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1. Introdução: Os terpenos são hidrocarbonetos que ocorrem em plantas e animais como múltiplos de uma unidade estrutural básica, o isopreno. Sua fórmula geral é (C5H8)n.Os terpenos oxigenados são denominados terpenóides. Armazenados nas folhas, flores, frutos, caules e raízes de muitas plantas, e em glândulas odoríferas de animais, os terpenos são responsáveis por grande parte dos cheiros exalados pelos campos e florestas por ser um dos principais constituintes dos óleos essenciais das plantas. Os óleos voláteis são raramente encontrados em gimnospermas (exceto as coníferas) e em angiospermas monocotiledôneas exceto algumas gramíneas (Cymbopogom e Vetiveria) e zingiberáceas (espécies de Alpinia e Curcuma, entre outras). As plantas ricas em óleos voláteis são as angiospermas dicotiledôneas, como aquelas das famílias Astaraceae, Apiaceae, Lamiaceae, Lauraceae, Myrtaceae, Myristicaceae, Piperaceae, Rutaceae, entre outras. Dependendo da família, os óleos voláteis podem ocorrer em estruturas secretoras especializadas: Pêlos glandulares →Lamiaceae. Células parenquimáticas diferenciadas→ Lauraceae, Piperaceae e Peaceae. Canais oleíferos → Apiaceae. Bolsas lisígenas ou esquizomógenas→ Pinaceae e Rutaceae. Os óleos voláteis podem ser estocados em certos órgãos, tais como: Flores → Laranjeira, bergamoteira. Folhas→ Capim-limão, eucalipto, louro. Cascas dos caules→ Canelas. Madeira → Sândalo, pau-rosa. Raízes → Vetiver). Rizomas → Curcuma, gengibre. Frutos→ Anis-estrelado, funcho. Sementes→ Noz moscada. Todos os órgãos vegetais podem acumular os óleos voláteis, sua composição pode variar de acordo com sua localização. Um exemplo disso é a canela, óleo da casca é rico em aldeído cinâmico, enquanto o óleo de suas folhas são ricos em eugenol e nas raízes em cânfora. Além dos óleos voláteis obtidos de diferentes órgãos de uma mesma planta poderem apresentar composição química , caracteres físico-químicos e odores distintos, óleos voláteis extraído do mesmo órgão de uma mesma espécie vegetal, podem ter composição química distinta de acordo com a época de coleta, condições climáticas e de solo. Antes tidos como "desperdício fisiológico" (Simões e Spitzer, 1999), ou produtos de desintoxicação (Simões e Spitzer, 1999), hoje sabe-se que tem a função de inibição da germinação, proteção contra predadores, atração de polinizadores, proteção contra de perda de água e aumento da temperatura, entre outras. O aroma desses óleos voláteis também podem estar envolvido na atração de polinizadores como as abelhas e borboletas. Existem trabalhos demonstrando que a toxidade de alguns componentes dos óleos voláteis constitui uma proteção contra predadores e infestantes. Mentol e mentona, por exemplo, são inibidores do crescimento de vários tipos de larvas. Também existem evidências de que alguns insetos utilizam óleos voláteis sequestrados de plantas para defenderem-se de seus predadores. Assim, os vapores de certas substâncias como citronelal (utilizado por formigas) e α-pineno (utilizado por cupins) podem causar irritação suficiente em um predador para fazê-lo desistir de um ataque. Trabalhos de pesquisa indicam a existência de funções diversificadas para óleos voláteis, devido à diversidade de seus componentes terpênicos e às relações com o meio, que sugere ampla variação, de acordo com o ambiente [9]. Alguns insetos também utilizam-se desses óleos para esse fim uma vez que eles podem causar irritação suficiente em um predador para fazê-lo desistir de um ataque. Muitos óleos voláteis possuem atividades farmacológicas, tais como ansiolítica, anticonvulsivante e antinociceptiva. Compostos como linalol, limoneno (7) e citronelol (8) possuem ação sobre o Sistema Nervoso Central (SNC), enquanto mentol e mirceno (9), atividade analgésica. 2. Biogênese: Existia uma suposição que os terpenos eram biossintetizados a parti de ISOPRENO (2-etilbuta-1,3- dieno) Segundo essa suposição todos os terpenos seriam formados pela ligação entre a cabeça de uma unidade de isopreno com a cauda de outra unidade. Porém o isopreno não pode ser isolado e descobriu-se que a biossíntese de terpenos a partir de metabólitos primários ocorre por no mínimo duas rotas diferentes, conforme mostra a figura baixo. Na rota do ácido mevalônico, três moléculas de acetil CoA são ligadas, a partir de uma série de etapas da rota, para formar o ácido mevalônico. Esse importante intermediário de seis carbonos é então pirofosforilado, descarboxilado 29 e desidratado para produzir o isopentenil difosfato (IPP), que é a unidade básica na formação dos terpenos. O IPP também pode ser formado a partir de intermediário da glicose ou do ciclo de redução fotossintética do carbono, através de um conjunto de reações denominado de rota do metileritritol fosfato (MEP), que ocorre nos