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29/01/2015 1 ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAPÚBLICA CARREIRA FISCALCARREIRA FISCAL Professor Professor Alberto AlmeidaAlberto Almeida aalberto10@gmail.comaalberto10@gmail.com 29/01/2015 2 MODELOS TEÓRICOS DE MODELOS TEÓRICOS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FORMAS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAFORMAS DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA • PATRIMONIALISTA: O aparelho do Estado funciona como uma extensão do poder do soberano, e seus auxiliares, servidores, possuem status de nobreza real. A res publica não é diferenciada da res principis; • BUROCRÁTICA: Constituem princípios orientadores do seu desenvolvimento a profissionalização, a idéia de carreira, a hierarquia funcional, a impessoalidade, o formalismo, em síntese, o poder racional legal. O Estado existe para manter o Estado; • GERENCIAL: Não nega a APB, pelo contrário, está nela apoiada, a diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear- se nos processos para concentrar-se nos RESULTADOSRESULTADOS, e não na profissionalização, que continua sendo um princípio fundamental. 4 29/01/2015 3 Administração Pública patrimonialista Mesmo de forma desorganizada, o patrimonialismo foi o primeiro modelo de administração do Estado. Nele não havia distinção ente a administração de bens públicos e bens particulares: tudo que existia nos limites territoriais de seu “reinado” era tido como domínio do soberano, que podia utilizar livremente os bens sem qualquer prestação de contas à sociedade. No entendimento de Bresser-Pereira (2001), patrimonialismo significa “a incapacidade ou a relutância de o príncipe distinguir entre o patrimônio público e seus bens privados”. CARACTERÍSTICAS DO PATRIMONIALISMO • confusão entre a propriedade privada e a propriedade pública; • impermeabilidade à participação social-privada; • endeusamento do soberano; • corrupção e nepotismo; • caráter discricionário e arbitrário das decisões; • ausência de carreiras administrativas; • desorganizaçãodo Estado e da Administração; • cargos denominados prebendas ou sinecuras; • Descaso pelo cidadão e pelas demandas sociais; • Poder oriundo da tradição/hereditariedade. 29/01/2015 4 AdministraçãoPública burocrática Em face da desorganização do Estado em termos de prestação de serviços públicos e da ausência de um projeto de desenvolvimento para a nação, aliadas à corrupção e ao nepotismo comuns na área pública, um novo modelo de administração se fazia necessário. Era preciso reestruturar e fortalecer a Administração Pública para que pudesse cumprir suas novas funções. O surgimento das organizações de grande porte, a pressão pelo atendimento de demandas sociais, o crescimento da burguesia comercial e industrial indicavam que o Estado Liberal deveria ceder seu espaço a um Estado mais organizadoe de cunhoeconômico. A burocraciaapresentaas seguintescaracterísticasprincipais: • Caráter legal das normas: nas organizações burocráticas, o poder decorre da norma legal. As normas e regulamentos escritos de forma exaustiva definem, antecipadamente, o seu funcionamentopadronizado. • Caráter formal das comunicações: nas organizações burocráticas, a comunicação é realizada por escrito e de forma exaustiva; ao mesmo tempo em que os textos formais escritos asseguram a interpretação unívoca das comunicações, a forma exaustiva compreende todas as áreas daorganização. 29/01/2015 5 • Caráter racional e divisão do trabalho: nas organizações burocráticas, a divisão do trabalho é horizontal e feita de forma racional, com vistas a assegurar a eficiência e o alcance dos objetivos; cada componente tem atuação restrita às tarefas vinculadas ao seu cargo, que, por sua vez, encontram-sedescritas de forma clara, precisa exaustiva. • Hierarquia da autoridade: nas organizações burocráticas, a estrutura é vertical e com muitos níveis hierárquicos; as chefias das áreas/departamentos/seções seguem uma escala em que a autoridade de cargo inferior obedece à autoridade de cargo superior. As regras definem a forma de contato entre a autoridade inferior e a superior, a fim de garantir a unidade de comando e evitar atritos de autoridade. • Rotinas e procedimentos padronizados: nas organizações burocráticas, o ocupante de cargo guia- se por regras e normas técnicas claras e exaustivas, com vistas ao alcance dos objetivos definidos pela organização. • Impessoalidade nas relações: nas organizações burocráticas, a contratação de servidores e a distribuição de tarefas é feita de forma impessoal; as pessoas são consideradas apenas pelos cargos ou funções que exercem, e os subordinados não obedecem a uma determinada pessoa, mas ao ocupante do cargo. 29/01/2015 6 • Competência técnica e meritocracia: nas organizações burocráticas, a contratação de pessoas se dá mediante critérios racionais de competência ou classificação em concursos (e não segundo critérios pessoais), e promoção é por mérito e baseada no desempenho. • Especialização da administração: nas organizações burocráticas, há uma clara distinção entre o público e o privado; entre o político e o administrativo; entre a propriedade pública e a propriedade pessoal. Os dirigentes não são os donos do negócio, e o funcionário não pode se apossar do cargo, nem tê-lo como sua propriedade. • Profissionalização dos funcionários: nas organizações burocráticas, a administração é profissional. O funcionário burocrata é um especialista, e administrar é sua profissão. Os membros da organização são profissionais especializados nas atividades que exercem; recebem salários e constroem sua carreira ao longo dos anos. • Previsibilidade de funcionamento: nas organizações burocráticas, as normas e os regulamentos escritos e exaustivos preveem antecipadamente as possíveis ocorrências e padronizam a execução das atividades – o que assegura a completa previsibilidade de comportamentode seus membros. 29/01/2015 7 Atenção → Não confunda a burocracia com as disfunções da burocracia. Burocracia é o modelo constituído por Weber para garantir a eficiência nas organizações. Disfunções da burocracia correspondem ao excesso de regras e regulamentos, ao amontoado de papelório, à rigidez dos procedimentos, ao descaso pelo cliente-cidadão etc. A burocracia brasileira, no entanto, não se desenvolveu de forma unânime. Núcleos ótimos coexistiram com práticas clientelistas. Para Luciano Martins (1995), os altos escalões da Administração Pública seguiram essas normas e tornaram-se a melhor burocracia estatal da América Latina, os escalões inferiores foram deixados ao critério clientelista de recrutamento de pessoal por indicação e à manipulação populista dos recursos públicos Bresser-Pereira (2002), referindo-se à burocracia brasileira, afirma que “o Brasil nunca foi capaz de ter um serviço público similar ao francês ou mesmo ao americano” – ou seja: O Brasil nunca teve uma burocracia weberiana pura. Atenção → A burocracia ideal de Weber não se consolidou no Brasil porque as normas legais deixavam brechas contrárias à burocracia racional-legal. 