Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 1 Infecções oportunistas são doenças que se aproveitam da fraqueza do sistema imunológico. Expectoração na DPOC - Comumente expelem pequenas quantidades de escarro viscoso após acessos de tosse. - Produção regular de expectoração por 3 meses ou mais em 2 anos consecutivos (na ausência de outra condição que possa explicá-la) é a definição epidemiológica de bronquite crônica, mas é uma definição de um certo modo arbitrária que não reflete a variação da produção de expectoração nos pacientes com DPOC. - Pacientes produzindo quantidade grande de material expectorado podem ter bronquiectasias. - A presença de escarro purulento reflete um aumento nos mediadores inflamatórios e seu desenvolvimento pode identificar o inicio de uma exacerbação. UREMIA - Síndrome Urêmica é o conjunto de sinais e sintomas resultantes dos efeitos tóxicos do acúmulo de toxinas urêmicas no sangue em decorrência da perda de função renal. - A sintomatologia começa a aparecer quando FG <30mil/min. - Azotemia refere-se ao ↑ das escórias nitrogenadas (ureia e creatinina). - Uremia denota grave insuficiência renal com comprometi mento multissistêmico - Resíduos nitrogenados e outros metabólitos que apresentam-se em níveis sanguíneos elevados em casos de Insuf. Renal. * Ureia * Guanidinas * Paratormônio * Creatinina * Oxalato, Fósforo, Poliaminas, Homocisteína, Indóis, Ác. Furampropiônico, Beta2-microglobulina Distúrbios decorrentes: - ↓ filtração glomerular - Hipervolemia com hiponatremia dilucional - Hipercalemia - Hipermagnesemia - Hiperfosfatemia - Hipocalcemia - Acidose metabólica Manifestações Clínicas - Hematológicas: * ↓ Ativação plaquetária Hemorragias * Disfunção neutrofílica, linfocitária e ↓NO Imunodepressão - Neurológicas: • Afinidade da ureia por lipídeos (ex: mielina) R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 2 • Acúmulo de toxinas em neurônios • PTH: ↑ influxo de cálcio para os neurônios * Neurotoxicidade (Disartria, Convulsões tônico-clônicas, Surto psicótico, Desorientação, Coma) * Encefalopatia urêmica (Irritabilidade, Fadiga mental, Perda de memória, Confusão, Delírio, Apatia, Parestesias e paresias, Alteração comportamental) - Gastrointestinais * Disfunção plaquetária Hemorragias no TGI * Neurotoxicidade Gastroparesia urêmica - Cardiovasculares * Aterosclerose intra-coronariana * Cardiomiopatia dilatada urêmica * Pericardite * Arritmias cardíacas * Insuficiência Cardíaca Congestiva * Derrame pericárdico * Edema * Hipertrofia ventricular esquerda * HAS - Pleuro-Pulmonares * ICC * ↑ permeabilidade vascular * Hipervolemia * Depósitos de fosfato de cálcio Calcificação do parênquima pulmonar * Toxicidade urêmica Miopatia urêmica diafragmática - Dermatológica * Xerose cutânea * Hiperpigmentação da pele * Geada urêmica * Cabelos secos e quebradiços * Prurido urêmico * Descoloração da extremidade ungueal - Endócrinas * Hiperparatireoidismo secundário * Pseudo-diabetes INSUFICIÊNCIA RENAL AGUDA - IRA é definida como a ↓ aguda da função renal em horas ou dias. - Refere-se principalmente a ↓ TFG e/ou do volume urinário, mas ocorrem também distúrbios no equilíbrio hidroeletrolítico e ácido-básico. Derrame pleural Edema Pulmonar R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 3 - A incidência de IRA ↑ com a idade, sendo 3,5x maior nos pacientes > 70 anos Perda progressiva da TFG com a idade, (1mL/min/1,73m² por ano após os 30 anos), associada à maior prevalência de comorbidades como Diabetes mellitus, Hipertensão arterial e hiperlipidemia Definição e classificação: Critério de RIFLE - Os 3 estágios de gravidade são baseados nas alterações da creatinina sérica ou no volume urinário, sendo considerado o pior resultado; - Os 2 critérios de evolução são definidos pela duração da perda de função renal. - A creatinina sérica é o marcador mais usado para avaliação da função renal, ela sofre influência de fatores como massa muscular, hipercatabolismo e drogas, portanto pode superestimar ou subestimar a taxa de filtração glomerular (TFG) Fórmula de Cockcroft-Gault (Estimativa do clearence de creatinina) - Estágios avançados de RIFLE correspondem a maior tempo de permanência hospitalar, necessidade de Terapia de Substituição Renal (TSR) e maior mortalidade Classificação Clínica (Etiologia) 1. Pré-renal: (55%) - Doenças que provocam hipoperfusão renal, sem comprometer a integridade do parênquima; Mais comum - Representa resposta fisiológica à hipoperfusão renal leve a moderada, não há defeito estrutural nos rins. - A dilatação auto-reguladora das arteríolas aferentes é máxima quando a PA sistêmica media é de 80mmHg PA<80mmHg ↓ TFG - Uso de fármacos como: AINEs e IECA. - Há reversibilidade do caso em um a dois dias, mas se persistir pode levar à Necrose