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PROCESSOS GRUPAIS Condição humana neotênica – necessidade do outro para sobrevivência; Conjunto de pessoas: Grupo, quando compartilham de objetivos e vínculo; leva tempo de interação para sua formação e é construído socialmente. Conjunto de grupos > Comunidade > Sociedade. A ação de um grupo pode ter um caráter uniforme, como se fosse um único indivíduo agindo; mas há as individualidades de cada elemento, as verticalidades. Existem 3 medos essenciais do ser humano: de não ser amado, não ser aceito ou de ser aniquilado; *Agrupamento – conjunto de pessoas que não possuem laços e vínculos. Principais teóricos: Joseph Pratt (1905) Instaurou as ‘Classes Coletivas’, onde reunia-se grupos de tuberculosos para troca de experiências, de esperanças. Kurt Lewin (1890~1947) Pai da ‘dinâmica de grupos’, onde o contexto social/grupal influencia os indivíduos pertencentes; conceito de ‘Campo Grupal’ – enquanto as características influentes criadas a partir da interação do grupo. Siegmund Heinrich Foulkes (1898~1976) Inaugura a prática psicanalítica de grupos (1948); grupo ≠ soma das partes; totalidade grupal como alvo. Pichon Rivière (1907~1977) Observa a influência do grupo familiar, em seus pacientes enfermos; assim como vê, a família como o primeiro grupo a qual pertencemos – posteriormente há a escola, trabalho... Grupos Operativos: Formados a partir de tarefas objetivas, não com finalidade terapêutica a priori; concluindo com o alcance do aprendizado; trabalha com a compreensão dos vetores grupais. Jacob Levy Moreno, batizou a ‘terapia de grupo’; ‘pai do psicodrama’; estudou os fenômenos produzidos em pequenos e grandes grupos. Wilfred Bion (1940) Sinaliza quanto aos planos conscientes/inconscientes dos grupos; ‘o grupo é anterior ao indivíduo’ – todo ser quando surge, é incluído em algum grupo já estabelecido. Siegmund Freud, postulou sobre a psicologia das massas, a partir dos grupos artificiais (igrejas e exército, por exemplo); e da introjeção de características do grupo para o indivíduo. DINÂMICA DE GRUPO: Busca compreensão da estrutura, do poder, liderança e da comunicação apresentada pelo grupo. GRUPOTERAPIA: Grupo como recurso terapêutico; tem um enquadre/modelo/setting e objetivos bem definidos; preserva-se a identidade de cada participante; necessária a afetividade construída pelos integrantes, onde construa-se os papéis ao longo das interações. CAMPO GRUPAL: Se coeso, favorece a função continente (de acolher e conter angústias expressas; funciona como uma galeria de espelhos, onde seus materiais são expressos e refletidos, constantemente. Fenômenos da Campo Grupal: Interação do dito e não-dito; Identificação entre participantes e o facilitador; Desempenho de papéis, as vezes de maneira estereotipada; ‘Ressonâncias’ – onde a ação de um, emerge tal ação/afeto em outrem; Papéis: São distribuídos conforme a construção desempenhada por cada integrante; os que são pré-determinados, visam uma movimentação grupal; devem ser complementares e quando há flexibilidade, é indicativo de um ambiente saudável; o facilitador cumpre a função de identificar os papéis estereotipados e se atentar a comportamentos destrutivos ao campo grupal. Bode expiatório: Elencado como o problema do grupo, personifica a falha; Porta Voz: Costuma expressar o conteúdo latente do grupo; Radar (ou Caixa de Ressonância): Sensível as ansiedades do grupo; costuma ser o mais regredido e apresentar dificuldades em processos simbólicos; Instigador: Promove revelações, provocações ao grupo; Atuador: Interpreta funções pelos outros, age de maneira proibida, por delegação dos outros; tem consequências ambíguas; Sabotador: Cria obstáculos ao desenvolvimento do grupo; há inveja e defesas narcisistas; Apaziguador: Evita desavenças e ameniza conflitos; Obstrutor: Evita termos angustiantes; Moralista: Zela por uma ‘moral dos bons costumes’ e faz um patrulhamento ideológico; Líder: Papel indicado pelo facilitador ou por ‘formação espontânea’; é a fonte de confiança e de condução ao grupo em suas propostas; o grupo depende do líder, e suas qualidades vão derivar das qualidades dos formadores de tal grupo. ‘Supostos Básicos’ de Bion, para a liderança: Dependência: o grupo depende de uma sustentação, de um norte; Luta e Fuga: onde se organizam para lutar ou fugir; Acasalamento: personificar a esperança do grupo. Pichon Rivière: Autocrática: onde impõe sua ideologia, de maneira obsessiva; Democrática: há uma hierarquia com limites e papéis; Laisse-Faire: Preza por um estado negligente, de não acolhimento; Demagógico: ‘Falso self’; ‘ fala mas não faz’; provoca decepções/desconfiança. David Zimmermann: Narcisista: Cega seus liderados, através do fascínio; deslumbra seus liderados a fim de satisfazer suas necessidades; RESISTÊNCIAS, o que opera contra as mudanças; Manifesta através de atrasos, faltas, complicações com pagamento, prejuízo na expressão verbal; comum uma repulsa a novos elementos e evitar certos assuntos; Tem como causas, os medos da mudança e contato com certos materiais; Participantes resistentes: Monopolizador: Necessidade de chamar toda atenção a ele; costuma atuar bastante; apresenta uma depressão crônica... Silencioso: Usa do silêncio de forma hostil, como desafio ou indiferença; ação de proteção de conteúdos e personifica a resistência global do grupo; Desviador de assuntos; Atuador; Sabotador; e ‘Ambíguo’. O manejo técnico do facilitador deve identificar se tal resistência é característica do grupo ou do indivíduo; se é algo temporário ou modo de funcionamento padrão; ter sensibilidade quanto ao que se resiste; e ter ciência do quanto sua maneira de agir influencia na resistência apresentada. COMUNICAÇÃO, é a transferência e a compreensão do significado, sendo coerente a quem ouve e a quem fala. Sendo ou não de maneira verbal; Problemas na emissão e/ou na recepção = Ruídos. Em grupos, essencial um cuidado e treino para que a escuta do outro seja estimulada; por conta de as vezes não ser algo fácil ou que transmita verdades penosas. Facilitador deve ter atenção quanto ao que ‘não é dito’, ao que é reprimido e evitado. O ENQUADRE – O setting, que são regras que configuram o grupo, que possibilitam as condições objetivas e subjetivas desejadas; servem como referência, contexto facilitador de elaboração. Elementos tanto físicos quanto metodológicos. Condições de entrada: ‘Aberto’: Permite rodízio de participantes, não tem objetivos rígidos; ou ‘Fechado’: Pacientes são selecionados e agrupados assim, casos de grupoterapia por exemplo; ‘Operativos’: Função daqueles grupos que cumprem objetivos e tarefas pré-estabelecidas, acolhendo de forma secundária os aspectos latentes; coordenador cumpre a função de facilitar o processo estipulado e interpretar possíveis ações destrutivas do grupo; ou ‘Psicoterápicos’: Visa compreensões pessoais e das relações, através das abordagens psicológicas; favorecer o insight e a autopercepção através da fala e da escuta do que o grupo traz, com seus diferentes sentidos atribuídos; ‘Entrevista Inicial’: Conhecer o indivíduo para adequar seu perfil ao grupo; ou ‘Acesso Direto’: Características já são conhecidas; Homogêneo ou Heterogêneo; Selecionar participantes pelo perfil de cada um; se são compatíveis entre eles; Grupo simultâneo à terapia individual, se necessário – não ser o mesmo terapeuta em ambos ambientes. Aspectos Técnicos: Propiciar a livre associação de ideias; de falarem o que quiserem de forma espontânea; Procurar manter a neutralidade, enquanto não ter alianças seletivas e fortes identificações (expressas); Regra da abstinência – de julgamentos pessoais, que viriam a controlar nossos comportamentos; Regra do amor à verdade – terapeuta ser modelo de franqueza e estimular tal comportamento, reconhecendo ser um processo trabalhoso; Regra do sigilo, ser sinalizada frequentemente; Função continentedo setting; Ser um ambiente que acolha as angústias; que dê a sensação de pertinência ao grupo. Tarefas essenciais ao grupo – Ser um grupo; haver comunicação entre os participantes, de forma que a fala e escuta sejam ativas; constituir uma identidade grupal e que as individuais, sejam respeitadas e acolhidas; ter respeito quanto as diferenças entre significados atribuídos; ter uma autonomia quanto a sua formação e desenvolvimento; e não buscar justificativas para a procura, mas sim reconhecer a situação atual de cada integrante.
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