clorosplastos e outros plastídeos. O gliceraldeído-3-fosfato e dois átomos de carbono derivados do piruvato se combinam para formar um intermediário que é convertido em IPP. O isopentenil difosfato (IPP) e seu isômero, o dimetilalil difosfato (DMAPP) são as unidades pentacarbonadas ativas na biossíntese dos terpenos que se unem para formar moléculas maiores. Inicialmente o IPP e o DMAPP reagem e formam o geranil difosfato (GPP), uma molécula de 10 carbonos, a partir da qual são formados os monoterpenos. O GPP pode, então, ligar-se a outra molécula de IPP, formando um composto de 15 carbonos, farnesil difosfato (FPP), precursor da maioria dos sesquiterpenos. A adição de outra molécula de IPP forma o geranilgeranil difosfato (GGPP), composto de 20 carbonos precursor dos diterpenos. Finalmente, FPP e GGPP podem dimerizar para formar triterpenos (C30) e tetraterpenos (C40), respectivamente. No geral, os terpenóides são os constituintes predominantes dos óleos essenciais das plantas, mas muitos dos óleos essenciais também podem ser compostos de outros produtos químicos, os fenilpropanóides. Exemplos de terpenos: MECANISMO DA CICLIZAÇÃO DOS MONOTERPENOS ACÍCLICOS 3. Classificação: De acordo com o número de átomos de carbonos e de isoprenos presentes na composição, tem-se a classificação abaixo: Nº DE CARBONO Nº DE ISOPRENOS FÓRMULA NOME EXEMPLOS 10 2 C10H16 monoterpeno Limoneno, presente em essências de limão e laranja e os alfa e beta pinenos, principais componentes da essência de terebintina. 15 3 C15H24 sesquiterpenos Zingibereno, encontrado na essência de gengibre, bisaboleno, na essência do limão e camomila. É comum encontra-los também em plantas e animais como agentes de defesa e como componentes de hormônios como o feromônio. 20 4 C20H32 diterpenos Vitamina A 30 6 C30H48 triterpenos Colesterol 40 8 C40H64 tetraterpenos Carotenoides e licopenos Múltiplos de 5 Mais de 10 -- politerpenos Borracha, guta-percha. SESQUI (LATIN) = UM E MEIO 4. Extração: Os métodos de extração variam conforme a localização do óleo volátil na planta e com sua proposta de utilização do mesmo. Os principais métodos de extração são: A frio: Enfleurage, Prensagem, Solventes A Quente: - Hidrodestilação ou Clevenger - Fluido supercrítico Os métodos mais comuns são descritos a seguir. 4.1 Enfloração (enfleurage) Muito utilizado na antiguidade, mas atualmente é empregado apenas por algumas indústrias de perfumes, no caso de algumas plantas com baixo teor de óleo de alto valor comercial. É empregado para extrair óleo volátil de pétalas de flores que são depositadas, à temperatura ambiente, sobre uma camada de gordura, duranteum certo período de tempo. Em seguida, essas pétalas esgotadas são substituídas por novas até a saturação total, quando a gordura é tratada com álcool. Para se obter o óleo volátil, o álcool é destilado a baixa temperatura: o produto obtido possui alto valor comercial. O Enfleurage foi substituído gradualmente por processos industriais mais produtivos, baratos e de melhor rendimento (hidrodestilação) e a gordura animal foi substituída pela de origem vegetal. 4.2 Prensagem Método utilizado para obter óleo essencial de frutos como bergamota, laranja, limão e grapefruit. Consiste na prensagem da casca dessas frutas. Os pericarpos desses frutos são prensados e a camada que contem o óleo volátil é, então separada. Posteriormente, o óleo é separado da emulsão formada com água através de decantação, centrifugação ou destilação fracionada. 4.4 Hidrodestilação Arraste por vapor d’água Os óleos voláteis possuem tensão de vapor mais elevada que a da água, sendo, por isso, arrastados pelo vapor d'água. Em pequena escala, emprega-se o aparelho de Clevenger. O óleo volátil obtido, após separar-se da água, deve ser seco com Na2SO4 anidro. Esse procedimento, embora clássico, pode levar à formação de artefatos em função da alta temperatura empregada. Preferencialmente, esse método é utilizado na extração de óleos de plantas frescas. A Farmacopéia Brasileira IV preconiza o uso de um aparelho tipo Clevenger, com modificações. 4.4 Extração com solventes orgânicos Técnica para obter altos rendimentos ou em plantas cujos os óleos voláteis não podem ser obtidos por nenhum outro processo. As plantas são imersas no solvente adequado (acetona ou qualquer outro solvente apolar) para que os óleos voláteis sejam extraídos. Os óleos obtidos geralmente contêm vestígios do solvente. Os óleos voláteis são extraídos, preferencialmente, com solventes apolares (éter ou diclorometano) que, entretanto extraem outros compostos lipofílicos além dos óleos voláteis. Existem dois tipos de extração por solventes: Extração descontínua: utiliza-se um funil de separação, onde ambos os solventes são adicionados. Com a agitação do funil de separação, o soluto passa a fase na qual está o solvente com maior afinidade. A separação é feita, então, sendo que a fase mais densa é recolhida antes. A extração, líquido-líquido, descontínua é indicada quando existe uma grande diferença de solubilidade do soluto nos dois solventes. Extração contínua: o solvente orgânico passa continuamente sobre a solução contendo o soluto, levando parte deste consigo, até o balão de aquecimento. Como o solvente está sendo destilado, o soluto vai se concentrando no balão de aquecimento. É um processo útil para quando a diferença de solubilidade do soluto em ambos os solventes não é muito grande. . 