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Resumo do Caso Clínico 3 CM3

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 CEFALEIA 
- A cefaleia é uma condição prevalente, incapacitante, muitas vezes sem diagnóstico e tratamento 
adequados 
- Afeta mais as mulheres e tem ↑ frequência nos anos de ↑ produtividade 
- Cefaleia do tipo tensional a mais prevalente, seguida da enxaqueca (migrânea) 
- Inicialmente, no diagnóstico da cefaleia, é importante identificá-la como primária ou secundária, além de 
afastar a presença de possíveis sinais e sintomas de alerta que indicariam a necessidade de avaliação por um 
especialista focal e exames de imagem 
- Enxaquecas ou migrâneas são mais frequentes em mulheres do que em homens, numa proporção de 3:1, 
iniciando entre a 2ª e a 3ª décadas de vida 
 Classificação 
 
 
 
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1. Enxaqueca sem aura (enxaqueca comum) 
2. Enxaqueca com aura 
 
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3. Cefaleia em salvas 
- É caracterizada por dor de intensidade moderada a intensa, unilateral, sendo predominan-temente 
retro-orbital ou temporal, associada a um ou mais sinais autossômicos no lado afetado (Quadro 1). 
Ela afeta mais homens que mulheres, numa relação de 2,5:122(C) a 3,7:123(B), e os sintomas 
tendem a iniciar em média aos 30 anos 
4. Cefaleia em salvas episódica 
5. Cefaleia tensional 
- A cefaleia tensional, subtipo episódico, afeta até 80% das pessoas de tempos em tempos e ao 
longo da vida 
- Pode ser incapacitante e durar várias horas 
- O estresse pode ser um fator desencadeante ou agravante desse tipo de cefaleia 
- Diagnóstico clínico 
 Sinais de Alarme
 
 Exames de Neuroimagem (RNM ou TC) 
- Deve ser considerado em pacientes com cefaleias agudas, com sinais de alerta e mudanças no 
padrão da cefaleia pré-existente e com achados não explicáveis no exame neurológico 
- Aneurisma intracraniano: É recomendado o encaminhamento para investigação, mesmo em 
indivíduos assintomáticos, nas famílias com 2 ou mais membros com a doença 
 Diagnóstico 
Diagnóstico diferencial das cefaleias  Dor de cabeça causada por: 
- Sinusite 
- Alterações na articulação têmporomandibular 
* Devem ser incluídas no diagnóstico diferencial quando o paciente apresentar quadro clínico de 
dor também na face e disfunção na oclusão oral 
* Deve ser encaminhado para a avaliação de odontólogos e realização de RNM  Confirmação do 
diagnóstico 
- Uso excessivo de medicação 
- Pós-trauma. 
- O diagnóstico de enxaqueca pode ser confundido com o de cefaleia causada por sinusite, tendo 
em vista que alguns dos sintomas oculares e nasais podem dificultar a interpretação diagnóstica 
feita pelo médico 
Os critérios diagnósticos de cefaleia atribuída à rinossinusite são: 
a) Acefaleia frontal acompanhada por dor em uma ou mais regiões da face, ouvidos ou dentes e 
preenchendo os critérios C e D; 
b) Evidência clínica, por endoscopia nasal, por imagens de tomografia computadorizada e/ou 
ressonância nuclear magnética e/ ou laboratorial de rinossinusite aguda ou agudização de 
rinossinusite crônica; 
c) A cefaleia e dor facial aparecem simultaneamente com o início ou exacerbação aguda da 
rinossinusite; 
 
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d) A cefaleia e/ou a dor facial desaparecem dentro de 7 dias após a remissão ou o tratamento bem-
sucedido da rinossinusite aguda ou da agudização de rinossinusite crônica 
 Tratamento 
1. Cefaleia tensional 
- Abordagem sistêmica 
- Uso de analgésicos e de AINEs é a conduta adequada para a maioria dos casos, desde que 
complementado com a orientação aos fatores desencadeantes. 
- É importante evitar o abuso de drogas ansiolíticas para alívio da tensão  Mascaram situações de 
vida que provocam desconforto e têm um grande potencial de adição, sem que isto resolva o 
problema do paciente 
- Uso de antidepressivos tricíclicos (particularmente a amitriptilina) que têm boa ação na prevenção 
da cefaleia tensional e mesmo na prevenção da cefaleia decorrente de enxaqueca 
2. Enxaqueca 
- Depende da frequência das crises, da intensidade das mesmas, da experiência dos pacientes com 
os diferentes tratamentos e da negociação estabelecida na relação médico-paciente 
- Medidas gerais devem ser consideradas sempre que se possa determinar um fator 
desencadeante – seja dietético, de hábitos (particularmente cigarro, ruídos, ritmo de sono), do uso 
de medicamentos (contraceptivo hormonal, uso crônico de analgésicos), ou mesmo situações em 
que as crises estejam associadas 
- Atitudes e atividades que promovam relaxamento e qualidade de vida diminuem a prevalência e 
a intensidade das crises 
* Biofeedback, relaxamento, yoga e outras atividades congêneres têm impacto no quadro, mas 
não há efeito somatório em fazer mais de uma delas  Considerar o gosto e a disposição do 
paciente 
- 2 maneiras básicas de se abordar o paciente portador de enxaqueca 
1ª maneira 
- Iniciar passo a passo, tentando num ajuste de doses e medicamentos obter um tratamento 
adequado para o caso em tela, usando a droga menos potente e em menor quantidade possível 
para um dado caso. 
- Vantagem: Custo financeiro geralmente é menor e abre um grande leque de tratamentos 
alternativos para as crises intensas 
- Desvantagem: Muitos pacientes em que se demora algum tempo a obter um tratamento 
eficiente podem abandonar o mesmo e buscar alternativas em outros serviços, ou mesmo se 
automedicarem 
2ª maneira 
- Baseia-se na intensidade da crise, oferecendo-se ao paciente mais de um esquema de manejo, a 
ser usado de acordo com a gravidade dos sintomas 
- Vantagem: ↑ aderência 
- Desvantagens: Muitas vezes leva os pacientes a usarem intensivamente drogas potentes  Cria 
dificuldades terapêuticas em crises mais intensas 
Medicações 
Crises leves a moderadas 
- Pode-se iniciar o tratamento das crises com analgésicos comuns, como dipirona e AAS 
- AINEs também são uma boa alternativa de manejo 
- Essas drogas, em geral, são eficientes e devem ser usadas em dose plena de forma precoce 
quando as crises se anunciam 
- Pacientes que não respondem a esses medicamentos  Associação de isometepteno + 
analgésico (dipirona, paracetamol, AAS) ou associação desse produto com cafeína e analgésico 
 
