadamente.Dessa forma, os
desvios positivos ou negativos que fogem dos padrões normais
devem ser rapidamente identificados e localizados para a
tomada de providências.
Daí o princípio da exceção, segundo o qual as decisões
freqüentes devem se reduzir à rotina e ser delegadas aos
subordinados, deixando os problemas mais sérios e
importantes para os superiores. O princípio da exceção é um
sistema de informação que funciona apenas quando os
resultados divergem ou se distanciam dos resultados previstos
em um programa. Esta foi a forma pela qual Taylor concebeu a
delegação e que se tornaria um princípio de organização
amplamente aceito.
Apreciação Crítica da Teoria da
Administração Científica
A Administração Científica inaugura a Era da Máquina na teoria
administrativa e foi construída em torno da especialização e da
divisão do trabalho. A produção em massa foi sua criação
maior. Por essas razões, a obra de Taylor e de seus seguidores
tem recebido numerosas críticas. Todavia, essas críticas não
diminuem o mérito e o galardão de pioneiros e desbravadores
da nascente teoria administrativa. Na verdade, o termo
Administração Científica deveria ser substituído por estudo
científico do trabalho.
A conseqüência imediata da Administração Científica foi uma
redução revolucionária no custo dos bens manufaturados. Ela
também tornou possível o aumento substancial dos salários, ao
mesmo tempo em que reduzia o custo total dos produtos.
As principais críticas à Administração Científica serão
resumidas a seguir.
1. Mecanicismo da Administração Científica
A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores
diretamente relacionados com o cargo e função do operário. Muito
embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca
atenção ao elemento humano e concebeu a organização como
“um arranjo rígido e estático de peças, ou seja, como uma
máquina”. Daí a denominação “teoria da máquina” dada a essa
abordagem.
2. Superespecialização do Operário
Na busca da eficiência, a Administração Científica
preconizava a especialização do operário por meio da divisão de
toda operação em seus elementos constitutivos. As tarefas mais
simples – o resultado daquela subdivisão – podem ser mais
facilmente ensinadas e a perícia do operário pode ser
incrivelmente aumentada. Por outro lado, alcança-se uma
respeitável padronização no desempenho dos operários, pois na
medida em que as tarefas vão se fracionando, a maneira de
executá-las passa a ser padronizada. Essa “forma de organização
de tarefas priva os operários da satisfação no trabalho e, o que é
pior, viola a dignidade humana”. A especialização do operário,
através da fragmentação das tarefas, torna supérflua sua
qualificação profissional: facilita-se com isso a seleção, o
treinamento e a supervisão do pessoal. A partir daí, a divisão do
trabalho contribui para facilitar a execução da tarefa e permitir a
constante troca de indivíduos, além de incorporar uma força de
trabalho de nível mais baixo, ampliando o mercado de trabalho.
3. Visão Microscópica das Pessoas
A Administração Científica refere-se à pessoa como um
empregado considerado individualmente, ignorando que ele é um
ser humano social. A partir de sua concepção negativista do
homem – na qual as pessoas são preguiçosas, indolentes e
ineficientes – Taylor enfatiza o papel monocrático do
administrador. O esquema de Taylor impõe o trabalho
desqualificado que coexiste com a estrutura administrativa
monocrática e alienante, na qual a principal virtude é a obediência
às ordens.
4. Ausência de Comprovação Científica
A Administração Científica pretende elaborar uma ciência sem,
entretanto, apresentar comprovação científica das suas
proposições e princípios. Os engenheiros americanos utilizaram
pouquíssima pesquisa e experimentação científica para
comprovar suas teses. O método utilizado é um método empírico
e concreto, no qual o conhecimento é alcançado pela evidência e
não pela abstração: baseia-se em dados singulares e observáveis
pelo analista de tempos e movimentos. Os aspectos mais
importantes referem-se ao como e não ao porquê da ação do
operário.
5. Abordagem Incompleta da Organização
A administração Científica é considerada incompleta, parcial e
inacabada, por se restringir apenas aos aspectos formais da
organização, omitindo completamente a organização informal e os
aspectos humanos da organização. Essa perspectiva incompleta
ignora a vida social dos participantes da organização. Ademais, a
Administração Científica é criticada por se limitar aos problemas
da fábrica, omitindo as demais áreas e partes da organização.