29/01/2015 8 Formas de Administração Pública • Gerencial – Emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. – A eficiência da administração pública - a necessidade de reduzir custos e aumentar a qualidade dos serviços, tendo o cidadão como beneficiário - torna-se então essencial. – A reforma do aparelho do Estado passa a ser orientada predominantemente pelos valores da eficiência e qualidade na prestação de serviços públicos e pelo desenvolvimento de uma cultura gerencial nas organizações. Administração Pública gerencialO mundo mudou, a sociedade mudou e as pessoas mudaram, assim como a economia das nações apresentou grandes mudanças e tecnologias inusitadas surgiram. A competitividade das nações, a eficiência na administração e a busca por resultados se tornaram palavras de ordem. O estado político estava em crise e procurava redefinir seu papel. Era necessário que a Administração Pública também mudasse para dar conta de atender às exigências da nova ordem mundial, e à expansão das funções econômicas e sociaisdo Estado. 29/01/2015 9 Atenção → A reforma gerencial significa a introdução da cultura e das técnicas gerenciais modernas na Administração Pública (regra geral, oriundas da iniciativa privada). A principal fonte desse item é o PDRAE (1995). A administração Pública gerencial emerge na segunda metade do século XX, como resposta, de um lado, à expansão das funções econômicas e sociais do Estado, e, de outro, ao desenvolvimento tecnológico e à globalização da economia mundial, uma vez que ambos deixaram à mostra os problemas associados à adoção do modelo anterior. A Administração Pública gerencial constitui um avanço, e, até certo ponto, um rompimento com a Administração Pública burocrática. Isso não significa, entretanto, que negue todos os seus princípios. Pelo contrário, a Administração Pública gerencial está apoiada na anterior, da qual conserva alguns de seus princípios fundamentais, como a admissão segundo rígidos critérios de mérito, a existência de um sistema estruturado e universal de remuneração, as carreiras, a avaliação constante de desempenho, o treinamento sistemático. A diferença fundamental está na forma de controle, que deixa de basear-se nos processos para concentrar-se nos resultados. 29/01/2015 10 Atenção → A diferença fundamental da administração gerencial para a burocracia está na forma de controle – que agora se concentra nos resultados, nos fins pretendidos. Na Administração Pública gerencial a estratégia volta-se: para a definição precisa dos objetivos que o administrador público deverá atingir em sua unidade, para a garantia de autonomia do administrador na gestão dos recursos humanos, materiais e financeiros que lhe forem colocados à disposição para eu possa atingir os objetivos contratados; para o controle ou cobrança a posteriori dos resultados; Atenção→O caminho escolhido para melhorar os serviços e os resultados da administração foi: definição clara de objetivos, maior autonomia dada aos gerentes para obtenção desses resultados; e deslocamento do controle para avaliar os resultados finais das ações. A Administração Pública gerencial inspira-se na administração de empresas privadas, mas não pode ser confundida com esta. Enquanto a receita das empresas depende dos pagamentos que os clientes fazem livremente na compra de seus produtos e serviços, a receita do Estado deriva de impostos, ou seja, de contribuições obrigatórias, sem contrapartida direta. Enquanto mercado controla a administração das empresas, a sociedade – por meio de políticoseleitos – controla aAdministraçãoPública. 29/01/2015 11 Enquanto a administração de empresas está voltada para o lucro privado, para a maximização dos interesses dos acionistas, esperando que, através do mercado, o interesse coletivo seja atendido, a Administração Pública gerencial está explícita e diretamente voltada para o interesse público. Atenção → A Administração gerencial aplicada na Administração Pública não é a mesma da iniciativa privada, haja vista as particularidades que permeiam a Administração Pública. Em outras palavras: a administração gerencial privada foi adapta à realidade pública. Neste último ponto, como em muitos outros (profissionalismo, impessoalidade etc.), a Administração Pública gerencial não se diferencia da Administração Pública burocrática. Na burocracia pública clássica existe uma noção muito clara e forte do interesse público. A diferença, porém, está no entendimento do significado do interesse público, que não pode ser confundido com o interesse do próprio Estado,. Ao atuarem sob este princípio, os administradores públicos terminam por direcionar uma parte substancial das atividades e dos recursos do Estado para o atendimento das necessidades da própria burocracia. O conteúdo das políticas públicas é relegado a um segundo plano. A Administração Pública gerencial nega essa visão do interesse público, relacionando-o com o interesse da coletividade e não com o do aparato do Estado. 29/01/2015 12 ESTRUTURA DO APARELHO DO ESTADO NO MODELO GERENCIAL BRASILEIRO SETORESSETORES DA REFORMA DA REFORMA DO PDRAEDO PDRAE QUEMQUEM É?