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- Pacientes que apresentam náuseas e vômitos nas crises  Antieméticos (domperidona ou a 
metoclopramida) + analgésicos 
Crises moderadas a intensas 
- Podem requerer o uso de triptanos 
- A indicação depende da tolerância dos pacientes ao medicamento, bem como dos efeitos 
colaterais que o paciente venha a desenvolver. 
- Devem ser usados com cautela em pacientes com cardiopatia, insufic. renal e insuf. hepática, pois 
podem desencadear descompensações graves e mesmo levar à parada cardíaca 
- Sumatriptano injetável, 6 mg, via subcutânea, é eficiente, oferecendo ação máxima de até 2h. 
* Alternativa possível é o sumatriptano inalatório, na dose de 20 mg intranasal 
3. Cefaleia em Salvas 
- Orientação dos pacientes sobre hábitos que desencadeiam as crises 
- Oxigenoterapia (O2 a 100%), sendo uma alternativa válida e eficiente, com praticamente nenhum 
efeito colateral 
- As drogas utilizadas para o manejo da crise de cefaleia em salvas são a ergotamina, 1 mg, EV, IM ou 
subcutânea até 3 mg ao dia e os triptanos – sumatriptano, 6 mg, via subcutânea,ou 20 mg 
intranasal, que devem ser usados em doses plenas para o controle das crises. 
 Pacientes que têm crises frequentes ou em quem os episódios recorrem persistentemente 
- Uso de corticoide (Prednisona 40 mg) 
* Oferece alívio e pode ser mantido nesta dose 
* Iniciando-se a retirada após 3 dias de tratamento, num ritmo de 5 mg/dia 
- Bloqueadores de canais de cálcio  Verapamil, em doses de 240-320mg/dia 
* Mostra-se eficiente e pode ser associado ao corticoide para uma terapia mais prolongada 
 Prevenção (Enxaqueca) 
- Pacientes que têm > 4 crises/mês devem receber medicações preventivas 
- Evitar a incapacidade inerente ao quadro e o surgimento de cefaleia crônica diária induzida pelo 
uso de analgésicos 
- β-bloqueadores (propranolol, metoprolol, timolol), o antidepressivo tricíclico (amitriptilina) e o 
anticonvulsivante (ácido valpróico) 
- Deve ser usada na ↓ dose possível, ajustada de acordo com a resposta 
- β-bloqueadores as drogas de eleição para se iniciar, desde que não haja contraindicações 
- Pode ser usada a acupuntura como abordagem para a profilaxia da enxaqueca, havendo um 
conjunto de evidências de que há melhora na frequência e na intensidade das crises 
- Abordagem homeopática, apesar da limitação de informação científica que sustente seu uso 
 
 
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 MENINGITE 
- Meningite é a inflamação das meninges, causada principalmente por microrganismos patogênicos, com ↑ 
taxas de morbidade e mortalidade 
- Meningismo: Rigidez na nuca, fotofobia e cefaleia 
 Causas 
 