4.5 Extração por CO2 supercrítico É um método modo bastante eficiente . Atualmente, é o método escolha para extração industrial de óleos voláteis. Nenhum traço de solvente permanece no produto final, tornando-o mais puro do que aqueles obtidos por outros métodos. Para tal extração, o CO2 é primeiramente liquefeito através de compressão e, em seguida, aquecido a uma temperatura superior a 31°C. Nessa temperatura, o CO2 atinge um quarto estado, no qual sua viscosidade é análoga à de um gás, mas sua capacidade de dissolução é elevada como a de um líquido. Uma vez efetuada a extração, faz-se o CO2 retornar ao estado gasoso, resultando na sua total eliminação. 5. Monoterpenos: Os monoterpenos são bem conhecidos como constituintes da essência volátil de flores e óleos essenciais extraídos de plantas medicinais e ervas aromáticas, justificando sua importância para a indústria de perfumes e aromatizantes. A grande maioria dos monoterpenos é volátil e constituinte básico de azeites aromáticos (óleos essenciais ou essências), como o mentol, linalol e citral, presentes na hortelã (Mentha x piperita, Lamiaceae), alfazema (Lavandula angustifolia L., Lamiaceae) e no capim-limão (Cymbopogon citratus, Poaceae). Alguns são precursores de uma classe especial de substâncias, os iridóides e seco- iridóides, encontrados por exemplo nas raízes de valeriana (Valeriana officinalis L., Valerianaceae) ou como unidades presentes nas estruturas de alguns tipos de alcalóides complexos. MONOTERPENOS IRREGULARES C10: PIRETRÓIDES IRIDÓIDES Os piretróides são uma importante classe de monoterpenos irregulares Normalmente apresentam em seu esqueleto um anel ciclopentano ligado a um anel heterocíclico de seis membros com o oxigênio Os óleos essenciais são constituídos principalmente por monoterpenos e sesquiterpenos. O terpenos apresentam diversas propriedasde terapêuticas. Atividades antioxidantes: Carvacrol e Timol, γ-Terpineno e Terpinoleno, Linalol, Limoneno, Borneol, Isopulegol. Atividade citotóxica e antitumoral: Limoneno, Borneol. Atividades Antifungicas: Carvacrol e Timol. Atividade no sistema respiratório: Timol ,Mentol, Cânfora Ação sobre o sistema cardiovascular: Timol, Carvacrol, 1,8-cineol, Rotundifolona, α-terpineol, α– terpin-4–ol, linalol, Citronelol, Atividade sobre sistema nervoso central (SNC): a)atividade antinociceptiva: Linalol, Mentol 1,8-Cineol, Citronelal b) atividade ansiolítica: Isopulegol, 1,8-cineol e Carvacrol, Linalol, Mentol e Borneol c) atividade anticonvulsivante: a,b-epóxi-carvona, (S)-(+)-carvona, e hidroxidihidrocarvona, Citronelol e Isopulego, Linalol. 5.1 Pimenta-do-Reino Origem Botânica: Piper nigrun L. Família: Piperaceae. Origem Geográfica: Floresta de Kerala, sul da Índia. Farmacógeno: Frutos A Piper nigrun L. é considerada como a única especiaria cujos frutos podem ser comercializados em 4 diferentes versões de grãos (preta - grãos em sua maioria maduros, debulhados das espigas e secos ao sol ou em secadoras; branca - grãos debulhados, secos e descascados; verde - grãos debulhados ainda imaturos; e vermelha - grãos amadurecidos e debulhados), embora a sua forma mais comum de comercialização seja a preta . Os frutos totalmente amadurecidos são usados para produzir a pimenta branca isenta do invólucro externo (exocarpo e mesocarpo) o qual confere o aroma a pimenta, por conter uma parte dos compostos voláteis e açúcares. Comumente, o processo para remoção do invólucro consiste em umedecer as espigas, não debulhadas, encharcando-as por uma semana em tanques de água corrente, para que o mesocarpo se desintegre do endocarpo. O grão remanescente é seco e o sólido branco pulverizado (endocarpo) é chamado de pimenta branca, tão pungente quanto à pimenta preta. Grãos de pimenta do reino secos: verdes (1), pretos (2) e brancos (3). Grãos de pimenta do reino de conserva: verdes (4) e vermelhos (5). O óleos essencial é retirado do fruto imaturo pois o teor de óleo decresce com a maturação. Composição química: Investigações fitoquímicas em P. nigrum revelaram uma ampla variedade de metabólitos presentes nesta espécie, que se distribuem em diferentes classes de compostos: amidas/alcalóides, propenilfenóis, lignanas, neoliganana, terpenos, flavonas entre outros. No mesocarpo do fruto são encontrados vários