6. Limitação do Campo de Aplicação
As idéias de Taylor e seus seguidores limitaram-se aos problemas
de produção localizados na fábrica, não considerando os demais
aspectos da vida de uma empresa, como financeiros, comerciais
etc. Seus princípios e métodos carecem de uma complementação
mais ampla, pois a organização racional do trabalho parte de um
ponto limitado e específico na empresa – a fábrica – que limita e
restringe a sua abordagem.
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14
O desenho de cargos e tarefas de acordo com a Administração
Científica retrata suas concepções a respeito da natureza
humana (homem econômico) e se fundamenta em uma
expectativa de estabilidade e previsibilidade das operações da
organização.
7. Abordagem Prescritiva e Normativa
A Administração Científica se caracteriza pela preocupação em
prescrever princípios normativos que devem ser aplicados
como receituário em todas as circunstâncias, para que o
administrador possa ser bem-sucedido. Essa abordagem
prescrita e normativa padroniza situações para poder
padronizar a maneira como elas deverão ser administradas. É
uma abordagem voltada para receitas antecipadas, para
soluções enlatadas e para princípios normativos que devem
reger o como fazer as coisas dentro das organizações. Essa
perspectiva visualiza a organização como ela deveria funcionar,
em vez de explicar o seu funcionamento.
8. Abordagem de Sistema Fechado
A Administração Científica visualiza as empresas como se elas
existissem no vácuo, ou como se fossem entidades autônomas,
absolutas e hermeticamente fechadas a qualquer influência
vinda de fora delas. É uma abordagem de sistema fechado que
se caracteriza pelo fato de visualizar somente aquilo que
acontece dentro de uma organização sem levar em conta o
meio ambiente em que ela está situada. Outra característica de
abordagem de sistema fechado é a maneira de ver tudo o que
acontece dentro de uma organização do ponto de vista de
apenas algumas variáveis mais importantes, omitindo outras
cuja influência não seja suficientemente conhecida no conjunto.
9. Pioneirismo na Administração
A Escola da Administração Científica constitui o ponto de
partida da administração contemporânea. Na verdade, a
Administração Científica preocupa-se com a competência
técnica como principal requisito para o gerente, aceitando o
pressuposto simplista de que mais engenharia, melhores
métodos e melhores equipamentos produzem necessariamente
melhores resultados. Essa é uma simplificação enganosa e tem
custado muito caro às organizações de hoje.
Contudo, a Administração Científica comprovou o fato de que
existe uma nova maneira de ganhar dinheiro, a qual as
empresas não têm sabido usar: deixar de perdê-lo. A luta
contra o desperdício – seja de tempo, de esforço, de
capacidade instalada, de energia etc. – foi uma de suas
principais bandeiras.
10. Conclusão
Em resumo, os alicerces fundamentais da Administração
Científica foram:
1. Comando e controle
2. Uma única maneira certa (the one best way)
3. Mão-de-obra e não recursos humanos
4. Segurança, não insegurança.
Com a Administração Científica tem início a luta constante e
permanente pela produtividade, que iria perdurar até o final do
século XX. Produtividade significa a relação entre a quantidade
de produto obtida no processode produção e a quantidade do
fator necessário para sua obtenção.Até o final do século XX, a
Engenharia Industrial – subproduto da Administração Científica
– reinou tranqüilamente no chão das fábricas de todo mundo.
Somente na década de 1980 surgiu a Teoria das Restrições: a
eficiência da cadeia produtiva nunca é maior do que o seu elo
mais fraco. Em outras palavras, o fluxo de produção tem o seu
nível de eficiência determinado pelo seu ponto de maior
ineficiência. Para melhorar e aumentar a eficiência deve-se
descobrir a localizar as restrições e estrangulamentos ao longo
do processo produtivo e corrigi-los adequadamente.
Resumo
 Administração Científica – inaugurada por Taylor e
seguidores – constitui a primeira Teoria da Administração.
Sua preocupação concreta era com a experiência
imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas
tarefas.