 Modo de transmissão 
- Em geral, através das vias respiratórias, por gotículas e secreções da nasofaringe 
* Necessidade de contato íntimo (residentes da mesma casa, pessoas que compartilham o mesmo 
dormitório ou alojamento, comunicantes de creche ou escola, namorado) ou contato direto com as 
secreções respiratórias do paciente 
- Fecal-oral: Infecções por enterovírus. 
 Quadro Clínico 
- A meningite se caracteriza por febre, cefaleia intensa, vômitos e sinais de irritação meníngea, 
acompanhadas de alterações do LCR 
- O indivíduo que apresentar 3 ou mais sinais e sintomas descritos pode ser considerado caso 
suspeito de meningite 
Meningite bacteriana 
- Normalmente apresenta cefaleia, febre, letargia, vômitos frequentemente com sinais 
neurológicos focais e convulsões. 
- Os pacientes podem ter antecedentes respiratórios ou infecção sinusal 
- Cefaleia e dor nucal são proeminentes e estão relacionadas à fotofobia, náusea e vômitos 
- Meningismo 
- A proteção das vias aéreas pode ser comprometida pelas alterações de consciência e convulsões 
prolongadas 
Meningite Meningocócica 
- Causada pelo diplococo Gram-negativo Neisseria meningitidis 
- Atualmente são conhecidos 13 sorogrupos de meningococos, definidos pelo seu polissacarídeo 
capsular: A, B, C, D, 29E, H, I, K, L, W135, X, Y e Z 
* Sorogrupos B e C são mais comuns na Europa, Austrália e Américas, incluindo Brasil 
- 10 a 40% das meningites bacterianas 
- Cefaleia, vômitos, calafrios e febre, rigidez da nuca e erupção cutânea petequial, principalmente 
se houver epidemia ou tiver sido exposto a um caso conhecido 
- Pode ocorrer herpes labial, conjuntivite e erupção cutânea com petéquias ou hemorragia. 
 
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- Sintomas já descritos para meningite bacteriana 
- Evolução: Turvação da consciência, podendo evoluir para torpor ou coma 
- Papiledema pode surgir se a meningite persistir > 1 semana 
- Pia-aracnoide mais espessa, podendo formar aderências com a evolução da doença, interferindo 
no fluxo do LCR  Hidrocefalia 
- Paralisias eventuais dos nervos cranianos é consequência da reação inflamatória e fibrose das 
meninges ao longo das raízes dos nervos cranianos. 
- Defeitos auditivos podem ocorrer como dano ao nervo auditivo. 
- Pode ocorrer paralisia facial 
- Lesões de parênquima, como hemiplegia, afasia e sinais cerebelares são raros 
Meningite tuberculosa 
- Evolução mais demorada, mortalidade mais ↑, alterações do LCR de ↓ gravidade e o tratamento 
menos eficaz, com ↑ nº de sequelas 
- É uma meningite subaguda, onde o início dos sintomas não é agudo, com menor grau de 
inflamação e evolução mais protraída 
Meningite Viral 
- Normalmente é benigna, com bom prognóstico 
- Faixa etária de > risco representado por < 5 anos 
- Caracterizada por um quadro clínico de alteração neurológica 
- Hipertermia, astenia, mialgia, cefaléia, fotofobia, rigidez da nuca, distúrbios gastrointestinais, 
sintomas respiratórios ou erupção cutânea. 
- Febre, cefaleia e sinais meníngeos de início agudo são os sinais e sintomas mais frequentes 
observados em meningite por enterovírus 
- Exame físico: bom estado geral associado à presença de sinais de irritação meníngea. 
- Em geral, o restabelecimento do paciente é completo, mas, em alguns casos, pode permanecer 
alguma debilidade, como espasmos musculares, insônia e mudanças de personalidade. 
- Duração do quadro: Geralmente < 1 semana 
• Síndrome infecciosa: febre ou hipotermia, anorexia, apatia e sintomas gerais de infecção; 
• Síndrome de irritação radicular com sinais meníngeos: rigidez de nuca, sinais de Kernig, 
Brudzinski e Lasègue; 
• Síndrome de hipertensão intracraniana: cefaleia, vômitos sem relação com a alimentação, 
papiledema; 
• Síndrome encefalítica: Sonolência ou agitação, torpor, delírio e coma. 
- Em geral, não estão associadas a complicações, a não ser que o indivíduo seja portador de alguma 
imunodeficiência. 
- Quando se trata de enterovírus (85% dos casos), sinais e sintomas inespecíficos que mais 
antecedem acompanham o quadro da meningite são: manifestações gastrointestinais (vômitos, 
anorexia e diarreia), respiratórias (tosse, faringite) e ainda mialgia e erupção cutânea 
- Apresenta LCR com ↓ celularidade, predomínio linfomonocitário e parâmetros bioquímicos 
normais ou pouco alterados 
Meningite Fúngica 
- Podem ocorrer como infecções oportunistas ou surgir em hospedeiros imunocomprometidos 
(diabetes, doença maligna, terapia iminossupressora ou AIDS). 
- Os agentes patológicos habituais são: Cryptococcus neofarmans, Coccidioides immitis, Candida 
albicans, Aspergillus spp, Histoplasma capsulatum, Blatomyces e Mucor spp 
- A evolução clínica pode ser indolente por meses ou anos, ou pode ser fulminante ou fatal em 2 
semanas 
 