Tubular Aguda - Síndrome Hepatorrenal é uma forma particular e agressiva de IRA Cirrose hepática ou outras hepatopatias Vasoconstricção intra-renal e retenção ↑ de sódio. * Hepatopatia avançada ↑ no volume plasmático, mas ↓ no volume circulante efetivo em consequência da vasodilatação sistêmica e retenção portal de líquido 2. Renal: (40%) - Doenças que afetam diretamente o parênquima renal; - Pode complicar diversas doenças que afetam o parênquima renal. - Maioria dos casos (90%) é desencadeada por isquemia ou nefrotoxinas que induzem NTA - Pode cursar com oligúria (NTA isquêmica, rabdomiólise, glomerulonefrites), anúria (necrose cortical aguda, algumas glomerulonefrites) e não oligúrica (NTA por aminoglicosídeos, fase de recuperação de NTA). - Na NTA por hipoperfusão, há lesão isquêmica das células intraparenquimatosas renais, principalmente do epitélio tubular, podendo ocorrer recuperação em 1-2 semanas após recuperação da perfusão renal. - Caso não ocorra recuperação da perfusão renal pode haver evolução para necrose cortical renal bilateral e insuficiência renal irreversível - Manifesta se por ↑ aguda (início 24 a 48 horas), porém reversível (máximo de 3-5 dias com reversão no decorrer de 1 semana) dos níveis sanguíneos de ureia e creatinina IRA isquêmica possui 3 fases: R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 4 - Início: Período inicial de hipoperfusão renal com duração de horas a dias; - Manutenção: De 1-2 semanas onde ocorre lesão das células renais com débito urinário e TFG mínimos - Recuperação: Quando ocorre o reparo e regeneração das células parenquimatosas renais, pode ocorrer acentuado período poliúrico. IRA renal por nefrotoxinas - ↑ nos idosos e nos pacientes com doença renal pré-existente - Geralmente é reversível, previsível e passível de correção se identificada precocemente. - As nefrotoxinas endógenas mais comuns são: Cálcio, Mioglobina, Hemoglobina, Urato, Oxalato e as cadeias leves do mieloma Características patológicas clássicas da IRA renal - Necrose focal do epitélio tubular com descolamento de sua membrana basal - Oclusão da luz tubular por cilindros constituídos de células epiteliais íntegras ou em degeneração, restos celulares ou mucoproteínas Tratamento - Não há tratamento específico quando a IRA já está instalada e o manejo deve ser feito como em outras causas denecrose tubular aguda (NTA), visando manter o equilíbrio hidroeletrolítico e a volemia. - O melhor tratamento é a prevenção. * Hidratação é a principal ferramenta de prevenção, porém ainda não está bem estabelecida qual é a melhor solução, se salina isotônica ou bicarbonato de sódio 3. Pós-renal: (5%) - Doenças associadas à obstrução do trato urinário; - Exige a ocorrência de obstrução com repercussão renal bilateral, ou unilateral com rim único, como ocorre na obstrução uretral, do colo vesical, ureteral bilateral ou unilateral em rim único. - Obstrução do colo vesical é a causa mais comum Decorrente de doença prostática, bexiga neurogênica ou tratamento com anticolinérgicos. - A obstrução aguda inicialmente produz vasodilatação arteriolar com ↑ TFG Em seguida, são produzidas substâncias vasoconstrictoras ↓ TFG. - Se a obstrução permanecer por mais de 2-4 semanas pode ocorrer fibrose intersticial, atrofia tubular progressiva e nefropatia obstrutiva crônica. - O diagnóstico geralmente é feito por USG - O diagnóstico propriamente dito ocorre com a rápida melhora da função renal após a desobstrução e realização de exames radiológicos que comprovem essa obstrução Classificação Quanto a Diurese - Anúrica total: 0-20 ml/dia - Anúrica: 20 a 100 ml /dia - Oligúrica: 101 a 400 ml /dia - Não-oligúrica: 401 a 1200 ml/dia - Poliúrica: 1201 a 4000 ml/dia - Hiperpoliúrica:> 4000 ml Manifestações Clínicas - Frequentemente assintomática Dado clínico mais evidente a levantar suspeita de IRA seja a ↓ do fluxo urinário, ele é pouco sensível, já que não se observa ↓ drástica dele antes da TFG estar muito baixo. IRA pré-renal - Sede, hipotensão ortostática, redução de pressão venosa jugular, sinais de desidratação. - Sempre buscar a causa base, como IC avançada, sepse, hepatopatia crônica com hipertensão portal ou causas de ↓ do volume sanguíneo efetivo, lembrando de avaliar também uso de IECA e AINEs IRA renal Isquêmica R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 5 - Manifesta-se como complicação de hipoperfusão grave Nefrotóxica - Exige extensa revisão das medicações em uso e dos procedimentos realizados pelo paciente. Apesar da IRA renal nefrotóxica e isquêmica corresponderem à maioria dos casos, devemos pela história e exame físico buscar informações que poderiam levar ao diagnóstico de outras causas. Outras causas: - Dor no flanco associado há fibrilação atrial ou IAM recente Oclusão