 No primeiro período de sua obra Taylor voltou-se para
racionalização do trabalho dos operários e no segundo
período estendeu-se com a definição de princípios de
Administração aplicáveis a todas as situações das
empresas.
 A ORT fundamenta-se na análise do trabalho do
operário, no estudo dos tempos e movimentos, na divisão
das tarefas e na especialização do trabalhador.
 A única forma de motivação do trabalhador é a fonte
salarial, daí o conceito de homem econômico
 O desenho de cargos e de tarefas enfatiza o trabalhão
simples e repetitivo.
 Em sua apreciação crítica podemos destacar para
Escola da Administração Científica: abordagem normativa
e prescritiva; sistema fechado e Mecanicismo da
Administração tratando o operário como uma máquina.
Que o Senhor sobre ti levante o rosto e te
dê a sua Aprovação!!!
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Parte III
Abordagem Clássica
Teoria Clássica da Administração
Objetivo pedagógico
 Apontar os fundamentos da Teoria Clássica
da Administração.
 Identificar a ênfase na estrutura da
organização com base para o alcance da
eficiência.
 Definir os Elementos da Administração e os
Princípios de Administração, como bases do
processo administrativo.
 Identificar as limitações e restrições da
Teoria Clássica dentro de uma apreciação
crítica.
 Mostrar os fundamentos da Administração
Científica, os princípios de Administração e a
ORT, como base para a Administração.
 Identificar a ênfase nas tarefas e nos meios
(métodos e processos de trabalho) e na
busca pela eficiência.
Administração
Clássica
nquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a
Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916
surgia na França, espraiando-se rapidamente pela
Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a
Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa
executada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava
pela ênfase na estrutura que a organização deve possuir para
ser eficiente. Na realidade, o objetivo de ambas as teorias era o
mesmo, a busca da eficiência das organizações. Segundo a
Administração Científica, essa eficiência é alcançada por meio
da racionalização do trabalho do operário e na somatória das
eficiências individuais. Trata-se de uma microabordagem ao
nível individual de cada operário em relação à tarefa em uma
visão analítica e detalhista.
Na Teoria Clássica, pelo contrário, partia-se de todo
organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a
todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos ou pessoas. A
abordagem é enormemente ampliada no nível da organização
como um todo em relação à sua estrutura organizacional. A
preocupação com a estrutura da organização como um todo
constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de
estudo da TGA. Fayol, um engenheiro francês, fundador da
Teoria Clássica da Administração, porém de uma abordagem
sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma
abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a
abordagem analítica e concreta de Taylor.
A Obra de Fayol
enri Fayol, o fundador da Teoria Clássica, nasceu em
Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo as
conseqüências da Revolução Industrial e, mais tarde,
da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em engenharia de
minas e entrou para uma empresa metalúrgica onde fez sua
carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro
Administração Industrielle et Générale, publicado em 1916. Seu
trabalho, antes da tradução para o inglês foi amplamente
divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos.
1. As Funções Básicas da Empresa
Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber.
- Funções técnicas.
- Funções comerciais.
- Funções financeiras.
- Funções de segurança.
- Funções contábeis.
- Funções administrativas.
A formulação do programa de ação geral da empresa e de
coordenar os esforços gerais compete à função administrativa,
designada pelo nome de Administração.
2. Conceito de Administração
Para esclarecer a função administrativa, Fayol define o ato de
administrar como Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e
controlar. As funções administrativas envolvem os cinco
elementos da Administração, isto é, as funções do administrador,
a saber:
a) Prever
b) Organizar
c) Comandar
d) Coordenar
e) Controlar
Esses são os elementos da Administração que constituem o
chamado processo administrativo. Estão presentes no trabalho do
administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa.
Em outros termos, o diretor, o gerente, o chefe e o supervisor –
cada qual em seu nível – desempenham atividades de previsão,
organização, comando, coordenação e controle, como atividades
administrativas essenciais.
3. Proporcionalidade das Funções Administrativas
Para Fayol existe uma proporcionalidade da função
administrativa, isto é, ela se reparte por todos os níveis da
hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros
termos, a função administrativa não se concentra exclusivamente
no todo da empresa nem é privilégio dos diretores, mas é
distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos.