 
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 Exames 
Os principais exames para o esclarecimento diagnóstico de casos suspeitos de meningite são: 
• Exame quimiocitológico do LCR; 
• Bacterioscopia direta (líquor); 
• Cultura (líquor, sangue, petéquias ou fezes); 
- Exame de ↑ grau de especificidade 
- Padrão ouro para diagnóstico das meningites bacterianas e, no caso da doença meningocócica, 
para a identificação do sorogrupo, de grande relevância para acompanhar as tendências e 
investigação de surtos e/ou epidemias 
• Contra-Imuneletroforese Cruzada – CIE (líquor e soro); 
- Fornece uma sensibilidade de, aproximadamente, 70%, na identificação de N. meningitidis, e de 
90%, na identificação de H. influenzae, e uma especificidade da reação de 98% 
• Aglutinação pelo látex (líquor e soro) 
- Partículas de látex, sensibilizadas com anti-soros específicos, permitem detectar o antígeno 
bacteriano em líquor, soro e outros fluídos biológicos. 
- Pode ocorrer resultado falso-positivo, em indivíduos portadores do fator reumático ou em 
reações cruzadas com outros agentes. 
- Asensibilidade do teste de látex é da ordem de 90% para H. influenzae, 94,4% para S. 
pneumoniae e 80% para N. meningitidis. A especificidade da reação é de 97% 
Punção do LCR 
- Se o paciente está alerta e sem sinais neurológicos focais e sem ↑pressão intra-craniana  
Punção lombar (PL), com avaliação do LCR em relação a níveis de proteínas e glicose e presença de 
leucócitos e granulócitos 
- Se o paciente está com sinais neurológicos focais, se está obnubilado ou se há ↑ pressão 
intracraniana  TC pode preceder a punção 
Sinais de Hipertensão Intracraniana 
- ↓ Nível de consciência 
- Papiledema 
- Pupilas dilatadas e ↓ reativas 
- Paralisia do VI par craniano 
- Postura de descerebração 
- Presença do Reflexo de Cushing (Bradicardia, ↑ PA, Respiração Irregular) 
 Diagnóstico laboratorial 
 
 
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Estudo do LCR 
 
Fúngica 
- Pleiocitose mista, com predomínio linfocítico 
- Níveis ↑ proteínas 
- Níveis de glicose normais ou ligeiramente ↓ ; 
- Coloração de tintura da Índia pode identificar Cryptococcus; 
- Geralmente cultura positiva para fungos e teste de aglutinação com látex para antígeno 
criptocócico sensível para este organismo 
Hemocultura 
Raspado de lesões petequiais 
EAS 
- Meningite meningocócica: Pode mostrar presença de albumina, cilindros e hemáceas 
Fezes  Pesquisa de enterovírus 
 
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 Tratamento 
 
Meningites Virais 
- Aliviar os sintomas (como uso de antitérmicos), medidas de suporte, para prevenir complicações. 
- Nos casos de herpes-vírus pode-se utilizar aciclovir. 
- Internação é realizada apenas para evitar a desidratação provocada pelos vômitos, ↓ cefaleia e 
melhorar as condições gerais 
- Uso de cortiscoteróides é feito quando a resposta inflamatória é ↑ e acompanhada de 
hipertensão craniana e manifestações clínicas significativas 
- A recuperação da meningite viral normalmente ocorre em 1-2 semanas do início, mas alguns 
pacientes podem ter fadiga, astenia e tonteira por meses 
Meningites Bacterianas 
 
 
 
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Meningites Fúngicas 
- A base do tratamento é a anfotericina B, 1mg/dia, dobrando-se a dose diariamente até alcançar 
16 mg/dia, para alcançar a dose terapêutica de 0,5 a 1,5 mg/kg/dia 
- Fluocitosina, miconazol, cetoconazol e fluconazol são efetivos anti-fúngicos 
- A cura permanente é exceção, com mortalidade comum, especialmente nas infecções não 
criptocócicas (50-90%) e os pacientes com infecções criptocócicas normalmente precisam de 
tratamento por toda a vida 
 Isolamento respiratório para gotículas > 5u: 
- Meningite bacteriana indeterminada ou meningocócica, até 24h de antibioticoterapia 
1. Quarto privativo ou coorte de pacientes com o mesmo agente etiológico. 
- Distância mínima entre dois pacientes > 1 metro. 
- A porta pode permanecer aberta. 
2. Máscara se houver aproximação ao paciente, numa distancia < um metro. 
- São recomendadas para todas as vezes que os profissionais, visitantes e acompanhantes 
entrarem no quarto. 
3. Transporte dos pacientes deve ser limitado ao mínimo indispensável. 
- Quando for necessário, o paciente deve usar máscara. 
 