de veia ou artéria renal; - Presença de nódulos subcutâneos, placas retinianas, livedo reticularis, isquemia digital, manipulação recente da aorta Ateroembolização; - Sedimento urinário ativo, edema, hipertensão e oligúria Glomerulonefrite; - Hipertensão grave com cefaléia, retinopatia, papiledema Hipertensão maligna; - Ingestão recente de drogas, febre, exantema ou artragias Nefrite intersticial aguda IRA pós-renal - Dor suprapúbica ou em flanco associada à bexiga palpável, dor no flanco em cólica que se irradia para a bexiga Obstrução ureteral; - Nictúria, polaciúria e hesitação Síndrome Prostática. R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 6 Diagnóstico Exames EAS - Anúria costuma acompanhar a IRA pós-renal, mas também pode ocorrer nos casos graves de IRA renal ou pré-renal. - A IRA pode ser oligúrica (diurese < 400ml/24h), não oligúrica ou anúrica (<de 100ml/24h) Sedimento urinário - Sem células com formação de cilindros hialinos IRA pré-renal, - Costuma ser inativo, apesar de poder ocorrer hematúria e/ou piúria nos casos de obstrução intraluminal ou doença prostática. IRA pós-renal - Presença de hemácias dismórficas no sedimento urinário, principalmente na forma de acantócitos Hematúria de origem glomerular Classificação dos cilindros (Composição e aparência à microscopia óptica) • Hialinos: Compostos apenas por proteínas de Tamm-Horsfall - Ocorrem em desidratação, exercícios físicos intensos, ou associados à proteinúria glomerular; • Hemáticos: Compostos de glóbulos vermelhos - Origem glomerular, como nas glomerulonefrites e vasculites; • Algodonosos: Compostos de leucócitos - Inflamações parenquimatosas; • Granulares: Compostos por células epiteliais tubulares, restos celulares associados à debris - Característicos de pacientes com NTA; • Lipóides: - Ocorrem em casos de proteinúria maciça, como nas Síndromes Nefróticas. Proteinúria - <1g/dia * Geralmente cilindros hemáticos Lesão glomerular * Cilindros leucocitários e granulosos não pigmentados Nefrite intersticial * Cilindros largos Doença renal crônica. - >1g/dia Lesão da barreira de ultrafiltração glomerular ou excreção de proteínas de cadeia leve do mieloma R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 7 Índices de Insuficiência Renal - O sódio (Na+) sofre intensa reabsorção do filtrado glomerular na IRA pré-renal, no intuito de restaurar o volume intravascular. Na IRA intrínseca (renal) isso não ocorre devido à lesão das células tubulares. - A creatinina não é reabsorvida em nenhuma das duas situações. Fração de Excreção de Sódio (FENa) - FENa <1% * IRA Pré-Renal, exceto quando estes pacientes estão em uso de diuréticos * IRA por obstrução do trato urinário, glomerulonefrite e doenças vasculares Biópsia renal - É considerada nos casos onde a IRA pré-renal e pós-renal foram excluídas mas a avaliação clínica e laboratorial sugere diagnósticos que não lesão isquêmica ou nefrotóxica, como por exemplo, glomerulonefrite, vasculite, síndrome hemolítico urêmica, púrpura trombocitopênica trombótica e nefrite intersticial alérgica RX de abdome e USG de rins e vias urinárias - Devem ser realizados nos casos de IRA Tomografia de rins e vias urinárias - Pode mostrar dados não visualizados na USG como alguns cálculos e obstruções, e ainda na fase contrastada, a tomografia pode mostrar pielonefrites agudas ou tromboses venosas. Angioressonância - Pode ser de grande auxílio no caso de lesões vasculares Tratamento - Não existe tratamento específico, a prevenção assume importante papel. - A restauração do volume intravascular ↓ significativamente a incidência de IRA após grandes cirurgias, traumatismos, queimaduras e diarreia - Diuréticos, AINEs, IECA, e outros vasodilatadores devem ser usados com cautela - Pacientes com IRA são de ↑ risco nutricional, pois são frequentemente hipercatabólicos e com ↓ ingestão de nutrientes. * A ingestão de líquidos e eletrólitos deve ser monitorada e a orientação dietética deve controlar também algumas consequências da uremia. * Nutrição enteral ou parenteral deve ser instituída assim que possível. * A infusão de grandes quantidades de aminoácidos e glicose, na fase inicial da IRA, pode ↑ o consumo renal de oxigênio, agravando a lesão tubular e a disfunção renal - Deve ser multifatorial, visando aperfeiçoar a recuperação da função renal e prevenção de novas lesões, mesmo antes da definição da causa da IRA 1. Inicia se com a correção da volemia 2. Restabelecimento do equilíbrio eletrolítico 3. Controle das manifestações de uremia Complicações - Evitar iatrogenia: todas as medicações em uso pelo paciente devem ser revisadas, a dosagem e frequência de administração devem ser corrigidas pela função renal caso seja necessário. - Evitar uso de agentes nefrotóxicos como AINEs, meios de