É? NÚCLEO ESTRATÉGICO Corresponde ao governo, em sentido Lato. Três Poderes + Ministério Público ATIVIDADES EXCLUSIVAS. É o setor em que são prestados serviços que só o Estado pode realizar. SERVIÇOS NÃO EXCLUSIVOS. Corresponde ao setor onde o Estado atua simultaneamente com outras organizações públicas não-estatais e privadas. PRODUÇÃO DE BENS E SERVIÇOS PARA O MERCADO. É caracterizado pelas atividades econômicas voltadas para o lucro que ainda permanecem no aparelho do Estado. RECAPITULAÇÃORECAPITULAÇÃO MODELO BUROCRÁTICOMODELO BUROCRÁTICO xx MODELO GERENCIALMODELO GERENCIAL 29/01/2015 13 FONTE: PALUDO, 2013 FONTE: PALUDO, 2013 29/01/2015 14 FONTE: PALUDO, 2013 EXPERIÊNCIAS DE EXPERIÊNCIAS DE REFORMAS REFORMAS ADMINISTRATIVAS E ADMINISTRATIVAS E MODERNIZAÇÃO DA MODERNIZAÇÃO DA ADMINSITRAÇÃO PÚBLICAADMINSITRAÇÃO PÚBLICA 29/01/2015 15 ESTRUTURAÇÃO DA MÁQUINA ADMINISTRATIVA NO BRASIL ANO (S) ACONTECIMENTO MARCO 1936 Institucionalização da burocracia e supressão do patrimonialismo. DASP 1967 E 1979 Uma administração pública para um Estado desenvolvimentista. •DECRETO-LEI 200/1967 •PND 1988 Retrocesso a uma burocracia não weberiana •CONSTITUIÇÃO FEDERAL 1995 A reforma gerencial de Bresser Pereira. •PLANO DIRETOR Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • A Reforma do DASP – No Brasil, o modelo de administração burocrática emerge a partir dos anos 30. Surge no quadro da aceleração da industrialização brasileira, em que o Estado assume papel decisivo, intervindo pesadamente no setor produtivo de bens e serviços. A partir do governo Vargas, a administração pública sofre um processo de racionalização que se traduziu no surgimento das primeiras carreiras burocráticas e na tentativa de adoção do concurso como forma de acesso ao serviço público. A implantação da administração pública burocrática é uma conseqüência clara da emergência de um capitalismo moderno no país. http://www.planejamento.gov.br/gestao/conteudo/publicacoes/plano_diretor/portugues/breve_historico.htm starc Realce starc Realce starc Nota parei 29/08 29/01/2015 16 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • A Reforma do DASP – Foi criado o Departamento Administrativo do Serviço Público - DASP, em 1936. – Nos primórdios, a administração pública sofre a influência da teoria da administração científica de Taylor, tendendo à racionalização mediante a simplificação, padronização e aquisição racional de materiais, revisão de estruturas e aplicação de métodos na definição de procedimentos.Foi instituída a função orçamentária como atividade formal e permanentemente vinculada ao planejamento. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • A Reforma do DASP – No que diz respeito à administração dos recursos humanos, o DASP representou a tentativa de formação da burocracia nos moldes weberianos, baseada no princípio do mérito profissional. Entretanto, não se chegou a adotar consistentemente uma política de recursos humanos que respondesse às necessidades do Estado. – O patrimonialismo,embora em processo de transformação, mantinha ainda sua própria força no quadro político brasileiro. O coronelismo dava lugar ao clientelismo e ao fisiologismo. 29/01/2015 17 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – A administração burocrática implantada a partir de 30 sofreu sucessivas tentativas de reforma. – As experiências se caracterizaram, pela ênfase na extinção e criação de órgãos, e, em outros, pela constituição de estruturas paralelas visando alterar a rigidez burocrática. – Na área da reforma administrativa esta última prática foi adotada, por exemplo, no Governo JK, com a criação de comissões especiais, objetivando a realização de estudos para simplificação dos processos administrativos e reformas ministeriais e visando a elaboração de projetos direcionados para reformas globais e descentralização de serviços. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – A reforma operada em 1967 pelo Decreto-Lei 200, constitui um marco na tentativa de superação da rigidez burocrática. – Pode ser considerada como um primeiro momento da administração gerencial no Brasil, pois realizou a transferência de atividades para autarquias, fundações, empresas públicas e sociedades de economia mista, a fim de obter-se maior dinamismo operacional por meio da descentralização funcional. – Instituíram-se como princípios de racionalidade administrativa: o planejamento e o orçamento, o descongestionamento das chefias executivas superiores (desconcentração/descentralização), a reunião de competência e informação no processo decisório, a sistematização, a coordenação e o controle. 29/01/2015 18 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – O paradigma gerencial da época, compatível com o monopólio estatal na área produtiva orientou a expansão da administração indireta, numa tentativa de "flexibilizar a administração" com o objetivo de atribuir maior operacionalidade às atividades econômicas do Estado. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – As reformas operadas pelo Decreto-Lei 200/67 não desencadearam mudanças no âmbito da administração burocrática central, permitindo a coexistência de núcleos de eficiência e competência na administração indireta e formas arcaicas e ineficientes no plano da administração direta ou central. 29/01/2015 19 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – Em meados dos anos 70, uma nova iniciativa modernizadora da administração pública teve início. Reuniu-se em torno dela um grupo de jovens administradores públicos, muitos deles com formação em nível de pós-graduação no exterior, que buscou implantar novas técnicas de gestão, e particularmente de administração de recursos humanos, na administração pública federal. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Rumo à Administração Gerencial – No início dos anos 80, registrou-se uma nova tentativa de reformar a burocracia e orientá-la na direção da administração pública gerencial, com a criação do Ministério da Desburocratização e do Programa Nacional de Desburocratização –PrND. – Seus objetivos eram a revitalização e agilização das organizações do Estado, a descentralização da autoridade, a melhoria e simplificação dos processos administrativos e a promoção da eficiência. As ações voltaram-se inicialmente para o combate à burocratização dos procedimentos. Posteriormente, foram dirigidas para o desenvolvimento do Programa Nacional de Desestatização, visando conter os excessos da expansão da administração descentralizada. 29/01/2015 20 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – As ações rumo a uma administração pública gerencial foram paralisadas na transição democrática de 1985 que, embora representasse uma grande vitória democrática, teve como um de seus custos o loteamento dos cargos públicos da administração indireta para os políticos dos partidos vitoriosos. Um novo populismo patrimonialista surgia no país. – De outra parte, a alta burocracia passava a ser acusada, principalmente pelas forças conservadoras, de ser a culpada da crise do Estado, na medida em que favorecera seu crescimento excessivo. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – Essa situação leva , na Constituição de 1988, a um retrocesso burocrático sem precedentes. O – Congresso Constituinte promoveu engessamento do aparelho estatal, ao estender para os serviços do Estado e para as próprias empresas estatais praticamente as mesmas regras burocráticas rígidas adotadas no núcleo estratégico do Estado. – A nova Constituição determinou a perda da autonomia do Poder Executivo para tratar da estruturação dos órgãos públicos, instituiu a obrigatoriedade de regime jurídico único para os servidores civis da União, dos Estados-membros e dos Municípios, e retirou da administração indireta a sua flexibilidade operacional. 29/01/2015 21 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – Este retrocesso burocrático foi em parte uma reação ao clientelismo que dominou o país naqueles anos. Foi também uma conseqüência de uma atitude defensiva da alta burocracia que, sentindo-se injustamente acusada, decidiu defender-se de forma irracional. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – Embora alguns abusos tenham sido cometidos em seu nome, seja em termos de excessiva autonomia para as empresas estatais, seja em termos do uso patrimonialista das autarquias e fundações , não é correto afirmar que tais distorções possam ser imputadas como causas do mesmo. – Na medida em que a transição democrática ocorreu no Brasil em meio à crise do Estado, essa foi identificada como resultado do processo de descentralização que o regime militar procurara implantar. – Por outro lado, a transição democrática foi acompanhada por uma ampla campanha contra a estatização, que levou os constituintes a aumentar os controles burocráticos sobre as empresas estatais e a estabelecer normas rígidas para a criação de novas empresas públicas e de subsidiárias das já existentes. 29/01/2015 22 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – Dois resultados: 1. O abandono do caminho rumo a uma administração pública gerencial e a reafirmação dos ideais da administração pública burocrática clássica; 2. A instituição de uma série de privilégios, que não se coadunam com a própria administração pública burocrática. – Como exemplos temos a estabilidade rígida para todos os servidores civis e a aposentadoria com proventos integrais sem correlação com o tempo de serviço ou com a contribuição do servidor. Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • O Retrocesso de 1988 – Todos estes fatos contribuíram para o desprestígio da administração pública brasileira. – As qualidades dos servidores demonstradas desde os anos 30, quando a administração pública profissional foi implantada no Brasil, foram um fator decisivo para o papel estratégico que o Estado jogou no desenvolvimento econômico brasileiro. – A implantação da indústria de base nos anos 40 e 50, o ajuste nos anos 60, o desenvolvimento da infra-estrutura e a instalação da indústria de bens de capital, nos anos 70, de novo o ajuste e a reforma financeira, nos anos 80, e a liberalização comercial nos anos 90, não teriam sido possíveis não fosse a competência e o espíritopúblico da burocracia brasileira. 29/01/2015 23 Evolução da Administração Pública no Brasil – Reformas Administrativas • Plano Diretor da Reforma do Estado – A visão original de FHC sobre a Reforma do Estado era a de realização de ajustes, mas não de reformas. – O MARE desenhou uma nova estrutura para o Estado Brasileiro, seguindo o Plano Diretor da Reforma do Estado, que é repleto de estatísticas sobre a situação do aparelho do Estado, servidores e salários, bem como transparência, – Nesse período, houve a retomada parcimoniosa de alguns concursos. São do Plano Diretor, por exemplo, os conceitos de atividades típicas do Estado e de público, mas não estatal. – Era necessário que a Administração Pública brasileira superasse o paradigma burocrático e se tornasse uma Administração Pública Gerencial. EVOLUÇÃO DOS MODELOS E EVOLUÇÃO DOS MODELOS E PARADIGMAS DE GESTÃO:PARADIGMAS DE GESTÃO: A NOVA GESTÃO PÚBLICA A NOVA GESTÃO PÚBLICA (NEW PUBLIC MANAGEMENT)(NEW PUBLIC MANAGEMENT) 29/01/2015 24 NOVA GESTÃO PÚBLICA • CARACTERÍSTICAS CONCEITUAIS – Conjunto de doutrinas administrativas, surgidas na década de 1970, que orientaram as reformas realizadas na Administração Pública em nível mundial. – A NPM pretendia que os princípios gerenciais utilizados nas empresa privadas fossem também aplicados no meio público. – Surge primeiro na Europa, como resposta do Estado à crise econômica mundial, que pôs fim à era da prosperidade dos países capitalistas (crises do petróleo de 1973 e 1979, e a estagnação econômica das nações européias e dos EUA) – Num primeiro momento, as idéias neoliberais (consenso de Washington) ganham força e o Estado é acusado de ser o causador da crise. – Num segundo momento, afirma-se que o Estado deve ser regulador e controlador, sem esquecer que suas ações devem ser orientadas à satisfação dos cidadão usuários. NOVA GESTÃO PÚBLICA • ESTÁGIOS – Gerencialismo puro ou managerialism: Esse primeiro estágio gerencial foi inspirado na administração de empresas privadas e surgiu na Administração Pública como resposta à crise fiscal do Estado, voltando-se para a busca do incremento da eficiência no setor público. O usuário do serviço público é tido somente como financiador do sistema. – Consumerism: Este segundo estágio gerencial passa a direcionar suas ações como foco “no cliente-usuário”. Introduziu a perspectiva da qualidade. O que se procura agora é melhorar a prestação de serviços a fim de que o cidadão fique satisfeito. – PSO – Public Service Orientation: Este terceiro estágio, ainda vigente, agregou princípios mais ligados à cidadania, como accountability e equidade, buscando superar a idéia de que a Administração Pública deve tratar os administradores somente como clientes. O PSO inclui a participação do cidadão e da sociedade nas decisões públicas. 29/01/2015 25 NOVA GESTÃO PÚBLICA EVOLUÇÃO MODELO GERENCIAL DE ADMINISTRAÇÃO MANAGERIALISM (GERENCIALISMO PURO) CONSUMERISM (CONSUMIDOR) PUBLIC SERVICE ORIENTATION (PSO) EFICIÊNCIA E REDUÇÃO DE CUSTOS FICO NO CLIENTE E NA QUALIDADE CIDANIA, ACCOUNTABILITY TAXPAYERS (CONTRIBUINTES) CLIENTES/CONSUMIDORES CIDADÃOS MAIOR ORIENTAÇÃO PARA GESTÃO PRIVADA MAIOR ORIENTAÇÃO PARA GESTÃO PÚBLICA GOVERNABILIDADE, GOVERNABILIDADE, GOVERNANÇA E GOVERNANÇA E ACCOUNTABILITYACCOUNTABILITY ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 26 Governabilidade • Governabilidade é um conceito que não diz respeito apenas à atuação e funcionamento do governo, mas também se refere às relações entre Estado, mercado e sociedade. • Nesse sentido, a governabilidade pode ser medida pela capacidade do Estado para manter a ordem em situações normais de desordem e pela capacidade de uma comunidade para se adaptar a mudanças em suas condições de existência. • A preocupação com a governabilidade não tem a ver diretamente com a força relativa de um regime ou a confiabilidade de suas instituições. A governabilidade mede a capacidade do Estado para implementar políticas públicas, agir de acordo com um conjunto previsível de regras e garantir a ordem. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Governabilidade • Capacidade dos órgãos do Estado de exercer suas funções com alguma medida de legalidade, eficiência e regularidade. • Dessa maneira, o problema da governabilidade não se limita às democracias, mas há bons argumentos para sustentar que as democracias tenham condições de proporcionar estabilidade por meio de soluções conciliatórias. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 27 Governança • Uma crise de crise de governança, inclui: – paralisia da máquina pública; – aumento da volatilidade do ciclo econômico; – Diminuição da confiabilidade no sistema de solução de controvérsias (judiciário) ; – Visão negativa do quadro político-institucional; e – Acirramento de alguns conflitos menores. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Governança • É a maneira pela qual o poder é exercido na administração dos recursos sociais e econômicos de um país visando o desenvolvimento”. • Implica “a capacidade dos governos de planejar, formular e implementar políticas e cumprir funções. • Refere-se às normas, processos e condutas através dos quais se articulam interesses, se gerem recursos e se exerce o poder na sociedade. • Significa a capacidade do Estado de servir os cidadãos. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 28 Governança • A expressão “governance” surge a partir de reflexões, “tendo em vista aprofundar o conhecimento das condições que garantem um Estado eficiente”. • Deslocou o foco de atenção das implicações estritamente econômicas para uma visão mais abrangente, envolvendo as dimensões sociais e políticas da gestão pública” • A boa governança deve ser analisada e promovida atendendo às condições específicas de cada país e não com base em modelos uniformes. • O reforço e a sustentabilidade das instituições constituem os elementos essenciais de qualquer programa de governança, que deve ter em vista o desenvolvimento sustentável e equitativo. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Governança • A boa governança implica: – processos de decisão claros no nível das autoridades públicas; – instituições transparentes, responsabilizáveis, eficazes e democráticas; – primado do Direito na gestão e na distribuição dos recursos; – diálogo aberto com os intervenientes sociais e econômicos e outras organizações da sociedade civil; – elaboração e aplicação de medidas para combater a corrupção, promover a segurança do Estado e das pessoas assim como o cumprimento dos direitos humanos; – colaboração efetiva entre os setores públicos e privados. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 29 Governança • Empregar o conceito de governança pressupõe trabalhar com governos e contribuir para a sua atuação em todos os níveis de cooperação, como saúde, educação, transportes e desenvolvimento rural; • Implica simultaneamente a concessão de apoio específico para as reformas administrativas e a melhoria da gestão das finanças públicas e sistemas de segurança, além do incremento da participação da sociedade civil na definição das políticas públicas. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Governabilidade X Governança • Governabilidade diz respeito às condições de legalidade de um determinado governo para atentar às transformações. • Governança está relacionada à capacidade de colocar as condições da governabilidade em ação, vincula-se à probabilidade normativa de “bom governo”, no sentido da participação, eficácia, inovação, confiabilidade, para evitar métodos de pirataria nos governos como clientelismo, favorecimentos imorais, corrupção, etc • O objetivo de ambas é controlar as políticas do governo, sem ser incriminado de ingerência no plano político e social; transformar o ato governamentalem ação pública, o ambiente governamental em espaço público, questionando a governança através da demarcação do alcance da governabilidade. ITEM 12ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 30 Accountability • A palavra accountability é um termo de origem inglesa: – “obrigação de que alguém responda pelo que faz (...) obrigação dos agentes do Estado em responder por suas decisões, ações e omissões, o que já é universalmente consagrado como norma nas sociedades mais desenvolvidas". • Accountability representa a obrigação que a organização tem de prestar contas dos resultados obtidos, em função das responsabilidades que decorrem de uma delegação de poder: – "A responsabilidade (accountability), corresponde sempre à obrigação de executar algo, que decorre da autoridade delegada e ela só quita com a prestação de contas dos resultados alcançados e mensurados pela Contabilidade. ITEM 6ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Accountability • Mecanismos de accountability, são aqueles que possibilitam a responsabilização das pessoas que ocupam cargos públicos, sejam eleitos ou não, por seus atos à frente das instituições do Estado. • Pode ser entendida como a prestação de contas perante a sociedade, sendo de dois tipos: – Vertical, quando essa prestação de contas se dá por meio das eleições e das reivindicações sociais através da liberdade de opinião e de associação, bem como pelo livre acesso às informações, Portanto, se há uma accountability vertical, há democracia. – Horizontal, que envolve “a existência de agências estatais que têm autoridade legal e estão realmente dispostas e capacitadas para empreender ações que vão desde o controle rotineiro até sanções legais ou impeachment, em relação a atos e/ou omissões de outros agentes que podem, em princípio ou presumidamente ser qualificadas como ilícitas” . ITEM 6ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 31 GOVERNO ELETRÔNICO GOVERNO ELETRÔNICO E E TRANSPARÊNCIATRANSPARÊNCIA ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Tecnologia da informação, organização e cidadania • TI → “conjunto de todas as atividades e soluções providas por recursos de computação” • Depende de processo de informatização que adapte métodos tradicionais de trabalho ou atividade ao uso de sistemas computadores. • Perspectivas Tecnológicas: – Disseminação da