 
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 Síndrome Adenomegálica 
 Toxoplasmose 
- Zoonose causado por protozoário. 
- Apresenta quadro clinico variado, desde infecção assintomática a manifestações sistêmicas graves. 
- Na maioria das vezes inicia assintomática, após alguns dias apresenta linfadenopatia localizada em 
nódulos linfáticos cervicais posteriores (típico) ou, mais raramente, generalizados ou febre 
prolongada + astenia importante 
- Este quadro pode assemelhar-se a mononucleose. 
Diagnóstico 
- Baseia-se na associação das manifestações clínicas com a confirmação por meio de estudos 
sorológicos, ou da demonstração ou detecção do agente em tecidos ou líquidos corporais. 
- Anticorpos da classe IgG > 1:2048  Infecção ativa, sendo extremamente importante ser 
acompanhada da testagem para anticorpos da classe IgM em sorologias pareadas. 
- Anticorpos IgG ↓ e estáveis (1:2 a 1:500)  Podem representar infecções crônicas, passadas ou 
persistentes. 
Modo De Transmissão 
- Ingestão de oocistos provenientes do solo, areia, latas de lixo contaminado com fezes de gatos 
infectados; 
- Ingestão de carne crua ou mal cozida infectada com cistos, especialmente carne de porco e 
carneiro; 
- Infecção transplacentária, ocorrendo em 40% dos fetos de mães que adquiriram a infecção 
durante a gravidez. 
Diagnóstico Diferencial 
- Citomegalovírus, malformações congênitas, sífilis, Rubéola, herpes, aids, kernicterus, 
neurocisticercose, outras doenças febris. 
Tratamento 
- Pirimetamina + Sulfadiazina 25-50mg de 4-6 semanas. 
 Mononucleose 
- É a síndrome infecciosa que acomete principalmente jovens entre 15-25 anos de idade (doença 
do beijo). 
- Pode ser assintomática ou apresentar febre ↑, odinofagia, tosse, adenopatias cervicais posterior, 
hepatoesplenomegalia discreta, faringoamigdalite. 
- Complicações comuns: Anemia hemolítica, trombocitopenia, meningite, encefalite, síndrome de 
Guillain-Barré. 
Diagnóstico: 
- Clínico, associado ao hemograma, que revela leucocitose com ↑ de linfócitos atípica. 
- Testes rápidos para detecção de anticorpos específicos para o vírus Epstein – Barr. 
Modo De Transmissão: 
- Inter humano, pelo contato íntimo de secreção oral (saliva) é rara por contato sanguíneo ou 
sexual. 
Diagnóstico Diferencial: 
- Infecção pelo CMV, toxo, leptospirose, infecção aguda pelo HIV, hepatites, linfoma. 
Tratamento Sintomático: 
- Corticoterapia em casos de obstrução das vias aéreas, na trombocitopenia e anemia hemolítica. 
 Citomegalovírus 
- O citomegalovírus é um vírus da mesma família do herpes, que pode causar sintomas como febre, 
dor de garganta e inchaço na barriga. 
 
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- Durante a gravidez, esse vírus é detectado através dos exames do pré-natal, mas geralmente é 
inofensivo e não provoca nenhuma alteração no bebê, principalmente quando a mulher foi infectada 
ainda antes de engravidar. No entanto, quando a mulher é infectada durante a gestação, o vírus 
pode causar problemas como microcefalia e surdez no bebê. 
- É uma infecção muito branda, praticamente assintomática, na maioria das pessoas que possuem 
um sistema imunológico saudável. 
- Acomete principalmente os linfonodos da cadeia cervical, occipital e retroauricular. No entanto, os 
sintomas surgem quando o sistema imunológico está baixo, pois o vírus ganha força e provoca febre, 
dor de cabeça, dor de garganta e aumento do fígado e do baço, o que deixa a barriga inchada e 
dolorida. 
Diagnóstico 
- O diagnóstico de infecção pelo citomegalovírus é feito através de exame de sangue, que mostra se 
existem anticorpos contra o vírus. 
- Quando o resultado do exame traz o nome reagente CMV IgM, indica que a infecção pelo vírus 
ainda está no início, mas se o resultado for reagente CMV IgG, significa que o vírus está presente há 
mais tempo no organismo, permanecendo, então, por toda vida, assim como acontece com a 
herpes. 
- Os primeiros anticorpos do tipo IgM surgem dentro de 2 semanas e podem demorar até 12 meses 
para desaparecer. 
- Osprimeiros anticorpos IgG surgem cerca de 3 semanas após a infecção, aumentam de 
concentração durante algumas semanas e depois se estabilizam, permanecendo detectáveis para 
sempre no sangue. 
Modo De Transmissão 
- Pode ocorrer através do contato com secreções do corpo, como as da tosse e da saliva, através 
do contato íntimo com uma pessoa infectada ou por meio do compartilhamento de objetos 
contaminados, como copos, talheres e toalhas. 
- Além disso, o vírus também pode ser transmitido através de transfusões sanguíneas ou de mãe 
para filho, principalmente quando a mulher grávida é infectada durante a gestação. 
Diagnóstico Diferencial 
- Toxo, mononucleose 
Tratamento 
- O tratamento contra o citomegalovírus é feito com remédios para aliviar os sintomas da doença 
e, nos casos mais graves, com medicamentos antivirais, que ajudam a combater o vírus 
 SIDA/HIV 
- HIV é um retrovírus (vírus de RNA que precisa ter seu material genético transcrito para DNA para poder 
infectar o homem) 
- 2 tipos: HIV 1 e HIV 2 
- A maior infecção é causada pelo HIV 1 do grupo M, sendo o HIV-2 encontrado quase que exclusivamente 
na África 
- Pacientes são principalmente do sexo masculino, 24-39 anos. 
 Transmissão 
- Exposição sexual, sanguínea (usuário de drogas injetáveis e transfusão de sangue e 
hemoderivados) 
- Exposição perinatal (vertical), percutânea (acidente de trabalho) 
- Outros fatores que ↑ o risco de contagio são: 
* Carga Viral sanguínea detectável: Transmissão é infrequente quando a carga viral do parceiro 
infectado é < 1700 copias/mlL. Logo, o risco tende a ser > durante a síndrome retroviral aguda e na 
doença avançada (carga viral nessas situações é muito maior) 
 
