Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
PROFESSORA: Oc. MSc. Taiana Guimarães Araujo taianagaraujo@gmail.com Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA: Classificação dos ambientes marinhos: as zonas oceânicas; Ecossistemas marinhos: costeiros (relembrando ecologia) e de águas profundas; As grandes comunidades bióticas marinhas: plâncton, nécton e bentos; Inter-relações e associações entre os organismos marinhos e destes com o meio; Zona costeira, ressurgência, produtividade primária e pesca; Atual situação dos estoques pesqueiros mundiais (relatórios FAO). Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA: Existe uma diferença entre aquilo que é produzido em termos de biomassa/energia pelos produtores primários e aquilo que está disponível para o próximo nível trófico: Produção primária bruta quantidade total de matéria orgânica sintetizada/fixada pelos produtores primários; Produção primária líquida produção bruta menos o que é gasto pelo próprio produtor primário (respiração, ou seja, é aquela que realmente está disponível para o próximo nível trófico. A unidade utilizada para medir a produção primária é grama de C fixado por unidade de área ou volume de água, por intervalo de tempo; PRODUÇÃO PRIMÁRIA: O ponto ou profundidade de compensação é outro termo importante na caracterização da produção primária oceânica e é o local na coluna d’água onde a taxa de fotossíntese é igual à taxa de respiração; Considera-se que essa profundidade seja aquela onde chega apenas 1% da luz que atinge a superfície, ou seja, o limite inferior da zona eufótica; Menos de 2% dos oceanos são suficientemente rasos e possuem substrato ideal para acomodar grandes vegetais fixos (Ex: florestas de Kelps*) vegetais unicelulares microscópicos são responsáveis pela amagadora dominância na produção primária oceânica. * http://www.oceanario.pt/cms/1289/ Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA Floresta de Kelps Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA: Sabe-se que no ambiente marinho (aquático) os dois fatores que possivelmente limitam a produção primária são disponibilidade de nutrientes e intensidade luminosa; A profundidade máxima de penetração da luz depende de vários fatores: espalhamento e absorção da luz por partículas presentes na água (i.e. turbidez) ou pelas próprias moléculas de água; latitude estação do ano; hora do dia; cobertura de nuvens; ou mesmo poluição atmosférica. Assim todos esses fatores devem ser considerados no momento da interpretação dos dados de produção primária obtidos em um estudo. Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA: Já no caso dos nutrientes os fatores que podem influenciar em sua disponibilidade são: movimento vertical de massas de água (ressurgência); frequência e intensidade do aporte atmosférico; proximidade da região costeira (intemperismo continental principal fonte de nutrientes); existência de atividade vulcânica submarina; profundidade de ocorrência e eficiência do processo de remineralização. Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA: Região tropical (principal fator limitante NUTRIENTES) incidência de luz o ano inteiro, existência da termoclina permanente, ausência de mistura entre as camadas águas superficiais oligotróficas (com exceção de áreas de ressurgência) baixa produtividade primária. Região polar (principal fator limitante LUZ) disponibilidade de nutrientes, mas pouca luz solar e grande parte da superfície coberta por gelo baixa produtividade primária, com exceção dos meses de verão. Região temperada (pronunciada variação sazonal de ambos os fatores) PP na primavera e no outono no inverno há baixa PP devido à ausência de luz; na primavera há alta PP devido à disponibilidade de nutrientes (que se acumularam durante o inverno) e presença de luz (bloom de primavera); no verão há nova diminuição da PP devido à grande herbivoria e à baixa disponibilidade de nutrientes (termoclina sazonal); no outono ocorre novo bloom de PP, mas muito menos expressivo do que o de primavera. Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA em diferentes latitudes Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PP, ZONA COSTEIRA, RESSURGÊNCIA E PESCA: As regiões que apresentam as maiores produtividades primárias são também as mais piscosas dos mares os peixes estarão onde há alimento para eles; Quanto mais produtiva for uma região melhor nutrida e mais desenvolvida em termos de biomassa será toda a cadeia trófica daquela região; Mares costeiros e aqueles que circundam ilhas oceânicas, estuários, recifes de corais, zonas de ressurgência e as águas ao redor de fendas/fontes hidrotermais são responsáveis por praticamente toda a produção primária dos oceanos são essas regiões que alimentam todo o restante da vida nos oceanos, é nelas que é primeiramente gerada praticamente toda a biomassa existente nos oceanos; Daí a importância de serem protegidas, bem manejadas ou mesmo preservadas. Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PP, ZONA COSTEIRA, RESSURGÊNCIA E PESCA: Conhecendo a origem, os processos envolvidos e as consequências geradas pelos eventos de ressurgência de águas profundas, é inevitável associar ressurgência e produtividade primária; Águas de regiões costeiras e de ressurgência costumam ser bastante produtivas (a depender da intensidade luminosa) como consequência, toda a cadeia alimentar subsequente será nutricionalmente mais enriquecida; É importante destacar que muitas vezes se observa em regiões de ressurgência um máximo de produção subsuperficial, uma vez que em ressurgências as águas frias e ricas em nutrientes costuma atingir a zona eufótica (até 200m em alguns oceanos), mas nem sempre chegam à superfície propriamente. Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PP, ZONA COSTEIRA, RESSURGÊNCIA E PESCA: Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA NA COSTA BRASILEIRA A produtividade primária na costa brasileira é considerada bastante baixa a corrente do Brasil, principal corrente superficial que banha a costa brasileira é muito oligotrófica os nutrientes foram sendo consumidos ao longo do seu percurso da África até o Brasil; As maiores produtividades primárias normalmente ocorrem em mares adjacentes a baías e estuários e em mares de cidades litorâneas densamente povoadas, estando, neste caso, a produção associada ao grande aporte de matéria orgânica e nutrientes via esgoto; A exceção é a região da cidade de Cabo Frio no RJ, onde ocorre ressurgência costeira pontual (espacial e temporalmente) causada pelo vento e pela topografia de fundo (intrusão da ACAS). Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA NA COSTA BRASILEIRA Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA NA COSTA BRASILEIRA Zona costeira, ressurgência, PP e pesca PRODUÇÃO PRIMÁRIA NA COSTA BRASILEIRA Zona costeira, ressurgência, PP e pesca Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA: Classificação dos ambientes marinhos: as zonas oceânicas; Ecossistemas marinhos: costeiros (relembrando ecologia) e de águas profundas; As grandes comunidades bióticas marinhas: plâncton, nécton e bentos; Inter-relações e associações entre os organismos marinhos e destes com o meio; Zona costeira, ressurgência, produtividade primária e pesca; Atual situação dos estoques pesqueiros mundiais (relatórios FAO). Zonas oceânicas Os ambientes povoados pelas formas de vida marinhas podem ser classificados/divididos quanto as suas características físicas; Os oceanos podem ser divididos com base na luz, na temperatura, salinidade, profundidade, latitude, densidade da água ou em praticamente qualquer uma das outras propriedades físicas já abordadas; A título de estudo, os cientistas acharam por bem dividir os oceanos em zonas, cada qual com características físicas próprias e relativamente homogêneas a cada zona; Quanto ao ambiente A classificação geral mais útil se baseia no ambiente (em sua localização) a divisão primária é entre a coluna d’água e o fundo oceânico: Zona ou ambiente PELÁGICO (= suspensão, associado à coluna d’água Zona ou ambiente BENTÔNICO ou BÊNTICO (= substrato, associado ao sedimento); Quanto ao ambiente AMBIENTE PELÁGICO: O ambiente pelágico (i.e. coluna d’água) pode ainda ser dividido em duas subseções quanto à proximidade com o continente: zonas nerítica (coluna d’água sobre a plataforma continental) e zona oceânica (região de águas profundas, além da plataforma continental) e quanto à profundidade em: epi-, meso-, bati- e hado- ou abissopelágico, sendo o epipelágico a zona fótica iluminada e o abissopelágico correspondente às águas das fossas profundas. AMBIENTE BENTÔNICO O habitat bêntico também é classificado quanto à sua proximidade do litoral em zonas: litoral, sublitoral, batial, abissal, hadal e pode ainda ser classificado quanto ao seu tipo de sedimento em inconsolidado composto por areia e/ou argila; e consolidado constituído basicamente por rochas. Quanto ao ambiente Quanto à luminosidade Zona eufótica – de 0 a 200 metros em oceanos tropicais, é uma região bem iluminada, com muitas algas e animais fotossíntese e visão; Zona disfótica – de 200 a cerca de 600 metros em oceanos tropicais, luminosidade decres- cente à medida que aprofunda, espécies animais, mas nenhuma vegetal apenas visão, já que não há luz suficiente para a fotossíntese Zona afótica – abaixo dos 600 metros em oceanos tropicais, sem nenhuma luz, e apenas animais adaptados à escuridão. Conteúdo proposto OCEANOGRAFIA BIOLÓGICA: Classificação dos ambientes marinhos: as zonas oceânicas; Ecossistemas marinhos (relembrando ecologia): costeiros e de águas profundas; As grandes comunidades bióticas marinhas: plâncton, nécton e bentos; Inter-relações e associações entre os organismos marinhos e destes com o meio; Zona costeira, ressurgência, produtividade primária e pesca; Atual situação dos estoques pesqueiros mundiais (relatórios