Na medida em que se desce da escala hierárquica, mais aumenta
a proporção das outras funções da empresa e, na medida em que
se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o
volume das funções administrativas.
4. Diferença entre Administração e Organização
Ainda que reconhecendo o emprego da palavra administração
como sinônimo de organização, Fayol faz uma distinção entre
ambas as palavras. Para ele, Administração é um todo do qual a
organização é uma das partes. O conceito amplo e compreensivo
de Administração – como um conjunto de processos entrosados e
unificados – abrange aspectos que a organização por si só não
envolve, como a previsão, comando e controle. A organização
abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma
sendo, portanto, estática e limitada.
5. Princípios Gerais da Administração para Fayol
Como toda ciência, a Administração deve se basear em leis ou
em princípios. Fayol tentou definir os “princípios gerais” de
Administração, sem muita originalidade, baseado em diversos
autores da época. Fayol adota a denominação princípio, afastando
dela qualquer idéia de rigidez, pois nada existe de rígido ou de
absoluto em matéria administrativa. Os princípios são maleáveis e
adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar.
Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol,
são:
1. Divisão do trabalho: As tarefas devem ser divididas e os
funcionários devem se especializar em um número limitado
de tarefas.
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2. Autoridade e responsabilidade: Enquanto autoridade é o
direito de dar ordens e o poder de esperar obediência, a
responsabilidade é uma conseqüência natural da
autoridade e significa o dever de prestar contas. Autoridade
deve ser acompanhada da responsabilidade
correspondente.
3. Disciplina: é essencial para que a organização funcione
beme depende da obediência, aplicação, energia,
comportamento e respeito aos acordos estabelecidos.
4. Unidade de Comando: cada pessoa deve receber ordens
de apenas um único superior. É o princípio da autoridade
única.
5. Unidade de Direção: Todas as atividades direcionadas a
um único objetivo devem ser coordenadas por um único
plano e por um único responsável.
6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais:
Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos
interesses particulares das pessoas.
7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida
satisfação para os empregados e para a organização em
termos de retribuição.
8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no
topo da hierarquia da organização.
9. Cadeia escalar: A comunicação deve fluir seguindo a linha
de autoridade que vai do topo para a base da organização.
Deve também existir uma comunicação lateral entre os que
ocupam posições equivalentes em vários departamentos
para que os superiores se mantenham informados.
10. Ordem: Um lugar adequado para cada coisa e cada coisa
em seu lugar. É a ordem material e humana.
11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade
do pessoal
12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é
prejudicial para eficiência da organização. Quanto mais
tempo para pessoa permanecer no cargo, tanto melhor
para a empresa.
13. Iniciativa: Todas as pessoas devem ser encorajadas a Ter
iniciativa dentro dos limites impostos pela necessidade de
autoridade e disciplina.
14. Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas
devem ser incentivadas para impedir desavenças e
dissidências.
om esses princípios, a Teoria Clássica manifesta o seu
enfoque prescritivo e normativo: prescrever quais os
elementos da administração (funções do
administrador) e quais os princípios gerais que o administrador
deve seguir na sua atividade. Esse enfoque prescritivo e
normativo indica como o administrador deve proceder no
trabalho e constituiu o principal filão da Teoria Clássica.
Os autores clássicos pretendem criar uma teoria da
administração baseada na divisão do trabalho, especialização,
coordenação e atividades de linha e de staff.
1. Administração como ciência
Os autores da Teoria Clássica afirmam que se deve estudar
e tratar a Administração cientificamente, substituindo o
empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Pretendia-
se elaborar uma Ciência da Administração e, como toda
ciência, Fayol afirmava a necessidade de um ensino organizado
e metódico da Administração para formar administradores. Na
época, essa idéia era uma tremenda novidade.
2. Teoria da Organização
A Teoria Clássica concebe a organização como uma
estrutura de órgãos e cargos com uma forma e disposição das
partes, além do inter-relacionamento entre essas partes. Essa
maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada
pelas concepções antigas de organização (como a organização
militar e eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas.
Nesse aspecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado.