terpenos como pinenol,canfeno, terpineno, limoneno, fenaldreno, mirceno, sabineno, linalol, entre outros. O monoterpeno pinemo e os sequiterpenos β -cariofileno e nerolidol estão presentes no óleo essencial extraído da folha da pimenta-do-reino. Propriedade farmacológica: Na medicina oriental e ocidental pimenta preta tem sido usada paramelhorar o apetite, diminuir a tosse (supressor da tosse) , cólica, diabetes, anemia, e hemorróidas. Refere-se em textos antigos que pimenta preta é útil para a dispepsia, flatulência, obstipação ou diarreia associada o óleo de rícino, problemas odontológicos e bucais. Em baixas doses, é considerado estimulante das secreções digestivas e do sistema nervoso. Também foram atribuídas propriedades antibacterianas e inseticidas. De modo geral, a pimenteira possui ação antimutagênica, antimicrobial, antioxidante, antidepressivo, ação imunomoduladora, antitumoral, antimetastásico, antitireioidite, hepatoprotetora, imunoestimuladora, antidiarreica, antiespasmódica entre outras. Outros princípios ativos da planta também apresentam propriedades espasmódicas como é o caso dos flavonóides e cumarinas, sendo que estas últimas também atuam inibindo o crescimento de certos micro-organismos. Tóxicologia: A capsaicína e a piperina presente no óleo essencial da Piper nigrun L. possuem reconhecida atividade citotóxica, principalmente quando seus capsaicinóides são ingeridos na quantidade de 0,56 a 190mg/kg por animais e 512mg a 13 gramas de capsaícina/kg por humanos. Em doses superiores, estas substâncias podem ser letais ao ser humano. 5.2 Alecrim Origem Botânica: Rosmarinus officinalis L Família: Lamiaceae Origem geografia: Europa central. Sinonímia botânica: Rosmarinus latifolius Mill. Designa-se: do Romano, que em latim significa o orvalho que veio do mar. Nomes Populares: alecrim-de-jardim; alecrim; rosmarino; labinotis; alecrinzeiro; alecrimcomum; alecrim- de-cheiro; alecrim-de- horta; erva- coada; flor-do-olimpo; rosa-marinha; rosmarinho Famacógeno: folhas e flores. Composição química: Propriedades farmacológicas Estimulante digestivo, para a falta de apetite (inapetência); contra azia; em problemas respiratórios e debilidade cardíaca (cardiotônico).Por suas virtudes tônicas e estimulantes, atua sobre o sistema nervoso (cansaço mental) e cansaço físico. É anti-séptico, colagogo, diurético, anti-espasmódico (uso interno: vesícula e duodeno), cicatrizante (uso externo), colerético, protetor hepático, anti-tumoral, anti-depressivo natural, carminativo e vasodilatador. É tradicionalmente utilizado por via oral, em tratamento sintomático de transtornos digestivos como: flatulências epigástricas, digestão lenta, gases orais, flatulências; como facilitador das funções de eliminação urinária e digestiva; Topicamente, utilizado em casos de obstrução nasal, catarros e enxagües bucais. Utilizado no tratamento coadjuvante de afecções reumáticas (via tópica). Também é indicado para uso tópico local, como cicatrizante, antimicrobiana (Staphylococuse Monilia) e estimulante do couro cabeludo. Os extratos de alecrim são utilizados na indústria agro alimentícia por suas propriedades antioxidantes e conservantes. Toxicologia: Utilizado em altas dosagens pode ser tóxico. Pode causar aborto, sonolência, espasmo, gastrenterite, irritação nervosa e em grandes doses, a morte. 6. Sesquiterpenos: São terpenos formados por 15 carbonos, ou seja 3 unidades isopreno e sua fórmula molecular é C15H24. Alguns sesquiterpenos estão presentes em diversos óleos essenciais, como o α-humuleno, β- cariofileno, β-farneseno e α-bisabolol, este último constituinte principal da essência de camomila (Matricaria chamomilla L., Asteraceae). Já o α-humuleno e o β-cariofileno estão no óleo essencial da erva baleeira (Cordia verbenacea, Boraginaceae),matéria-prima para a produção do fitoterápico Acheflan® da empresa farmacêutica Aché. Outros sesquiterpenos mais complexos e mais funcionalizados possuem função ecológica ou são componentes ativos de algumas plantas medicinais, como as lactonas sesquiterpênicas, presentes por exemplo na arnica (Arnica montana, Asteraceae) e notanaceto (Tanacetum parthenium, Asteraceae), e um tipo especial, a artemisinina, importante antimalárico encontrado em Artemisia annua (Asteraceae), planta de origem chinesa denominada "qinghaosu". Assim como os monoterpenos, muitos sesquiterpenos podem atuar como compostos antimicrobianos (fitoalexinas) e antiherbivoria. 