contraste radiológicose aminoglicosídeos - Hipercalemia é uma emergência médica pelo risco ↑ de arritmias e quando as medidas clínicas não são suficientes o paciente pode ser encaminhado à hemodiálise. R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 8 - Otimizar fluidos e hemodinâmica: * Hipovolemia Volume intravascular deve ser restituído com solução salina. * Caso não seja possível atingir a PA média adequada mesmo com a volemia otimizada Uso de drogas vasoativas, sendo a noradrenalina preferencial em relação à dopamina. - Oligúria: * Não há indícios que a conversão de IRA oligúrica para não oligúrica com uso de diuréticos (furosemida é o mais usado em nosso meio) modifique a evolução ou a mortalidade dos pacientes. * Porém o manejo do paciente é melhor quando o mesmo tem bom volume urinário, além de diminuir as complicações advindas da hipervolemia. - Acidose metabólica pode acarretar em vasodilatação sistêmica, ↑ o risco de arritmia e hipercalemia. * Geralmente a acidose metabólica secundária a IRA não é grave, não é necessário o tratamento caso o Bicarbonato Sérico > 15mEq/L ou o pH > 7,2 Terapia Renal de Substituição (hemodiálise, diálise peritoneal e hemofiltração) - É emergencial por haver um risco iminente para a vida do paciente. Indicações - Hiperpotassemia: K+ > 5,5 mEq/L com alterações ao ECG ou > 6,5 mEq/L - Hipervolemia: Edema periférico, derrames pleural e pericárdico, ascite, hipertensão arterial e ICC - Uremia: sistema nervoso central (sonolência, tremores, coma e convulsões) - Acidose metabólica grave - Outras: Hipo/Hipernatremia, Hipo/Hipercalcemia, Hiperuricemia, Hipermagnesemia, Hemorragias devido a distúrbios plaquetários, ICC refratária, Hipotermia e Intoxicação Exógena R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 9 INSUFICIÊNCIA RENAL CRÔNICA - Consiste em lesão renal e perda progressiva e irreversível da função dos rins (glomerular, tubular e endócrina). R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 10 - Em sua fase mais avançada (chamada de fase terminal de insuficiência renal crônica -IRC), os rins não conseguem mais manter a normalidade do meio interno do paciente - Principais causas são a hipertensão arterial e o diabetes mellitus - Portadores de disfunção renal leve apresentam quase sempre evolução progressiva, insidiosa e assintomática, dificultando o diagnóstico precoce da disfunção renal Estadiamento Deve ser determinado com base no nível de função renal, independentemente do diagnóstico 0. Fase de função renal normal sem lesão renal - Inclui pessoas integrantes dos chamados grupos de risco para o desenvolvimento da doença renal crônica (hipertensos, diabéticos, parentes de hipertensos, diabéticos e portadores de DRC, etc), que ainda não desenvolveram lesão renal. 1. Fase de lesão com função renal normal - Corresponde às fases iniciais de lesão renal com filtração glomerular preservada, ou seja, TFG > 90 ml/min/1,73m2. 2. Fase de insuficiência renal funcional ou leve - Ocorre no início da perda de função dos rins. - Níveis de uréia e creatinina plasmáticos ainda são normais, não há sinais ou sintomas clínicos importantes de insuficiência renal - Somente métodos acurados de avaliação da função do rim (métodos de depuração, por exemplo) irão detectar estas anormalidades. - Os rins conseguem manter razoável controle do meio interno. - TFG entre 60 e 89 ml/min/1,73m2. 3. Fase de insuficiência renal laboratorial ou moderada - Embora os sinais e sintomas da uremia possam estar presentes de maneira discreta, o paciente mantém-se clinicamente bem. - Na maioria das vezes, apresenta somente sinais e sintomas ligados à causa básica (lupus, hipertensão arterial, diabetes mellitus, infecções urinárias, etc.). - Avaliação laboratorial simples já nos mostra, quase sempre, níveis elevados de ureia e de creatinina plasmáticos. - TFG entre 30 e 59 ml/min/1,73m2. 4. Fase de insuficiência renal clínica ou severa - O paciente já se ressente de disfunção renal. - Apresenta sinais e sintomas marcados de uremia. Dentre estes a anemia, a hipertensão arterial, o edema, a fraqueza, o mal-estar e os sintomas digestivos são os mais precoces e comuns. - TFG entre 15 a 29 ml/min/1,73m2. 