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1 1º Semestre 2013 Apostila I ADMINISTRAÇÃO - Introdução Professor Mozart Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos EAGS - SAD CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 2 “Concurso não se faz para passar, mas até passar.” Will iam Douglas Professor Mozart Rocha Teoria Geral da Administração - TGA Apostila 01 Programa Oficial de Administração – EAGS/SAD 1. INTRODUÇÃO À TEORIA DA ADMINISTRAÇÃO Administração: ciência e técnica. Conceitos, conteúdo e objeto de estudo da administração. Estado atual da administ ração e sua apl icação na sociedade moderna. 2. ANTECEDENTES HISTÓRICOS DA ADMINISTRAÇÃO Influência dos filósofos: cientistas, empreendedores e organizações. 3. A ABORDAGEM CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Administração Científica. Teoria Clássica da Administração. 4. A ABORDAGEM HUMANÍSTICA DA ADMINISTRAÇÃO Teorias Transitivas da Administração. Teorias das Relações Humanas. Decorrências da Teoria das Relações Humanas. 5. A ABORDAGEM NEOCLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO Teoria Neoclássica da Administração. Decorrência da Abordagem Neoclássica: processo administrativo, tipos de organização e departamentalização. Administração por Objetivos (APO). 6. A ABORDAGEM ESTRUTURALISTA DA ADMINISTRAÇÃO Modelo burocrático da organização. Teoria estruturalista da administração. 7. A ABORDAGEM COMPORTAMENTAL DA ADMINISTRAÇÃO Teoria comportamental da administração. Teoria do Desenvolvimento Organizacional. 8. A ABORDAGEM SISTÊMICA DA ADMINISTRAÇÃO Informática e administração. Teoria matemática da administração. Teoria dos sistemas. 9. A ABORDAGEM CONTINGENCIAL DA ADMINISTRAÇÃO Teoria da contingência 10. NOVAS TENDÊNCIAS DA ADMINISTRAÇÃO A Era da Informação: mudanças e incertezas. Qualidade total e Melhoria Contínua. Reengenharia. Benchmarking. Capital Intelectual. Estratégia organizacional e conclusões sobre a Administração do Século XXI. 11. CONTROLE Importância. Conceito. Características. Classificação e tipos de padrões. 12.AÇÃO ADMINISTRATIVA Os fatores de produção. Setores funcionais básicos da empresa. 13. ADMINISTRAÇÃO Administração da produção' conceito e generalidades. Administração de Marketing: conceito e generalidades. Administração de pessoal: conceito e generalidades. Administração financeira: conceito e generalidades. Bibliografia: CHIAVENATO, Idalberto, Teoria geral da administração. 6.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Campus, v. 1, 2001. Teoria geral da administração. 6.ed. rev. e atualizada. Rio de Janeiro: Campus, v. 2, 2002. Parte I Introdução à Teoria Geral da Administração Objetivo pedagógico Introdução Habilidades do Administrador Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração A Administração na Sociedade Moderna As perspectivas Futuras da Administração As Megatendências As Instituições que compõem e dinamizam a sociedade moderna não funcionam ao acaso. Elas precisam ser administradas. Essas instituições são constituídas de pessoas que administram conhecimentos, recursos físicos e materiais, financeiros, tecnológicos, mercadológicos, etc. As pessoas nascem, crescem, aprendem, vivem, trabalham, se divertem, são tratadas e morrem dentro das organizações. Há uma estreita interdependência: a vida das pessoas depende das organizações e estas dependem da atividade e do trabalho das pessoas. A sociedade moderna depende das organizações. Ela é basicamente uma sociedade de organizações. Para que as organizações possam ser adequadamente administradas, elas precisam ser estudadas, conhecidas e analisadas. Essa é a razão pela qual a Teoria das Organizações (TO) sempre caminhou à frente da Teoria Geral da Administração (TGA), dando-lhe as bases Teóricas de suporte. No fundo, a TGA é uma decorrência das conclusões extraídas da TO. A administração trata do planejamento, da organização (estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorre dentro de uma organização. Sem a Administração, as organizações jamais teriam condições de sobreviver e crescer. A TGA é campo do conhecimento humano que se ocupa do estudo da Administração das organizações em geral e das empresas em particular. CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 3 Existem três tipos de habilidades que o administrador deve possuir para trabalhar com sucesso: a Habilidade técnica, a humana e a conceitual: Habilidade técnica: consiste em utilizar conhecimentos, métodos, técnicas e equipamentos necessários para a realização de tarefas específicas por meio da experiência profissional, isto é, hardware disponível. Habilidade humana: consiste na capacidade de discernimento para trabalhar com pessoas, comunicar, compreender suas atitudes e motivações e desenvolver uma liderança eficaz. Habilidade conceitual: consiste na capacidade para lidar com idéias e conceitos abstratos. Essa habilidade permite que a pessoa faça abstrações e desenvolva filosofias e princípios gerais de ação; software. A combinação dessas habilidades varia à medida que a pessoa sobe na escala hierárquica, de posições de supervisão a posições de alta direção. Na medida em que se sobe para os níveis mais elevados da organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de habilidade conceitual. Nos níveis inferiores, os chefes e supervisores precisam apenas de habilidade técnica para lidar com as tarefas. Nos níveis mais altos, os executivos precisam gradativamente de habilidades conceituais para decidir sobre os destinos de sua organização. A TGA se propõe principalmente a desenvolver habilidade conceitual, embora não deixe de lado as habilidades humanas e técnicas. Em outros termos, ela busca desenvolver a capacidade de pensar, de definir situações organizacionais complexas, de diagnosticar e de propor soluções. As aplicações práticas da TGA serão desenvolvidas através das diferentes disciplinas especializadas da Administração, como Produção, Finanças, Marketing e Recursos Humanos. A ADMINISTRAÇÃO E SUAS PERSPECTIVAS Em uma época de complexidades, mudanças e incertezas como a que atravessamos hoje, a Administração tornou-se uma das mais importantes áreas da atividade humana. Vivemos em uma civilização na qual o esforço cooperativo do homem é a base fundamental da sociedade, e a tarefa básica da Administração é a de fazer as coisas por meio das pessoas de maneira eficiente e eficaz. O avanço tecnológico e o desenvolvimento do conhecimento humano, por si apenas, não produzem efeitos se a qualidade da administração efetuada sobre os grupos organizados de pessoas não permitir uma aplicação efetiva dos recursos humanos e materiais. A Administração, como veremos adiante, está sendo considerada a principal chave para a solução dos mais graves problemas que afligem atualmente o mundo moderno. Peter Drucker, autor neoclássico, afirma que não existem países desenvolvidos e países subdesenvolvidos, mas sim países que sabem administrar a tecnologia e os seus recursos disponíveis e potenciais e países que ainda não o sabem. O mesmo ocorre com as organizações. Administração: Ciência e Técnica A ciência significa conhecer, compreender e explicar a realidade. A ciência busca primordialmente o conhecimento e a explicação. A técnica por sua vez, é uma complementação da ciência. Seu objetivo é a operação ou manipulação da realidade, isto é, sua transformação por meio de normas ou procedimentos executados sobre a realidade das coisas e objetos. O conceito de arte encerra um conjunto de atitudes absolutamente diferentes do conteúdo das ciências e técnicas. A arte não busca a explicação nem a compreensão da realidade de um objeto (tal como a ciência) e tampouco busca transformar ou operacionalizar as coisas (tal como a técnica). Descartamos a Administração como arte pois nela não cabem vivências espirituais ou interpretaçõesemocionais da realidade. Sendo assim o mais adequado é considerar a Administração com Ciência e Técnica ao mesmo. A Ciência é a técnica da administração atuam de forma complementar e interativa: o campo explicativo da ciência alimenta a técnica e do progressos e aplicações da técnica surge a realimentação das explicações científicas. Conteúdo e Objeto de Estudo da Administração A palavra administração vem do latim ad (direção, tendência para) e minister (subordinação ou obediência), e significa aquele que realiza uma função abaixo do comando de outrem, isto é, aquele que presta um serviço a outro. No entanto, a palavra administração sofreu uma radical transformação no seu significado original. A tarefa da Administração é interpretar os objetivos propostos pela organização e transformá-los em ação organizacional por meio do planejamento, organização, direção e controle de todos os esforços realizados em todas as áreas e em todos os níveis da organização, a fim de alcançar tais objetivos da maneira mais eficiente e eficaz. Assim, a Administração é o processo de planejar, organizar, dirigir e controlar o uso de recursos, a fim de alcançar objetivos. A Teoria Geral da Administração começou com a “ênfase nas tarefas” (atividades executadas pelos operários em uma fábrica), através da Administração Científica de Taylor. A seguir, a preocupação básica passou para a “ênfase na estrutura” com a Teoria Clássica de Fayol e com a Teoria da Burocracia de Weber, seguindo-se mais tarde da Teoria Estruturalista. A reação humanística surgiu com a “ênfase nas pessoas”, por meios da Teoria das Relações Humanas, mais tarde desenvolvida pela Teoria Comportamental e pela Teoria do Desenvolvimento Organizacional. A “ênfase no ambiente” surgiu com a Teoria dos Sistemas, sendo completada pela Teoria da Contingência. Esta, posteriormente, desenvolveu