6.1 Camomila Origem botânica: Matricaria recutita (L.) Família: Asteraceae. Origem Geográfica: A sua origem mais provável é a Europa e América do Norte, onde é muito comum nos jardins públicos. Sinônimos botânicos: Matricaria chamomilla L. , Chamomilla recutita (L.) Rauschert, Chamomilla vulgaris Gray, Chrysanthemum chamomilla (L.) Bernh., Matricaria chamomilla fo. kochiana (Sch. Bip.) Fiori & Paol., Matricaria courrantiana DC., Matricaria kochiana Sch. Bip., Matricaria recutita var. kochiana (Sch. Bip.) Greuter Nomes populares: chamomilla, camomila-comum, macela-nobre, camomila-vulgar, camomila-da- alemanha; Chamomile; Camomilla comune. Composição química: sesquiterpenos como o alfa-bisabolol, flavonóides e matricina (pro-camazuleno) Famacógeno: Os capítulos florais são as partes da planta usadas para fins terapêuticos que são secos ao ar e conservados ao abrigo da luz para manter suas propriedades. Capítulo (ou pseudanto): é a designação dada a uma inflorescência caracterizada por ter as flores inseridas num receptáculo discoide ou arredondado protegido por brácteas. Propriedades farmacológicas: O camazuleno e o bisabolol são exemplos de terpenos responsáveis principalmente pela atividade antiinflamatória da planta, mas também, as atividades antialérgica, antiespasmódica, antibacteriana, antipirética, antiúlcera e antifúngica. A atividade espasmolítica da camomila é atribuída aos óxidos de bisabolol e o efeito espasmolítico aos flavonóides. A camomila também é usada como adstringente, calmante da pele, clareador de cabelo, digestivo, fortificante, laxante, sedativa, sudorífico, antiinfiamatório e espasmolítico no muco gástrico e duodenal, cicatrizante, imunoestimulante, depresor das funções musculares. Formas farmacêuticas: infuso, tintura, extrato, cremes,pomadas e loções. Outros usos: alimento, aromatizante, cosmético. Contra-indicações: Ela Interfere na absorção do ferro e outros minerais. Não usar na gravidez e se tiver algum problema crônico gastro-intestinal, tais como úlcera duodenal ou gástrica, refluxo do esôfago, colite ulcerosa, colite espasmódica, diverticulite, diverticolose. 6.2 CANELA Origem botânica: Cinnamomum zeylanicum Blume Família: Lauraceae, Origem Geográfica: Sri Lanka, Índia e Indonésia, dispersa por todo o sudeste asiático. Nomes populares: Canela, canela da Índia, canela da China, canela do Ceilão, árvore de canela, cinamomo, cinnamon (Inglaterra), cannella (Itália), cánelle de Ceylan (França). Sinonimos: Cinnamomum verum J. S. Presl. Farmacógeno: - Cascas secas. - Folhas, ramos finos e brotos para retirada de óleo essencial. Composição Química: Óleos essenciais, entre eles o aldeído cinâmico, eugenol, vanilina, cineol, pineno, betacariofileno, cumarinas, açúcares (manitol), taninos, mucilagens e resinas; Propriedades farmacológicas: Estimulante, aromático, anti-séptico, antiinflamatório (utilizado em quadros gripais), digestivo, carminativo (contra gases), anti-espasmódico (contra cólicas), miorrelaxante, inibidor da formação da placa bacteriana dental, inflamações de mucosa oral, ascaricida, emenagogo (promove contrações uterinas); Usada no tratamento de: dispepsias, flatulência,anorexia,astenia, cólicas, diarreia. Importante conservante. Aromatizante natural. Efeitos colaterais: Pode provocar irritação de pele e mucosas pelo óleo essencial; aumento da pressão arterial, taquicardia, insônia e diarréia em doses elevadas; Contra-indicações: Gravidez, lactação e pessoas com hipersensibilidade à canela. 6.3 Valeriana: Origem Botânica: Valeriana Officinalis Família: Valeranaceas FArmacógeno: Raízes e rizomas, de plantas com mais de 02 anos de idade, especialmente no verão outono. Composição química: Óleos essenciais (mono e sesquiterpenos- pinenos, canfeno, borneol e ácidos valerênicos), iridóides (valepotriatos), ácidos fenólicos, flavonóides, taninos. Tem como marcador o ácido valeriânico (0,8 a 1%) Propriedade farmacológica: Utilizada para nervosismo, insônia e ainda como anti-espasmódico, hipnótico, carminativo, anti-tabagismo (seu odor confere um sabor amargo ao tabaco), como coadjuvante em doenças relacionadas ao estresse, como cefaléias tensionais, psoríase, etc. Tem sido muito utilizada portanto, como uma alternativa ao uso de sedativos sintéticos, devido a seus menores efeitos colaterais e da menor dependência no uso prolongado. A ação combinada de três princípios ativos é responsável por seu mecanismo farmacológico, ou seja, atividades análogas àquelas dos fármacos tranquilizantes e hipnótico-sedativos: I. Valepotriatos: atuam na formação reticular por meio de um efeito estabilizante sobre os centros vegetativos e emocionais, restaurando o equilíbrio autônomofisiológico; Os valepotriatos (valtrato, isovaltrato e dehidrovaltrato), compõem um grupo químico instável de ésteres possuindo atividade sedativa. Esses iridóides, substâncias instáveis quimicamente, são capazes de potencializar a anestesia induzida por hexobarbital, diminuir a agressividade, apresentar efeitos anticonvulsivantes (modelos de convulsões induzidas por pentilenotetrazol e estricnina), aumentar o tempo de sono induzido por barbitúricos, reduzir a atividade locomotora e exercer efeitos sedativos dose-dependentes (Ortiz et al., 1999). Também