5. Fase terminal de insuficiência renal crônica - Corresponde à faixa de função renal na qual os rins perderam o controle do meio interno, tornando-se este bastante alterado para ser incompatível com a vida. - Paciente encontra-se intensamente sintomático. - Suas opções terapêuticas são os métodos de depuração artificial do sangue (diálise peritoneal ou hemodiálise) ou o transplante renal. - TFG < 15 ml/min/1,73m2 R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 11 Risco - Todo paciente pertencente ao chamado grupo de risco para desenvolverem a doença renal crônica deve ser submetido a exames para averiguar a presença de lesão renal (análise de proteinúria) e para estimar o nível de função renal (TFG) a cada ano Fatores de Progressão Fatores Não Modificáveis - Idade: Idoso + rápida parece ser a progressão da doença renal (provavelmente, a associada à aterosclerose e doença Cardiovascular) - Gênero: ↑ em homens - Raça: ↑ Negros - Genético - Perda de Massa Renal: Sobrecarga dos néfrons remanescentes Fatores Modificáveis - HAS: Principal causa de doença renal crônica em estágio terminal. * Transmissão da Hipertensão Sistêmica aos capilares glomerulares e Hipertensão Glomerular Glomeruloesclerose - Proteinúria: ↓da proteinúria pela dieta ou pelo uso de IECA ou de antagonistas do receptor de angiotensina II (BRA) ↓ taxa de progressão da DRC - Albuminúria, Doença Renal Crônica e D. Cardiovascular: Disfunção endotelial e vascular difusa (via em comum entre albuminúria e doença cardiovascular). Efeitos hemodinâmicos diretos nos rins - Sist. Renina-Angiotensina: Envolvido na patogênese da HAS, proteinúria/albuminúria, doença cardiovascular e fibrose renal e encontra-se hiperativado na DRC - Glicemia: Complicações microvasculares Nefropatia diabética Glomeruloesclerose - Obesidade: Geralmente associada a Síndrome Metabólica - Dislipidemia: Contribuir para glomeruloesclerose e fibrose tubulointersticial - Tabagismo: ↑ risco de surgimento de albuminúria e de progressão da DRC Ativação do SN Simpático, da hipertensão, da lesão endotelial e, possivelmente, também por tubulotoxicidade direta - Hiperuricemia: Hiperuricemia, provavelmente, leva à hipertensão e à lesão renal através de vias cristais dependentes, notadamente do estímulo do sistema renina-angiotensina Mecanismos de Progressão - O rim responde à lesão com mudanças adaptativas Remodelamento Reparação do dano e cura ou Fibrose e Perda de Função Renal, com DRC progressiva - Perda de néfrons secundária ao dano renal crônico Néfrons remanescentes são sobrecarregados Hiperfiltram pra compensar os néfrons perdidos e preservar a função renal Lesão Renal Progressiva - Mudanças estruturais renais caracterizadas por fibrose tubulointersticial, glomeruloesclerose e esclerose vascular R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 12 Diagnóstico TFG - Evitar o uso da depuraçãode creatinina medida através da coleta de urina de 24 horas, pelo potencial de erro de coleta, além dos inconvenientes da coleta temporal. - Deve-se utilizar fórmulas baseadas na creatinina sérica, para estimar a TFG. - Recomendado para todos os pacientes sob o risco de desenvolver DRC. - Todos os pacientes que se encontram no grupo de risco para a DRC devem dosar a creatinina sérica e ter a sua TFG estimada EAS - Alterações parenquimatosas devem ser pesquisadas através do EAS ou da pesquisa de albuminúria, que é a presença de albumina na urina. - Deve ser feito para todos os pacientes sob o risco de DRC. - Nos pacientes diabéticos e hipertensos com EAS mostrando ausência de proteinúria, está indicada a pesquisa de albuminúria em amostra isolada de urina corrigida pela creatininúria, a Relação Albuminúria Creatininúria (RAC). Relação Albuminúria Creatininúria (RAC) Categoria RAC (mg/g) Normal < 30 Microalbuminúria 30 – 300 Macroalbuminúria > 300 Exame de imagem (USG dos rins e vias urinárias) - Deve ser feita para indivíduos com história de DRC familiar, infecção urinária de repetição e doenças urológicas Tratamento Estágio 1 e 2 - Diminuir a ingestão de sódio (menor que 2 g/dia) correspondente a 5 g de cloreto de sódio, em adultos, a não ser se contra indicado; - Atividade física compatível com a saúde cardiovascular e tolerância: caminhada de 30 minutos 5x por semana para manter IMC < 25; - Abandono do tabagismo. Para o controle da hipertensão os alvos devem ser os seguintes: - Não diabéticos e com RAC < 30: PA < 140/90 mmHg - Diabéticos e com RAC > 30: PA ≤ 130/80 mmHg - Todos os pacientes diabéticos e/ou com RAC ≥ 30 devem utilizar IECA ou BRA. Para pacientes diabéticos: Manter Hb glicada em torno de 7% - Exames * Avaliação da TFG, do EAS e da RAC deverá ser realizada anualmente Estagio 3 - Mesmo do 1 e 2 + Correção da dose de medicações de acordo com a TFG (como antibióticos e antivirais) - Exames * Sorologia para hepatite B (AgHbs, Anti-HBc IgG e Anti-HBs) no início do acompanhamento * A avaliação da TFG, do EAS, RAC e da dosagem de potássio sérico deverá ser realizada semestralmente. * Demais exames: Anualmente (cálcio, fósforo, PTH e Proteínas totais e frações). R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 13 * Em pacientes com diagnóstico de anemia (Hb <13g/Dl, para homens e Hb<12, para mulheres), hematócrito e hemoglobina, ferritina e índice de saturação de transferrina (IST) Estagio 4 - Redução da ingestão de