a “ênfase na tecnologia”. Cada uma dessas cinco variáveis – tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia – provocou há seu tempo uma diferente teoria administrativa, marcando um gradativo passo no desenvolvimento da TGA. Cada teoria administrativa privilegia ou enfatiza uma ou mais dessas cinco variáveis, omitindo ou relegando a segundo plano todas as demais. CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 4 O Estado Atual da Teoria Geral da Administração Existem cinco variáveis básicas que influenciam poderosamente a TGA: tarefas, estrutura, pessoas, ambiente e tecnologia. Cada teoria administrativa procura valorizar uma ou algumas dessas variáveis básicas. Ao longo do século XX, essas teorias administrativas – cada qual com suas diferentes contribuições e diferentes enfoques – contribuíram de maneira cumulativa e abrangente para o desenvolvimento da TGA. Na verdade, cada teoria surgiu como uma resposta aos problemas empresariais mais relevantes de sua época, e foi bem- sucedida ao apresentar soluções adequadas para tais problemas. De certo modo, todas as teorias administrativas são perfeitamente aplicáveis às situações atuais e o administrador precisa conhecê-la bem para Ter à sua disposição um naipe de alternativas adequadas a cada situação. A administração tornou-se importante na condução da sociedade moderna. Ela não é um fim em si mesma, mas um meio de fazer com que as coisas sejam realizadas da melhor forma, com o menor custo e com a maior eficiência e eficácia. A Administração na Sociedade Moderna O século XX é o século da Administração. A Administração é uma disciplina relativamente nova. A Administração é um fenômeno universal no mundo moderno, cada organização necessita de um administrador ou na verdade um a equipe de administradores em vários níveis e nas várias áreas e funções exercidas na organização. O administrador é um Professional cuja formação é ampla e variada: precisa conhecer disciplinas heterogêneas como Matemática, Direito, Psicologia, Sociologia, Estatística, etc. Perspectivas Futuras da Administração Cada época desenvolve uma forma organizacional adequada ao seu desenvolvimento e às suas características específicas. Saímos da Era da Industrialização e estamos ingressando na Era da Informação. Isso significa que a forma organizacional do fim do século XX (organização burocrática) está desaparecendo e dando lugar a novas arquiteturas organizacionais soltas e mais adequadas às novas demandas da era da pós-industrialização. Cada vez mais, os desafios da administração serão: 1. Crescimento das Organizações; 2. Concorrência mais aguda; 3. Sofisticação da tecnologia; 4. Taxas elevadas de inflação; 5. Globalização da economia e internacionalização dos negócios e 6. Visibilidade maior das organizações. As Megatendências A sociedade moderna está passando por grandes transformações: as chamadas megatendências, cujos reflexos nas organizações e na sua administração são profundos e marcantes. Essas megatendências são: 1. Da sociedade industrial para a sociedade de informação 2. Da tecnologia simples para a alta tecnologia. 3. Da economia nacional para a economia mundial. 4. Do curto prazo para o longo prazo. 5. Da democracia representativa para a democracia participativa. 6. Das hierarquias para a comunicação lateral intensa. 7. Da opção dual para opção múltipla. 8. Da centralização para descentralização. 9. Da ajuda institucional par a auto-ajuda. Resumo Existem organizações lucrativas (chamadas empresas) e organizações não-lucrativas (como o Exército, Igreja, serviços públicos, entidades filantrópicas, organizações não-governamentais etc.) Teorias das Organizações – TO sempre caminhou à frente das Teoria Geral da Administração (TGA), dando- lhe as bases teóricas de suporte. No fundo, a TGA é uma decorrência das conclusões extraídas da TO. A Administração trata o planejamento, da organização (estruturação), da direção e do controle de todas as atividades diferenciadas pela divisão de trabalho que ocorrem de uma organização. O administrador é um gerador de riqueza, seja material ou financeira, seja intelectual. A Lei da Indeterminação do físico alemão Werner Heinsenberg (1901-1976), pela qual o processo de se observar um fenômeno altera esse fenômeno. Existem três habilidades do administrador: habilidade técnica, a humana e a conceitual. Na medida em que se sobe para os níveis mais elevados da organização, diminui a necessidade de habilidades técnicas, enquanto aumenta a necessidade de habilidade conceitual. A TGA se propõe principalmente a utilizar a habilidade conceitual, embora não deixe de lado as habilidades humanas e técnicas. As aplicações práticas da TGA serão desenvolvidas através das diferentes disciplinas especializadas da Administração, como Produção, Finanças, Marketing e Recursos Humanos. Que o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a Aprovação!!! CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 5 1º Semestre 2012 Apostila II ADMINISTRAÇÃO – Os Primórdios da Administração Professor Mozart Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos EAGS - SAD CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 6 “Concurso não se faz para passar, mas até passar.” Will iam Douglas Professor Mozart Rocha Teoria Geral da Administração - TGA Apostila 02 Parte II Os Primórdios da Administração Antecedentes Históricos da Administração Objetivo pedagógico Mostrar a incipiente preocupação com a Administração dede a Antiguidade até o início do século XX. Alinhar a influência dos filósofos, da organização eclesiástica, da organização militar e dos economistas liberais. Mostrar a influência da Revolução Industrial e como ela preparou o terreno para as primeiras tentativas de se construir uma Ciência da Administração. Mostrar a influência dos empreendedores, pioneiros. Influência dos Filósofos administração recebeu influencia da Filosofia desde os tempos da Antigüidade. O filósofo grego Sócrates, em sua discussãocom Nicomaquides, expõe seu ponto de vista sobre a Administração como uma habilidade pessoal separada do conhecimento técnico e da experiência. Platão, discípulo de Sócrates, analisou os problemas políticos e sociais decorrentes do desenvolvimento social e cultural do povo grego. Em sua obra, A república, expõe a forma democrática de governo e de administração dos negócios públicos. Aristóteles, discípulo de Platão, deu o impulso inicial à Filosofia, abrindo as perspectivas do conhecimento humano. No livro Política, sobre a organização do Estado, distingue as três formas de administração pública: 1 – Monarquia ou governo de um só (que pode degenerar em tirania) 2 – Aristocracia ou governo da elite (que pode degenerar em oligarquia) 3 - Democracia ou governo do povo (que pode degenerar em anarquia) Ao longo dos séculos que vão da Antigüidade até o início da Idade Moderna a Filosofia concentrou-se em preocupações distanciadas dos problemas administrativos. Francis Bacon, filósofo e estadista inglês e fundador da Lógica Moderna baseada no método experimental e indutivo, mostra a preocupação prática de se separar experimentalmente o que é essencial do que é acidental ou acessório. Bacon antecipou-se ao princípio administrativo da “prevalência do principal sobre o acessório”. O maior expoente da época foi René Descartes. Filósofo, matemático e físico francês, é o fundador da Filosofia Moderna. Criou as coordenadas cartesianas e deu impulso à matemática e Geometria da época. Na Filosofia, celebrizou-se pelo livro O Discurso do Método, no qual descreve seu método filosófico denominado “método cartesiano”, cujos princípios são: 1 Princípio da Dúvida Sistemática ou da Evidência: Consiste em não aceitar como verdadeira coisa alguma enquanto não se souber com evidência aquilo que é realmente verdadeiro. 2 Princípio da Análise ou de Decomposição: Consiste em dividir e decompor cada dificuldade ou problema em tantas partes quantas sejam possíveis e necessárias à sua solução, a fim de resolver cada uma separadamente. 3 Princípio da Síntese ou da Composição: Consiste em conduzir ordenadamente os pensamentos e o raciocínio, começando pelos objetivos e assuntos mais fáceis e simples de se conhecer, para passar gradualmente aos mais difíceis. 