foi demonstrado que uma mistura de valepotriatos, bem como extratos de valeriana, foram capazes de atenuar os sintomas provocados pela síndrome de abstinência de benzodiazepínicos sem induzir efeitos tóxicos significativos. Esses resultados, juntamente com outros trabalhos, sugerem que os efeitos dos valepotriatos sobre o SNC se devem a sua atuação sobre a neurotransmissão GABAérgica II. Sesquiterpenos: Os ácidos valerênicos, acetoxivalerênico, e hidroxivalerênico são sesquiterpenóides que atuam sobre o sistema nervoso central de modo semelhante aos barbitúricos, ou seja, são capazes de induzir ao sono ou melhorar a qualidade do mesmo. Inibem a enzima que metaboliza o GABA (GABA transaminase), aumentando os níveis desse mediador no SNC. Não têm quaisquer efeitos citotóxicos e têm boas propriedades sedativa e tranquilizante; III. Lignanas: induzem à sedação. Efeitos colaterais: Seu uso em altas doses e por períodos prolongados, pode levar a excitabilidade, náuseas, diarréia, cefaléia, tonturas, obstipação intestinal, bradicardia, sonolência, desaparecendo com a suspensão do tratamento. Contra-indicações: Gravidez, lactação, doença hepática prévia e crianças (principalmente as menores de 03 anos). Evitar o uso concomitante de bebidas alcoólicas. 7. Diterpenos As resinas ácidas apresentadas por coníferas e leguminosas, os hormônios giberelinas, fitoalexinas, e metabólitos secundários farmacologicamente importantes (como Taxol®,quimioterápico, e forscolina, usada no tratamento de glaucoma) são exemplos de diterpenos. 7.1 Ginkgo biloba Origem botânica: Ginkgo biloba L. Família: Ginkgoaceae, Nomes populares: árvore-avenca, arvore-folha-de-avenca, ginkgo. Origem Geográfica: China. Farmacógeno: As substâncias ativas são extraídas das folhas secas e trituradas. Composição química: Glicosídeos, lactonas, terpenos e flavonoides Marcadores fitoquímicos: O extrato de EGb 761 possui aproximadamente 24% de flavonóides glicosilados, 4-6% de lactonas terpênicas, sendo 2,8-3,4% de lactonas diterpênicas, chamadas de ginkgolídeos A, B, C, J e M e 2,6-3,2% de lactonas sesquiterpênicas, chamadas de bilobalídeos, e tem crescido as citações das biflavonas: bilobetina e ginkgetina (Figura 1). Entre os outros componentes estão: ácidos orgânicos, glicose, ramanose, ácidos ginkgólicos, esteróis, cetonas alifáticas, açúcares, álcoois, diterpênicos, fenilpropanóides, lipídeos e carotenóides Propriedade farmacológica: O extrato de G. biloba (EGb 761) tem sido comercializado por mais de duas décadas. Durante este tempo sua eficácia terapêutica e segurança foram provadas em numerosos testes clínicos assim como na fase pós-mercadológica. Ele apresenta uma ampla gama de atividades farmacológicas, como por exemplo, nas isquemias cerebrais, retinais, cardíacas e periféricas. Além destes, exerce efeito sobre necrose e apoptose de neurônios melhorando a plasticidade neural evidenciado na compensação vestibular, além de exercer um efeito estimulante sobre neurotransmissores . Uma das propriedades fisiológicas mais conhecidas do G. biloba é a sua capacidade para aumentar a irrigação dos tecidos melhorando a sua oxigenação. Por ser um poderoso antioxidante, protege as membranas celulares das agressões oxidativas. Inibe a agregação plaquetária e melhora a memória e a função cognitiva. O extrato de G. biloba também pode ser muito benéfico como agente antialérgico, no tratamento da asma, urticária e enxaquecas. Além disso, exerce um efeito antinflamatório pela restrição na produção de espécies reativas de oxigênio - nitrogenadas. Este extrato também tem sido capaz de inibir um aumento dos produtos da decomposição oxidativa das lipoproteínas de baixa densidade (LDL), reduzir a morte celular em vários tipos de neuropatias e prevenir os danos oxidativos para as mitocôndrias, sugerindo que o extrato exiba efeitos benéficos em doenças neurodegenerativas. O G. biloba atua no metabolismo cerebral devido a sua ação vascular, pois, além de agir no endotélio da parede de vasos, promovendo o seu relaxamento, diminuem a resistência periférica aumentando a perfusão arterial e, consequentemente, a função cognitiva em áreas específicas, como é o caso do córtex e do hipocampo Uma primeira possibilidade de atuação antioxidante do ginkgo diz respeito à proteção de unidades de membranas (Figura acima). O extrato EGb 761 ou pode atenuar de maneira direta os radicais livres ou recuperar os radicais tocoferila a tocoferol – a vitamina E. A concentração de tocoferol nas membranas é importante, não só para a proteção dos fosfolipídios da bicamada lipídica das unidades de membrana contra o ataque das espécies reativas de oxigênio, como também por inibir a atividade da fosfolipase A2 (Figura acima), uma enzima que hidrolisa as ligações éster dos fosfolipídios, liberando substrato para a cicloxigenase que catalisa a