FAO). Ecossistemas costeiros Estuários e baías Manguezais Recifes de corais ESTUÁRIO Ecossistemas costeiros ESTUÁRIO – Corpo de água semifechado, com uma conexão livre com o oceano aberto, no interior do qual a água do mar é diluída, com a água doce que vem da drenagem continental. Essa definição inclui também baías, fiordes e lagunas. Segundo R. Paskoff (1985) a definição de estuário implica uma ampla abertura sobre o mar. Esta abertura só poderá manter-se se houver um equilíbrio entre os sedimentos transportados pelo rio e a respectiva capacidade de escoamento. Além da amplitude das marés, as variações relativas do nível do mar, o clima reinante na bacia vertente e o respectivo grau de florestação (cobertura vegetal) da área de drenagem, controlando o tipo e quantidade de sedimentos, acabam por ter um papel importante na caracterização dos estuários. Ecossistemas costeiros LAGUNAS – São extensões aquáticas alongadas, desenvolvendo-se paralelamente ao litoral e isoladas deste por cordões litorâneos ou por restingas. A comunicação com o mar faz-se através de passagens mais ou menos numerosas existentes nesse cordão; Mesmo quando não têm comunicação direta com o mar sofrem a influência das marés; Ecossistemas costeiros As costas com lagunas correspondem a 13% dos litorais ao nível do globo. São ambientes muito produtivos sob o ponto de vista biológico; A circulação dentro das lagunas efetua-se através das correntes induzidas pelos ventos. Lagunas tendem a assorear. MANGUEZAIS Ecossistemas costeiros MANGUEZAIS - é um ecossistema costeiro de transição entre os ambientes terrestre e marinho, característico de regiões tropicais e subtropicais. Está associado às margens de baías, enseadas, barras, desembocaduras de rios, lagunas e reentrâncias costeiras, onde haja encontro de águas de rios com a do mar, ou diretamente expostos à linha da costa. A riqueza biológica dos ecossistemas costeiros faz com que essas áreas sejam os grandes "berçários" naturais, tanto para as espécies características desses ambientes, como para peixes e outros animais que migram para as áreas costeiras durante, pelo menos, uma fase do ciclo de sua vida. Ecossistemas costeiros MANGUEZAIS A vegetação de mangue serve para fixar as terras, impedindo assim a erosão e ao mesmo tempo estabilizando a costa. As raízes do mangue funcionam como filtros na retenção dos sedimentos. Constitui importante banco genético para a recuperação de áreas degradadas. Importância dos manguezais: Fauna serve como alimento para população ribeirinha. Exportador de matéria orgânica para o estuário, contribuindo para produtividade primária na zona costeira. Peixes, moluscos e crustáceos encontram as condições ideais para reprodução, berçário, criadouro. Abrigo para várias espécies de fauna aquática e terrestre, de valor ecológico e econômico. Os mangues produzem mais de 95% do alimento que o homem captura do mar. Ecossistemas costeiros Ecossistemas costeiros RECIFES DE CORAIS Ecossistemas costeiros RECIFES DE CORAIS – ambientes mais ricos do mundo em número de espécies de animais e vegetais, comparável somente com as matas tropicais Ecossistemas costeiros RECIFES DE CORAIS Os corais apresentam simbiose com Zooxantelas (algas): 1 milhão por cm2; dão cor ao coral; o coral fornece proteção, CO2, nitrogênio e fosfatos; e a alga em troca lhe fornece oxigênio. Branqueamento de corais causado pelo aumento da temperatura das águas ou aumento de sua acidez ocorre pela expulsão das zooxantelas dos corais RECIFES DE CORAIS Fauna e flora associadas: Algas calcárias e outras Moluscos. Lamelibrânquios Foraminíferos Poríferos - esponjas (podem destruir o carbonato de cálcio e formar galerias) Anêmonas Estrelas do mar, ouriços, pepinos do mar Peixes (mais de 2.000 espécies na Grande Barreira da Austrália) - tubarões (inclusive o tubarão branco) Tartarugas e cetáceos. Homem Ecossistemas costeiros FENDAS GEOTERMAIS OU HIDROTERMAIS: Ecossistemas de águas profundas FENDAS GEOTERMAIS OU HIDROTERMAIS: Chaminés formadas por sulfetos precipitados T= 403oC na boca e 2oC no pé da chaminé e água ciscundante ambientes bastante inóspitos, mas existe vida. A chave da questão não é a temperatura nesses ambientes, mas sim as substâncias químicas exaladas pela chaminé (principalmente sulfeto de hidrogênio) A base dessaa cadeia alimentar são produtores primários quimiossinte- tizantes sustentam toda uma teia trófica nessas regiões Ecossistemas de águas profundas Riftia pachyptila Vermes tubulares gigantes Tubos brancos feito de quitina Ecossistemas de águas profundas FENDAS GEOTERMAIS OU HIDROTERMAIS: Microrganismos que abrigam o interior dos tubo da Riftia pachyptila responsáveis por sua digestão e nutrição ECOSSISTEMA JUNTO DAS CHAMINÉS 300 espécies - 95% novas para a ciência Ecossistemas de águas profundas Aparelho para medir temperatura, dados químicos e coletar água Braço feito de titânio para coleta de Riftia pachyptila OBRIGADA e BOA NOITE !!!
Compartilhar