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* Presenca de DST: Promovem inflamação e concentração de células CD4 na genitália. O risco ↑ 
tanto para a transmissão quanto para a aquisição do HIV! 
* Ausência de circuncisão: Remoção do prepúcio ↓ a chance de trauma local e DST ulcerativa. Além 
do mais, o prepúcio é ↑ vascularizado e naturalmente rico em células CD4+. 
* Uso de ACO: ↑ risco de infecção pelo HIV em mulheres  Modificam o epitélio da mucosa vaginal, 
tornando-o mais suscetível à penetração do vírus. 
 Quadro Clínico 
1. Infecção aguda 
- Definida como as 1ª semanas da infecção pelo HIV, até o aparecimento dos anticorpos anti-HIV 
(soroconversão), que costuma ocorrer em torno da 4ª semana após a infecção 
- Viremia plasmática alcança níveis elevados e o indivíduo torna-se altamente infectante 
- A sorologia para a infecção pelo HIV é geralmente negativa nessa fase, mas o diagnóstico pode 
ser realizado com a utilização de métodos moleculares para a detecção de RNA do HIV. 
- A infecção pelo HIV é acompanhada por um conjunto de manifestações clínicas, denominado 
Síndrome Retroviral Aguda (SRA) 
- Se apresenta geralmente entre a 1ª-3ª semana após a infecção. 
- 50-90% dos indivíduos infectados apresentam SRA. 
- Principais achados clínicos de SRA: 
* Febre, adenopatia, faringite, exantema, mialgia e cefaleia. 
* Pode cursar com febre ↑, sudorese e linfadenomegalia, comprometendo principalmente as 
cadeias cervicais anterior e posterior, submandibular, occipital e axilar. 
* Podem ocorrer esplenomegalia, letargia, astenia, anorexia e depressão. 
* Alguns pacientes desenvolvem exantema de curta duração após o início da febre 
(frequentemente < 3 dias), afetando geralmente a face, pescoço e/ou tórax superior, mas 
podendo se disseminar para braços, pernas, regiões palmares e plantares. 
* Podem ter sintomas digestivos, como náuseas, vômitos, diarreia, perda de peso e úlceras 
orais 
* Comprometimento do fígado e do pâncreas é raro na SRA. 
* Manifestações neurológicas mais comuns: Cefaleia e dor ocular, mas pode ocorrer também 
quadro de meningite asséptica, neurite periférica sensitiva ou motora, paralisia do nervo facial 
ou síndrome de Guillan-Barré. 
- A SRA é autolimitada e a maior parte dos sinais e sintomas desaparece em 3-4 semanas. 
- Linfadenopatia, letargia e astenia podem persistir por vários meses. 
- A presença de manifestações clínicas mais intensas e prolongadas (> 14 dias) pode estar 
associada à progressão mais rápida da doença. 
2. Latência Clínica e Fase Sintomática 
- Exame físico costuma ser normal, exceto pela linfadenopatia, que pode persistir após a 
infecção aguda. 
- A presença de linfadenopatia generalizada persistente é frequente e seu diagnóstico 
diferencial inclui doenças linfoproliferativas e tuberculose ganglionar 
- Podem ocorrer alterações nos exames laboratoriais: 
* Plaquetopenia um achado comum, embora sem repercussão clínica na maioria dos casos. 
* Anemia (normo-normo) e leucopenia leves podem estar presentes. 
* Contagem de linfócitos T-CD4+ (LT-CD4+) permanece > 350 células/mm3 
- Episódios infecciosos mais frequentes são geralmente bacterianos, como as infecções 
respiratórias ou mesmo tuberculose, incluindo a forma pulmonar cavitária. 
- Com a progressão da infecção, apresentações atípicas das infecções, resposta tardia à 
antibioticoterapia e/ou reativação de infecções antigas começam a ser observadas. 
 
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- Infecção progride  Sintomas constitucionais 
* Febre baixa, perda ponderal, sudorese noturna, fadiga 
* Diarreia crônica, cefaleia, alterações neurológicas, infecções bacterianas (pneumonia, sinusite, 
bronquite) e lesões orais, como a leucoplasia oral pilosa, tornam-se mais frequentes, além de 
herpes-zoster. 
- Nesse período, pode-se encontrar ↓ contagem de LT-CD4+  Entre 200-300 céls/mm³ 
3. Síndrome da Imunodeficiência Adquirida 
- O aparecimento de infecções oportunistas e neoplasias é definidor da Síndrome da 
Imunodeficiência Adquirida (AIDS). 
- Entre as infecções oportunistas destacam-se: pneumocistose, neurotoxoplasmose, tuberculose 
pulmonar atípica ou disseminada, meningite criptocócica e retinite por citomegalovírus. 
- As neoplasias mais comuns são sarcoma de Kaposi, linfoma não Hodgkin e câncer de colo 
uterino, em mulheres jovens. 
- Contagem de LT-CD4+ < 200 céls/mm³, na maioria das vezes 
- Além das infecções e das manifestações não infecciosas, o HIV pode causar doenças por dano 
direto a certos órgãos ou por processos inflamatórios  Miocardiopatia, nefropatia e 
neuropatias que podem estar presentes durante toda a evolução da infecção pelo HIV-1 
 
 
 
 
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 Abordagem inicial 
História Clínica 
 
 
Exame Físico 
- Deve incluir a aferição da PA, peso, altura, cálculo do IMC e medida da circunferência abdominal 
 
- Alterações neurocognitivas 
- Dermatite seborreica 
- Adenopatia de cabeça e pescoço, 
axilares, supraolecreanas, inguinais 
- Hepatomegalia ou esplenomegalia 
 