formação de endoperóxidos. Os bilobalídeos, lactonas sesquiterpênicas do extrato EGb 761, exercem um efeito protetor contra lesões isquêmicas e contra morte neuronal. Em cobaias a administração oral do extrato EGb 761 em doses de 25, 50 e 100 mg/ Kg/dia e bilobalídeos em doses de 3 e 6 mg/Kg/dia por 7 dias antes da isquemia produziram uma proteção dose-dependente contra a morte de neurônios e contra a isquemia. O que sugere que tanto o extrato EGb 761 como o bilobalídeo, são protetores contra morte neuronal induzida por isquemia in vivo e morte neuronal por mecanismos sinérgicos envolvendo anti-excitotoxicidade, inibição da geração de radicais livres, atenuação de espécies reativas de oxigênio e regulação da expressão gênica mitocondrial. Parte do efeito cardioprotetor atribuído ao extrato EGb 761 contra os danos oxidativos gerados pela reperfusão após a isquemia é devido a uma ação específica de seus constituintes terpenoídicos e esses efeitos envolvem um mecanismo independente de sua capacidade de atenuar radicais livres (Figura acima). Assim, os constituintes terpenoídicos do EGb 761 e os metabólitos flavonóides que são formados após a administração in vivo do extrato, atuam de uma maneira complementar para proteger o miocárdio contra lesões por reperfusão isquêmica. A alteração da mitocôndria é um dos eventos induzido por isquemias e sua prevenção melhora a sobrevivência do tecido. O extrato de G. bilobademonstra propriedades antiisquêmicas atribuídas à fração terpenoídica, principalmente devido a presença de bilobalídeos. As mitocôndrias isoladas de ratos tratados com 2 a 8 mg/kg de bilobalídeos demonstraram um aumento dose-dependente na relação do controle respiratório, devido a um consumo mais baixo do oxigênio. Os ginkgolídeos possuem uma estruturação espacial em “jaula” formado por anéis ora de 5 ora de 6 átomos, o que torna muito difícil a sua síntese. Os ginkgolídeos, isolados das folhas de G. bilobasão descritos como potentes antagonistas do fator de agregação plaquetária (FAP) podendo ser utilizados no tratamento de algumas doenças, tais como a inflamação aguda, a rejeição em transplantes, a asma e a lesão isquêmica. Distúrbios na atividade da Na-K-ATPase estão envolvidos na patologia da isquemia cerebral e, experimentalmente, tem sido demonstrado que o extrato EGb 761 é capaz de preservar a atividade da Na- K-ATPase durante uma hora de isquemia cerebral induzida. O extrato da folha de G. biloba contém muitos glicosídeos flavonóides e terpenóides diferentes, apresentando uma ação antioxidante como seqüestrador de radicais livres, um efeito relaxante nas paredes vasculares, uma ação antagonista sobre o FAP, uma melhora no fluxo sanguíneo e na microcirculação. Pela prevenção de danos oxidativos crônicos, o extrato de G. biloba mostra uma ação muito forte como seqüestrante de radicais livres (Fig. 2), sendo considerado útil para o tratamento de distúrbios a elas relacionados, como doença isquêmica no coração, isquemia cerebral, inflamação crônica e envelhecimento. Segundo cientistas, seu poder de relaxar vasos sanguíneos e combater os radicais livres auxilia também na capacidade auditiva e intelectual, perda de memória principalmente em idosos e na falta de atenção e dificuldade de concentração em pessoa mais jovens.Por isso, muito embora não existam provas cientificas a respeito, o Ginkgo se inclui entre as smart drugs, as chamadas drogas espertas, que contem substâncias estimulantes que aceleram o metabolismo que fica mais lento com a idade, melhorando desempenho físico e intelectual.Pesquisas ainda em estudo relatam eficácia nos tratamentos contra a depressão e até mesmo impotência sexual. Os otorrinolaringologistas vem empregando com sucesso o Ginkgo em problemas como labirintite, cujo sintomas são zumbido nos ouvidos, tonturas e perda de equilíbrio. Na área de oftalmologia, os médicos tem empregado em diversos usos, como no tratamento das retinopatias. Na área fitocosmética, também oferece uma grande contribuição, a sua atividade antioxidante preserva estrutura molecular da derme e a ativação da circulação sanguínea aumenta a capacidade de absorção dos cremes pela pele, atingindo até mesmo os tecidos mais profundos, auxiliando no tratamento de problemas como celulite. Age inibindo a destruição do colágeno e a despolimerização do ácido hialurônico. Observou-se uma inibição da hiperpermeabilidade dos capilares mediada pela bradicinina e histamina, alem de apresentar uma ação inibitória sobre PAF (fator ativador de plaqueta) um mediador presente em respostas alérgicas como a asma. Ativa a circulação sanguínea, aumentando a resistência capilar e efetuando uma vasodilatação dos vasos arteriais dos membros, mantendo a perfusão tissular. Reforça o tônus vascular a nível venoso, auxiliando a depuração de resíduos metabólicos. Ativa o metabolismo