4 Princípio da Enumeração ou da Verificação: Consiste em fazer verificações e revisões em tudo, para que nada seja omitido ou deixado de lado. Vários princípios da administração, como os da divisão do trabalho, da ordem e do controle, são decorrentes dos princípios cartesianos. Influência da Organização da Igreja Católica través dos séculos, as normas administrativas e os princípios da organização pública foram se transferindo das instituições dos Estados para as Instituições da Igreja Católica e organizações militares. Isso porque a unidade de propósitos e objetivos – princípios fundamentais na organização eclesiástica e militar – nem sempre é encontrada na ação Política dos Estados, movida por objetivos contraditórios de cada partido, dirigente ou classe social. Ao longo dos séculos, A Igreja Católica estruturou a sua organização com uma hierarquia de autoridade, um estado-maior (assessoria) e a coordenação funcional para assegurar integração. A organização hierárquica da Igreja é tão simples e eficiente que a sua enorme organização mundial pode operar sob o comando de uma só cabeça executiva: o Papa. A estrutura da organização eclesiástica serviu de modelo para muitas organizações que incorporaram seus princípio e normas administrativas. Influência da Organização Militar organização militar influenciou as teorias da Administração ao longo do tempo. A organização linear tem suas origens na organização militar dos exércitos da Antigüidade e da época medieval. O princípio da unidade de comando (pelo qual cada subordinado só pode Ter um superior) é o núcleo central das organizações militares. A hierarquia – ou seja, a escala de níveis de comando de acordo com o grau de autoridade – provém da organização militar. Com o passar dos tempos, na medida em que o volume de operações militares aumenta, cresce também a necessidade de delegar autoridade para os níveis mais baixos da organização militar. A A A CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 7 O conceito de hierarquia na organização militar é tão antigo quanto à própria guerra. A evolução do princípio de assessoria e de estado-maior teve sua origem no século XVIII na Prússia, com o Imperador Frederico II, o Grande. Para aumentar a eficiência do seu exército, criou um estado-maior (staff) para assessorar o comando (linha) militar. Os oficiais de assessoria trabalhavam independentemente, numa separação entre planejamento e execução das operações de guerra. Oficiais formados no estado-maior eram transferidos para posições de comando e novamente para o estado-maior, o que assegurava experiência e vivência nas funções de gabinete, de campo e novamente de gabinete. Outra contribuição da organização militar é o princípio de direção, por meio do qual todo soldado deve saber o que se espera dele e o que ele deve fazer. No início do século XIX, o general prussiano Carl Von Clausewitz escreveu o Tratado sobre a Guerra e os Princípios da Guerra. Foi o inspirador dos teóricos da Administração que se basearam na organização e estratégia militares para adaptá- las à organização e estratégia empresariais. Clausewitz considerava a disciplina um requisito fundamental para a organização. Para ele, toda organização requer planejamento, no qual as decisões devem ser científicas e não intuitivas. Influência da Revolução Industrial om a invenção da máquina a vapor por James Watt e a sua aplicação à produção, surgiu uma nova concepção de trabalho que modificou completamente a estrutura social e comercial da época, provocando profundas mudanças de ordem econômica, política e social que, num lapso de um século, foram maiores do que as mudanças havidas em todo o milênio anterior. É a chamada Revolução Industrial, que passou por duas épocas distintas: 1780 a 1860: 1ª Revolução Industrial ou revolução do carvão e do ferro 1860 a 1914: 2ª Revolução Industrial ou do aço e da eletricidade A 1ª Revolução Industrial apresenta quatro fases distintas: 1ª fase: Mecanização da indústria e da agricultura. 2ª fase: Aplicação da força motriz à indústria. 3ª fase: Desenvolvimento do sistema fabril. 4ª fase: Espetacular Crescimento dos transportes e das comunicações. A 2ª Revolução Industrial começa por volta de 1860, provocada por três acontecimentos importantes: o novo processo de fabricação do aço; o aperfeiçoamento do dínamo e a invenção do motor de combustão interna. Da calma produção do artesanato, em que os operários eram organizados em corporações de ofício regidos por estatuto, em que se conheciam, passou-se rapidamente para o regime de produção por meio de máquinas, dentro de grandes fábricas. Houve uma súbita modificação da situação provocada por dois aspectos, a saber: A Transferência da habilidade do artesão para a máquina. A substituição da força do animal ou do músculo humano pela maior potência da máquina a vapor, permitindo maior produção e maior economia. Assim, a Revolução Industrial provocou profundas modificações na estrutura empresarial e econômica da época. Mas não chegou a influenciar os princípios de administração das empresas então utilizadas. Os dirigentes de empresas trataram de cuidar como podiam ou como sabiam das demandas de uma economia em rápida expansão e tinham por modelo as organizações militares ou eclesiásticas nos séculos anteriores. A organização e a empresa moderna nasceram com a Revolução Industrial graças a fatores como: a) A ruptura das estruturas corporativas da Idade Média; b) O avanço tecnológico, graças à aplicação dos progressos científicos à produção, com a descoberta de novas formas de energiae a enorme ampliação de mercados. c) A substituição do tipo artesanal por um tipo industrial de produção. Influência dos Economistas Liberais o término do século XVIII, os economistas clássicos liberais conseguem aceitação de suas teorias. A reação para o liberalismo culmina com a revolução Francesa. Os bens naturais, sociais e econômicos são inalienáveis e deve existir uma harmonia preestabelecida em toda coletividade de indivíduos. Segundo o liberalismo, a vida econômica deve afastar-se da influência estatal, pois o trabalho segue os princípios econômicos e a mão-de- obra está sujeita às mesmas leis da economia que regem o comércio ou o mercado de matérias-primas. As idéias básicas dos economistas clássicos liberais constituem os germes do pensamento administrativo de nossos dias. Adam Smith é o fundador da economia clássica, cuja idéia central é a competição. Os mercados em que vigora a competição funcionam espontaneamente, de modo a garantir a alocação dos recursos e da produção sem que haja excesso de lucros. Por essa razão, o único papel econômico do governo é a intervenção na economia quando o mercado deixa de funcionar em condições satisfatórias, ou seja, quando não ocorre competição livre. Em seu livro A Riqueza Das Nações, publicado em 1776, Adam Smith apregoa que a origem da riqueza das nações reside na divisão do trabalho e na especialização das tarefas, preconizando o estudo dos tempos e movimentos que, mais tarde, Taylor e Gilbreth iriam desenvolver como base fundamental da Administração Científica. James Mill (1773-1836), outro economista liberal, sugeria em seu livro Elementos de Economia Política, publicado em 1826, uma série de medidas relacionadas com os estudos de tempos e movimentos como meio de obter incremento nas indústrias da época. Em 1817, David Ricardo publica seu livro Princípios de Economia Política e Tributação, no qual aborda o trabalho capital, renda, custo, produção , preços e mercados. John Stuart Mill (1806-1873), filósofo utilitarista, publicou também um livro, Princípios de Economia, no qual propõe um conceito de controle extremamente voltado para o problema de como evitar furtos e mercados. Karl Marx e Friedrich Engels foram os criadores do chamado socialismo científico e do materialismo histórico, publicam em 1848 o Manifesto Comunista, um verdadeiro programa de comunismo. Em 1867, Marx publica o primeiro volume de O Capital e, mais adiante, suas teorias a respeito de mais-valia com base na teoria do valor-trabalho. No início do século XX, o socialismo e o sindicalismo passam a obrigar o capitalismo a enveredar pelo caminho do aperfeiçoamento de todos os fatores de produção envolvidos e na sua adequada remuneração. Quanto maior a pressão exercida pelas exigências proletárias, menos graves se tornam as injustiças e mais acelerado se configura o processo de desenvolvimento da tecnologia. Dentro dessa situação, surgem os primeiros esforços nas empresas capitalistas para a implantação de métodos e processo de racionalização do trabalho. C A CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 8 Influência dos Pioneiros e Empreendedores O século XIX assistiu a um monumental desfilo de inovações de mudanças no cenário empresarial. O mundo estava mudando. E as empresas também. As condições para o aparecimento da teoria administrativa estavam se consolidando gradativamente. Antes de 1850, poucas empresas tinham uma estrutura administrativa definida. Poucas empresas exigiam serviços de um administrador. Em geral eram negócios de família, em que dois ou três parentes cuidavam das atividades principais. O presidente era tesoureiro, comprador ou vendedor e atendia aos agentes comissionados. A partir de 1870, surgiram os primitivos impérios industriais, aglomerados de empresas que se tornaram grandes demais para serem dirigidos pelos pequenos grupos familiares. Procurava-se maior eficiência na produção, compras, distribuições e vendas. Os meios de reduzir custos diminuíram, as margens de lucro baixaram, o mercado foi-se tornando saturado e as empresas começaram a procurar mercados por meio da diversificação de produtos. A velha estrutura funcional começou a emperrar. Surge a empresa integrada e multidepartamental. Na virada do século XX, grandes corporações sucumbiram financeiramente. Dirigir grandes empresas não era apenas uma questão de habilidade pessoal como muitos empreendedores pensavam. Estavam criadas as condições para o aparecimento dos grandes organizadores da empresa moderna. Estava chegando a era da competição e da decorrência como concorrência dos seguintes fatores: 1 – Desenvolvimento tecnológico e disseminação do conhecimento que permitiu que um crescente número de empresas e nações concorressem nos mercados mundiais. 2 – O livre comércio. 3 – A mudança dos mercados vendedores para mercados compradores. 4 – O aumento da capacidade de investimento de capital e elevação dos níveis de ponto de equilíbrio. 5 – A rapidez do ritmo de mudança tecnológica, que torna obsoleto um produto ou reduz drasticamente seus custos de produção. 