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- Molusco contagioso 
- Foliculite 
- Verrugas 
- Psoríase 
- Corrimento 
- Úlceras 
- Candidíase 
- Leucoplastia pilosa (língua) 
- Micose de pés e unhas 
Exames Complementares 
 
 Aconselhamento 
Pré-teste 
- Transmissão, resultado do teste, janela imunológica 
Pós-teste 
- Se (+) 
- Doença, tratamento, prevenção secundária, utilidade dos exames laboratoriais 
 Diagnóstico 
Exames disponíveis 
Detecção de anticorpos anti-HIV: 
- Detectáveis na maioria dos casos entre 30-90 dias após o contagio 
- 95% dos pacientes apresentarão sorologiapositiva dentro de 6 meses. 
Detecção de antígeno p24 ou pesquisa de acido nucleico (RNA VIRAL ou DNA pró-viral): 
- Importante quando o a detecção dos anticorpos não é possível, como em crianças < 18 meses e 
na infecção aguda em adultos. 
- Crianças < 18 meses: Sorologia não é útil, pois os anticorpos anti-HIV detectados em seu sangue 
podem ser sido produzidos pela mãe (transferência placentária), sem que a criança esteja 
verdadeiramente infectada. 
Cultura 
Teste molecular: PCR 
- Fragmentos específicos de ácidos nucleicos do HIV são amplificados por uma sequencia de 
reações bioquímicas revelando a presença do vírus através da identificação do seu genoma. 
Os testes sorológicos podem ser divididos em 3: 
Imunoensaios de triagem: 
- Representados principalmente pelo ELISA. 
- A 4a geração é capaz de detectar simultaneamente anticorpos (IgM, IgG, IgA e IgE) e o antígeno 
p24 com janela diagnóstica de 15 dias 
OBS: Janela Diagnóstica: período inicial em que a infecção já esta estabelecida, porém os 
anticorpos anti-HIV ainda não apareceram. 
OBS²: Ao longo do tempo, os exames de tiragem foram se tornando cada vez mais sensíveis 
(detecção precoce, com encurtamento da janela diagnostica) ao mesmo tempo em que se ↑ 
especificidade. 
Testes rápidos: 
 
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- São imunoensaios simples que podem ser feitos em qualquer local, com ou sem infraestrutura 
laboratorial, sendo seu resultado definido em até 30 minutos. 
- São preferenciais em situações como: regiões sem infraestrutura laboratorial ou de difícil acesso; 
programas governamentais como “Rede Cegonha”, PSF etc; segmentos populacionais mais vulnerais; 
parceiros portadores de HIV; acidentes ocupacionais; pacientes que receberam o diagnostico de 
tuberculose; pessoas que receberam diagnóstico de alguma DST; pacientes atendidos em pronto-
socorro, etc 
- É possível ser feito o diagnostico apenas com testes rápidos (ver adiante). 
Testes Complementares: 
- Confirmação diagnostica, contornando os resultados falso-positivos que podem ocorrer nos 
métodos anteriores. 
- Incluem-se: Western Blot, Imunoblot. 
- O Western Blot pode ser indicado quando o teste molecular não estiver disponível, ou quando este 
último for negativo num paciente com imunoensaio positivo. 
 
 
Falhas e erros no diagnostico: 
- No período de janela diagnostica/imunológica, quando os testes não são capazes de detectar a 
infecção que ocorreu há poucos dias. 
- Para contorna-la, indica-se a repetição dos testes dentro de 30 dias para reavaliação. 
 
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Estratégias diagnosticas do ministério da saúde 
FLUXOGRAMA 1: Diagnóstico com 2 testes rápidos 
- 2 testes rápidos (TR1 e TR2) realizados em sequencia com amostras de sangue (obtidas por 
punção da polpa digital ou por punção venosa em tudo contendo anticoagulante). 
 
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- Se o TR1 for negativo, o TR2 não é realizado, e o laudo é liberado como “amostra não reagente 
para o HIV”, incluindo a ressalva de que diante de suspeita clinica uma nova testagem devera ser 
realizada após 30 dias. 
- Se TR1 +  Faz TR2 
- Se TR1+TR2 +  Confirma diagnóstico 
- Se TR2 for negativo, repetir fluxograma desde o inicio 
- Caso o fluxograma já tenha sido repetido e a mesma discordância persista, deve-se proceder ao 
teste convencional com coleta de sangue por punção venosa periférica (FLUXOGRAMA 3). 
- Após confirmação de “amostra reagente”, o individuo deve ser encaminhado para atendimento 
onde deve ter solicitado o teste de quantificação da carga viral do HIV. 
 
 
 
FLUXOGRAMA 2: Teste rápido usando fluido oral (TR-FO) seguido por TR utilizando sangue (TR). 
- Um teste rápido utilizando fluido oral seguido por um teste rápido utilizando sangue (TR). 
- Utilizado fora de unidades de saúde, em campanhas de testagem e em populações de alta 
vulnerabilidade. 
- Mesmo esquema do fluxograma 1. 
- Após confirmação de “amostra reagente”, o individuo deve ser encaminhado para atendimento 
onde deve ter solicitado o teste de quantificação da carga viral do HIV. 
 