proteínas para 0,8 g/Kg/dia em adultos, acompanhado de adequada orientação nutricional, devendo-se evitar ingestão maior do que 1,3g/kg/dia nos pacientes que necessitarem, por outra indicação, ingesta acima de 0,8 g/kg/dia; - Reposição de bicarbonato via oral para pacientes com acidose metabólica, definida por nível sérico de bicarbonato abaixo de 22 mEq/L na gasometria venosa. - Exames mínimos a) Trimestralmente: creatinina, úreia, cálcio, fósforo, hematócrito e hemoglobina, ferritina e índice de saturação de transferrina (IST) nos pacientes com anemia e potássio. b) Semestralmente: PTH, fosfatase alcalina, gasometria venosa ou reserva alcalina, Proteínas totais e frações e RAC. c) Anualmente: Anti-HBs Estagio 5 (Não dialítico – TFG < 15) - Mesma recomendação do Estagio 4 - Exames mínimos a) Mensalmente: creatinina, ureia, cálcio, fósforo, hematócrito e hemoglobina, potássio. b) Trimestralmente: Proteínas totais e frações, ferritina, índice de saturação de transferrina (IST), fosfatase alcalina, PTH e gasometria venosa ou reserva alcalina. c) Semestralmente: vitamina D. d) Anualmente: anti-Hbs, anti-Hcv, HBsAg, HIV Estagio 5 (Dialítico – TFG < 10) - Em pacientes diabéticos e com idade < 18 anos, pode-se indicar o início da TRS quando a TFG < 15 mL/min/1,73m² - Correção da dose de medicações como antibióticos e antivirais de acordo com a modalidade de diálise; - Adequação da ingesta de proteínas de acordo com o estado nutricional - Avaliação da hiperfosfatemia e da adequação da diálise. - Para o controle da hipertensão o alvo deve ser PA < 140/90 mmHg Em Hemodiálise - Exames Mínimos a)Mensalmente: Ht, Hb, ureia pré e pós a sessão de hemodiálise, sódio, potássio, cálcio, fósforo, TGP, glicemia para pacientes diabéticos e creatinina durante o 1º ano. i. Quando houver elevação de TGP deve-se solicitar: AntiHBc IgM, HbsAg e AntiHCV. ii. A complementação diagnóstica e terapêutica nos casos de diagnóstico de hepatite viral deve ser assegurada aos pacientes e realizada nos serviços especializados. b) Trimestralmente: hemograma completo, índice de saturação de transferrina, dosagem de ferritina, fosfatase alcalina, PTH, Proteínas totais e frações e Hb glicosilada para diabéticos. c) Semestralmente: Vitamina D e AntiHBs. Para pacientes susceptíveis, definidos como AntiHBC total ou IgG, AgHBs ou AntiHCV inicialmente negativos, fazer AgHbs e AntiHCV. d) Anualmente: Colesterol total e frações, triglicérides, alumínio sérico, glicemia, TSH, T4, dosagem de anticorpos para HIV, Rx de tórax (PA/P), USG renal e de vias urinárias, ECG. e) Exames eventuais: hemocultura na suspeita de infecção da corrente sanguínea e teste do desferal na suspeita de intoxicação pelo alumínio Em Diálise Peritoneal a) Mensalmente: - Ht, Hb, sódio, potássio, cálcio, fósforo, creatinina e glicemia (diabéticos). b) Trimestralmente: - Hemograma R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 14 - Índice de saturação de transferrina, dosagem de ferritina, fosfatase alcalina, PTH - Glicemia, Proteínas totais e frações e Hb glicosilada (diabéticos). c) Semestralmente: - Vitamina D - Colesterol total e frações, triglicérides. - Realizar o KT/V semanal de uréia, através da dosagem da uréia sérica e no líquido de diálise peritoneal. - Para pacientes que apresentam função renal residual, realizar depuração de creatinina e de ureia, através da coleta de urina de 24 horas d) Anualmente: - Alumínio sérico - TSH, T4 - Rx de tórax (PA/P), USG renal e de vias urinárias, ECG. e) Exames eventuais: - Teste do desferal na suspeita de intoxicação pelo alumínio; - Na suspeita de peritonite, análise do líquido peritoneal com contagem total e diferencial de leucócitos, bacterioscopia por gram e cultura; - Teste de equilíbrio peritoneal, no início do tratamento e repetir nos casos de redução de ultrafiltração e/ou inadequação de diálise. - Para o teste de equilíbrio peritoneal é necessário realizar uma dosagem sérica de creatinina e 2 dosagens de creatinina no líquido peritoneal, em tempos diferentes, e 3 dosagens de glicose no líquido peritoneal, em tempos diferentes Contra indicações absolutas para a diálise peritoneal. - Perda comprovada da função peritoneal ou múltiplas adesões peritoneais. - Incapacidade física ou mental para a execução do método. - Condições cirúrgicas não corrigíveis (grandes hérnias inguinais, incisionais ou umbilical), onfalocele, gastrosquise (malformação da parede abdominal, com extrusão de vísceras abdominais), hérnia diafragmática, extrofia vesical. * Pessoas com DM, HAS, idosos, IMC > 30, história de DCV (Doença coronariana, AVC, doença vascular periférica, IC), histórico de DRC na família, tabagismo, uso de agentes nefrotóxicos. ** Níveis pressóricos mal controlados, níveis glicêmicos mal controlados, níveis de colesterol mal controlados, estágio da DRC, albuminúria, tabagismo, exposição a agentes nefrotóxicos.