6 – O crescimento dos negócios e das empresas. Todos esses fatores iriam completar as condições propícias para a busca de bases científicas para a melhoria da prática empresarial e para o surgimento da teoria administrativa. ABORDAGEM CLÁSSICA O sucesso das organizações dependerá de sua capacidade de ler a realidade externa, rastrear mudanças e transformações, identificar oportunidades ao seu redor para responder pronta e adequadamente a elas, de um lado, e reconhecer ameaças e dificuldades para neutralizá-las ou amortecê-las, de outro lado. A ênfase pragmática nas técnicas e no “como fazer as coisas”, com a utilização de fórmulas e receitas universais de gerência já utilizadas com sucesso, sem que se visualize cada nova e diferente situação, não basta. Mais importante do que saber como fazer é saber o que fazer. Nisso reside a essência fundamental da administração contemporânea: a visão estratégica de cada operação, ou em outras palavras: a necessidade de visualizar cada tarefa, cada atividade em um contexto ambiental mais amplo e que se modifica a cada momento No despontar do século XX, surgiu a Abordagem Clássica da Administração. Ela é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência: 1. De um lado, a Administração Científica desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. A preocupação era aumentar a eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Neste sentido a abordagem da Administração Científica, é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização da fábrica). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada organização racional do trabalho (ORT): uma engenharia industrial dentro de uma concepção pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração Científica. 2. De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologistas da organização, desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica. A preocupação era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e fisiologia (funcionamento) da organização. A abordagem da Teoria Clássica é umaabordagem inversa à administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). A ênfase na estrutura é a sua principal característica. Origens da Abordagem Clássica As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às conseqüências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genéricos, a saber: 1. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando gradativa complexidade na sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. 2. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no intuito de se obter o melhor rendimento dos recursos e fazer face à concorrência e à competição entre as empresas. Surge a divisão do trabalho entre os que pensam e os que executam. Os primeiros fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, fixam funções, definem métodos e normas de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o surgimento do taylorismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa. Resumo Sempre existiu no decorrer da história da humanidade alguma forma rudimentar de administrar as organizações. O desenvolvimento das idéias e teorias a respeito da Administração foi muito lento até o século XIX, acelerando-se a partir do início do século XX. A influência de filósofos, como Sócrates, Platão e Aristóteles, nos conceitos de Administração na Antiguidade é muito forte. Com a Filosofia Moderna, destacam-se Bacon (Pai da Lógica Moderna) e René Descartes. Na física Clássica se destaca Newton. O racionalismo e o reducionismo imperam. A organização Eclesiástica da Igreja Católica influenciou o pensamento administrativo e as formas de estruturação das empresas. A organização militar influenciou a Administração, contribuindo com princípios administrativos. A Revolução Industrial criou o contexto industrial, tecnológico, social, político e econômico que permitiu o surgimento da teoria administrativa. Os economistas liberais como Adam Smith proporcionaram suporte para o aparecimento de princípios de Administração que teriam aceitação posteriormente. As idéias de Marx e Engels promoveram o surgimento do socialismo e do sindicalismo. A influência dos pioneiros de dos empreendedores foi fundamental par a criação das condições básicas para o surgimento da Teoria Administrativa. CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 9 1º Semestre 2012 Apostila III ADMINISTRAÇÃO – Abordagem Clássica da Administração Professor Mozart Estágio de Adaptação à Graduação de Sargentos EAGS - SAD 10 “Concurso não se faz para passar, mas até passar.” Will iam Douglas Professor Mozart Rocha Teoria Geral da Administração - TGA Apostila 03 Parte III Abordagem Clássica Administração Científica Objetivo pedagógico Mostrar os fundamentos da Administração Científica, os princípios de Administração e a ORT, como base para a Administração. Identificar a ênfase nas tarefas e nos meios (métodos e processos de trabalho) e na busca pela eficiência. Identificar a nova filosofia da Administração Científica. Esclarecer como a tecnologia influenciou o pensamento da época. Delinear o conceito de homem econômico Identificar as limitações e restrições da Administração Científica através de uma apreciação crítica. Abordagem Clássica da Administração o despontar do século XX, surgiu a Abordagem Clássica da Administração. Ela é desdobrada em duas orientações diferentes e, até certo ponto, opostas entre si, mas que se complementam com relativa coerência: 3. De um lado, a Administração Científica desenvolvida nos Estados Unidos, a partir dos trabalhos de Taylor. A preocupação era aumentar a eficiência no nível operacional, isto é, no nível dos operários. Daí a ênfase na análise e na divisão do trabalho do operário, uma vez que as tarefas do cargo e o ocupante constituem a unidade fundamental da organização. Neste sentido a abordagem da Administração Científica, é uma abordagem de baixo para cima (do operário para o gerente) e das partes (operários e seus cargos) para o todo (organização da fábrica). Predominava a atenção para o método de trabalho, para os movimentos necessários à execução de uma tarefa, para o tempo padrão determinado para sua execução. O cuidado analítico e detalhista permitia a especialização do operário e o reagrupamento de operações, tarefas, cargos etc., que constituem a chamada organização racional do trabalho (ORT): uma engenharia industrial dentro de uma concepção pragmática. A ênfase nas tarefas é a principal característica da Administração Científica. 4. De outro lado, a corrente dos anatomistas e fisiologistas da organização, desenvolvida na França, com os trabalhos pioneiros de Fayol. A essa corrente chamaremos Teoria Clássica. A preocupação era aumentar a eficiência da empresa por meio da forma e disposição dos órgãos componentes da organização (departamentos) e de suas inter-relações estruturais. Daí a ênfase na anatomia (estrutura) e fisiologia (funcionamento) da organização. A abordagem da Teoria Clássica é uma abordagem inversa à administração Científica: de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo (organização) para as suas partes componentes (departamentos). A ênfase na estrutura é a sua principal característica. Origens da Abordagem Clássica As origens da Abordagem Clássica da Administração remontam às conseqüências geradas pela Revolução Industrial e podem ser resumidas em dois fatos genéricos, a saber: 3. O crescimento acelerado e desorganizado das empresas, ocasionando gradativa complexidade na sua administração e exigindo uma abordagem científica e mais apurada que substituísse o empirismo e a improvisação até então dominantes. 4. A necessidade de aumentar a eficiência e a competência das organizações, no intuito de se obter o melhor rendimento dos recursos e fazer face à concorrência e à competição entre as empresas. Surge a divisão do trabalho entre os que pensam e os que executam. Os primeiros fixam os padrões de produção, descrevem os cargos, fixam funções, definem métodos e normas de trabalho, criando as condições econômicas e técnicas para o surgimento do taylorismo nos Estados Unidos e do fayolismo na Europa. ADMINISTRAÇÃO CIENTÍFICA A abordagem típica da Escola da Administração Científica é a ênfase nas tarefas, isto é, nas atividades cotidianas do operário. O nome Administração Científica é devido à tentativa de aplicação dos métodos da ciência aos problemas da Administração, a fim de alcançar maior eficiência industrial. Os principais métodos científicos aplicáveis aos problemas da Administração são a observação e a mensuração. A Escola da Administração Científica foi iniciada no começo do século XX pelo engenheiro americano Frederick W. Taylor. Taylor teve inúmeros seguidores (como Gantt, Gilbreth, Emerson, Ford e Barth). 1 – Primeiro Período de Taylor O primeiro período de Taylor corresponde à época da publicação do seu livro Shop Management (Administração de Oficinas), sobre as técnicas de racionalização do trabalho do operário, por meio do Estudo de Tempos e Movimentos. Taylor começou por baixo, efetuando um paciente trabalho de análise das tarefas de cada operário, decompondo seus movimentos e processos de trabalho, aperfeiçoando-os e racionalizando-os gradativamente. A CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 11 2 – Segundo Período de Taylor Corresponde à época da publicação do seu livro Princípios de Administração Científica quando concluiu que a racionalização do trabalho do operário deve ser acompanhada de uma estruturação geral da empresa para tornar coerente a aplicação dos seus princípios. Para Taylor, as indústrias de sua época padeciam de três males: - Vadiagemsistemática dos operários. - Desconhecimento, pela gerência, das rotinas de trabalho e do tempo necessário para sua realização. - Falta de Uniformidade das técnicas e métodos de trabalho. Para sanar esses três males, idealizou um sistema que denominou de Scientific Management e que foi difundido sob os nomes de Administração Científica, Sistema de Taylor, Gerência Científica, Organização Científica do trabalho e Organização Racional do Trabalho. Segundo Taylor, Administração Científica é antes uma evolução e não uma teoria, tendo como ingredientes 75% de análise e 25% de