tecnologia da informação; – Conctividade; e – Convergência tecnológica. • Impactos sobre o Governo e Serviços Públicos – Modernização Administrativa; – Políticas Públicas – Informações Gerenciais e aplicativos para gestão e operação de políticas públicas. ITEM 7ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 32 Tecnologia da informação, organização e cidadania Tecnologia de Informação e Gestão Pública • Criação de portais ou websites – Acesso aos serviços públicos • Prestação de serviços on line – Direito ao próprio tempo • Benefício desejado pelo cidadão – Fornecimento de informações • Disponibilização de informações individualizadas – Participação cidadã • Orçamento participativo – Controle social do governo • Relatórios financeiros, diários oficiais on line, registros de demandas ITEM 7ITEM 1ACP – AFRF/ESAF Tecnologia da informação, organização e cidadania Limitações e Restrições • Exclusão digital; • Restrições culturais nos órgãos; • Infra-estrutura de T I inadequada; • Políticas orientadores inadequadas; • Reduzida integração entre portal e processos e dados; • Dificuldade no fornecimento de informações. Contribuições • Concentração em eficácia; • Avaliação pela profundidade e amplitude da oferta; • Identificação dos beneficiários; e • Verificação de resultados potenciais ITEM 7ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 33 Tecnologia da informação, organização e cidadania Desafios Públicos para uso da internet • Oferta de serviços e aplicações – Uso restrito às classes “A” e “B”; – Ampliação dos serviços ofertados. • Políticas Públicas – Formular, operar e avaliar políticas públicas. • Transformação das práticas de trabalho da Adm Pública – Acabar com a fragmentação das iniciativas, redes e reforçar o uso da net como recurso de transformação dos processos. • Gestão de T I e internet • Infra-estrutura • Sociedade e Cidadania ITEM 7ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 66 GOVERNO ELETRÔNICO: TRANSPARÊNCIA DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA, CONTROLE GOVERNAMENTAL E CIDADANIA. Consiste no uso das tecnologias da informação — além do conhecimento nos processos internos de governo — e na entrega dos produtos e serviços do Estado tanto aos cidadãos como à indústria. Muitas das tecnologias envolvidas e suas implementações são as mesmas ou similares àquelas correspondentes ao setor privado do comércio eletrônico (ou e- business), enquanto que outras são específicas ou únicas em relação às necessidades do governo. Visa construir uma arquitetura interoperável a fim de munir os cidadãos com acesso a informações e serviços. De modo geral, aceita-se a noção de governo eletrônico como ligada à prestação de serviços públicos por meio eletrônico, ou seja, utilizando-se recursos de tecnologia da informação, em caráter remoto e disponível no sistema 24/7 ou seja, vinte e quatro horas por dia, sete dias por semana. ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 34 67 PORTAL DA TRANSPARÊNCIA GESTÃO PÚBLICA GESTÃO PÚBLICA EMPREENDEDORAEMPREENDEDORA ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 35 69 EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL Caracteriza-se pela: • adoção de novas formas de utilização dos recursos públicos; • maximização da produtividade e da eficiência; e • organização de sistemas participativos descentralizados com base na mobilização de setores comunitários. ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 70 EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL Princípio norteador nº 1: “As atuais estruturas governamentais estão fortemente abaladas pelas inovações tecnológicas, pelo ritmo intenso das mudanças pelo sugimento de uma economia global “pos- industrial” e de uma sociedade baseada no conhecimento e na informação. Neste novo contexto, a máquina administrativa rígida e hierarquizada, estruturada por setores e asentada em burocracias complexas e extensivas, passa a enfrentar grandes e incontornáveis dificuldades. A saída está, na adoção, pelos governos, da perspectiva do EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL, capaz de promover a sintonia entre os governos e as novas condições sócio-econômicas, políticas e culturais.” ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 36 71 EMPREENDENDORISMO GOVERNAMENTAL Princípio norteador nº 2: “Com a crise do esgotamento dos estilos gerenciais tipicamente burocráticos, nova lideranças passaram a ganhar espaço no setor público. Regra geral, associadas ao processo de ampliação da participação comunitária nos negócios públicos e ao crescimento do EMPREENDEDORISMO GOVERNAMENTAL, estas novas lideranças tendem a se tornar fatores de estímulo à mudança organizacional e à dinamização das administrações públicas.” ITEM 1ACP – AFRF/ESAF QUALIDADE DA QUALIDADE DA ADMINISTRAÇÃO ADMINISTRAÇÃO PÚBLICAPÚBLICA ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 37 GESTÃO DA QUALIDADE GESTÃO DA QUALIDADE –– CONCEITOS CONCEITOS • Por trás do conceito de qualidade está a figura do cliente. Que pode ser interno ou externo. Na organização, existe uma infinidade de cadeias de fornecedoresfornecedores ee clientesclientes. (DESCONSTRUIR CONCEITOS) • Cada empregado é um cliente do anterior (do qual recebe suas entradas) e um fornecedor para o seguinte (para o qual entrega suas saídas). A idéia de fornecedores/clientes internos e externos constitui o nucleo da qualidade total, a partir do envolvimento de toda estrutura organizacional. • O gerenciamento da qualidade total (Total Quality Management - TQM) é um conceito de controle que atribui às pessoas e não somento aos gestores e dirigentes, a responsabilidadepelo alcance de padrões de qualidade. • A qualidade total está baseada no “empoderamento” (empowerment) das pessoas. Significa proporcionar aos funcionários as habilidades e a autoridade para tomar decisões que tradicionalmente eram dadas aos gerentes. 73 GESTÃO DA QUALIDADE GESTÃO DA QUALIDADE –– OBJETIVOS OBJETIVOS • Enfatiza a gestão participativa, com base em uma estrutura horizontal e descentralizada e na prática de trabalho em equipe. • Focaliza a não aceitação do erro, especialmente em processos que não agreguem valor ao serviço e comprometam a qualidade do trabalho. • Valoriza a parceria entre usuários e prestador do serviço visando a garantia da qualidade e a melhoria contínua do processo. • A Qualidade Total é muito abrangente e se dedica a estudar a satisfação dos clientes externos e os clientes internos. • O conceito japonês Kaizen é a base filosófica para diversas técnicas atuais de qualidade na administração contemporânea. Sintetizado pela preocupação contínua com o aperfeiçoamento tanto de produtos e serviços como dos procedimentos e hábitos de executivos e trabalhadores na empresa. 