*** Exame de imagem deve ser feito para indivíduos com história de DRC familiar, infecção urinária de repetição e doenças urológicas. # TFG < 60ml/min/1,73m², por pelo menos 3 meses consecutivos , ou TFG ≥ 60ml/mim/1,73m² se associada a pelo menos um marcador de dano renal parenquimatoso ou alteração no exame de imagem R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 15 PNEUMONIA ADQUIRIDA NA COMUNIDADE (PAC) - É a infecção aguda do parênquima pulmonar em um indivíduo que a adquiriu na comunidade, distinguindo-a assim daquela adquirida no hospital. - Do ponto de vista prático, é aquela que se manifesta clinicamente na comunidade ou dentro das primeiras 48 horas da internação (alguns autores estendem este período até 72 horas). - Os microorganismos podem chegar ao parênquima pulmonar pelas seguintes vias: • Aspiração de secreções da orofaringe, • Inalação de aerossóis Ventilação é > nos lobos inferiores, por essa via patogênica, é mais comum nas bases pulmonares • Disseminação hematogênica S. aureus é o agente mais comum. * Quando há disseminação hematogênica, a pneumonia é caracterizada, habitualmente, pelo surgimento de focos múltiplos bilaterais, que frequentemente se tornam abscessos • Disseminação a partir de um foco contíguo Pode ocorrer a partir de focos infecciosos na parede torácica, no mediastino ou no andar superior do abdome • Reativação local Em pacientes imunodeprimidos deve-se considerar a possibilidade de reativação local de um patógeno que permanecia em estado latente. Isto pode ocorrer, por exemplo, com o bacilo da tuberculose, o citomegalovírus, o P. carinii Quadro Clínico • Tosse: - Na fase inicial, ela pode ser seca ou apresentar expectoração em pequena quantidade e de aspecto mucóide, mas que evolui, frequentemente, para aspecto purulento. - Pode haver hemoptise, geralmente de pequeno volume e associada à purulência do escarro. • Dor torácica pleurítica: - É localizada, em pontada e piora com a tosse e inspiração profunda. - Pode estar ausente em um número significativo dos casos. - Nas pneumonias de base pulmonar, a dor pode ser referida no abdome ou na região escapular. • Dispnéia: - Geralmente ausente nos quadros leves. R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 16 - Quando presente, caracteriza sempre um quadro grave, seja pela extensão da pneumonia, seja pela presença de doenças subjacentes (pulmonares ou cardiovasculares, por exemplo). • Febre: - Presente na maioria dos casos, a exceção de idosos debilitados e pacientes imunossuprimidos. • Adinamia: Sintoma muito frequente na pneumonia, às vezes com prostração acentuada - Sintomas Gerais (mialgia generalizada, suores, calafrios, dor de garganta, anorexia, náuseas, vômitos, diarréia, alterações de sensório) são observados com frequência variável. - Alguns pacientes, sobretudo idosos, as únicas manifestações da pneumonia podem ser febre e alteração de sensório, sem sintomas respiratórios. - Em outros casos surgem quedas ao chão, incontinência urinária, descompensação da doença de base ou IC clinicamente manifesta. Exame Físico Síndrome de condensação - Palpação, frêmito tóraco-vocal aumentado; - Percussão, macicez ou sub-macicez; - Ausculta, murmúrio reduzido com crepitações (ou estertores) e sopro tubário; - Ausculta da voz (manobra pouco realizada por sua menor relevância clínica), broncofonia, egofonia e pectorilóquia afônica - Pode haver derrame pleural Frêmito tóraco-vocal ↓, macicez e abolição do murmúrio vesicular - Contagem da FR Taquipnéia, principalmente se > 30 ipm, correlaciona-se fortemente com a gravidade do quadro e risco de óbito Padrão Histopatológico Classificação: Típica e Atípica Não é mais utilizada R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 17 - Progressão mais lenta e predominância dos sintomas gerais (cefaléia e mialgia) sobre os respiratórios. - A temperatura não seria tão alta como na pneumonia pneumocócica (protótipo da PAC típica) e, em geral, não acompanhada de calafrios; - Tosse, pouco produtiva e com expectoração mucóide; - Dor com origem na pleura seria rara, sendo mais comum o paciente queixar-se de dor retroesternal secundária à traqueíte. - A semiologia respiratória também seria mais pobre, em particular nas fases iniciais, em que predominaria o comprometimento do interstício pulmonar. - A presença dessa apresentação era considerada sugestiva de etiologia por agentes atípicos (M. pneumoniae, C. pneumoniae, Legionella spp e vírus) Agentes Etiológicos Streptococcus pneumoniae (Gram +) Mais comum (30-40% dos casos) R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 18 Diagnóstico Clínica + Exames RX Tórax - Diferenciar de outros quadros