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FLUXOGRAMA 3: Triagem com Imunoensaio de 4ª Geração e Teste Molecular como Teste 
Complementar/Confirmatório 
- Diagnostico por imunoensaio de 4a geração + teste molecular como confirmatório 
- ‘E o fluxograma que permite o diagnostico mais precoce da infecção pelo HIV. 
- Amostra não reagente no IE de 4a geração à definir como AMOSTRA NÃO REAGENTE PARA HIV e, 
em caso de suspeita clinica de infecção pelo HIV, repetir o teste após 30 dias em nova amostra. 
- Amostra reagente no IE e positivas no teste molecular representam infecção pelo HIV. / POREM, 
amostra reagente no IE mas negativa no teste molecular, pode representar infecção pelo HIV-2 ou 
indicar infecção em um individuo com carga viral abaixo do limite de detecção. 
- Quando ocorre a ultima situação (IE reagente e TM negativo), realizar teste WB ou IB ou IBR 
(testes sorológicos confirmatórios) 
* Se resultado negativo ou indeterminado destes testes, definir AMOSTRA INDETERMINADA PARA 
HIV  Liberar este laudo incluindo “persistindo suspeita clinica”, REPETIR O FLUXOGRAMA APÓS 
30 DIAS  Permanecendo indeterminado, considerar a possibilidade de infecção pelo HIV-2. 
 
 
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FLUXOGRAMA 4: Triagem com Imunoensaio de 3ª Geração e Teste Molecular como Teste 
Complementar/Confirmatório 
- Diagnostico por IE de 3a geração + teste molecular. 
- Única diferença do fluxograma 3 é que o TR1 é um IE de 3ª geração, ou seja, um teste sorológico 
onde se pesquisa apenas a presença de anticorpos anti-HIV, sem detecção de antígeno p24 
- A grande desvantagem é que a janela imunológica é > que o de 4ª geração, porém vale a pena 
lembrar que a maioria dos infectados pelo HIV não se encontra nos estágios iniciais da infecção 
- Logo, este fluxograma é capaz de estabelecer o diagnóstico na maior parte dos casos 
 
 
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FLUXOGRAMA 5: Triagem com Imunoensaio de 3ª Geração e Western blot, Imunoblot ou 
Imunoblot Rápido como Teste Complementar/Confirmatório 
- Diagnostico por IE de 3ª geração + teste sorológico confirmatório (WB, IB, IBR). 
- Ate pouco tempo atrás era o modelo utilizado, porém pouco vantajoso em relação ao custo e à 
detecção precoce. 
 
 
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 Periodicidade de Consultas e Seguimento Laboratorial 
- Periodicidade das consultas médicas deve adequar-se à fase do tratamento e às condições 
clínicas do paciente. 
- Após a introdução ou alteração da TARV, recomenda-se retorno entre 7 -15 dias pra observar 
eventos adversos e dificuldades que possam comprometer a adesão; 
- Em seguida, retornos mensais até a adaptação do paciente à TARV. 
- Pacientes com quadro clínico estável poderão retornar para consultas em intervalos de até 6 
meses; 
* Exames de controle também poderão ser realizados com periodicidade maior 
 
 
 
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Rastreamentode Neoplasias 
- Após o advento da TARV, observou-se uma ↓ acentuada das neoplasias relacionadas à AIDS e um 
↑ da incidência das não relacionadas, principalmente pulmonar, anal, hepática e linfoma de 
Hodgkin 
* As 3 últimas neoplasias são sabidamente correlacionadas à presença de outros vírus e o CA 
pulmonar ao tabagismo, com > incidência nos portadores do HIV. 
 
 
Monitoramento laboratorial utilizando contagem de LT-CD4+ e carga viral 
 
 
 
 
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 Tratamento 
Terapia Antirretroviral – TARV 
- Objetivo: ↓ morbidade e mortalidade das PVHA, melhorando a qualidade e a expectativa de vida, e 
não erradicar a infecção pelo HIV 
- Seu foco principal sempre foi a ↓ de risco de infecções oportunistas, evolução para AIDS e óbito 
- Deve ser oferecida a TODAS as pessoas com diagnóstico do HIV, independentemente da carga viral 
e da contagem de linfócitos T-CD4+, visando benefícios clínicos e ↓ da transmissibilidade do HIV 
- Uma vez iniciada, a TARV não deverá ser interrompida 
- Não elimina a possibilidade de transmissão sexual do HIV 
* Além disso, há fatores que podem ↑ possibilidade de transmissão, como a presença de DSTs. 
* Portanto, o uso de preservativos deve ser sempre estimulado, mesmo em pacientes que 
apresentem supressão viral 
 
 
 
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Síndrome de Reconstituição Imune (SRI) 
- Apresenta quadro clínico de caráter inflamatório exacerbado, associado ao início da TARV, que se 
caracteriza por agravamento de uma doença já diagnosticada, bem como o aparecimento de uma 
doença não diagnosticada previamente, exacerbando uma doença subclínica preexistente. 
- Ocorre principalmente em pacientes que apresentam ↓ contagens de CD4 ao iniciarem a TARV 
 
 
 
 Profilaxia de Doenças Oportunistas 
Profilaxia primária 
- Visa evitar o primeiro episódio de uma infecção oportunista 
 
 
 
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Profilaxia secundária 
- Visa evitar a recidiva de uma infecção oportunista já ocorrida. 
 
 
 
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ANEXOS 
 
 
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