bom senso. A implantação da Administração Científica deve ser gradual para evitar alterações bruscas que causem descontentamento por parte dos empregados e prejuízo aos patrões. Apesar de sua atitude pessimista a respeito da natureza humana, Taylor se preocupou em criar um sistema educativo baseado na intensificação do ritmo de trabalho em busca da eficiência empresarial e, em um nível mais amplo, reduzir a perda que o país vinha sofrendo com a vadiagem e ineficiência dos operários. Administração como Ciência Para Taylor, a organização do trabalho deve ser estudada e tratada cientificamente e não empiricamente. A improvisação deve ceder lugar ao planejamento e o empirismo à ciência: a Ciência da Administração. Inovou ao fazer a análise completa do trabalho, inclusive dos tempos e movimentos, estabelecer padrões de execução, treinar operários, especializar o pessoal, inclusive o de gerência, instalar uma sala de planejamento, em resumo, assumir uma atitude metódica ao analisar e organizar a unidade fundamental de qualquer estrutura, adotando esse critério até o topo da organização, tudo isso o eleva a uma posição não comum no campo da organização. A Administração Científica constitui uma combinação dos seguintes ingredientes: * Ciência, em lugar do empirismo. * Harmonia, em vez de discórdia. * Cooperação, não individualismo. * Rendimento máximo, em lugar de produção reduzida. * Desenvolvimento de cada homem, no intuito de alcançar maior eficiência e prosperidade. O principal objetivo da Administração é assegurar o máximo de prosperidade ao patrão e, ao mesmo tempo, o máximo de prosperidade ao empregado. Taylor salienta que a maioria das pessoas acredita que os interesses dos empregados e dos empregadores são antagônicos. Ao contrário, a Administração Científica parte da certeza de que os interesses de ambos são um único interesse: a prosperidade do empregador não pode existir por muito tempo se não for acompanhada da prosperidade do empregado, e vice-versa. Organização Racional do Trabalho Taylor verificou que os operários aprendiam a maneira de executar as tarefas do trabalho por meio da observação dos companheiros vizinhos. Notou que isso conduzia a diferentes métodos para fazer a mesma tarefa e uma grande variedade de instrumentos e ferramentas diferentes em cada operação. Há sempre um método mais rápido e um instrumento mais adequado que os demais (the one way) que pode ser encontrado e aperfeiçoado por meio de uma análise científica e um acurado estudo de tempos e movimentos, em vez de ficar a critério pessoal de cada operário. Assim, a Administração Científica impõe uma repartição de responsabilidades: a gerência fica com o planejamento e a supervisão, enquanto o trabalhador fica somente com a execução do trabalho. A gerência pensa e o trabalhador executa. Essa tentativa de substituir métodos empíricos e rudimentares por métodos científicos recebeu o nome de Organização racional do trabalho (ORT). A organização racional do trabalho se baseia em: 1. Análise do trabalho e estudo dos tempos e movimentos 2. Estudo da fadiga humana. 3. Divisão do trabalho e especialização do operário 4. Desenho de cargos e de tarefas 5. Incentivos salariais e prêmios de produção 6. Condições ambientais de trabalho, como iluminação, temperatura, conforto, etc. 7. Padronização de métodos e de máquinas 8. Supervisão funcional Os Aspectos da ORT, tratados caso a caso. Análise do trabalho e Estudo dos Tempos e Movimentos. O instrumento básico para se racionalizar o trabalho dos operários era o estudo de tempos e movimentos (motion-time study). O trabalho é executado melhor e mais economicamente por meio da análise do trabalho, isto é, da divisão e subdivisão de todos os movimentos necessários à execução de cada operação de uma tarefa. Com isso, padronizava-se o método de trabalho e o tempo destinado à sua execução. Método é a maneira de se fazer alguma coisa para obter um determinado resultado. O estudo dos tempos e movimentos permite a racionalização dos métodos de trabalho do operário e a fixação dos tempos padrões para a execução das tarefas. Os objetivos do estudo de tempos e movimentos são: 1. Eliminação de todo o desperdício de esforço humano. 2. Adaptação dos operários à tarefa. 3. Treinamento dos operários. 4. Especialização do operário. 5. Estabelecimento de normas de execução do trabalho. Frank B. Gilbreth foi um engenheiro americano que acompanhou Taylor no esforço de aumentar a produtividade. Introduziu o Estudo dos tempos e movimentos dos operários como técnica administrativa para a racionalização do trabalho. Concluiu que todo trabalho manual pode ser reduzido a movimentos elementares (aos quais deu o nome de therbligh, anagrama de Gilbreth) necessários à execução de qualquer tarefa. Os movimentos elementares (therbligs) permitem decompor e analisar qualquer tarefa. A tarefa de colocar parafusos representa sete movimentos elementares: pegar o parafuso, transportá-lo até a peça, posicioná-lo, pegar e transportar a chave de fenda até o parafuso, utilizá-la e posicioná-la na situação anterior. O therblig constitui a unidade fundamental do trabalho. O conceito de eficiência é fundamental para a Administração Científica. A análise do trabalho e o estudo dos tempos e movimentos focalizam a melhor maneira de executar uma tarefa e elevar a eficiência do operário. A organização racional do trabalho busca a melhor maneira, isto é, o melhor método de trabalho para se realizar a tarefa. O método define o padrão de desempenho, que é equivalente a 100% do tempo padrão. A eficiência do operário significa a relação entre o desempenho real e o desempenho previamente estabelecido como eficiência igual a 100%. Emerson utiliza a expressão “engenharia da eficiência” como uma especialidade na obtenção e maximização de eficiência. Para ele, eficiência é a relação entre o que é feito e o que pode ser feito. A conseqüência direta da eficiência é a produtividade. Quanto maior a eficiência, tanto maior a produtividade. CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 12 Estudo da Fadiga Humana O estudo dos movimentos baseia-se na anatomia e fisiologia humanas. Gilbreth efetuou estudos sobre os efeitos da fadiga na produtividade do operário. Verificou que a fadiga predispõe o trabalhador para: diminuição da produtividade e da qualidade do trabalho; perda de tempo; aumento da rotatividade de pessoal; doenças; acidentes e diminuição da capacidade de esforço. Em suma, a fadiga é considerada um redutor da eficiência. Divisão do trabalho e Especialização do operário Uma das decorrências do estudo dos tempos e movimentos foi a divisão do trabalho e a especialização do operário a fim de elevar sua produtividade. Com isso, cada operário passou a ser especializado na execução de uma única tarefa ou de tarefas simples e elementares, para se ajustar aos padrões descritos e às normas de desempenho estabelecidas pelo método. Com isso, o operário perdeu a liberdade e a iniciativa de estabelecer a sua maneira de trabalhar e passou a ser confinado à execução automática e repetitiva, durante toda a sua jornada de trabalho. A idéia predominante era a que a eficiência aumenta com a especialização: quanto mais especializado for um operário, tanto maior será a sua eficiência. Desenho de Cargos e Tarefas Tarefa é toda e qualqueratividade executada por uma pessoa no seu trabalho dentro de organização. A tarefa constitui a menor unidade possível dentro da divisão do trabalho em uma organização. Cargo é o conjunto de tarefas executadas de maneira cíclica ou repetitiva. Desenhar um cargo é especificar seu conteúdo (tarefas), os métodos de executar as tarefas e as relações com os demais cargos existentes. O desenho de Cargos é a maneira pela qual um cargo é criado e projetado e combinado com outros para execução das tarefas. Incentivos Salariais e Prêmios de Produção Para obter a colaboração do operário, Taylor e seus seguidores desenvolveram planos de incentivos salariais e de prêmios de produção. A idéia básica era a de que a remuneração baseada no tempo não estimula ninguém a trabalhar mais e deve ser substituída por remuneração baseada na produção de cada operário: o operário que produz pouco ganha pouco e o que produz mais, ganha na proporção de sua produção. Era necessário um estímulo salarial adicional para que os operários ultrapassassem o tempo padrão. O tempo padrão – isto é, o tempo médio necessário para o operário realizar a tarefa racionalizada – constitui o nível de eficiência equivalente a 100%. O plano de incentivo salarial funciona como o conciliador dos interesses da empresa em obter um custo de produção cada vez mais reduzido e acompanhado de maior produtividade e maior rendimento, com os interesses dos operários em obter salários mais elevados. Com efeito, a Administração Científica levou o operário americano a ser um dos operários mais bem pagos do mundo industrializado e detentor de elevado padrão de vida, graças aos seus ganhos. Contudo, esse operário de bom salário e de bom padrão de vida teve de suportar durante longas décadas um trabalho simples, repetitivo, chato, padronizado e monótono. É que os engenheiros da Administração Científica partiam de certas pressuposições errôneas a respeito da natureza humana. Conceito de Homo Economicus A administração Científica fundamenta-se no conceito de homo economicus, isto é, do homem econômico: o trabalhador influenciado exclusivamente por recompensas salariais, econômicas e materiais. Em outros termos, o homem procura o trabalho não porque gosta dele, mas como um meio de ganhar a vida por meio do salário que o trabalho proporciona. Essa visão estreita da natureza humana – o homem econômico – não