energético das células, aumentando o consumo de glicose e oxigênio influenciando no aumento da síntese de ATP (trifosfato adenosina) a nível cerebral. Efeitos adversos: Podem ocorrer distúrbios gastrintestinais, especialmente em casos de predisposição alérgica, transtornos circulatórios incluindo queda da pressão arterial, cefaléia ou reações cutâneas. Estudos pré-clínicos demonstram não existir qualquer efeito nocivo sobre reprodução. Apesar de não indicarem em estudos experimentais qualquer ação teratogênica, recomenda-se evitar o uso durante o 1º trimestre de gestação.O uso durante a amamentação deve ser sob orientação médica. Nos normotensos, verifica-se uma perfeita estabilidade sensorial; já nos hipertensos se verifica muitas vezes uma baixa, discreta, e progressiva dos valores tensionais. Recentemente muitos casos de hemorragia foram relatados ocorrendo coincidentemente com o uso de produtos de ginkgo. Embora uma causa clara entre a ingestão deste extrato e o sangramento ainda não esteja estabelecida, essas observações têm sido explicadas pela ação antagonista de ginkgolídeos sobre o fator de agregação plaquetária – FAP, a concentração de lactonas terpênicas, determinada por cromatografia líquida acoplada à espectrometria de massas, no plasma de preás, após administração crônica de extrato de G. biloba, enriquecido em ginkgoterpenos na forma livre reforça a atuação das lactonas como inibidores do FAP. Superdosagem: Doses diárias de 20-100 mg/Kg e progressivamente aumentadas para 300, 400, 500 mg/Kg, não demonstraram qualquer perturbação biológica ou hematológica e nenhuma lesão histológica. Especialidades farmacêuticas: • Tanakan: Laboratório Phoenix. Antiisquemico cerebral. Contem extrato de Ginkgo biloba 40mg. Apresentação: comprimidos 20, 30, 60, e 100 unidades. • Tanakan forte: Laboratório Phoenix. Antiisquemico cerebral. Contem extrato de Ginkgo biloba 80mg. Apresentação: comprimidos 30unidades, solução 200mL. • Kalter: Laboratório Boehringer Mann. Vasodilatador. Contem extrato de Ginkgo biloba 40 e 120 mg Apresentação: 30 comprimidos; 120 mg com 20 comprimidos. • Kalter forte:: Laboratório Boehringer Mann. Vasodilatador. Contem extrato de Ginkgo biloba 80 mg Apresentação 30 comprimidos. • Clarvix: Laboratório Beta. Vasoregulador arterial, venoso e capilar. Contem extrato de Ginkgo biloba 80 mg. Apresentação: com 30 e 50 comprimidos. 7.2 Stevia: Origem botânica: Stevia rebaudiana Bert. (Bertoni) Família: Asteraceae Farmacógeno: Folhas e hastes secas. Origem geográfica: Paraguai Nomes comuns: caá-hê-e, caá-jhe-hê, azuca-caá, eiracaá, caá-yupi, erva-adociada, folha-doce, planta-doce, yerba-dulce, capim-doce, erva-doce e estévia. Composição Química: A droga vegetal é constituída pelas folhas secas contendo, no mínimo, 12,0 % de carboidratos totais e 4,0 % de esteviosídeo. Nove glicosídeos doces do esteviol, um diterpeno tetracíclico, estão presentes nas folhas (Fig.abaixo): esteviosídeo, esteviolbiosídeo, rebaudiosídeo A, rebaudiosídeo B, rebaudiosídeo C, rebaudiosídeo D, rebaudiosídeo E, rebaudiosídeo F e dulcosídeo A. Apenas o esteviosídeo e o rebaudiosídeo A estão presentes em quantidades apreciáveis da matéria seca das folhas. Estruturas dos glicosídeos do esteviol presentes na S. rebaudiana. (G= glucose; R= ramnose.) Propriedadesfarmacológicas: O esteviosídeo é um adoçante não calórico natural obtido das folhas da Stevia rebaudiana Bertoni. Quimicamente o esteviosídeo é um glicosídeo do esteviol, um diterpeno tetracíclico da classe dos cauranos. Devido ao fato de ser muito doce (cerca de 300 vezes mais doce que a sacarose) o esteviosídeo tem sido usado como adoçante não calórico em vários países. 8. Triterpenos : Os triterpenos são sintetizados a partir da condensação cauda-cauda de duas unidades de sesquiterpeno (pela extremidade fosfato). Triterpenos livres também ocorrem em certas resinas e outros possuem atividades biológicas importantes. Ainda são precursores de fitoesteróis, como o estigmasterol, o α- e oβ-sitosterol. Os fitoesteróis possuem 28 ou 29 átomos de carbono, ao contrário daqueles esteróides animais, com 27. Outros triterpenos e fitoesteróis, quando ligados a pequenas cadeias de açúcar (oses), são denominados saponinas, e possuem ações biológicas interessantes, além da propriedade espumante de alguns. Alguns fitoesteróis podem ainda originar alcalóides esteroidais, como aqueles presentes em espécies do gênero Solanum (Solanaceae), como o tomate e a jurubeba. Triterpenos ainda podem originar heterosídeos cardiotônicos, uma classe especial de substância empregada na medicina, como a digoxina, empregada no tratamento de insuficiência cardíaca congestiva. Finalmente, triterpenos em animais ainda podem originar ácidos biliares e vitamina D, além dos hormônios esteroidais.
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