74 29/01/2015 38 GESTÃO DA QUALIDADE 75 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. O Modelo de Excelência da Gestão® (MEG) é baseado em 11 fundamentos e oito critérios. Como fundamentos podemos definir os pilares, a base teórica de uma boa gestão. Esses fundamentos são colocados em prática por meio dos oito critérios. São eles: Fundamentos: pensamento sistêmico; aprendizado organizacional; cultura de inovação; liderança e constância de propósitos; orientação por processos e informações; visão de futuro; geração de valor; valorização de pessoas; conhecimento sobre o cliente e o mercado; desenvolvimento de parcerias e responsabilidade social. Critérios: liderança; estratégias e planos; clientes; sociedade; informações e conhecimento; pessoas; processos e resultados 76 29/01/2015 39 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. 77 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. A figura representativa do MEG simboliza a organização, considerada como um sistema orgânico e adaptável ao ambiente externo. O MEG é representado pelo diagrama acima, que utiliza o conceito de aprendizado segundo o ciclo de PDCA (Plan, Do, Check, Action) O sucesso de uma organização está diretamente relacionado à sua capacidade de atender às necessidades e expectativas de seus clientes. Elas devem ser identificadas, entendidas e utilizadas para que se crie o valor necessário para conquistar e reter esses clientes. 78 29/01/2015 40 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. Para que haja continuidade em suas operações, a empresa também deve identificar, entender e satisfazer as necessidades e expectativas da sociedade e das comunidades com as quais interage sempre de forma ética, cumprindo as leis e preservando o ambiente. De posse de todas essas informações, a liderança estabelece os princípios da organização, pratica e vivencia os fundamentos da excelência, impulsionando, com seu exemplo, a cultura da excelência na organização. Os líderes analisam o desempenho e executam, sempre que necessário, as ações requeridas, consolidando o aprendizado organizacional.79 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. As estratégias são formuladas pelos líderes para direcionar a organização e o seu desempenho, determinando sua posição competitiva. Elas são desdobradas em todos os níveis da organização, com planos de ação de curto e longo prazos. Recursos adequados são alocados para assegurar sua implementação. A organização avalia permanentemente a implementação das estratégias e monitora os respectivos planos e responde rapidamente às mudanças nos ambientes interno e externo. 80 29/01/2015 41 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. As pessoas que compõem a força de trabalho devem estar capacitadas e satisfeitas, atuando em um ambiente propício à consolidação da cultura da excelência. Com isso, é possível executar e gerenciar adequadamente os processos, criando valor para os clientes e aperfeiçoando o relacionamento com os fornecedores. A organização planeja e controla os seus custos e investimentos. Os riscos financeiros são quantificados e monitorados. 81 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. Conclui-se, neste momento, a etapa referente à execução (D) no PDCA. Para efetivar a etapa do Controle (C), são mensurados os resultados em relação a: situação econômico-financeira, clientes e mercado, pessoas, sociedade, processos principais do negócio e processos de apoio, e fornecedores 82 29/01/2015 42 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. Os efeitos gerados pela implementação sinérgica das práticas de gestão e pela dinâmica externa à organização podem ser comparados às metas estabelecidas para eventuais correções de rumo ou reforços das ações implementadas. Esses resultados, apresentados sob a forma de informações e conhecimento, retornam a toda a organização, complementando o ciclo PDCA com a etapa referente à ação (A) Essas informações representam a inteligência da organização, viabilizando a análise do desempenho e a execução das ações necessárias em todos os níveis. A gestão das informações e dos ativos intangíveis é um elemento essencial à jornada em busca da excelência. 83 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. •Os oito Critérios de Excelência se subdividem em 23 Itens. 1. Liderança 1.1 Governança corporativa 1.2 Exercício da liderança e promoção da cultura da excelência 1.3 Análise do desempenho da organização 2. Estratégias e Planos 2.1 Formulação das estratégias 2.2 Implementação das estratégias 3. Clientes 3.1 Imagem e conhecimento de mercado 3.2 Relacionamento com clientes 84 29/01/2015 43 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. •Os oito Critérios de Excelência se subdividem em 23 Itens. 4. Sociedade 4.1 Responsabilidade socioambiental 4.2 Desenvolvimento social 5. Informações e Conhecimento 5.1 Informações da organização 5.2 Ativos intangíveis e conhecimento organizacional 6. Pessoas 6.1 Sistemas de trabalho 6.2 Capacitação e desenvolvimento 6.3 Qualidade de vida 85 MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA MODELO DA FUNDAÇÃO NACIONAL DA QUALIDADE. QUALIDADE. •Os oito Critérios de Excelência se subdividem em 23 Itens. 7. Processos 7.1 Processos principais do negócio e processos de apoio 7.2 Processos relativos aos fornecedores 7.3 Processos econômico-financeiros 8. Resultados 8.1 Resultados econômico-financeiros 8.2 Resultados relativos aos clientes e ao mercado 8.3 Resultados relativos à sociedade 8.4 Resultados relativos às pessoas 8.5 Resultados relativos a processos 8.6 Resultados relativos a fornecedores86 29/01/2015 44 GESPÚBLICAGESPÚBLICA • O Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização (GesPública) é o resultado da evolução histórica de uma série de iniciativas do Governo Federal para promover a gestão pública de excelência. Criado em 2005 por meio do decreto 5.378 de 23 de fevereiro de 2005, o Programa tem como principais características ser essencialmente público, ser contemporâneo, estar voltado para a disposição de resultados para a sociedade e ser federativo. A finalidade do A finalidade do GesPúblicaGesPública é contribuir para a é contribuir para a melhoria da qualidade dos serviços públicosmelhoria da qualidade dos serviços