se limitava a ver o homem como um empregado por dinheiro. Pior ainda: via no operário da época, um indivíduo limitado e mesquinho, preguiçoso e culpado pela vadiagem e desperdício das empresas e que deveria ser controlado por meio do trabalho racionalizado e do tempo padrão. Condições e Trabalho Taylor e seus seguidores verificaram que a eficiência depende não somente do método de trabalho e do incentivo salarial, mas também de um conjunto de condições ambientais de trabalho que garantam o bem-estar físico do trabalhador e diminuam a fadiga. Com a Administração Científica, as condições de trabalho passam a constituir elementos importantes no aumento da eficiência. O conforto do operário e a melhoria do ambiente físico passam a ser valorizados, não porque as pessoas merecessem, mas porque eram essenciais para a obtenção da eficiência do trabalhador. Racionalização do Trabalho A contribuição de Taylor à administração foi logo enriquecida com uma torrente de outras contribuições feitas por contemporâneos. Henry Lawrence Gantt, um engenheiro americano que trabalhou com Taylor passou a se dedicar a uma nova profissão liberal: a de engenheiro consultor em racionalização do trabalho. Enquanto Taylor dava ênfase à análise e à organização do trabalho em si como solução para os problemas de eficiência e produtividade, Gantt dava maior atenção às pessoas que executam o trabalho. Enquanto um se preocupava com o aspecto tecnológico e metodológico, o outro se voltava para o aspecto psicológico e humano, insistindo na importância do elemento humano na produtividade. Urwick salienta que nos seus últimos anos de vida, Gantt foi apontado como um apóstolo da paz industrial pelo seu apelo para o reconhecimento mais amplo do elemento humano na administração e do fato que influenciam o comportamento do empregado. Padronização A organização racional do trabalho foi mais além e passou a se preocupar também com a padronização dos métodos e processo de trabalho, das máquinas e equipamentos. Padrão é uma unidade de medida adotada e aceita comumente como critério. A padronização é a aplicação de normas em uma organização para obter uniformidade e, consequentemente, redução de custos. A padronização passa a ser vital para a Administração Científica na melhoria da eficiência. Supervisão Funcional A especialização do operário deve ser acompanhada da especialização do supervisor e não de uma centralização da autoridade. Taylor propunha a chamada supervisão funcional, que nada mais é do que a existência de diversos supervisores, cada qual especializado em determinada área e que tem autoridade funcional sobre os mesmos subordinados. Assim a autoridade funcional é relativa e parcial. A supervisão funcional representa a aplicação da divisão do trabalho e da especialização no nível dos supervisores e chefes. Essa concepção trouxe muitas críticas, pois se argumenta que um operário não pode subordinar-se a dois ou mais chefes. 1 - Princípios da Administração Científica de Taylor - Princípio do Planejamento. - Princípio do Preparo. - Princípio do Controle. - Princípio da Execução. 2 – Princípios de Eficiência de Emerson Harrington Emerson, um dos principais seguidores de Taylor, procurou simplificar os métodos de trabalho. Popularizou a Administração Científica e desenvolveu os primeiros trabalhos sobre seleção e treinamento de empregados. 3 – Princípios Básicos de Ford O mais conhecido dos precursores da Administração Científica, Henry Ford iniciou sua vida como mecânico, chegando a CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 13 engenheiro chefe de uma fábrica. Idealizou e projetou um modelo de automóvel e fundou sua primeira fábrica de automóveis, que logo foi fechada. Em 1903, fundou a Ford Motor Co. Sua idéia era fabricar carros – antes artesanais, únicos, feitos sob medida, caríssimos e destinados a poucos milionários – a preços populares dentro de um plano de vendas e assistência técnica. Entre 1905 e 1910 Ford promoveu a grande inovação do século XX: a produção em massa. Embora não tenha inventado o automóvel nem mesmo a linha de montagem, Ford inovou na organização do trabalho: a produção de maior número de produtos acabados com maior garantia de qualidade e pelo menor custo possível. Em 1913 já fabricava 800 carros por dia. Por meio da racionalização da produção idealizou a linha de montagem que permitiu a produção em série. O produto é padronizado quanto ao material, mão-de-obra, maquinário, desenho e ao mínimo custo possível. A condição precedente, necessária e suficiente é a capacidade de consumo em massa seja real ou potencial. A produção em massa baseia-se na simplicidade. Três aspectos suportam o sistema: * Ausência de interrupções * O trabalho é entregue ao trabalhador em vez de obrigá-lo a ir buscá-lo. * As operações são articuladas e coordenadas em todos os seus elementos. Ford adotou três princípios básicos, a saber: - Princípio da intensificação. - Princípio da economicidade - Princípio da produtividade. O esquema se caracteriza pela aceleração da produção por meio de um trabalho ritmado, coordenado e econômico. 4 – Princípio da Exceção Taylor adotou um sistema operacional de controle bastante simples baseado não no desempenho médio, mas nas exceções ou desvios dos padrões normais. Em outros termos, o que ocorre dentro dos padrões normais não deve ocupar a atenção do administrador. Este deveria, prioritariamente, verificar as ocorrências que se afastem dos padrões, ou seja, as exceções, para corrigi-las adequadamente.Dessa forma, os desvios positivos ou negativos que fogem dos padrões normais devem ser rapidamente identificados e localizados para a tomada de providências. Daí o princípio da exceção, segundo o qual as decisões freqüentes devem se reduzir à rotina e ser delegadas aos subordinados, deixando os problemas mais sérios e importantes para os superiores. O princípio da exceção é um sistema de informação que funciona apenas quando os resultados divergem ou se distanciam dos resultados previstos em um programa. Esta foi a forma pela qual Taylor concebeu a delegação e que se tornaria um princípio de organização amplamente aceito. Apreciação Crítica da Teoria da Administração Científica A Administração Científica inaugura a Era da Máquina na teoria administrativa e foi construída em torno da especialização e da divisão do trabalho. A produção em massa foi sua criação maior. Por essas razões, a obra de Taylor e de seus seguidores tem recebido numerosas críticas. Todavia, essas críticas não diminuem o mérito e o galardão de pioneiros e desbravadores da nascente teoria administrativa. Na verdade, o termo Administração Científica deveria ser substituído por estudo científico do trabalho. A conseqüência imediata da Administração Científica foi uma redução revolucionária no custo dos bens manufaturados. Ela também tornou possível o aumento substancial dos salários, ao mesmo tempo em que reduzia o custo total dos produtos. As principais críticas à Administração Científica serão resumidas a seguir. 1. Mecanicismo da Administração Científica A Administração Científica restringiu-se às tarefas e aos fatores diretamente relacionados com o cargo e função do operário. Muito embora a organização seja constituída de pessoas, deu-se pouca atenção ao elemento humano e concebeu a organização como “um arranjo rígido e estático de peças, ou seja, como uma máquina”. Daí a denominação “teoria da máquina” dada a essa abordagem. 2. Superespecialização do Operário Na busca da eficiência, a Administração Científica preconizava a especialização do operário por meio da divisão de toda operação em seus elementos constitutivos. As tarefas mais simples – o resultado daquela subdivisão – podem ser mais facilmente ensinadas e a perícia do operário pode ser incrivelmente aumentada. Por outro lado, alcança-se uma respeitável padronização no desempenho dos operários, pois na medida em que as tarefas vão se fracionando, a maneira de executá-las passa a ser padronizada. Essa “forma de organização de tarefas priva os operários da satisfação no trabalho e, o que é pior, viola a dignidade humana”. A especialização do operário, através da fragmentação das tarefas, torna supérflua sua qualificação profissional: facilita-se com isso a seleção, o treinamento e a supervisão do pessoal. A partir daí, a divisão do trabalho contribui para facilitar a execução da tarefa e permitir a constante troca de indivíduos, além de incorporar uma força de trabalho de nível mais baixo, ampliando o mercado de trabalho. 3. Visão Microscópica das Pessoas A Administração Científica refere-se à pessoa como um empregado considerado individualmente, ignorando que ele é um ser humano social. A partir de sua concepção negativista do homem – na qual as pessoas são preguiçosas, indolentes e ineficientes – Taylor enfatiza o papel monocrático do administrador. O esquema de Taylor impõe o trabalho desqualificado que coexiste com a estrutura administrativa monocrática e alienante, na qual a principal virtude é a obediência às ordens. 4. Ausência de Comprovação Científica A Administração Científica pretende elaborar uma ciência sem, entretanto, apresentar comprovação científica das suas proposições e princípios. Os engenheiros americanos utilizaram pouquíssima pesquisa e experimentação científica para comprovar suas teses. O método utilizado é um método empírico e concreto, no qual o conhecimento é alcançado pela evidência e não pela abstração: baseia-se em dados singulares e observáveis pelo analista de tempos e movimentos. Os aspectos mais importantes referem-se ao como e não ao porquê da ação do operário. 