infecciosos do trato respiratório inferior e superior, tais como bronquites agudas e rinossinusites agudas, nos quais os sintomas podem ser semelhantes, mas a radiografia de tórax é normal. - A radiografia, no caso de positiva, define ainda a extensão do processo, que se correlaciona com a gravidade do quadro Padrão radiográfico mais frequente: Opacidades alveolares - Em alguns casos elas são homogêneas, acompanhadas de broncograma aéreo Consolidação. - Outras imagens descritas são as intersticiais, reticulares ou reticulonodulares, e a tumoral Denominada pneumonia redonda. - Imagens alveolares com escavações Associa-se com maior gravidade. - Presença de derrame pleural concomitante Sinal de gravidade. - Presença de pneumatoceles (cavidades de paredes finas, geralmente múltiplas e bilaterais) Etiologia estafilocócica - Pneumonia do lobo pesado (Abaulamento da cissura pelo edema lobar inflamatório, geralmente em lobo superior) Controle radiológico - Nas formas não graves de PAC e com boa evolução clínica não há necessidade de controle radiológico durante o tratamento - Fundamental em pacientes com mais de 50 anos, em fumantes, na persistência de sintomas ou de achados de exame físico e quando diagnósticos diferenciais foram considerados. - 6 semanas pós-infecção Tempo pra resolução completa da radiografia - Pacientes graves (sobretudo internados) ou com deterioração clínica após início do tratamento, controles radiológicos periódicos devem ser feitos, monitorando a R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 19 extensão do quadro e o possível surgimento de complicações, como derrame pleural, formação de abscessos, atelectasias. Exames Laboratoriais - Nos pacientes sem critérios clínicos de gravidade e que, portanto, poderão ser conduzidos em regime ambulatorial, não há necessidade de qualquer outro exame complementar. - Naqueles mais graves, alguns exames deverão ser solicitados para se estabelecer melhor as condições do paciente. - Avaliar a gravidade da PAC: • Hemograma • Glicemia • Ureia e creatinina • Eletrólitos • Proteínas totais • Tempo de tromboplastina parcial ativado • Gasometria arterial. - Diagnóstico etiológico na PAC: • Hemocultura • Estudo microbiológico do escarro • Toracocentese (quando há derrame pleural) • Aspirado transtraqueal • Lavado broncoalveolar • Punção transtorácica • Exames sorológicos • Pesquisa deantígenos urinários. Escore de Gravidade - Paciente de 0-1 (ganhou apenas por idade) Pode tratar ambulatorialmente - ≥2 Internação, porém deve ser avaliada - Presenças de comorbidades podem ser descompensadas pela pneumonia (diabetes, IC, DPOC) R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 20 Indicação de UTI - 1 Maior OU 3 Menores Pelo Consenso Brasileiro: - 1 Maior OU 2 Menores R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 21 Tratamento Consenso Brasileiro Ambulatorial Internado ATS/IDSA 2007 Ambulatorial R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 22 Internado UTI Duração: - 7-10 dias: Quadro clínico brando - 10-14 dias (alguns autores dizem 21): Casos mais graves - 2 semanas (14 dias): Micoplasma ou Clamídia (Sempre) Regras: - Paciente deve estar afebril por, no mínimo, 3 dias Fracasso - Precoce: Ausência de resposta ao tratamento ou piora clínica em 48-72h - Tardio: Piora do quadro após as 72h iniciais - Causas: * Antibioticoterapia errada * Não era pneumonia (embolia pulmonar, vasculites, pneumonia eosinofílica, hipersensibilidade) * É pneumonia, mas por agentes não usuais (infecções fungicas, pneumocistose, nocardiose, leptospirose, psitacose) * Houveram complicações pulmonares (abcesso) ou extrapulmonares (empiema) R es u m o d o C as o C lín ic o 4 – C M 1 K ar en C u n h a 23 Trocar a medicação EV por via oral 1 – evidência de melhora clínica; 2 – deglutição adequada para comprimidos, cápsulas ou líquidos; 3 – sinais vitais estáveis por mais de 24 horas: • Temperatura < 38ºC • FC < 100 bpm • FR < 24 irpm • PA Sistólica > 90 mmHg - Deve-se dar preferência a continuação oral com a mesma droga ou com drogas da mesma classe Esquema sequencial NEFROPATIA DIABÉTICA Indicações de insulinoterapia - Manifestações severas + Hb Glicada > 9% - Glicemia > 300 - Perda significante de peso - Sintomas graves e significantes - Cetoacidose diabética - Estado hiperosmolar - Doença grave intercorrente ou comorbidade Metformina - É retirada da circulação na forma intacta ativa por via renal (90%) com meia vida plasmática média de 6h. - Pode causar acidose láctica por inibir a captação de substratos glicogênicos (lactato e alanina), bloqueando a respiração mitocondrial - Quando a função renal está comprometida, ocorre acumulação proporcional à redução do RFG e a meia vida plasmática prolonga-se, necessitando da redução da dose
Compartilhar