públicos prestados aos cidadãos e para o aumento da prestados aos cidadãos e para o aumento da competitividade do País.competitividade do País. GESPÚBLICAGESPÚBLICA GESPÚBLICAGESPÚBLICA OBJETIVOSOBJETIVOSMEIOSMEIOS FERRAMENTASFERRAMENTAS COMITÊ COMITÊ GESTORGESTOR PARTICIPAÇÃO PARTICIPAÇÃO (ADESÃO OU (ADESÃO OU CONVOCAÇÃO)CONVOCAÇÃO) 29/01/2015 45 GESPÚBLICA GESPÚBLICA -- OBJETIVOSOBJETIVOS • I - eliminar o déficit institucional, visando ao integral atendimento das competências constitucionais do Poder Executivo Federal; • II - promover a governança, aumentando a capacidade de formulação, implementação e avaliação das políticas públicas; • III - promover a eficiência, por meio de melhor aproveitamento dos recursos, relativamente aos resultados da ação pública; • IV - assegurar a eficácia e efetividade da ação governamental, promovendo a adequação entre meios, ações, impactos e resultados; e • V - promover a gestão democrática, participativa, transparente e ética. GESPÚBLICA GESPÚBLICA -- MEIOSMEIOS • I - mobilizar os órgãos e entidades da administração pública para a melhoria da gestão e para a desburocratização; • II - apoiar tecnicamente os órgãos e entidades da administração pública na melhoria do atendimento ao cidadão e na simplificação de procedimentos e normas; • III - orientar e capacitar os órgãos e entidades da administração publica para a implantação de ciclos contínuos de avaliação e de melhoria da gestão; e • IV - desenvolver modelo de excelência em gestão pública, fixando parâmetros e critérios para a avaliação e melhoria da qualidade da gestão pública, da capacidade de atendimento ao cidadão e da eficiência e eficácia dos atos da administração pública federal. 29/01/2015 46 GESPÚBLICA GESPÚBLICA -- PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO • A participação dos órgãos e entidades da administração pública no GESPÚBLICA dar-se-á mediante adesão ou convocação. • Adesão: engajamento voluntário do órgão ou entidade da administração pública no alcance da finalidade do GESPÚBLICA, que, por meio da auto-avaliação contínua, obtenha validação dos resultados da sua gestão. • Convocação: a assinatura por órgão ou entidade da administração pública direta, autárquica ou fundacional, em decorrência da legislação aplicável, de contrato de gestão ou desempenho, ou o engajamento no GESPÚBLICA, por solicitação do Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão, em decorrência do exercício de competências vinculadas a programas prioritários, definidos pelo Presidente da República. GESPÚBLICA GESPÚBLICA -- PARTICIPAÇÃOPARTICIPAÇÃO ATENÇÃOATENÇÃO • Poderão participar, voluntariamente, das ações do GESPÚBLICA pessoas e organizações, públicas ou privadas. • A atuação voluntária das pessoas é considerada serviço público relevante, não remunerado. ITEM 8ITEM 1ACP – AFRF/ESAF 29/01/2015 47 GESPÚBLICA GESPÚBLICA –– COMITÊ GESTORCOMITÊ GESTOR • O Comitê Gestor do Programa Nacional de Gestão Pública e Desburocratização, funciona no âmbito do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, e tem por objetivo formular o planejamento das ações do GESPÚBLICA, bem como coordenar e avaliar a execução dessas ações. Composição do Comitê Gestor (mandato de dois anos, permitida a recondução) • I - um representante do Ministério do Planejamento, Orçamento e Gestão, que o coordenará; e • II - um representante da Casa Civil da Presidência da República. • III - representantes de órgãos e entidades da administração pública, assim como de entidades privadas com notório engajamento em ações ligadas à qualidade da gestão e à desburocratização, conforme estabelecido pelo Ministro de Estado do Planejamento, Orçamento e Gestão. GESPÚBLICA GESPÚBLICA –– FERRAMENTASFERRAMENTAS • Avaliação Continuada da Gestão Pública: na Autoavaliação são identificados os pontos fortes e os aspectos gerenciais menos desenvolvidos das organizações públicas brasileiras, que devem ser objeto das ações de aperfeiçoamento. • Carta de Serviços: é um documento elaborado por uma organização pública que visa informar aos cidadãos quais os serviços prestados por ela, como acessar e obter esses serviços e quais são os compromissos com o atendimento e os padrões de atendimento estabelecidos. A sua prática implica para a organização um processo de transformação sustentada em princípios fundamentais – participação e comprometimento, informação e transparência, aprendizagem e participação do cidadão. Esses princípios têm como premissas o foco no cidadão e a indução do controle social. 29/01/2015 48 GESPÚBLICA GESPÚBLICA –– FERRAMENTASFERRAMENTAS • Gestão de Processos: é o instrumento que orienta a modelagem e a gestão de processos voltados ao alcance de resultados. A descrição envolve a reflexão acerca de características de validade dos produtos e serviços prestados, de referências (normas e conhecimentos) observadas, de recursos consumidos e dos insumos necessários à tomada de decisão com qualidade pelas pessoas e pelas instituições públicas. • Guia "d" Simplificação: O Guia “d” Simplificação Administrativa foi elaborado para auxiliar qualquer organização pública interessada em simplificar seus processos e normas, eliminando exigências de rotinas que geram fluxos desconexos na tramitação de documentos que não agregam valor ao serviço prestado pela organização e, por consequência, pelo Estado. Está divididos em 4 grandes etapas: (1) planejamento da simplificação; (2) mapeamento do processo; (3) análise e melhoria dos processos; e (4) implementação das melhorias. GESPÚBLICA GESPÚBLICA –– FERRAMENTASFERRAMENTAS • Indicadores de Gestão: Trata-se de um referencial metodológico que permitirá a governos (federal, estaduais e municipais), áreas ou domínios de políticas públicas, conjuntos de organizações, organizações públicas e suas unidades definirem e mensurarem seu desempenho – assumindo-se que este é um primeiro e decisivo passo para a gestão do desempenho, possibilitando sua pactuação, avaliação e divulgação em momentos posteriores. • Pesquisa de Satisfação: É uma metodologia de pesquisa de opinião padronizada que investiga o nível de satisfação dos usuários de um serviço público e foi desenvolvida para se adequar a qualquer organização pública prestadora de serviços direto ao cidadão. A pesquisa de satisfação deve ter como base a divulgação da Carta de Serviços ao Cidadão e é aplicável a órgãos e entidades públicos com atendimento direto ao cidadão nos três poderes e três esferas de governo.
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