5. Abordagem Incompleta da Organização A administração Científica é considerada incompleta, parcial e inacabada, por se restringir apenas aos aspectos formais da organização, omitindo completamente a organização informal e os aspectos humanos da organização. Essa perspectiva incompleta ignora a vida social dos participantes da organização. Ademais, a Administração Científica é criticada por se limitar aos problemas da fábrica, omitindo as demais áreas e partes da organização. 6. Limitação do Campo de Aplicação As idéias de Taylor e seus seguidores limitaram-se aos problemas de produção localizados na fábrica, não considerando os demais aspectos da vida de uma empresa, como financeiros, comerciais etc. Seus princípios e métodos carecem de uma complementação mais ampla, pois a organização racional do trabalho parte de um ponto limitado e específico na empresa – a fábrica – que limita e restringe a sua abordagem. CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 14 O desenho de cargos e tarefas de acordo com a Administração Científica retrata suas concepções a respeito da natureza humana (homem econômico) e se fundamenta em uma expectativa de estabilidade e previsibilidade das operações da organização. 7. Abordagem Prescritiva e Normativa A Administração Científica se caracteriza pela preocupação em prescrever princípios normativos que devem ser aplicados como receituário em todas as circunstâncias, para que o administrador possa ser bem-sucedido. Essa abordagem prescrita e normativa padroniza situações para poder padronizar a maneira como elas deverão ser administradas. É uma abordagem voltada para receitas antecipadas, para soluções enlatadas e para princípios normativos que devem reger o como fazer as coisas dentro das organizações. Essa perspectiva visualiza a organização como ela deveria funcionar, em vez de explicar o seu funcionamento. 8. Abordagem de Sistema Fechado A Administração Científica visualiza as empresas como se elas existissem no vácuo, ou como se fossem entidades autônomas, absolutas e hermeticamente fechadas a qualquer influência vinda de fora delas. É uma abordagem de sistema fechado que se caracteriza pelo fato de visualizar somente aquilo que acontece dentro de uma organização sem levar em conta o meio ambiente em que ela está situada. Outra característica de abordagem de sistema fechado é a maneira de ver tudo o que acontece dentro de uma organização do ponto de vista de apenas algumas variáveis mais importantes, omitindo outras cuja influência não seja suficientemente conhecida no conjunto. 9. Pioneirismo na Administração A Escola da Administração Científica constitui o ponto de partida da administração contemporânea. Na verdade, a Administração Científica preocupa-se com a competência técnica como principal requisito para o gerente, aceitando o pressuposto simplista de que mais engenharia, melhores métodos e melhores equipamentos produzem necessariamente melhores resultados. Essa é uma simplificação enganosa e tem custado muito caro às organizações de hoje. Contudo, a Administração Científica comprovou o fato de que existe uma nova maneira de ganhar dinheiro, a qual as empresas não têm sabido usar: deixar de perdê-lo. A luta contra o desperdício – seja de tempo, de esforço, de capacidade instalada, de energia etc. – foi uma de suas principais bandeiras. 10. Conclusão Em resumo, os alicerces fundamentais da Administração Científica foram: 1. Comando e controle 2. Uma única maneira certa (the one best way) 3. Mão-de-obra e não recursos humanos 4. Segurança, não insegurança. Com a Administração Científica tem início a luta constante e permanente pela produtividade, que iria perdurar até o final do século XX. Produtividade significa a relação entre a quantidade de produto obtida no processode produção e a quantidade do fator necessário para sua obtenção.Até o final do século XX, a Engenharia Industrial – subproduto da Administração Científica – reinou tranqüilamente no chão das fábricas de todo mundo. Somente na década de 1980 surgiu a Teoria das Restrições: a eficiência da cadeia produtiva nunca é maior do que o seu elo mais fraco. Em outras palavras, o fluxo de produção tem o seu nível de eficiência determinado pelo seu ponto de maior ineficiência. Para melhorar e aumentar a eficiência deve-se descobrir a localizar as restrições e estrangulamentos ao longo do processo produtivo e corrigi-los adequadamente. Resumo Administração Científica – inaugurada por Taylor e seguidores – constitui a primeira Teoria da Administração. Sua preocupação concreta era com a experiência imediata do trabalho de operários e com a ênfase nas tarefas. No primeiro período de sua obra Taylor voltou-se para racionalização do trabalho dos operários e no segundo período estendeu-se com a definição de princípios de Administração aplicáveis a todas as situações das empresas. A ORT fundamenta-se na análise do trabalho do operário, no estudo dos tempos e movimentos, na divisão das tarefas e na especialização do trabalhador. A única forma de motivação do trabalhador é a fonte salarial, daí o conceito de homem econômico O desenho de cargos e de tarefas enfatiza o trabalhão simples e repetitivo. Em sua apreciação crítica podemos destacar para Escola da Administração Científica: abordagem normativa e prescritiva; sistema fechado e Mecanicismo da Administração tratando o operário como uma máquina. Que o Senhor sobre ti levante o rosto e te dê a sua Aprovação!!! CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 15 Parte III Abordagem Clássica Teoria Clássica da Administração Objetivo pedagógico Apontar os fundamentos da Teoria Clássica da Administração. Identificar a ênfase na estrutura da organização com base para o alcance da eficiência. Definir os Elementos da Administração e os Princípios de Administração, como bases do processo administrativo. Identificar as limitações e restrições da Teoria Clássica dentro de uma apreciação crítica. Mostrar os fundamentos da Administração Científica, os princípios de Administração e a ORT, como base para a Administração. Identificar a ênfase nas tarefas e nos meios (métodos e processos de trabalho) e na busca pela eficiência. Administração Clássica nquanto Taylor e outros engenheiros desenvolviam a Administração Científica nos Estados Unidos, em 1916 surgia na França, espraiando-se rapidamente pela Europa, a Teoria Clássica da Administração. Se a Administração Científica se caracterizava pela ênfase na tarefa executada pelo operário, a Teoria Clássica se caracterizava pela ênfase na estrutura que a organização deve possuir para ser eficiente. Na realidade, o objetivo de ambas as teorias era o mesmo, a busca da eficiência das organizações. Segundo a Administração Científica, essa eficiência é alcançada por meio da racionalização do trabalho do operário e na somatória das eficiências individuais. Trata-se de uma microabordagem ao nível individual de cada operário em relação à tarefa em uma visão analítica e detalhista. Na Teoria Clássica, pelo contrário, partia-se de todo organizacional e da sua estrutura para garantir eficiência a todas as partes envolvidas, fossem elas órgãos ou pessoas. A abordagem é enormemente ampliada no nível da organização como um todo em relação à sua estrutura organizacional. A preocupação com a estrutura da organização como um todo constitui, sem dúvida, uma substancial ampliação do objeto de estudo da TGA. Fayol, um engenheiro francês, fundador da Teoria Clássica da Administração, porém de uma abordagem sintética, global e universal da empresa, inaugurando uma abordagem anatômica e estrutural que rapidamente suplantou a abordagem analítica e concreta de Taylor. A Obra de Fayol enri Fayol, o fundador da Teoria Clássica, nasceu em Constantinopla e faleceu em Paris, vivendo as conseqüências da Revolução Industrial e, mais tarde, da Primeira Guerra Mundial. Formou-se em engenharia de minas e entrou para uma empresa metalúrgica onde fez sua carreira. Fayol expôs sua Teoria de Administração no livro Administração Industrielle et Générale, publicado em 1916. Seu trabalho, antes da tradução para o inglês foi amplamente divulgado por Urwick e Gulick, dois autores clássicos. 1. As Funções Básicas da Empresa Fayol salienta que toda empresa apresenta seis funções, a saber. - Funções técnicas. - Funções comerciais. - Funções financeiras. - Funções de segurança. - Funções contábeis. - Funções administrativas. A formulação do programa de ação geral da empresa e de coordenar os esforços gerais compete à função administrativa, designada pelo nome de Administração. 2. Conceito de Administração Para esclarecer a função administrativa, Fayol define o ato de administrar como Prever, Organizar, Comandar, Coordenar e controlar. As funções administrativas envolvem os cinco elementos da Administração, isto é, as funções do administrador, a saber: a) Prever b) Organizar c) Comandar d) Coordenar e) Controlar Esses são os elementos da Administração que constituem o chamado processo administrativo. Estão presentes no trabalho do administrador em qualquer nível ou área de atividade da empresa. Em outros termos, o diretor, o gerente, o chefe e o supervisor – cada qual em seu nível – desempenham atividades de previsão, organização, comando, coordenação e controle, como atividades administrativas essenciais. 3. Proporcionalidade das Funções Administrativas Para Fayol existe uma proporcionalidade da função administrativa, isto é, ela se reparte por todos os níveis da hierarquia da empresa e não é privativa da alta cúpula. Em outros termos, a função administrativa não se concentra exclusivamente no todo da empresa nem é privilégio dos diretores, mas é distribuída proporcionalmente entre todos os níveis hierárquicos. Na medida em que se desce da escala hierárquica, mais aumenta a proporção das outras funções da empresa e, na medida em que se sobe na escala hierárquica, mais aumenta a extensão e o volume das funções administrativas. 