Embora tenha contribuído para tirar a organização industrial do
caos primitivo que enfrentava em decorrência da revolução
Industrial, a Teoria Clássica pouco avançou em termos de teoria
da organização. Mooney, um dos autores clássicos mais
conhecidos, fez um levantamento histórico das estruturas de
organização procurando localizar nas estruturas militar e
eclesiástica as origens da estrutura industrial de sua época. Para
ele, a organização é a forma de toda associação humana para a
realização de um fim comum. Trata-se de correlacionar atividades
específicas ou funções num todo coordenado.
A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando
que estabelece uma linha de autoridade que interliga as posições
da organização e define quem se subordina a quem. A cadeia de
comando – também denominada cadeia escalar – baseia-se no
princípio da unidade de comando, que significa que cada
empregado deve se reportar a um só superior.
Para a Teoria clássica, a estrutura organizacional é analisada
de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo para
as partes (da síntese para a análise), ao contrário da abordagem
da Administração Científica.
3. Divisão do trabalho e especialização
A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho
claramente definida. “a divisão do trabalho constitui a base da
organização; na verdade, é a própria razão da organização”. A
divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das
tarefas, ou seja, à heterogeneidade. A idéia básica era a de que
as organizações com maior divisão do trabalho seriam mais
eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho.
Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão
do trabalho no nível do operário, fragmentando as tarefas deste, a
Teoria Clássica se preocupava com a divisão do nível dos órgãos
que compõem a organização, isto é, com os departamentos,
divisões, seções, unidades etc. Para a Teoria Clássica, a divisão
do trabalho pode dar-se em duas direções, a saber:
a) Verticalmente, segundo os níveis de autoridade e
responsabilidade (como na escala hierárquica ou princípio
escalar), definindo os diferentes escalões de autoridade. Esta
aumenta na medida em que se sobe na hierarquia da
organização. A idéia básica era a de que as organizações
com linhas de autoridade bem definidas seriam mais
eficientes. É a hierarquia que define a graduação das
responsabilidades de acordo com o grau de autoridade. Daí a
escala hierárquica de autoridade (princípio escalar ou cadeia
escalar) e a denominação autoridade de linha para significar a
autoridade de comando e hierárquica de um superior sobre
um subordinado.
b) Horizontalmente, segundo as diferentes atividades da
organização (como na especialização ou no princípio de
homogeneidade). Em um mesmo nível hierárquico, cada
departamento ou seção é o responsável por uma atividade
específica e própria.
A homogeneidade é obtida por meio da departamentalização. A
departamentalização pode ser por processo, por clientela ou por
localização geográfica. De acordo com esse princípio de
homogeneidade, Gulick achava possível departamentalizar
qualquer tipo de organização, pois imaginava que quanto mais
departamentalizada a organização, tanto mais eficiente ela deverá
ser.
4. Coordenação
Fayol incluíra a coordenação como um dos elementos da
Administração, enquanto outros autores clássicos a incluem nos
princípios de Administração. Para Fayol, a coordenação é a
reunião, unificação e harmonização de toda a atividade e esforço,
enquanto para Gulick, se a subdivisão do trabalho é
indispensável, a coordenação é obrigatória. Para Mooney, a
“coordenação é a distribuição ordenada do esforço do grupo, a fim
de obter unidade de ação na consecução de um fim comum.
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6. Conceito de Linha e de Staff
A Teoria Clássica enfatiza a organização linear, que constitui
um tipo simples de organização. A organização linear se baseia
nos princípios de:
a)Unidade de Comando ou supervisão única:
b)Unidade de direção:
c)Centralização da autoridade:
d)Cadeia escalar
a organização linear ocorre a autoridade linear,
baseada na unidade de comando, e que é o oposto da
supervisão funcional proposta pela Administração
Científica.
Os autores clássicos distinguem dois tipos de autoridade: a
de linha e a de staff. Autoridade de linha é a forma de
autoridade em que os gerentes têm o poder formal de dirigir e
controlar os subordinados imediatos. Autoridade de staff é a
forma de autoridade atribuída aos especialistas de staff em
suas áreas de atuação e de prestação de serviços. A
autoridade de staff é mais estreita e inclui o direito de
aconselhar, recomendar e orientar. A autoridade de staff é uma
relação de comunicação. Os especialistas de staff aconselham
os gerentes

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