4. Diferença entre Administração e Organização Ainda que reconhecendo o emprego da palavra administração como sinônimo de organização, Fayol faz uma distinção entre ambas as palavras. Para ele, Administração é um todo do qual a organização é uma das partes. O conceito amplo e compreensivo de Administração – como um conjunto de processos entrosados e unificados – abrange aspectos que a organização por si só não envolve, como a previsão, comando e controle. A organização abrange somente o estabelecimento da estrutura e da forma sendo, portanto, estática e limitada. 5. Princípios Gerais da Administração para Fayol Como toda ciência, a Administração deve se basear em leis ou em princípios. Fayol tentou definir os “princípios gerais” de Administração, sem muita originalidade, baseado em diversos autores da época. Fayol adota a denominação princípio, afastando dela qualquer idéia de rigidez, pois nada existe de rígido ou de absoluto em matéria administrativa. Os princípios são maleáveis e adaptam-se a qualquer circunstância, tempo ou lugar. Os 14 Princípios Gerais da Administração, segundo Fayol, são: 1. Divisão do trabalho: As tarefas devem ser divididas e os funcionários devem se especializar em um número limitado de tarefas. E H CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 16 2. Autoridade e responsabilidade: Enquanto autoridade é o direito de dar ordens e o poder de esperar obediência, a responsabilidade é uma conseqüência natural da autoridade e significa o dever de prestar contas. Autoridade deve ser acompanhada da responsabilidade correspondente. 3. Disciplina: é essencial para que a organização funcione beme depende da obediência, aplicação, energia, comportamento e respeito aos acordos estabelecidos. 4. Unidade de Comando: cada pessoa deve receber ordens de apenas um único superior. É o princípio da autoridade única. 5. Unidade de Direção: Todas as atividades direcionadas a um único objetivo devem ser coordenadas por um único plano e por um único responsável. 6. Subordinação dos interesses individuais aos gerais: Os interesses gerais da empresa devem sobrepor-se aos interesses particulares das pessoas. 7. Remuneração do pessoal: Deve haver justa e garantida satisfação para os empregados e para a organização em termos de retribuição. 8. Centralização: Refere-se à concentração da autoridade no topo da hierarquia da organização. 9. Cadeia escalar: A comunicação deve fluir seguindo a linha de autoridade que vai do topo para a base da organização. Deve também existir uma comunicação lateral entre os que ocupam posições equivalentes em vários departamentos para que os superiores se mantenham informados. 10. Ordem: Um lugar adequado para cada coisa e cada coisa em seu lugar. É a ordem material e humana. 11. Equidade: Amabilidade e justiça para alcançar a lealdade do pessoal 12. Estabilidade do pessoal: A rotatividade do pessoal é prejudicial para eficiência da organização. Quanto mais tempo para pessoa permanecer no cargo, tanto melhor para a empresa. 13. Iniciativa: Todas as pessoas devem ser encorajadas a Ter iniciativa dentro dos limites impostos pela necessidade de autoridade e disciplina. 14. Espírito de equipe: A harmonia e união entre as pessoas devem ser incentivadas para impedir desavenças e dissidências. om esses princípios, a Teoria Clássica manifesta o seu enfoque prescritivo e normativo: prescrever quais os elementos da administração (funções do administrador) e quais os princípios gerais que o administrador deve seguir na sua atividade. Esse enfoque prescritivo e normativo indica como o administrador deve proceder no trabalho e constituiu o principal filão da Teoria Clássica. Os autores clássicos pretendem criar uma teoria da administração baseada na divisão do trabalho, especialização, coordenação e atividades de linha e de staff. 1. Administração como ciência Os autores da Teoria Clássica afirmam que se deve estudar e tratar a Administração cientificamente, substituindo o empirismo e a improvisação por técnicas científicas. Pretendia- se elaborar uma Ciência da Administração e, como toda ciência, Fayol afirmava a necessidade de um ensino organizado e metódico da Administração para formar administradores. Na época, essa idéia era uma tremenda novidade. 2. Teoria da Organização A Teoria Clássica concebe a organização como uma estrutura de órgãos e cargos com uma forma e disposição das partes, além do inter-relacionamento entre essas partes. Essa maneira de conceber a estrutura organizacional é influenciada pelas concepções antigas de organização (como a organização militar e eclesiástica) tradicionais, rígidas e hierarquizadas. Nesse aspecto, a Teoria Clássica não se desligou do passado. Embora tenha contribuído para tirar a organização industrial do caos primitivo que enfrentava em decorrência da revolução Industrial, a Teoria Clássica pouco avançou em termos de teoria da organização. Mooney, um dos autores clássicos mais conhecidos, fez um levantamento histórico das estruturas de organização procurando localizar nas estruturas militar e eclesiástica as origens da estrutura industrial de sua época. Para ele, a organização é a forma de toda associação humana para a realização de um fim comum. Trata-se de correlacionar atividades específicas ou funções num todo coordenado. A estrutura organizacional constitui uma cadeia de comando que estabelece uma linha de autoridade que interliga as posições da organização e define quem se subordina a quem. A cadeia de comando – também denominada cadeia escalar – baseia-se no princípio da unidade de comando, que significa que cada empregado deve se reportar a um só superior. Para a Teoria clássica, a estrutura organizacional é analisada de cima para baixo (da direção para a execução) e do todo para as partes (da síntese para a análise), ao contrário da abordagem da Administração Científica. 3. Divisão do trabalho e especialização A organização se caracteriza por uma divisão do trabalho claramente definida. “a divisão do trabalho constitui a base da organização; na verdade, é a própria razão da organização”. A divisão do trabalho conduz à especialização e à diferenciação das tarefas, ou seja, à heterogeneidade. A idéia básica era a de que as organizações com maior divisão do trabalho seriam mais eficientes do que aquelas com pouca divisão do trabalho. Enquanto a Administração Científica se preocupava com a divisão do trabalho no nível do operário, fragmentando as tarefas deste, a Teoria Clássica se preocupava com a divisão do nível dos órgãos que compõem a organização, isto é, com os departamentos, divisões, seções, unidades etc. Para a Teoria Clássica, a divisão do trabalho pode dar-se em duas direções, a saber: a) Verticalmente, segundo os níveis de autoridade e responsabilidade (como na escala hierárquica ou princípio escalar), definindo os diferentes escalões de autoridade. Esta aumenta na medida em que se sobe na hierarquia da organização. A idéia básica era a de que as organizações com linhas de autoridade bem definidas seriam mais eficientes. É a hierarquia que define a graduação das responsabilidades de acordo com o grau de autoridade. Daí a escala hierárquica de autoridade (princípio escalar ou cadeia escalar) e a denominação autoridade de linha para significar a autoridade de comando e hierárquica de um superior sobre um subordinado. b) Horizontalmente, segundo as diferentes atividades da organização (como na especialização ou no princípio de homogeneidade). Em um mesmo nível hierárquico, cada departamento ou seção é o responsável por uma atividade específica e própria. A homogeneidade é obtida por meio da departamentalização. A departamentalização pode ser por processo, por clientela ou por localização geográfica. De acordo com esse princípio de homogeneidade, Gulick achava possível departamentalizar qualquer tipo de organização, pois imaginava que quanto mais departamentalizada a organização, tanto mais eficiente ela deverá ser. 4. Coordenação Fayol incluíra a coordenação como um dos elementos da Administração, enquanto outros autores clássicos a incluem nos princípios de Administração. Para Fayol, a coordenação é a reunião, unificação e harmonização de toda a atividade e esforço, enquanto para Gulick, se a subdivisão do trabalho é indispensável, a coordenação é obrigatória. Para Mooney, a “coordenação é a distribuição ordenada do esforço do grupo, a fim de obter unidade de ação na consecução de um fim comum. C CURSO PROGRESSÃO Profº Mozart 17 6. Conceito de Linha e de Staff A Teoria Clássica enfatiza a organização linear, que constitui um tipo simples de organização. A organização linear se baseia nos princípios de: a)Unidade de Comando ou supervisão única: b)Unidade de direção: c)Centralização da autoridade: d)Cadeia escalar a organização linear ocorre a autoridade linear, baseada na unidade de comando, e que é o oposto da supervisão funcional proposta pela Administração Científica. Os autores clássicos distinguem dois tipos de autoridade: a de linha e a de staff. Autoridade de linha é a forma de autoridade em que os gerentes têm o poder formal de dirigir e controlar os subordinados imediatos. Autoridade de staff é a forma de autoridade atribuída aos especialistas de staff em suas áreas de atuação e de prestação de serviços. A autoridade de staff é mais estreita e inclui o direito de aconselhar, recomendar e orientar. A autoridade de staff é uma relação de comunicação. Os especialistas de staff aconselham os gerentes
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